O setor de revestimentos cerâmicos engloba os produtos

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O setor de revestimentos cerâmicos engloba os produtos destinados ao revestimento de paredes
internas, externas e pisos, que se classificam de acordo com o processo de fabricação, em dois
grandes grupos a saber: ( I ) produtos obtidos por prensagem e (II) produtos obtidos por extrusão,
onde se enquadram as lajotas cerâmicas, vidradas ou não.
No primeiro grupo, dois processos tecnológicos de queima são utilizados:
 A Monoqueima: mais moderna, que consiste na queima simultânea do corpo cerâmico e do
esmalte que o reveste.
 A Biqueima: mais antiga, que requer uma queima prévia do corpo cerâmico isolado, antes da
aplicação dos esmaltes e de sua queima.
A Monoqueima, processo adotado pela Portobello tanto para pisos como para revestimento de
parede (“monoporosa”), proporciona economia de custos operacionais e garante aos produtos
características de resistência e durabilidade melhores que a biqueima. Neste processo, o produto
pode ser queimado a temperaturas diferentes. Quanto mais alta esta temperatura menor será a
porosidade final do produto e maior a sua resistência mecânica. Um produto final com base
composta principalmente de argilas, queimado a temperatura que resulta em alta porosidade,
tipicamente 16% de absorção de água, é denominado “monoporoso” no jargão da indústria, e
popularmente conhecido como “azulejo”, adequado para revestimento de paredes internas. Se
queimado a uma temperatura que lhe garante uma porosidade de 3% a 5%, é denominado "grês",
adequado para pisos e fachadas. O produto de tecnologia mais recente, denominado “porcelanato”,
tem porosidade inferior a 0,1%, e base composta principalmente por feldspato, sendo um substituto
para revestimentos de granito, mármore, e pedras naturais.
Dimensão do Setor:
O setor de cerâmica para revestimento é composto por 94 empresas e 117 plantas industriais com
capacidade agregada de 622 milhões de m2/ano, o que denota alta competitividade, e é representado
pela ANFACER (Associação Nacional do Fabricantes de Cerâmica para Revestimento), que por sua
vez engloba os 52 maiores fabricantes. Segundo estatísticas dessa instituição referentes a 2004, a
produção brasileira foi de 566 milhões m2 e o consumo aparente brasileiro foi de 449 milhões m2,
As exportações de US$ 342 milhões em 2004 corresponderam a 125 milhões m2 e foram
concentradas nos Estados Unidos com cerca de metade do total, tendo a outra metade vendida para
mais de 60 países. As importações foram pouco expressivas para o mercado brasileiro.
Evolução Histórica:
A indústria de cerâmica para revestimento surgiu a partir de fábricas de tijolos, blocos e telhas
cerâmicas, que já no início do século XX começaram a produzir ladrilhos hidráulicos e, mais tarde,
azulejos, pastilhas cerâmicas e de vidro. A partir da década de 1970 a produção atingiu uma
demanda continuada permitindo o surgimento de novas empresas com ampliação da capacidade de
produção e maior automatização do processo produtivo.
O setor passou por uma séria crise no período 1982/1984, quando sua produção registrou queda de
22%. A partir de 1985 houve recuperação, com índices de crescimento atingindo até 15% ao ano
(1986/1989).
No período 1980/1989, o crescimento médio anual foi de 3,7%, passando de 62 milhões para 86
milhões de m2. No triênio 1989/91, ocorreu forte retração nas vendas, com uma conseqüente queda
da produção. Em 1990, quando teve início esse processo, o setor registrou queda de produção da
ordem de 23%. No ano seguinte, nova queda foi registrada, embora de menor intensidade (10%).
A partir de 1992, o setor entrou em franco crescimento. Naquele ano a produção atingiu 203
milhões de m2, apontando crescimento de 22%. Em 1997 a produção atingiu 383,3 milhões de m2,
apresentando crescimento médio anual de 15%. O crescimento médio dos sete anos seguintes foi de
6%, com produção de 453 milhões de m2 em 2000, 473 milhões de m2 em 2001, 508 milhões de m2
em 2002, 534 milhões de m2 em 2003, e atingindo 566 milhões de m2 2004.
Mercado Mundial:
A China tem o maior mercado para revestimentos cerâmicos, com 1.850 milhões de m2/ano, seguida
do Brasil com 449 milhões de m2/ano, da Espanha com 337 milhões de m2/ano, dos Estados Unidos
com 296 milhões de m2/ano e Itália, com 192 milhões de m2/ano. Os maiores exportadores são a
Itália com 417 milhões de m2/ano, a Espanha com 342 milhões de m2/ano, a China com 270 milhões
de m2/ano, o Brasil com 125 milhões de m2/ano, e a Turquia com 95 milhões de m2/ano. O Brasil é
o quarto produtor mundial de cerâmica, ficando atrás da China, Espanha e Itália, e sempre se
destacou como exportador, destinando aproximadamente 14% da produção para o mercado externo,
onde os Estados Unidos são o destino de quase a metade da quantidade exportada.
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