Slide 1 - Instituto Montessori

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Pensamento pré-socrático
A passagem do mito ao logos.
Na história do pensamento ocidental, a filosofia
nasce na Grécia entre os séculos VII e VI a. C.,
promovendo a passagem do saber mítico
(alegórico) ao pensamento racional ( logos).
Essa passagem ocorreu durante longo processo
histórico, sem um rompimento brusco imediato
com as formas de conhecimento utilizadas no
passado.
Pólis e razão
Segundo análise do historiador francês JeanPierre Vernant (1914-2007), o momento histórico
da Grécia antiga em que se afirma a utilização do
logos ( a razão) para resolver os problemas da vida
estaria vinculado ao surgimento da pólis, cidadeEstado grega.
A pólis foi uma nova forma de organização
social e política desenvolvida entre os séculos VIII e
VI a.C. Nela, eram os cidadãos que dirigiam os
destinos da cidade. Como criação dos cidadãos e
não dos deuses, a pólis estava organizada e podia
ser explicada de forma racional, isto é, de acordo
com a razão.
Pré-sócratico
Os primeiros filósofos
• De acordo com a tradição histórica, a fase inaugural da
filosofia grega é conhecida como período pré-socrático
( anterior a Sócrates).
• A Grécia era o conjunto de muitas cidades-Estado
(pólis),independentes umas das outras e muitas vezes
rivais.
• No vasto mundo grego, a filosofia teve como berço a
cidade de Mileto, situada na Jônia, litoral da Ásia.
Caracterizada por múltiplas influências culturais e por
um rico comércio, Mileto abrigou os três primeiros
pensadores da história ocidental a quem atribuímos
filósofos. São eles: Tales, Anaximandro e Anaxímenes.
• Destaca-se entre os objetivos desses primeiros
filósofos, a construção de uma cosmologia –
explicação racional e sistemática das
características do universo, que substituísse a
antiga cosmogonia- explicação sobre a origem do
universo baseada nos mitos.
• Tentaram descobrir, com base na razão e não na
mitologia, o princípio substancial ou substância
primordial (arché, em grego) existente em todos
os seres materiais. Ou seja, pretendiam
encontrar a “matéria-prima” de que são feitas
todas as coisas.
Tales: a água
• Tales de Mileto (623-546 a.C) é tido como o
pensador que início à indagação racional sobre o
universo.
• Ele dizia: “Tudo é água”. Para ele a água por
permanecer basicamente a mesma, em todas as
transformações dos corpos, apesar de assumir
diferentes estados, seria a arché, a substância
primordial, a origem única de todas as coisas,
presente m tudo o que existe.
• Como princípio vital, a água penetraria todas as
coisas e tudo seria animado por ela, de tal modo que
tudo teria alma. Por isso, tudo seria divino, não
havendo separação entre sagrado e divino.
Anaximandro: o indeterminado
• Anaximandro (610-547 a. C), discípulo de Tales,
procurou aprofundar as concepções do mestre sobre
a origem única de todas as coisas.
• Acreditava não ser possível eleger uma única
substância material como princípio primordial de
todos os seres, a arché. Ele dizia que tinha de ser
alguma substância diferente, ilimitada, e que dela
nascessem o céu e todos os mundos nele contido.
• Assim, para esse filósofo, o princípio primordial
deveria ser algo que transcendesse os limites do
observável, ou seja, não se situaria em uma
realidade ao alcance dos sentidos. Por isso,
denominou-o ápeiron, termo grego que significa “o
indeteminado”, “o infinito” no tempo.
Anaxímenes: o ar
• Anaxímenes (588-524 a.C), discípulo de
Anaximandro, concordava que a origem de todas as
coisas é indeterminada, entretanto, recusou-se a
atribuir a essa determinação o caráter de arché.
• Em discordância com aspectos do pensamento dos
dois mestres, mas buscando uma síntese entre eles,
Anaxímenes incorporou argumentos de ambos e
propôs o ar como princípio de todas as coisas:
“Como nossa alma, que é ar, soberanamente nos
mantém unidos, assim também todo o cosmo sopro
e ar o mantêm”.
• O ar seria um elemento mais sutil que a água, quase
inobservável, mas que nos animaria, nos daria vida,
como testemunha nossa respiração.
Pitágoras: os números
• Pitágoras de Samos (570-490 a.C) foi um profundo
estudioso da matemática, defendendo a tese de que todas
as coisas são números.
• Conta-se que para chegar a esta tese, primeiro teria
percebido que à harmonia dos acordes musicais
correspondiam certas proporções aritméticas. Supôs,
então, que as mesmas relações se encontrariam na
natureza. Unindo essa suposição aos seus conhecimentos
de astronomia, concebeu a ideia de um cosmo harmônico,
regido por relações matemáticas.
• Se para Pitágoras “tudo é número”, isso quer dizer que o
princípio fundamental (arché) seria a estrutura numérica,
matemática, da realidade. A diferença entre as coisas
resultaria, essencialmente, de uma questão de números.
Heráclito: fogo e devir
• Heráclito de Éfeso (535-475 a.C), observava que a realidade é dinâmica
e que a vida está em constante transformação. Concentrou sua reflexão
sobre o que muda. O filósofo dirá que tudo flui, nada persiste nem
permanece o mesmo. O ser não é mais que o vir a ser. “Tu não pode
descer duas vezes no mesmo rio, porque novas águas correm sobre ti”.
• O fluxo constante da vida seria impulsionado justamente pela luta de
forças contrárias: a ordem e a desordem, o bem e o mal, o belo e o
feio, a construção e a destruição, a justiça e a injustiça, etc. Assim,
afirmava que “a luta é a mãe, rainha e princípio de todas as coisas” É
pela luta das forças opostas que o mundo se modifica e evolui.
• Por isso, Heráclito imaginou que, se devia haver um elemento
primordial da natureza, este teria que ser o fogo, com chamas vivas e
eternas, governando o constante movimento dos seres.
• A medida desse acender e apagar do fogo seria determinada pelo
logos, o pensamento e a razão criadora e unificadora das tensões
opostas, a razão-discurso do filósofo .
Parmênides: o ser
• Parmênides (510-470 a.C), não se ilude com o que lhe trazem
os sentidos, admite apenas o que lhe vem através da mente,
pela razão.
• Para ele, os sentidos não são o melhor caminho para o
conhecimento verdadeiro das coisas. Dessa forma, seu
princípio de todas as coisas é o ser, em torno do qual ele dará
início a uma reflexão que fecundará a base de um ramo
filosófico: a metafísica.
• Sintetiza o pensamento “o ser é e o não ser não é”. Com essa
fórmula ele chama a atenção para a identidade das coisas.
Algo que é só pode ser. E não pode ser algo que não é.
• Ele lança os pressupostos lógicos da ontologia, o estudo do ser.
É considerado o primeiro filósofo a expor dois princípios
lógicos importantes: o da identidade ( A=A)e o não identidade
(se A=A, é impossível, ao mesmo tempo e na mesma relação,
A=não A) .
Empédocles: quatro elementos
• Empédocles ( 490-430 a.C), defendeu a existência
de quatro elementos primordiais, que constituem
as raízes de todas as coisas percebidas: o fogo, a
terra, a água e o ar. Esses elementos seriam
movidos e misturados de diferentes maneiras em
função de dois princípios universais opostos:
-amor- responsável pela força de atração e união e
pelo movimento de crescente harmonização das
coisas;
- ódio- responsável pela força de repulsão e
desagregação e pelo movimento de decadência,
dissolução e separação das coisas.
Demócrito: o átomo
• Demócrito (460- 370 a.C) acreditava que a
realidade era composta de átomos, partículas
indivisíveis, imutáveis, não criadas e
indestrutíveis, que ao se atrair e repelir, e
movimento constante, formariam todas as
coisas do Universo. A atração e repulsão, não
ocorreriam de maneira aleatória, segundo a
teoria de Demócrito, mas conforme um
movimento ordenado: segundo suas formas
geométricas, os átomos semelhantes se
atrairiam e os diferentes se repeliriam.
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