células tronco e regeneração do coração

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JC e-mail 4278, de 13 de Junho de 2011.
9. Células Tronco: pesquisas tentam regenerar o coração
Cientistas britânicos conseguiram transformar um tipo de célula similar à célula-tronco de corações de
ratos adultos em músculo cardíaco.
Pesquisa que comprova que o coração tem células de reparação inativas que podem ser reativadas.
Embora a pesquisa ainda tenha de ser feita com humanos e esteja em seus estágios iniciais, os
resultados sugerem que, no futuro, uma droga poderá ser desenvolvida para fazer com que os corações lesados
por uma parada cardíaca se regenerem. "Posso imaginar um paciente sob risco sabido de enfarte tomando um
comprimido via oral...que prepararia o coração para que, se ele tenha uma parada cardíaca, a lesão seja
reparada", disse Paul Riley, da University College London, que liderou o estudo.
Avanços importantes na medicina nos últimos anos ajudaram a reduzir o número de pessoas que
morrem de enfarte, mas a lesão provocada pelo ataque cardíaco - quando as células do coração morrem por falta
de oxigênio - atualmente é permanente.
Se se formar uma certa quantia de tecido morto, os pacientes podem desenvolver insuficiência
cardíaca, uma condição debilitante na qual o coração não é capaz de bombear sangue suficiente para o corpo.
Cientistas do mundo inteiro investigam formas diversas de regenerar o tecido cardíaco, mas por
enquanto as pessoas com insuficiência cardíaca grave usam aparelhos mecânicos ou esperam por um
transplante. A equipe de Riley, cujo estudo foi publicado na revista Nature na semana passada, alvejou
determinadas células encontradas na camada externa do coração, chamada epicárdio.
Essas células, chamadas de células progenitoras derivadas do epicárdio (EPDCs, na sigla em inglês),
são conhecidas por serem capazes de se transformar numa série de células especialistas, inclusive nas do
músculo cardíaco, nos embriões em desenvolvimento.
Especialistas pensavam anteriormente que a capacidade das EPDCs de se transformar estivesse perdida
na idade adulta, mas esse estudo da equipe de Riley descobriu que o tratamento de corações saudáveis de um
rato adulto com uma molécula chamada timosina beta 4 permitiu que se "programasse" o coração para que ele
se reparasse após a lesão.
Método baseado em células do sangue é mais simplificado –
Um estudo da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, publicado na revista PLoS ONE,
também traz novas esperanças para a regeneração do coração. O estudo apresenta um método simplificado, nãoviral e mais barato para a transformação de células do sangue em células funcionais do coração, batendo com
quase 100% de eficiência, segundo os pesquisadores. No entanto, as células ainda não estão prontas para testes
em seres humanos.
Para pegar células-tronco de uma fonte (como o sangue) e desenvolvê-las em um outro tipo de célula
(como as do coração), os cientistas normalmente usam vírus para "entregar" um pacote de genes para as células
para, primeiro, transformá-las em células-tronco. No entanto, os vírus podem iniciar mutações e gerar tumores
nas células recém-transformadas. Para inserir os genes sem usar um vírus, a equipe de cientistas decidiu usar o
plasmídeo, anéis de DNA que se replicam rapidamente dentro de células e eventualmente se degeneram.
Os cientistas descreveram que o método que cria condições para células se transformarem em células
do coração também na fase de seu crescimento e os nutrientes necessários para a transformação completa. Eles
relataram que a fórmula funcionou bem para pelo menos 11 tipos diferentes de linhagens de células-tronco,
além das mais controversas células-tronco embrionárias, seu foco principal.
Para o estudo, após a revisão de mais de 30 estudos precedentes, os cientistas acrescentaram variáveis
que facilitariam e barateariam o processo. O novo processo custa um décimo dos anteriores.
Regeneração mais rápida e sem a célula tronco –
No início do ano, cientistas do Instituto de Pesquisa Scripps conseguiram converter células adultas da
pele diretamente em células do coração com batimento, sem a necessidade de passar primeiro pelo difícil
processo de geração de células-tronco. O novo método pode ajudar a desenvolver tratamentos para diversas
doenças que envolvam perda ou danos em células (como o mal de Parkinson e Alzheimer). O estudo foi
publicado na revista Nature Cell Biology.
Com o desenvolvimento do corpo humano, as células-tronco embrionárias de multiplicam e se
transformam em tipos celulares mais maduros por meio de um processo conhecido como diferenciação,
produzindo todas das diferentes células encontradas no corpo humano. Depois do processo de diferenciação, no
entanto, o corpo humano tem uma capacidade limitada para gerar novas células que substituam aquelas que
tenham sido danificadas.
Dessa forma, cientistas têm tentado desenvolver maneiras de "reprogramar" células adultas humanas
para um estado embrionário, ou pluripotente, em que eles possam se dividir e diferenciar em qualquer tipo de
célula do corpo. Essa técnica pretende, um dia, usar células do próprio paciente - por exemplo, células da pele para criar células necessárias do coração ou do cérebro e consertar tecidos danificados.
Embora em 2006 um grupo de cientistas japoneses tenham conseguido reprogramar células da pele de
ratos, tornando-as pluripotentes com a inserção de apenas quatro genes, a técnica para a criação dessas células
em estado embrionário ainda é lenta (leva até quatro semanas) e precisa superar vários obstáculos.
Sendo assim, o novo método é uma alternativa interessante porque "pula" o estágio de conversão das
células em células-tronco, otimizando o tempo do processo para 11 dias e minimizando os riscos de erros.
Os pesquisadores usaram os mesmo quatro genes utilizados para criar das células-tronco, mas ao invés
de deixarem que ficassem ativos nas células por diversas semanas, eles "desligaram" suas atividades após
poucos dias, muito antes que a célula se tornasse uma pluripotente. Nesse momento, os cientistas deram um
sinal para que a célula mudasse de função, tornando-se uma célula do coração.
(Tribuna do Norte-RN)
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