Slide 1 - Sociedade Portuguesa de Inovação

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ÍNDICE GERAL
CAPÍTULO 1
A BIOLOGIA DA DOMESTICAÇÃO
CAPÍTULO 5
A INTERPRETAÇÃO DOS PADRÕES DE
DIVERSIDADE GENÉTICA
CAPÍTULO 2
RECURSOS GENÉTICOS E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
CAPÍTULO 6
IDENTIFICAÇÃO E PARENTESCO
CAPÍTULO 3
MÉTODOS MOLECULARES NA ANÁLISE DA
DIVERSIDADE BIOLÓGICA
CAPÍTULO 7
AS TRANSFORMAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS
CAPÍTULO 4
BREVES NOÇÕES DE GENÉTICA
POPULACIONAL
CAPÍTULO 8
A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
GENÉTICOS
CAPÍTULO 1 ● A BIOLOGIA DA DOMESTICAÇÃO
Índice do Capítulo
:: Objectivos;
:: Introdução;
:: Centros de Domesticação:
:: Domesticação das Plantas;
:: Outros factores que afectam o início da
domesticação;
:: Diferenciação das raças;
:: Bibliografia.
CAPÍTULO 1 ● A BIOLOGIA DA DOMESTICAÇÃO
Objectivos
No final do Capítulo os formandos deverão ser capazes de:
:: Conhecer o processo de domesticação de espécies animais e vegetais iniciada pelos povos de
caçadores-recolectores do Crescente Fértil;
:: Localizar no tempo e no espaço os principais centros de domesticação;
:: Descrever as principais alterações comportamentais e fenotípicas sofridas pelos animais e plantas
com o decurso da domesticação.
CAPÍTULO 1 ● A BIOLOGIA DA DOMESTICAÇÃO
Introdução
Presentemente 99% dos seres humanos depende directa ou indirectamente dos produtos agrícolas e
animais e dos seus derivados para:
:: Alimentação;
:: Combustível;
:: Fertilizante para os solos;
:: Produção de vestuário e calçado;
:: Cosmética;
:: Força de tracção.
Múltiplos motivos, alguns destes pouco conhecidos, levaram a humanidade a domesticar animais e
plantas conhecidos.
Os eventos que conduziram à domesticação e posterior difusão da agricultura não ocorreram em
simultâneo, mas sim de uma forma difusa, ao longo de uma determinada época que se convencionou
designar por Neolítico.
CAPÍTULO 1 ● A BIOLOGIA DA DOMESTICAÇÃO
Centros de Domesticação
Os locais onde se deu a domesticação são designados de centros de origem ou domesticação.
São seis os principais centros:
:: Velho Mundo
:: Próximo Oriente, Vale do Indostão, Ásia Central, Sudeste Asiático, Bacia do
Mediterrâneo e Norte de África);
:: Novo Mundo
:: América Central e Cordilheira Andina.
O centro de domesticação do Próximo Oriente, ou Crescente Fértil, é tido como o primeiro e o mais
importante de todos pelo número de espécies domesticadas e por ter sido o precursor das
civilizações ocidentais.
CAPÍTULO 1 ● A BIOLOGIA DA DOMESTICAÇÃO
Centros de Domesticação
Centro de domesticação
Plantas
Animais
Mediterrâneo
Ervilha
Azeitona
Trigo duro
Menta
Próximo Oriente
Trigo
Lentilha
Aveia
Cevada
Mostarda
Luzerna
Couve
Uva
Cabra
Ovelha
Porco
Vaca
Dromedário
Gato
Búfalo
Médio Oriente
Amêndoa
Pêssego
Linho
Couve
Alho
Cenoura
Uva
Ervilha
Algodão
Maçã
Cavalo
Camelo (báctriano)
Ovelha
Cabra
CAPÍTULO 1 ● A BIOLOGIA DA DOMESTICAÇÃO
Centros de Domesticação
Centro de domesticação
Plantas
Animais
Extremo Oriente
Cebola
Soja
Maçã
Alface
Nabo
Porco
Galinha
Carpa
Búfalo
Índia
Arroz
Laranja
Cana-de-açúcar
Pimenta preta
Pepino
Manga
Banana
Coco
Vaca
Galinha
Nordeste Africano
Café
Ocre
Sorgo
Burro
Vaca
CAPÍTULO 1 ● A BIOLOGIA DA DOMESTICAÇÃO
Centros de Domesticação
Centro de domesticação
Plantas
Animais
México
Milho
Papaia
Batata-doce
Algodão
Amaranto
Perú
Andes
Algodão
Batata
Abóbora
Tomate
Mandioca
Porco da Guiné
Lama
Alpaca
CAPÍTULO 1 ● A BIOLOGIA DA DOMESTICAÇÃO
Centros de Domesticação
Figura 1.1. Localização dos Centros de domesticação a cinza
CAPÍTULO 1 ● A BIOLOGIA DA DOMESTICAÇÃO
Centros de Domesticação >> Domesticação das Plantas
Quais foram as primeiras plantas domesticadas?
:: Foram sobretudo gramíneas como o trigo, cevada, linho e centeio;
:: Posteriormente, foi domesticada a couve e algumas árvores de fruto.
Onde?
:: Velho Mundo
:: Crescente Fértil;
:: Na bacia do Mediterrâneo;
:: Industão;
:: Nordeste Africano.
:: Novo Mundo
:: América do Sul.
Quando?
:: Iniciou-se há cerca de 17 000 anos.
CAPÍTULO 1 ● A BIOLOGIA DA DOMESTICAÇÃO
Centros de Domesticação >> Domesticação das Plantas
Em resultado disto:
:: Os povos do Crescente Fértil passam a ter uma fonte de alimentos permanente e segura;
:: Começam a tornar-se sedentários;
:: Surgem então os primeiros povoados na região da Mesopotâmia (presentemente parte do Iraque,
Turquia, Síria e Irão);
:: Há cerca de 12 000 a 15 000 anos, os primeiros povos de agricultores passam por uma expansão
demográfica, fruto da abundância alimentar resultante do cultivo e colheita de cereais e outras
espécies vegetais entretanto domesticadas.
CAPÍTULO 1 ● A BIOLOGIA DA DOMESTICAÇÃO
Outros Factores que Afectam o Início da Domesticação
:: Fim do período glaciar no hemisfério Norte → aumento gradual da temperatura → a aridez
começa a comprometer o desenvolvimento de certas plantas;
:: Diminuição de zonas ricas em pastagem;
:: Redução da disponibilidade de água → condiciona o estabelecimento de zonas de cultivo e
fixação das comunidades humanas e animais;
:: Herbívoros e agricultores começam a competir pelo mesmo espaço;
:: Crescente aumento da procura de alimentos fruto da explosão demográfica → desflorestação e
esgotamento nutritivo dos solos;
:: Inicia-se a “aproximação” forçada de algumas espécies animais.
CAPÍTULO 1 ● A BIOLOGIA DA DOMESTICAÇÃO
Outros Factores que Afectam o Início da Domesticação
Figura 1.2. Fronteiras bem marcadas entre o deserto e as
zonas de cultivo no Egipto
CAPÍTULO 1 ● A BIOLOGIA DA DOMESTICAÇÃO
Diferenciação de Raças
Principais mudanças sofridas pelas plantas domésticas:
:: Aumento da produtividade;
:: Adaptação a novas condições climáticas;
:: Ciclos reprodutivos mais curtos;
:: Nalguns casos perda de semente e hiper-desenvolvimento do fruto.
Porquê?
:: Necessidade de adaptação a climas de características diferentes, solos, pragas e necessidades
humanas.
Como?
:: Por cruzamento das plantas domésticas com as espécies semelhantes nativas de cada região;
:: Selecção de caracteres produtivos (tamanho da semente, fibrosidade, quantidade de sementes).
CAPÍTULO 1 ● A BIOLOGIA DA DOMESTICAÇÃO
Diferenciação de Raças
Principais mudanças sofridas pelos animais domésticos:
:: Aumento da produtividade;
:: Adaptação a novas condições climáticas;
:: Docilidade;
:: Redução ou aumento do porte.
Porquê?
:: Necessidade de adaptação a climas de características diferentes, parasitas e necessidades humanas.
Como?
:: Processo mais moroso e especializado do que nas plantas;
:: Especialização das raças em relação à capacidade de trabalho e à produção de carne, leite, ovos
e fibras;
:: Baixo número de espécies envolvidas.
CAPÍTULO 1 ● A BIOLOGIA DA DOMESTICAÇÃO
Bibliografia
:: Clutton-Brock J. (1999). A Natural History of Domesticated Mammals, Cambridge University
Press.
:: Direcção Geral de Pecuária (1987). Recursos Genéticos - Raças autóctones, espécies ovina e
caprina. Direcção Geral da Pecuária, Lisboa.
:: FAO (1992). United Nations Environment Program Convention on Biological Diversity,
Organização para Agricultura e Alimentação, Roma.
:: FAO (2000). World Watch List for Domestic Animal Diversity. Organização para Agricultura e
Alimentação, Roma.
:: Farias R. & Botelho A. (1996) Actas das Comunicações da 1ª Conferência Técnica sobre
Recursos Genéticos Vegetais, Banco Português de Germoplasma, Braga.
CAPÍTULO 1 ● A BIOLOGIA DA DOMESTICAÇÃO
Bibliografia
:: Miranda do Vale J. (1934) Exterior dos bovinos e suínos. Colecção Rústica - Folhetos do
Agricultor. Empresa Nacional de Publicidade, Lisboa.
:: Miranda do Vale J. (1976). O exterior do cavalo. Colecção Rústica, Editorial Notícias, Lisboa.
:: Rodrigos A. (1981). Bovinos em Portugal. Direcção Geral dos Serviços Veterinários, Lisboa.
:: Sanchez-Belda A. (1984). Razas bovinas españolas, Ministério de Agricultura, Madrid.
:: Serra J. L. (1979). Anatomia, fisiologia e exterior dos animais domésticos. Colecção Agros,
Livraria Popular de Francisco Franco. Lisboa.
:: Zaohary D. & Hopf M, (2000) Domestication of Plants in the Old World. Oxford University Press,
Cambridge.
CAPÍTULO 2 ● RECURSOS GENÉTICOS E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Índice do Capítulo
:: Objectivos;
:: Introdução Histórica;
:: Os Recursos Genéticos;
:: Importância da Biodiversidade;
:: Bibliografia;
:: Endereços de Internet.
CAPÍTULO 2 ● RECURSOS GENÉTICOS E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Objectivos
No final do Capítulo os formandos deverão ser capazes de:
:: Descrever as principais consequências da mudança nos sistemas de produção agrícola após a
Revolução Industrial;
:: Reconhecer a importância do aproveitamento dos recursos genéticos locais no desenvolvimento
sustentável das regiões.
CAPÍTULO 2 ● RECURSOS GENÉTICOS E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Introdução Histórica
Revolução Industrial
:: Distâncias geográficas ficaram mais curtas (caminho-de-ferro);
:: Transferência de recursos excedentes de uma determinada região para outra geograficamente
afastada e mais deficitária;
:: Possibilidade de abastecer os mercados com produtos agrícolas de regiões cada vez mais
longínquas;
:: Progressos na área da química permitiram a criação de fertilizantes;
:: Incremento da capacidade produtiva dos solos;
:: Aumento do número de animais sustentados por hectare (encabeçamento).
CAPÍTULO 2 ● RECURSOS GENÉTICOS E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Introdução Histórica
A sobrevivência e desenvolvimento das civilizações assenta na parceria entre o Homem e os
seus animais e plantas domésticas.
CAPÍTULO 2 ● RECURSOS GENÉTICOS E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Introdução Histórica
Em resultado disto:
Agricultura
:: Os custos de produção baixaram abruptamente;
:: Aumentou a superfície agrícola;
:: Aumento da produção vegetal;
:: Novas variedades de frutos e legumes;
:: O ambiente deixa de ser um factor limite em muitos casos;
:: Possibilidade de consumo de frutos e vegetais fora
de época.
CAPÍTULO 2 ● RECURSOS GENÉTICOS E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Introdução Histórica
Produção animal e derivados
:: Aumento da produção animal;
:: Aumento do consumo;
:: Selecção de raças animais altamente produtivas;
:: Aumento da qualidade e bem-estar animal;
:: Diminuição dos custos de produção;
:: Diversificação de derivados alimentares;
:: Melhoria na qualidade alimentar.
CAPÍTULO 2 ● RECURSOS GENÉTICOS E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Introdução Histórica
Final do Século XX
:: Tomada de consciência politica acerca da biodiversidade;
:: Assinatura da convenção para salvaguarda da biodiversidade no Rio de Janeiro;
:: Início das politicas agro-ambientais pela UE;
:: Agenda 2000;
:: Retorno à agricultura sustentável.
CAPÍTULO 2 ● RECURSOS GENÉTICOS E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Os Recursos Genéticos
Definição
São o conjunto de raças animais e variedades vegetais adaptadas ao meio ambiente, ao
sistema de produção agrícola dessa região e a uma determinada função (alimentação,
trabalho, têxtil).
Como surgiram
Interacção entre o homem, o meio ambiente e os indivíduos das espécies domésticas,
animais e vegetais, ao longo dos tempos, num processo complexo que conduziu à
formação de raças animais e variedades vegetais com características singulares.
CAPÍTULO 2 ● RECURSOS GENÉTICOS E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Os Recursos Genéticos
Recursos genéticos europeus
A adaptação
Capacidade de sobreviver e de se reproduzir com os recursos disponíveis.
Diversidade genética
No seio de cada raça os indivíduos têm pequenas diferenças genéticas que lhes conferem
vantagem, ou desvantagem, em situações diferentes daquelas que caracterizavam a sua
região de proveniência.
CAPÍTULO 2 ● RECURSOS GENÉTICOS E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Os Recursos Genéticos
CAPÍTULO 2 ● RECURSOS GENÉTICOS E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Importância da Biodiversidade
É necessária diversidade genética para:
:: Conferir plasticidade fisiológica;
:: Capacidade de adaptação a mudanças climáticas;
:: Responder à procura dos mercados;
:: Preservação da paisagem rural.
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Limites da genética
:: Nem sempre a diversidade genética pode ajudar à adaptação;
:: O homem tem de intervir no sentido de amenizar grandes diferenças ambientais.
Exemplos:
:: A bananeira não sobrevive naturalmente em regiões como a Península Escandinava;
:: As vacas leiteiras não sobrevivem sem ajuda do homem no deserto do Neguev (Israel).
CAPÍTULO 2 ● RECURSOS GENÉTICOS E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Importância da Biodiversidade
A
destruição
das
raças
ou
variedades locais de animais e
plantas, que resultaram de milhares
de anos de evolução, constitui uma
perda terrível e uma grave ameaça
para o futuro.
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CAPÍTULO 2 ● RECURSOS GENÉTICOS E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Os Recursos Genéticos
Bovinas
Caprinas
Equinas
Ovinas
Suínas
Blue Belgique
Saanen
Andaluz
Awassi
Danish
Landrace
Blond d’Aquitaine
Murciana
Árabe
Ille de France
Duroc
Charolesa
Malaguenha
Hanoveriano
Manchega
Large Black
Gelbvieh
Puro Sangue
Inglês
Romanov
Large White
Holstein-Frisian
Sela Francês
Suffolk
Pietran
Jersey
Limousine
Normandesa
Sallers
Tabela 2.1. Principais raças exótica introduzidas em Portugal desde do século XIX
CAPÍTULO 2 ● RECURSOS GENÉTICOS E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Os Recursos Genéticos
NOTA
O CASO PORTUGUÊS
No princípio do século XX, iniciam-se as importações de raças e variedades domésticas
exóticas. Numa primeira fase, estas importações tiveram como objectivo melhorar alguns
caracteres produtivos dos recursos genéticos Portugueses.
Mas, na sua grande maioria, as raças e variedades exóticas conseguiam obter níveis de
produtividade muito maiores em condições de exploração intensa, pelo que os agricultores
rapidamente optaram por estas em detrimento das raças tradicionais.
Em menos de sessenta anos, Portugal e muitos outros países perderam, irremediavelmente,
uma parte muito importante dos seus recursos genéticos desenvolvidos durante centenas, ou
mesmo milhares de anos.
CAPÍTULO 2 ● RECURSOS GENÉTICOS E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Bibliografia
:: Direcção Geral de Pecuária (1987). Recursos Genéticos - Raças autóctones, espécies ovina e
caprina. Direcção Geral da Pecuária, Lisboa.
:: Rodrigos A. (1981). Bovinos em Portugal. Direcção Geral dos Serviços Veterinários, Lisboa.
:: Farias R. & Botelho A. (1996) Actas das Comunicações da 1ª Conferencia Técnica sobre
Recurso Genéticos Vegetais, Banco Português de Germoplasma, Braga.
:: Matos C. A. P. (2000). Recursos genéticos animais e sistemas de exploração tradicionais em
Portugal. Archivos de Zootecnia 49, 363-383.
CAPÍTULO 2 ● RECURSOS GENÉTICOS E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Bibliografia
:: Reis J. (1995). Acerca do porco. Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores, Lisboa.
:: Rodrigos A. (1981). Bovinos em Portugal. Direcção Geral dos Serviços Veterinários, Lisboa.
:: Santos E. & Bettencourt E. (2002). Manual de apoio à formação e treino em Conservação ex situ
de Recursos Fitogenéticos, Instituto Internacional dos Recursos Fitogenéticos (IPIGRI), Nairobi
Quénia e Instituto Nacional de Investigação agrária (INIA), Lisboa. Disponível em formato pdf via
Internet: http://www.ipgri.cgiar.org/Themes/exsitu/RecursosFitogeneticos/PDF/Prelims.pdf.
:: Serra J. L. (1979). Anatomia, fisiologia e exterior dos animais domésticos. Colecção Agros,
Livraria Popular de Francisco Franco. Lisboa.
CAPÍTULO 2 ● RECURSOS GENÉTICOS E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Endereços de Internet
:: Agroportal: noticias e artigos de opinião sobre a agricultura em Portugal http://www.agroportal.pt.
:: Conferência Internacional sobre a Biodiversidade: ciência e governação, UNESCO 24 a 26 de
Janeiro, 2005, Paris http://www.recherche.gouv.fr/biodiv2005paris/en/index.htm.
:: Domestic Animal Diversity Information System (DAD-IS) Portal de Internet da FAO com
informação sobre os recursos genéticos animais de todo o mundo http://dad.fao.org/en/Home.htm.
:: Portal Internet do Ministério da Agricultura e Pescas, http://www.min-agricultura.pt/.
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS MOLECULARES NA ANÁLISE DA
DIVERSIDADE BIOLÓGICA
Índice do Capítulo
:: Objectivos;
:: A electroforese de proteínas;
:: A reacção em cadeia da polimerase (PCR);
:: Os polimorfismos de tamanho dos fragmentos de restrição (RFLP);
:: Os polimorfismos de tamanho dos fragmentos amplificados (AFLP);
:: Os microssatélites;
:: Os polimorfismos nucleotídicos simples (SNP);
:: Bibliografia.
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS MOLECULARES NA ANÁLISE DA
DIVERSIDADE BIOLÓGICA
Objectivos
No final do Capítulo os formandos deverão ser capazes de:
:: Compreender os fundamentos dos principais métodos moleculares utilizados na análise da
diversidade biológica;
:: Avaliar as vantagens e limitações dos diferentes métodos na caracterização genética das
espécies.
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS MOLECULARES NA ANÁLISE DA
DIVERSIDADE BIOLÓGICA
A Electroforese de Proteínas
A separação das proteínas por electroforese baseia-se na capacidade de aquisição de carga em
solução e subsequente aplicação de um campo eléctrico.
Dos 20 aminoácidos que entram na constituição das proteínas, três podem ter carga positiva e
dois carga negativa. Os restantes são electricamente neutros.
A introdução de técnicas de focagem isoeléctrica, que separam as proteínas com base no seu
ponto isoeléctrico, aumentou de forma significativa a capacidade de resolução das técnicas
electroforéticas convencionais.
No seu conjunto, as técnicas de separação de proteínas revelaram uma enorme quantidade de
variabilidade genética existente nos organismos. No entanto, estas técnicas foram, sempre, uma
análise indirecta do genoma, com limitações metodológicas importantes e não aplicáveis a regiões
não codificantes.
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS MOLECULARES NA ANÁLISE DA
DIVERSIDADE BIOLÓGICA
A Electroforese de Proteínas
V
+
A
_
Origem da
migração
Figura 3.1. Aspecto de uma separação electroforética de proteínas
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS MOLECULARES NA ANÁLISE DA
DIVERSIDADE BIOLÓGICA
A Reacção em Cadeia da Polimerase (PCR)
Uma reacção de PCR é tipicamente constituída por três passos:
:: Desnaturação do DNA a elevadas temperaturas;
:: Hibridação dos primers com cadeias de DNA simples;
:: Extensão das novas cadeias por acção da polimerase do DNA.
Actualmente, é possível realizar reacções de PCR sobre qualquer tipo de material de origem
biológica (incluíndo, em condições especiais, material fóssil não muito antigo) e obter, assim
DNA em quantidade suficiente para ser estudado por uma ampla variedade de métodos de
análise.
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS MOLECULARES NA ANÁLISE DA
DIVERSIDADE BIOLÓGICA
A Reacção em Cadeia da Polimerase (PCR)
Figura 3.2. Principais aspectos de
uma
reacção
em
cadeia
da
polimerase (PCR).
a. a reacção de PCR pode amplificar
qualquer porção da molécula de DNA;
b. no início, as duas cadeias
desnaturam e abrem, dando lugar à
hibridação por parte dos primers e
subsequente processo de extensão;
c. um ciclo de uma reacção de PCR é
composto
por
uma
fase
de
desnaturação do DNA (D), uma fase
de hibridação com os primers (H) e
uma fase de extensão do DNA
mediada por uma polimerase (E);
d. a partir de um número inicial
reduzido de cópias do segmento de
DNA que se pretende amplificar, dáse um aumento exponencial ao longo
dos ciclos da reacção de PCR.
a
b
C
5’
3’
3’
5’
d
93 C
D
E
70 C
50 C
H
Tempo
0
1
2
Nº de ciclos
3
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS MOLECULARES NA ANÁLISE DA
DIVERSIDADE BIOLÓGICA
Os Polimorfismos de Tamanho dos Fragmentos de Restrição (RFLP)
A utilização de RFLP na caracterização de genomas baseia-se na possibilidade de
utilização de enzimas de restrição, capazes de reconhecer pequenas sequências
específicas na molécula de DNA e produzir um corte.
A análise de RFLP por rotina implica a amplificação prévia, por PCR, de uma região de
interesse, a sua digestão com a enzima, ou enzimas seleccionadas, e a subsequente
separação dos fragmentos obtidos num gel de agarose ou de poliacrilamida.
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS MOLECULARES NA ANÁLISE DA
DIVERSIDADE BIOLÓGICA
Os Polimorfismos de Tamanho dos Fragmentos de Restrição (RFLP)
A
700 bp
G A AT T C
C T TA A G
Figura 3.3. Procedimentos experimentais
destinados à obtenção de RFLP.
EcoRI
A. as sequências de DNA possuem
determinados motivos que são reconhecidos
pelas enzimas de restrição;
B. estas enzimas cortam o DNA em
fragmentos mais pequenos;
C. os fragmentos de DNA resultantes da
digestão enzimática são separados por
electroforese.
B
200 bp
G
500 bp
A AT T C
C T TA A
Electroforese
C
_
700bp
500bp
200bp
+
G
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS MOLECULARES NA ANÁLISE DA
DIVERSIDADE BIOLÓGICA
Os polimorfismos de tamanho dos fragmentos amplificados (AFLP)
Os AFLP surgiram como uma forma relativamente simples e rápida de caracterizar genomas
pouco ou nada conhecidos. Representam um avanço considerável em relação aos RAPD
(porções polimórficas do DNA amplificadas aleatoriamente) por serem mais reprodutíveis,
mas a sua interpretação é, ainda assim, complexa.
A obtenção de AFLP faz-se através de uma primeira digestão do DNA extraído com duas
enzimas de restrição, seguida da utilização de adaptadores aos quais se ligam primers
específicos que, por isso, vão amplificar apenas uma pequena fracção do DNA digerido.
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS MOLECULARES NA ANÁLISE DA
DIVERSIDADE BIOLÓGICA
Os polimorfismos de tamanho dos fragmentos amplificados (AFLP)
A
5’
G
3’
C T TA A
Figura 3.4. Procedimentos experimentais
destinados à obtenção de AFLP.
B
A. o DNA total de um organismo é cortado por
duas enzimas de restrição;
C
B e C. nos locais de corte são adicionados
adapatadores especiais que permitem a ligação
de adapatadores específicos;
EcoRI
5’
3’
MseI
A AT TC
T
TA A
3’
T
5’
A AT
G
C
TA C
3’
G
5’
Adaptadores de ligação
G T TA A
5’
C A AT TC
T TA C
3’
3’
G TTA A G
A AT G
5’
Amplificação utilizando iniciadores
especificos dos adaptadores
D
5’
C A AT TC
T TA C
3’
G T T A AG
T TA C
3’
D. procede-se à amplificação da porção do
DNA à qual se ligaram adapatadores;
E. padrões de bandas observados num gel de
AFLP.
E
G TTA A G
A AT G
5’
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS MOLECULARES NA ANÁLISE DA
DIVERSIDADE BIOLÓGICA
Os Microssatélites
Os microssatélites são conjuntos de uma a seis bases repetidas em tandem que, no total, não
ultrapassam cerca de 200 nucleótidos. A identificação de microssatélites nas espécies de
interesse é feita através da construção de uma biblioteca genómica, seguida de clonagem dos
fragmentos que contém microssatélites e da sua sequenciação. Os primers são
posteriormente desenhados nas regiões flanqueadoras.
A separação e análise dos microssatélites faz-se em geis de poliacrilamida e subsequente
coloração com nitrato de prata. Alternativamente, vários microssatélites podem ser analisados
simultaneamente com auxílio de um sequenciador automático, procedendo-se à sua detecção
mediante fluorescência.
O elevado grau de variabilidade dos microssatélites e a sua abundância na maior parte dos
genomas confere-lhes um papel de enorme importância na construção de mapas genéticos,
na análise da diversidade genética das populações e das espécies, e também em estudos de
identificação individual e certificação do parentesco.
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS MOLECULARES NA ANÁLISE DA
DIVERSIDADE BIOLÓGICA
Os Microssatélites
a
aatgtccaggcttctCACACACACACACACACACACACACACAccttgtaacgttt
aatgtccaggcttctCACACACACACACACACACACACAccttgtaacgttt
b
ggtatcttatctgtaaGTTGTTGTTGTTGTTGTTGTTGTTGTTGTTtaggattatgcg
c
tgacttactgaatcttGATAGATAGATAGATAGATAGATAGATAaagagttctaac
Figura 3.5. Alguns exemplos de microssatélites.
(a) di-nucleotídeo representado por duas formas, uma com 14 repetições do motivo
CA, e outra com apenas 12;
(b) tri-nucleotídeo;
(c) tetra-nucleotídeo.
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS MOLECULARES NA ANÁLISE DA
DIVERSIDADE BIOLÓGICA
Os Microssatélites
A.
B.
Figura 3.6. Separação de um microssatélite
A) em gel de poliacrilamida e coloração com nitrato de prata e
B) em sequenciador automático.
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS MOLECULARES NA ANÁLISE DA
DIVERSIDADE BIOLÓGICA
Os Polimorfismos Nucleotídicos Simples (SNP)
A introdução da sequenciação de DNA em larga escala permitiu a emergência dos SNP, o
principal tipo de variação molecular existente no DNA. Os SNP são tipicamente polimorfismos
bi-alélicos, e a sua abundância, aliada à facilidade de análise e respectiva automatização,
transformá-los-á, em pouco tempo, como os mais relevantes na maior parte dos estudos de
genética fundamental e aplicada.
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS MOLECULARES NA ANÁLISE DA
DIVERSIDADE BIOLÓGICA
Os Polimorfismos Nucleotídicos Simples (SNP)
Figura 3.7. Resultado de uma reacção de sequenciação de DNA em que os picos indicam os
nucleoótidos que constituem uma das cadeias da molécula. A seta indica um polimorfismo
nucleotídico simples (SNP) resultante da ocorrência simultânea das bases C e T.
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS MOLECULARES NA ANÁLISE DA
DIVERSIDADE BIOLÓGICA
Bibliografia
:: Avise J. (2004). Molecular Markers, Natural History and Evolution. 2nd. Edition, Sinauer
Associates.
:: Hartl D. L. & Clark A. G. (1997). Principles of Population Genetics. 3rd Edition, Sinauer
Associates.
CAPÍTULO 4 ● BREVES NOÇÕES DE GENÉTICA
POPULACIONAL
Índice do Capítulo
:: Objectivos;
:: Polimorfismo, frequências alélicas e frequências genotípicas;
:: O equilíbrio de Hardy-Weinberg;
:: A heterozigotia;
:: Os factores de mudança evolutiva;
:: As características complexas;
:: Bibliografia.
CAPÍTULO 4 ● BREVES NOÇÕES DE GENÉTICA
POPULACIONAL
Objectivos
No final do Capítulo os formandos deverão ser capazes de:
:: Compreender o conceito de polimorfismo genético e estar aptos a calcular frequências
alélicas e genotípicas;
:: Compreender o equilíbrio de Hardy-Weinberg e saber determinar os valores de heterozigotia
observada e esperada a partir de uma distribuição fenotípica;
:: Conhecer os principais factores que determinam a mudança evolutiva e saber avaliar o seu
impacto na trajectória das populações e espécies;
:: Diferenciar características de determinismo genético simples e complexo e compreender o
conceito de QTL.
CAPÍTULO 4 ● BREVES NOÇÕES DE GENÉTICA
POPULACIONAL
Polimorfismo, Frequências Alélicas e Frequências Genótipicas
:: Existe polimorfismo genético quando, numa população, ocorrem pelo menos duas formas
alternativas de um gene com frequências superiores a 1%;
:: A percentagem de loci polimórficos observada numa população e o número médio de alelos por
locus são medidas que sumariam a diversidade genética de uma população, raça ou espécie;
:: Nos sistemas co-dominantes, como acontece geralmente com as proteínas e os microssatélites,
as frequências genotípicas e alélicas são facilmente determinadas por contagem directa.
CAPÍTULO 4 ● BREVES NOÇÕES DE GENÉTICA
POPULACIONAL
Polimorfismo, Frequências Alélicas e Frequências Genótipicas
AA
AB
AB
AA
BB
AB
AA
AB
BB
AA
Figura 4.1. representação esquemática da separação electroforética de uma proteína ou de um
microssatélite com dois alelos comuns, A e B. AA, AB e BB correspondem aos genótipos
observados nos dez indivíduos estudados.
CAPÍTULO 4 ● BREVES NOÇÕES DE GENÉTICA
POPULACIONAL
Polimorfismo, Frequências Alélicas e Frequências Genótipicas
Para o caso anterior:
:: Frequências genótipicas
f(AA) = 4/10 = 0.4
f(AB) = 4/10 = 0.4
f(BB) = 2/10 = 0.2
:: Frequências alélicas
p (frequência de A) = 12/20 = 0.6
q (frequência de B) = 8/20 = 0.4
CAPÍTULO 4 ● BREVES NOÇÕES DE GENÉTICA
POPULACIONAL
O Equilíbrio de Hardy-Weinberg
Uma população diz-se em equilíbrio de Hardy-Weinberg quando não há uma diferença
significativa entre a distribuição fenotípica observada e a esperada assumindo que os
genes se juntam ao acaso para formar os indivíduos. De acordo com este formalismo, as
frequências alélicas não se modificam ao longo das gerações.
CAPÍTULO 4 ● BREVES NOÇÕES DE GENÉTICA
POPULACIONAL
A Heterozigotia
A heterozigotia observada (Ho) obtêm-se a partir da divisão entre o número de indivíduos
heterozigóticos da amostra e o número total de indivíduos analisados.
A heterozigotia esperada (He) corresponde ao valor de heterozigotia no caso de a
população verificar o equilíbrio de Hardy-Weinberg.
CAPÍTULO 4 ● BREVES NOÇÕES DE GENÉTICA
POPULACIONAL
Os Factores de Mudança Evolutiva
A mutação
A mutação é a fonte de diversidade genética que entra numa população e pode implicar
desde simples substituições nucleotídicas até alterações que envolvem o número de
cromossomas.
CAPÍTULO 4 ● BREVES NOÇÕES DE GENÉTICA
POPULACIONAL
Os Factores de Mudança Evolutiva
A recombinação
A recombinação está associada à reprodução sexuada e permite a redistribuição da
diversidade genética que é introduzida nas populações por mutação.
CAPÍTULO 4 ● BREVES NOÇÕES DE GENÉTICA
POPULACIONAL
Os Factores de Mudança Evolutiva
A deriva genética
A deriva genética provoca uma erosão da diversidade ao longo do tempo, podendo mesmo
estar na origem de populações sem qualquer variabilidade genética. Este processo de perda
progressiva de diversidade genética é uma função directa do tamanho efectivo de uma
população.
CAPÍTULO 4 ● BREVES NOÇÕES DE GENÉTICA
POPULACIONAL
Os Factores de Mudança Evolutiva
1.0
0.8
N=20
N=500
0.6
N=500
0.4
N=20
0.2
0
0
20
40
60
80
100
Figura 4.2. Flutuações aleatórias das frequências alélicas em populações de efectivo (N)
grande e pequeno ao longo das gerações. Note-se a rápida fixação dos alelos numa
população de N=20 e, ao contrário, a manutenção do polimorfismo numa população de N=500.
CAPÍTULO 4 ● BREVES NOÇÕES DE GENÉTICA
POPULACIONAL
Os Factores de Mudança Evolutiva
A selecção
Selecção é o processo que determina a modificação das características dos organismos
através da reprodução diferencial dos vários genótipos que existem numa população. Entre
outras situações, pode promover a rápida fixação de um alelo numa população (selecção
positiva), ou então determinar a sua remoção (selecção negativa).
CAPÍTULO 4 ● BREVES NOÇÕES DE GENÉTICA
POPULACIONAL
As Características Complexas
As características morfológicas, fisiológicas e comportamentais que são o alvo dos processos
de selecção natural e artificial exibem, normalmente, um complexo mecanismo de
transmissão que resulta da influência de vários genes e, também, do meio ambiente. Os
genes que contribuem para este tipo de características designam-se por QTL (quantitative
trait loci).
CAPÍTULO 4 ● BREVES NOÇÕES DE GENÉTICA
POPULACIONAL
As Características Complexas
CAPÍTULO 4 ● BREVES NOÇÕES DE GENÉTICA
POPULACIONAL
Bibliografia
:: Hartl D. L. & Clark A. G. (1997). Principles of Population Genetics. 3rd Edition, Sinauer
Associates.
:: Nei M. (1987). Molecular Evolutionary Genetics. Columbia University Press.
CAPÍTULO 5 ● A INTERPRETAÇÃO DOS PADRÕES DE
DIVERSIDADE GENÉTICA
Índice do Capítulo
:: Objectivos;
:: A variabilidade genética;
:: As distâncias genéticas;
:: Filogenia e filogeografia;
:: Selecção e adaptação;
:: Bibliografia.
CAPÍTULO 5 ● A INTERPRETAÇÃO DOS PADRÕES DE
DIVERSIDADE GENÉTICA
Objectivos
No final do Capítulo os formandos deverão ser capazes de:
:: Compreender o conceito de heterozigotia;
:: Compreender o conceito de subestruturação populacional e os seus efeitos nas partições da
diversidade genética no seio de uma espécie;
:: Perceber que a aplicação de métodos moleculares permite avaliar a distância genética entre
populações, raças ou espécies;
:: Perceber que a obtenção de sequências de DNA permite desenvolver estudos filogenéticos e
filogeográficos;
:: Compreender que a essência da domesticação, ou seja, os processos de selecção e
adaptação, são mais bem conhecidos através do estudo de múltiplos marcadores moleculares.
CAPÍTULO 5 ● A INTERPRETAÇÃO DOS PADRÕES DE
DIVERSIDADE GENÉTICA
A Variabilidade Genética
Como se viu anteriormente, os valores de heterozigotia de uma população, raça ou espécie
podem ser determinados empiricamente. Estes valores devem, posteriormente, ser
confrontados com os valores esperados no caso de uma população em equilíbrio mutaçãoderiva, que podem ser calculados pela expressão:
H = 4Neµ / (4Neµ + 1)
CAPÍTULO 5 ● A INTERPRETAÇÃO DOS PADRÕES DE
DIVERSIDADE GENÉTICA
A Variabilidade Genética
As comparações realizadas até hoje entre valores empíricos e teóricos da heterozigotia
mostram, em geral, que as populações naturais são muito menos variáveis do que o
esperado. A explicação mais plausível para esta diferença está provavelmente associada a
um baixo efectivo populacional de longo termo, muito menor do que aquele que é
normalmente estimado.
Numa situação em que os cruzamentos entre indivíduos de uma população não se dão ao
acaso pode ocorrer subestruturação populacional. A fracção da diversidade genética que se
deve a diferenças entre subpopulações é, em geral, directamente proporcional ao seu grau
de isolamento e pode ser calculada pela estatística FST.
CAPÍTULO 5 ● A INTERPRETAÇÃO DOS PADRÕES DE
DIVERSIDADE GENÉTICA
As Distâncias Genéticas
Actualmente, existe uma apreciável variedade de medidas de distância genética que podem
ser aplicadas no estudo e caracterização de populações, raças e espécies.
Estas distâncias genéticas possuem diferentes propriedades de acordo com o tipo de
marcadores moleculares utilizados, e são de grande importância para a conservação dos
recursos genéticos.
CAPÍTULO 5 ● A INTERPRETAÇÃO DOS PADRÕES DE
DIVERSIDADE GENÉTICA
As Distâncias Genéticas
Distância genética
Tipo de marcador molecular
Referência
DA, DNEI
Aloenzimas
Nei, 1987
DCS
Aloenzimas
Cavalli-Sforza et al., 1994
FST e equivalentes
Aloenzimas, microssatélites,
sequências de DNA
Wright, 1969; Excoffier et al.,
1992
δμ2
Microssatélites
Goldstein et al., 1995
RST
Microssatélites
Slatkin, 1995
DSW
Microssatélites
Shriver et al., 1995
CAPÍTULO 5 ● A INTERPRETAÇÃO DOS PADRÕES DE
DIVERSIDADE GENÉTICA
Filogenia e Filogeografia
A utilização de sequências de DNA de um conjunto de indivíduos permite a construção de
uma árvore filogenética que relaciona os padrões de ancestralidade e descendência
contidos naquele tipo de informação.
De um ponto de vista estrito, a análise filogenética aplica-se no estudo das relações interespecíficas, permitindo reconstruir os processos de bifurcações sucessivas que acontecem
com a diversificação das espécies.
CAPÍTULO 5 ● A INTERPRETAÇÃO DOS PADRÕES DE
DIVERSIDADE GENÉTICA
Filogenia e Filogeografia
Ramo
Nó
Figura 5.1. Representação de uma árvore filogenética, com
indicação dos ramos e dos nós
CAPÍTULO 5 ● A INTERPRETAÇÃO DOS PADRÕES DE
DIVERSIDADE GENÉTICA
Filogenia e Filogeografia
No estudo das relações intra-específicas, a interpretação dos resultados obtidos com
métodos filogenéticos deve ser muito mais cuidadosa porque os processos evolutivos são
muito mais complexos e envolvem a separação e subsequente miscigenação de
populações, que podem ocorrer repetidamente.
Recentemente, a emergência dos estudos filogeográficos, ou seja, a análise da associação
entre conjuntos de sequências de DNA e uma determinada região geográfica, tem permitido
um avanço significativo no nosso conhecimento sobre a história da domesticação.
CAPÍTULO 5 ● A INTERPRETAÇÃO DOS PADRÕES DE
DIVERSIDADE GENÉTICA
Selecção e Adaptação
A essência dos processos de domesticação, isto é, a modificação da morfologia, fisiologia e
comportamento das formas selvagens ancestrais e a sua transformação em raças actuais,
continua, em grande parte, por conhecer.
Contudo, evidência recente sugere que aquelas modificações poderão ter resultado da
acção de selecção sobre um número muito reduzido de genes de grande efeito.
CAPÍTULO 5 ● A INTERPRETAÇÃO DOS PADRÕES DE
DIVERSIDADE GENÉTICA
Selecção e Adaptação
A variação da cor da pelagem dos mamíferos é um exemplo que ilustra bem como uma
pequena modificação genética (em geral, apenas dois ou três loci) conduz a um resultado
final que exibe grandes modificações fenotípicas.
Tratou-se de um processo de selecção artificial direccional e diversificadora, que deixa uma
marca inequívoca no genoma das espécies.
Mais complexo, mas também mais interessante e potencialmente mais útil, terá sido o
processo de adaptação de espécies domesticadas a regiões geográficas com amplas
diferenças ambientais e ecológicas.
CAPÍTULO 5 ● A INTERPRETAÇÃO DOS PADRÕES DE
DIVERSIDADE GENÉTICA
Selecção e Adaptação
CAPÍTULO 5 ● A INTERPRETAÇÃO DOS PADRÕES DE
DIVERSIDADE GENÉTICA
Bibliografia
:: Avise J. (2004). Molecular Markers, Natural History and Evolution. 2nd. Edition, Sinauer
Associates.
:: Hartl D. L. & Clark A. G. (1997). Principles of Population Genetics. 3rd Edition, Sinauer
Associates.
CAPÍTULO 6 ● IDENTIFICAÇÃO E PARENTESCO
Índice do Capítulo
:: Objectivos;
:: Identificação individual e rastreabilidade;
:: Análise da filiação biológica;
:: Identificação da população ou raça de
origem;
:: Bibliografia.
CAPÍTULO 6 ● IDENTIFICAÇÃO E PARENTESCO
Objectivos
No final do Capítulo os formandos deverão ser capazes de:
:: Familiarizar-se com as principais metodologias estatísticas utilizadas na identificação individual e análise da paternidade / maternidade;
:: Compreender os processos utilizados na identificação da população ou raça de origem de
um indivíduo.
CAPÍTULO 6 ● IDENTIFICAÇÃO E PARENTESCO
Identificação Individual e Rastreabilidade
Actualmente, o elevado grau de variabilidade que caracteriza os microssatélites torna-os
marcadores moleculares de eleição em processos de identificação animal.
Com uma bateria relativamente pequena de microssatélites é possível obter perfis genéticos
cuja possibilidade de repetição, numa população, é virtualmente nula.
CAPÍTULO 6 ● IDENTIFICAÇÃO E PARENTESCO
Identificação Individual e Rastreabilidade
Figura 6.1. Rastreabilidade da
carne bovina desde o criador
até à venda ao consumidor.
Neste caso, a utilização de
cinco microssatélites permitiu
confirmar que as amostras de
material biológico retiradas em
diferentes momentos daquele
percurso tinham origem no
mesmo indivíduo.
ETH3
INRA23
INRA37
tgla44
HEL9
117 / 119
209 / 213
126 / 126
166 / 172
147 / 163
117 / 119
209 / 213
126 / 126
166 / 172
147 / 163
117 / 119
209 / 213
126 / 126
166 / 172
147 / 163
CAPÍTULO 6 ● IDENTIFICAÇÃO E PARENTESCO
Análise da Filiação Biológica
Neste caso utilizam-se, também, os microssatélites para estabelecer a paternidade /
maternidade de um animal numa determinada população.
Num caso de investigação de paternidade compara-se a probabilidade de observar o
conjunto de resultados obtidos no filho dados os genótipos dos pais e assumindo a
paternidade com a probabilidade de idêntica observação mas assumindo a não paternidade.
Os resultados são depois apresentados sob a forma de um índice e de uma probabilidade
de paternidade.
CAPÍTULO 6 ● IDENTIFICAÇÃO E PARENTESCO
Análise da Filiação Biológica
Possível
Pai 1
120 / 126
196 / 204
140 / 154
Possível
Pai 2
120 / 132
202 / 210
142 / 144
Filho
120 / 132
202 / 204
144 / 148
Mãe
124 / 132
204 / 206
146 / 148
Figura 6.2. Exemplo de um processo de investigação da paternidade com dois possiveis pais e
assumindo como verdadeira a ligação mãe-filho. Com apenas três microssatélites, verifica-se
que o possível pai 1 mostra duas exclusões enquanto o possível pai 2 tem um perfil genético
compatível com a paternidade. A utilização das frequências alélicas que caracterizam a raça em
questão permite depois calcular o valor da probabilidade de paternidade (W).
CAPÍTULO 6 ● IDENTIFICAÇÃO E PARENTESCO
Identificação da População ou Raça de Origem
Trata-se de um cálculo mais complicado porque a maior parte da diversidade genética
ocorre no seio das populações, ou das raças, tornando-se por isso difícil explorar as
pequenas diferenças existentes nas frequências alélicas.
No futuro, a acumulação do conhecimento sobre mais marcadores moleculares deverá
permitir seleccionar os mais informativos e responder com precisão às questões
relacionadas com a filiação populacional de um indivíduo.
CAPÍTULO 6 ● IDENTIFICAÇÃO E PARENTESCO
Identificação da População ou Raça de Origem
CAPÍTULO 6 ● IDENTIFICAÇÃO E PARENTESCO
Bibliografia
:: Avise J. (2004). Molecular Markers, Natural History and Evolution. 2nd. Edition, Sinauer
Associates.
CAPÍTULO 7 ● AS TRANSFORMAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS
Índice do Capítulo
Credit © European Community, 2005
:: Objectivos;
:: Introdução;
:: Inseminação artificial;
:: Selecção assistida por marcadores;
:: Organismos transgénicos;
:: A clonagem;
:: Endereços na Internet.
CAPÍTULO 7 ● AS TRANSFORMAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS
Objectivos
No final do Capítulo os formandos deverão ser capazes de:
:: Perceber as principais consequências do desenvolvimento da biotecnologia na agricultura;
:: Reconhecer a importância e inovação dos programas de selecção assistida por marcadores;
:: Discutir as implicações relacionadas com a utilização de inseminação artificial, produção de
transgénicos e clonagem nas práticas agrícolas contemporâneas.
CAPÍTULO 7 ● AS TRANSFORMAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS
Introdução
Pós - II Grande Guerra Mundial (1950)
Desenvolvimento tecnológico chega à agricultura.
Desenvolvimento das ciências biológicas (1960)
:: Microbiologia;
:: Bioquímica;
:: Genética.
Surgem:
:: Antibióticos;
:: Hormonas sintéticas;
:: Suplementos nutritivos;
:: Selecção genética direccionada.
Credit © European Community, 2005
CAPÍTULO 7 ● AS TRANSFORMAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS
Introdução
A biotecnologia e a emergência de técnicas como:
:: a inseminação artificial,
:: a cultura de tecidos,
:: os Organismos Geneticamente Modificados: Plantas e Animais,
:: a clonagem
transformaram definitivamente a forma tradicional de fazer agricultura.
CAPÍTULO 7 ● AS TRANSFORMAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS
Inseminação Artificial
É o acto não natural de colocar sémen no tracto reprodutivo da fêmea com o intuito de a
fecundar.
Vantagens
:: Tornou-se uma preciosa ajuda à conservação dos recursos genéticos animais;
:: Permite preservar um número maior de machos sem ser necessária a sua presença nas
explorações;
:: Combate à endogamia em raças com poucos indivíduos;
:: Maior escolha dos machos a usar;
:: Eliminação de contágio de doenças sexualmente transmissíveis.
Desvantagens
:: Facilita a miscigenação entre animais de raças exóticas e autóctones;
:: Acelera a endogamia no caso de o sémen do mesmo macho ser excessivamente usado.
CAPÍTULO 7 ● AS TRANSFORMAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS
A Selecção Assistida por Marcadores
A informação genética é a base da vida de todos os seres vivos. Esta informação encontra-se
compilada em pequenas unidades, denominadas genes, que por sua vez estão organizadas no
genoma.
Determinam, por exemplo, a capacidade de produção de leite, a duração do ciclo de vida de
uma planta ou a resistência a doenças.
Contudo, desconhece-se ainda em grande parte se estas características são determinadas por
um ou mais genes, se todos estão localizados na mesma zona do genoma, e qual a influência
do meio ambiente.
Fénotipo – Características externas de um organismo que resultam da interacção entre o meio
ambiente e a expressão do genoma.
CAPÍTULO 7 ● AS TRANSFORMAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS
A Selecção Assistida por Marcadores
Célula
Cromossoma
DNA
CAPÍTULO 7 ● AS TRANSFORMAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS
Organismos Trangénicos
:: A produção agrícola precisa de aumentar de forma a acompanhar o crescimento das
necessidades alimentares humanas.
:: A criação de organismos trangénicos permite acelerar o melhoramento de determinadas
características genéticas dos animais ou plantas.
:: Designa-se por organismo trangénico, todo o animal, planta o microorganismo ao qual foi
inserido, artificialmente, no seu genoma um ou mais genes.
Por exemplo, a produção, no leite de cabra, de insulina destinada a diabéticos ou a
resistência do milho a um determinado vírus, herbicida ou insecto.
CAPÍTULO 7 ● AS TRANSFORMAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS
Organismos Trangénicos
Desvantagens
:: Poderão trazer alguns riscos ambientais, como perturbar o ciclo natural de algumas espécies;
:: Poderão afectar a saúde humana, nomeadamente devido à produção de substâncias alergénicas;
:: Poderão causar resistência a certos antibióticos por transferência genética horizontal;
:: Reduzem a qualidade nutritiva das plantas em que se inserem.
CAPÍTULO 7 ● AS TRANSFORMAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS
Organismos Trangénicos
Figura 7.1. Um dos métodos de produção de animais trangénicos por micro-injecção
CAPÍTULO 7 ● AS TRANSFORMAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS
A Clonagem
Clonagem é o processo de criar um organismo geneticamente idêntico a um outro, pré-existente,
sem recorrer à reprodução sexual. Um clone é todo o individuo geneticamente igual ao
organismo a partir do qual foi originado.
Nas plantas:
Técnica muito antiga.
Por exemplo, a enxertia das árvores ou a replantação dos dentes de alho, não são
mais do que a aplicação da clonagem para melhorar as características de uma
planta.
Nos animais:
Esta técnica é bastante mais complexa e recente.
Por exemplo, a ovelha Dolly clonada em 1997.
CAPÍTULO 7 ● AS TRANSFORMAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS
A Clonagem
Como se processa:
Transferência do núcleo de uma célula somática para dentro de uma célula germinal.
Depois de alguns procedimentos químicos, o ovo contendo o núcleo acabado de transferir
começa a dividir-se como se tratasse de um ovo logo após a fertilização.
CAPÍTULO 7 ● AS TRANSFORMAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS
Endereços na Internet
:: FAO statistics database website: Portal onde se podem pesquisar todos os dados estatísticos
sobre a agricultura, alimentação e produção animal de todo o mundo, http://faostat.fao.org.
:: Portal Internet da FAO com informação sobre as politicas de saúde e produção animal de todo
o mundo http://www.fao.org/waicent/faoinfo/agricult/aga/AGADA_en.asp.
:: Pew Initiative on Food and Biotechnology http://pewagbiotech.org/.
:: União Europeia – Segurança Alimentar e a Biotecnologia
http://europa.eu.int/comm/food/food/biotechnology/gmfood/index_en.htm.
CAPÍTULO 8 ● A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
GENÉTICOS
Índice do Capítulo
:: Objectivos;
:: Enquadramento;
:: Os recursos animais;
:: Os recursos vegetais;
:: Endereços na Internet.
CAPÍTULO 8 ● A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
GENÉTICOS
Objectivos
No final do Capítulo os formandos deverão ser capazes de:
:: Descrever as circunstâncias que determinaram o reconhecimento da importância dos recursos genéticos;
:: Conhecer os diferentes tipos de conservação dos recursos genéticos animais e vegetais.
CAPÍTULO 8 ● A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
GENÉTICOS
Enquadramento
Origem dos recursos genéticos europeus
:: A maior parte das espécies domésticas da Europa é originária de outros continentes (Ásia,
África, América);
:: A maioria chegou à Europa há mais de seis mil anos;
:: Ao longo dos tempos foram-se adaptando às novas condições locais;
:: Algumas espécies vegetais foram cruzadas com variedades selvagens locais;
:: Selecção de características e caracteres produtivos diferenciados;
:: Parte integrante da cultura e do folclore de cada região.
CAPÍTULO 8 ● A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
GENÉTICOS
Enquadramento
Origem dos recursos genéticos europeus
CAPÍTULO 8 ● A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
GENÉTICOS
Enquadramento
Conferência Internacional do Rio de Janeiro
:: Primeiro tratado sobre a conservação da biodiversidade do planeta;
:: Portugal e a União Europeia foram dois dos signatários deste acordo;
:: A União Europeia lançou um programa de apoio à conservação das raças e variedades
locais:
:: Recensear e catalogar as raças e variedades locais;
:: Financiamento de projectos científicos que visam o estudo e caracterização
genética, através da utilização de marcadores moleculares, das raças e variedades
domésticas locais.
CAPÍTULO 8 ● A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
GENÉTICOS
Enquadramento
Programas de conservação:
:: Catalogação das variedades e raças existentes num país;
:: Realização de censos e estimativa do número de indivíduos que as constituem;
:: Descrição fenotípica detalhada;
:: Descrição dos principais usos de cada uma das variedades e raças;
:: Caracterização dos sistemas agrícolas de origem e o impacto cultural e ambiental de cada
raça;
:: Proceder à identificação dos principais factores que contribuem para a erosão dos recursos genéticos.
CAPÍTULO 8 ● A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
GENÉTICOS
Os Recursos Animais
A Organização para a Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO) propôs a
categorização do risco de extinção em seis escalões:
:: Extinta - quando não resta nenhum reprodutor (feminino ou masculino), nem existem
armazenados in-vitro células reprodutivas (óvulos e espermatozóides) ou embriões.
:: Em estado crítico - quando existem menos de cinco machos ou o número total de
indivíduos não excede os 100.
:: Criticamente estável – quando, ainda em estado crítico, passa a ter um plano de
conservação em execução.
:: Em risco - todas as raças com menos de 1000 fêmeas reprodutoras, ou menos de 20
machos reprodutores, ou ainda se o total do efectivo for próximo de 1000 mas o número de
fêmeas constituir mais de 80% desse efectivo.
:: Em risco mas estável – quando, ainda em risco, passa a estar protegida por um plano de
conservação.
:: Não ameaçada - todas as raças cujo efectivo de fêmeas reprodutoras seja superior a 1000
e o de machos superior a 20.
CAPÍTULO 8 ● A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
GENÉTICOS
Os Recursos Animais
Técnicas de conservação in vivo :
:: in-situ - Os animais não são retirados do seu meio e organizam-se registos de dados de
produção para estabelecer programas de melhoramento genético e incentivos à criação de
sistemas de produção sustentada através da atribuição de mais-valias aos criadores;
:: ex-situ - A conservação é feita fora do habitat e do sistema de produção de origem da raça e
pode incluir a criação de animais, ou recorrer à biotecnologia, especialmente no que se refere à
criopreservação de gâmetas (sémen e óvulos) e/ou embriões.
CAPÍTULO 8 ● A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
GENÉTICOS
Os Recursos Animais
NOTA
Das 35 espécies de animais domésticos, apenas
cinco (cabra, galinha, porco, ovelha e vaca)
produzem a maioria das necessidades proteicas
dos humanos (ex: carne, leite, ovos). Destas,
menos de 50 raças locais são responsáveis por
90% dessa produção.
CAPÍTULO 8 ● A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
GENÉTICOS
Os Recursos Animais
Bovinas
Caprinas
Equinas
Alentejana
Arouquesa
Barrosã
Brava
Cachena
Garvonesa
Maronesa
Algarvia
Bravia
Charne-queira
Serpenti-na
Serrana
Lusitana
Sorraia
Garrana
Burro de Miranda
Marinhoa
Mertolenga
Minhota
Mirandesa
Preta
Ramo Grande
Tabela 8.1. Raças autóctones de animais domésticos de Portugal
CAPÍTULO 8 ● A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
GENÉTICOS
Os Recursos Animais
Ovinas
Suínas
Badana
Terra Quente
Galega Bragançana
Alentejana
Bísaro
Galega Mirandesa
Mondegueira
Algarvia
Serra da Estrela
Merino Beira baixa
Saloia
Merino Branca
Merino Preta
Campaniça
Churra
Bordaleira
Tabela 8.1. Raças autóctones de animais domésticos de Portugal (continuação)
CAPÍTULO 8 ● A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
GENÉTICOS
Os Recursos Vegetais
As plantas reproduzem-se de forma vegetativa, sexual ou ambas.
O tamanho efectivo das suas populações é maior do que nos animais.
A inventariação das espécies é mais difícil.
A sua conservação é mais fácil de realizar:
:: Cultura de tecidos vegetais;
:: Criação de bancos de germoplasma.
CAPÍTULO 8 ● A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
GENÉTICOS
Os Recursos Vegetais
São recolhidas e estudadas todas as variedades:
:: Cultivadas actualmente;
:: Que venham a ser desenvolvidas;
:: Que já deixaram de ser cultivadas (obsoletas);
:: Autóctones;
:: Selvagens muito próximas das domésticas;
:: Mutantes.
A conservação ex-situ é a técnica mais utilizada na conservação dos recursos vegetais.
CAPÍTULO 8 ● A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
GENÉTICOS
Os Recursos Vegetais
Estado dos recursos genéticos em Portugal:
:: Foi criado o Banco de Germoplasma Português;
:: Recolha de variedades tradicionais;
:: Perpetuação através da Cultura de tecidos;
:: Estudo e caracterização genética destas varieda-
des;
:: Caracterização fenotipica.
CAPÍTULO 8 ● A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
GENÉTICOS
Endereços na Internet
:: Domestic Animal Diversity Information System (DAD-IS) Portal de Internet da FAO com
informação
sobre
os
recursos
genéticos
animais
de
todo
o
mundo
http://dad.fao.org/en/Home.htm.
:: Portal Internet da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Podem
pesquisar-se todas as informações sobre espécies animais e vegetais ameaçadas e sob
protecção. Disponibiliza os critérios utilizados para a conservação e classificação das espécies
animais e vegetais. http://www.iucn.org/.
:: Portal Internet do Ministério da Agricultura e Pescas http://www.minagricultura.pt/.
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