Anestésicos Locais - Anestesiologia UFSC

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Anestésicos Locais
Introdução
• Potencial de repouso da membrana nas
grandes fibras nervosas é de -90 mV
• Os anestésicos locais:
- Impedem a condução dos impulsos
elétricos na membrana dos nervos
- Podem inibir vários receptores, e
também deprimir vias de sinalização
intracelular
- São divididos em 2 grupos, os
aminoésteres e as aminoamidas
Relações estrutura-atividade
• Amidas:
- bupivacaína
- etidocaína
- lidocaína
- mepivacaína
- prilocaína
- ropivacaína
• Ésteres:
- clorprocaína
- cocaína
- procaína
- tetracaína
• são bases fracas que carregam uma
carga positiva no grupo amina em pH
fisiológico
• Potência:
- correlaciona-se com a lipossolubilidade
- em geral, aumenta com o número de
carbonos na molécula
- na clínica, essa correlação não é tão
exata como em uma preparação de
nervo isolado
• As diferenças de potência in vivo e in
vitro podem-se atribuir a diversos
fatores:
- a carga do anéstesico
- o caráter lipofílico
- propriedades vasodilatadoras e
vasoconstritoras
• Latência:
• in vitro depende principalmente do pKa,
porém também da lipossolubilidade
• in vivo também depende da
concentração e da dose
• A duração de ação em geral
correlaciona-se com:
- lipossolubilidade
- ligação as proteínas plasmáticas
- propriedades vasodilatadoras e
vasoconstritoras
Mecanismos de ação
• pKa:
- é o pH em que a quantidade de droga
ionizada e não ionizada é igual
- O pKa do fármaco e o pH do tecido
determinam a quantidade da
substância que estará na forma neutra
ou carregada
• para um pKa mais próximo do pH
fisiológico teremos:
- maior concentração de base não
ionizada
- início de ação mais rápido em geral
• Os AL ligam-se a subunidade alfa dos
canais de sódio voltagem dependentes
• Ligam-se ao vestíbulo interior do canal
de sódio
• Também podem bloquear canais de
cálcio, potássio e receptores NMDA em
graus variáveis
• Não alteram o potencial de repouso da
membrana
• com o aumento da concentração:
- a condução fica lenta,
- a velocidade da elevação e a
magnitude do potencial de ação
diminuem
- o limiar para excitação eleva-se até que
seja abolida a propagação dos
impulsos
• Os diferentes tipos de fibras possuem
sensibilidades diferentes aos
anestésicos locais:
- Fibras A delta e A gama são as mais
sensíveis.
- As fibras B vem depois em
sensibilidade
- Depois temos as motoras de grande
calibre A alfa e A beta.
- E as menos sensíveis são as fibras C
Fatores que influenciam a
atividade nos seres
humanos
• Dose do anestésico local:
- aumentando a dose aumenta a chance
de conseguir analgesia efetiva,
duradoura e reduz o tempo de início de
ação
- cuidar para respeitar dose máxima
• Uso de vasoconstritores:
- geralmente adrenalina (1:200.000)
- diminui a absorção sistêmica
- melhora a qualidade da analgesia
- prolonga a duração de ação
- limita os efeitos colaterais tóxicos
- Funciona melhor com os AL de curta
duração
• Lugar da injeção:
- administração intratecal ou subcutânea
apresenta um começo mais rápido e de
menor duração
- no plexo braquial temos latência e
duração mais prolongados
• As doses máximas de administração
são:
• ropivacaína e bupivacaína: 3 mg/kg
• lidocaína: 5 mg/kg sem vaso e 7 mg/kg
com vasoconstritor
Farmacocinética
• A concentração do AL no sangue
depende:
- da quantidade injetada
- taxa de absorção
- distribuição para os tecidos
- biotransformação
- eliminação do fármaco
• Taxa de absorção
sistêmica:
- intravenoso > traqueal > intercostal >
caudal > paracervical > epidural > plexo
braquial > isquiático > subcutâneo
• Metabolização:
• Os aminoésteres:
- metabolizados pela colinesterase
plasmática
- bastante rápida
- os metabólitos solúveis em água são
eliminados na urina
• Aminoamidas:
- metabolizadas no fígado pelo P-450 (Ndesalquilação e hidroxilação)
- menos de 5% eliminados de forma
inalterada na urina
• A idade do paciente pode influenciar a
meia-vida dos anestésicos locais
Toxicidade
• Em geral é diretamente proporcional a
potência
• Reações sistêmicas ocorrem
geralmente no SNC e no sistema
cardiovascular
• SNC é mais susceptível e se produzem
reações tóxicas com doses menores
• SNC:
• SNC é mais susceptível e se produzem
reações tóxicas com doses menores
- No SNC os sintomas iniciais são torpor,
parestesia na língua, tontura,
embaçamento visual
- sinais excitatórios como inquietação,
agitação, nervosismo, paranóia,
- depressão do SNC com fala arrastada,
sonolência, inconsciência.
• Cardiovascular:
- Podem exercer ações diretas sobre o
coração, vasos sanguíneos periféricos e
indiretas sobre a circulação
- diminuição da despolarização das fibras
de Purkinje
- Tem ação inotrópica negativa
dependente da dose
- inibem saída de cálcio do reticulo
sarcoplasmático
• PCR:
- A ressucitação em caso de PCR deve
seguir o ACLS
- massagem cadíaca deve ser mais
prolongada (30 a 60 minutos)
- é de díficil reversão, em especial a que
ocorre com bupivacaína
• A levobupivacaína e a ropivacaína são
isomeros levógiros
• tem menos cardiotoxicidade do que a
bupivacaína racêmica
• Reações alérgicas:
- Os aminoésteres podem causar
reações alérgicas
- ácido p-aminobenzóico é um dos
metabólitos responsáveis por isso
- porém ocorre em pequeno número de
pacientes
• Reações alérgicas com as
aminoamidas são raras
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