Contribuições para o debate da Proposta do Núcleo de Apoio ao Saúde da Família Tarsila - “costureiras” Equipe de Referência e Apoio Matricial Equipe de referência é um arranjo organizacional que busca redefinir o poder de gestão e de condução de casos; em geral, fragmentado entre especialidades e profissões de saúde, concentrando-o em uma Equipe Interdisciplinar; Busca coincidir a unidade de gestão com unidade de produção interdisciplinar Contribui no enfrentamento da “Racionalidade Gerencial Hegemonica” CAMPOS, GWS Racionalidade Gerencial Hegemônica (O Taylorismo já era? - CAMPOS 2000) Alguns Princípios Tayloristas (1856-1915): ➢ 1- Trabalhador adequado (seleção, treinamento, supervisão). ➢ 2- Divisão de trabalho, especialização. ➢ 3- Separação entre planejamento e execução. ➢ 4- Programação prévia (best one way). ➢ 5- homo economicus etc Organograma Típico Organograma muito vertical, com divisão gerencial por categorias profissionais – relação desfavorável entre competição e cooperação (Moorgan 1996) Equipe de Referência e Apoio Matricial Organograma por Unidades de Produção. Equipe Interdisicplinar com poderes e autonomia relativos Direção geral (Supervisor e Assessoria) Colegiado de Direção (Supervisor, Assessoria, Coordenadores das Unidades de Produção, Supervisores Matriciais) Coordenador Unidade de Produção “X” Colegiado da U.P. “X” (Equipe da U.P. “X”) Coordenador Unidade de Produção “Y” Coordenador Unidade de Produção “W” Colegiado da U.P. “Y” (Equipe da U.P. “Y” Colegiado da U.P. “W” (Equipe da U.P. “W” Apoiador “a” Apoiador “b” Apoiador “c” Apoiador “d” Supervisor “e” Profissional de Referência ● O conceito de Profissional de Referência é utilizado para a reorganização da estrutura e do funcionamento dos serviços de saúde segundo duas diretrizes básicas: ● ● ● Definição clara de responsabilidade do profissional encarregado da condução de um determinado caso clínico ou sanitário (Coordenação) ; Ampliar possibilidade de construção de vínculo entre profissional e usuário. Facilitar Clínica Ampliada Apoio Matricial ● ● ● O Apoio Matricial em saúde objetiva assegurar, de um modo dinâmico e interativo, retaguarda especializada a equipes e profissionais de referência; O Apoio tem duas dimensões: suporte assistencial; e técnico-pedagógico (pode ser gerencial); Depende da construção compartilhada de diretrizes clínicas e sanitárias e de critérios para acionar apoio. CAMPOS, GWS Apoio Matricial ● NASF requer ● ● Apoio Matricial do Gestor (co-gestão): predomina dimensão técnicopedagogíca Apoio matricial do NASF em relação às equipes: equilibra dimensão assistencial e dimensão técnico pedagógica Apoio Matricial A metodologia de gestão da atenção denominada apoio matricial é complementar e, ao mesmo tempo, modifica à tradição dos sistemas hierarquizados: ● Responsabiliza Pessoas por Pessoas ao estimular contato direto entre referência e apoio; ● Mantém responsabilidade pela condução do caso com a referência mesmo quando algum tipo de apoio especializado é acionado; ● CAMPOS, GWS Núcleo e Campo de saberes e de responsabilização Campo: delimitado pela produção de valores de uso (o que se produz, para quê serve? saúde, educação, etc.). Núcleo: mais estreito, o quê cada um somente ele- sabe fazer? (i.e.: médicoreceitas, enfermeira - curativos). Os limites desses dois conceitos são situacionais (depende do que se produz, e da composição da equipe, etc.) Fazem parte de uma metodologia de apropriação e intervenção Coordenação Clínica / Responsabilidade Global ● ● ● 1. Dentro do estabelecimento de atenção primária, quando os pacientes são vistos por vários membros da equipe e as informações a respeito do paciente são geradas em diferentes lugares (incluindo laboratórios). 2. Com outros especialistas chamados para fornecer aconselhamento ou intervenções de curta duração. 3. Com outros especialistas que tratam de um paciente específico por um longo período de tempo, devido à presença de um distúrbio específico. 1- disposição, organização e preparação da equipe para receber, em momentos e horários variáveis, grande variedade de demandas 2- avaliar os riscos implicados assegurando seu atendimento, visando à máxima resolutividade possível. Acolhiment o Clínica Ampliada Saúde Coletiva Complexidade (muitas variáveis). Saberes Diferentes. Tempo e vínculo Poderes Danos Objeto de Investimento Prevenção e Promoção: busca ativa de doentes, vacinas, educação, medidas para melhorar a qualidade de vida, projetos intersetoriais. Atenção Compartilhada CAMPOS, 2005 Possíveis ítens de Contrato ● ● Resultados a serem obtidos para a população geral (somatória da população de todas as equipes) Resultados a serem obtidos na qualidade da atenção da equipe de referência (exemplo: incorporação de conhecimentos e diminuição de consultas “desnecessárias” ao apoiador matricial, capacidade de reconhecer e utilizar critérios de risco e prioridade adequados aos encaminhamentos etc) Possíveis ítens de Contrato ● ● Definição do número máximo de pacientes de tratamento prolongado (ou crônico) compartilhados. Definição de indicadores de resultado para estes grupos específicos (adesão, internações, capacidade de compartilhamento do cuidado por parte da equipe de SF etc..) Definição do numero de usuários de tratamento temporário ou para exclusão de hipótese diagnóstica. Este tipo de usuário não pode ser acompanhado cronicamente (contratar a diminuição deste tipo de compartilhamento por parte da equipe de SF) Contrato de atividades dos apoiadores matriciais ● ● ● atividades pedagógicas: participação em reuniões de equipes de SF (principalmente discussões de PTS), discussão de temas teóricos, atendimento conjunto (inclusive Visitas Domicliares, quando necessário). Deve-se pactuar o tempo para as atividades assistenciais diretas, quando for o caso. ‘gestão de filas’ de “encaminhamento” (quando for o caso) com definição de critérios de prioridade. Contrato de atividades dos apoiadores matriciais ● ● ● apoio do gestor às atividades pedagógicas (incerteza, desconhecimento) , A disponibilidade do apoiador para acessos diretos não programados ou contatos telefonicos pela ESF Todas estas pactuações de agenda de atividades e indicadores devem ser constantemente revistas em conjunto com os profissionais. Contrato de atividades dos apoiadores matriciais ● Apoio gerencial ao funcinamento dos espaços coletivos – – – Sigilo do conteúdo das reuniões. Pactuar a necessidade de “crítica fraterna”. Fazer crítica e receber crítica de forma adequada é um aprendizado coletivo que deve ser estimulado. Pactuar a necessidade de reconhecer e lidar com conflitos de forma positiva: a busca de uma grupalidade idealizada e sem conflitos impede a riqueza da explicitação das diferenças e empobrece o espaço coletivo Contrato de atividades dos apoiadores matriciais ● Apoio gerencial ao funcinamento dos espaços coletivos – – Necessidade de valorização dos espaços coletivos: celulares, agendas, interrupções devem ser contratados.. As decisões precisam ser tomadas e executadas. É preciso aprender a evitar que se termine uma discussão sem as decisões possíveis. É preciso evitar que, uma vez decidido, não seja cumprido o que foi decidido. Incorporar o hábito de re-avaliar as decisões.