Filosofia da História

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Introdução ao
Estudo da
História
Aula 3
Rodrigo Perez
Filosofia da História
• O conhecimento histórico não é produzido no
vazio social. Ele é motivado pelas interrogações
características de cada realidade social. Por isso,
a historiografia é inseparável das questões
filosóficas que angustiam os homens.
• Interpelações como “Quem somos?”, “Qual futuro
é possível para nós?” e “Qual o sentido da nossa
existência?” frequentemente nos convidam a
revisitar o passado e, por isso, servem como
motivações para a reflexão histórica.
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A Grécia como o berço das reflexões
filosófica e histórica
• A relação de proximidade entre os conhecimentos
histórico e filosófico fica ainda mais clara quando
nos debruçamos sobre a experiência cultural da
Grécia Clássica (V-IV a.C.).
• Podemos observar na Grécia Clássica o
surgimento dos primeiros filósofos (Heráclito e
Parmênides) e dos primeiros historiadores
(Heródoto e Tucídides). A dimensão laica e
racional é um aspecto similar entre esses dois
tipos de conhecimento.
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• Uma das principais características
metodológicas da historiografia desenvolvida
por Heródoto e Tucídides é o mecanismo da
autópsia como procedimento de
investigação. Ou seja, o conhecimento
somente era possível através do testemunho
ocular ou da consulta aos relatos orais.
Nesse momento, a análise da documentação
ainda não era o fundamento da hermenêutica
histórica.
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• Podemos observar na filosofia de Platão a
relação direta entre o pensamento intelectual
e a dinâmica social. Tal correspondência nos
mostra a importância do exercício da
contextualização como estratégia de
compreensão do pensamento filosófico e
histórico.
• Durante muito tempo, as reflexões
historiográficas desenvolvidas no mundo
ocidental foram marcadas pela tradição
racionalista grega.
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Introdução ao
Estudo da
História
Atividade 1
Rodrigo Perez
Filosofia da História
• A tradição ocidental costuma considerar
Heródoto e Tucídides como os dois
primeiros historiadores do mundo ocidental.
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Filosofia da História
Heródoto (484 a.C. – 430 a.C.)
Tucídides (460 a.C. – 404 a.C.)
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• Heródoto escreveu o tratado “Histórias” e
Tucídides o tratado “História da Guerra do
Peloponeso”. Os dois autores utilizaram o
recurso da “autópsia” na produção dos seus
textos.
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“(...) essa é a versão dos persas quanto a tais
acontecimentos (...). Mas os fenícios não
estão de acordo com os persas a propósito
de Io; eles dizem que não a levaram para o
Egito à força; ela teve relações sexuais com
Argos, o comandante da nau; depois,
percebendo que estava grávida, ela
envergonhou-se pensando que seus pais
iriam perceber o seu estado, e partiu
espontaneamente com os fenícios para evitar
a descoberta de seu erro (...)”
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“(...) Quanto a mim [Heródoto], não direi a
respeito dessas coisas que elas aconteceram de
uma maneira ou de outra, mas apontarei a
pessoa que, em minha própria opinião, foi a
primeira a ofender os helenos, e assim
prosseguirei com minha história, falando
igualmente das pequenas e grandes cidades
dos homens, pois muitas cidades outrora
grandes agora são pequenas, e as grandes ao
meu tempo eram outrora pequenas. Sabendo,
portanto, que a prosperidade humana jamais é
estável, farei menção a ambas igualmente.”
(HERÓDOTO; 2011, p. 213)
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“Vivi a guerra inteira, tendo uma idade que me
permitiria formar meu próprio juízo, e seguia-a
atentamente, de modo a obter informações
precisas. Atingiu-me também uma condenação
ao exílio que me manteve longe de minha terra
por vinte anos após o meu período de comando
em Anfípolis e, diante de minha familiaridade
com as atividades de ambos os lados,
especialmente aquelas do Peloponeso em
consequência de meu banimento, graças ao
meu ócio pude acompanhar melhor o curso dos
acontecimentos.”
(TUCÍDIDES; 2013, p. 35)
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A partir da análise dos trechos citados e das
suas pesquisas sobre o assunto, escreva um
texto comparando a aspecto metodológico
das narrativas de Heródoto e Tucídides.
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