Aula 04

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CAUSAS DE VARIAÇÕES DOS
RESULTADOS DOS EXAMES
LABORATORIAIS
Causas de variação

Pré analíticas




Analíticas


Preparo do paciente
Coleta da amostra
Manuseio do material
Metodologia
Pós analíticas
Sexo

Além das diferenças hormonais
específicas e características de cada
sexo, outros parâmetros sangüíneos
e urinários se apresentam em
concentrações distintas entre homens
e mulheres em decorrência das
diferenças metabólicas.
Idade

Muitos parâmetros possuem concentração
ou atividade distintas em relação à idade
do indivíduo, na dependência de diversos
fatores, tais como maturidade funcional
dos órgãos e sistemas metabólicos e
massa corporal. Em situações específicas,
os intervalos de referência devem
considerar essas diferenças.
Coleta de sangue







Jejum
Oportunidade
Posição
Tipo e local
Procedimento
Anticoagulante
Gel separador
Jejum


Tempo
Dieta prévia




Habitual
Regimes
Álcool
Medicamentos
Jejum

Jejum habitual é de 8 horas, podendo ser
reduzido a 3 horas e, em situações
especiais, para 1 ou 2 horas. Estados pósprandiais se acompanham de turbidez do
soro. Para triglicérides o jejum é de 12 a
16 horas. Acima de 24 horas ocorre
elevação na concentração deste lipídeo
por estímulo fisiológico mobilizando os
lípides.
Dieta

Mesmo respeitado o jejum, pode haver
interferência na concentração de alguns
componentes bioquímicos. Alterações
bruscas, como nos primeiros dias de
regime ou internação hospitalar. Mesmo
para outros materiais biológicos, alguns
exames exigem dieta prévia específica,
onde devem ser incluídos ou excluídos
determinados alimentos.
Oportunidade




Ritmo circadiano
Sazonalidade
Atividade física
Monitorização terapêutica


Pico
Vale
Atividade física

Possui efeito transitório sobre alguns
componentes sangüíneos em decorrência da
mobilização de água e outras substâncias,
além das variações nas necessidades
energéticas do metabolismo. Aumento na
atividade sérica de algumas enzimas que
pode persistir por 12 a 24 horas. Por esta
razão, prefere-se a coleta com o paciente em
condições basais.
Posição

Da posição supina para a ereta ocorre afluxo
de água e substâncias filtráveis do espaço
intravascular para o intersticial. Substâncias
não filtráveis terão sua concentração relativa
elevada. Albumina, colesterol, triglicerídeos,
hematócrito, hemoglobina, drogas que se
ligam às proteínas e o número de leucócitos
podem ser superestimados de 8 a 10% da
concentração inicial.
Posição


Em posição supina, um adulto possui
600 a 700 mL a menos de volume
intravascular do que quando em
decúbito ventral ou lateral.
Tempo para equilíbrio


De pé
Deitado
deitado 30 minutos
em pé 10 minutos
Hospitalização

Permanência prolongada no leito




Hemodiluição
Redução de proteína e albumina (0,5 e 0,3 g/dL)
Aumenta cálcio ionizado
Reduz potássio sérico
Condição clínica

Febre



Hemoconcentração
Eleva creatinina, cortisol, ácido úrico
Trauma / dor

Elevam insulina, cortisol, renina, hormônio
de crescimento
Tipo e local da coleta




Arterial
Venosa
Capilar
Via cateter
Aplicação do torniquete

Torniquete por um tempo de 1 a 2 minutos
causa aumento da pressão intravascular
facilitando a saída de líquido e de moléculas
pequenas para o espaço intersticial,
resultando em hemoconcentração relativa.
Se o torniquete permanecer por mais tempo,
a estase venosa fará com que alterações
metabólicas, tais como glicólise anaeróbica
elevem a concentração de lactato, com
redução do pH.
Tubos adequados

Padronização da cor da tampa








Vermelha
Púrpura clara
Verde
Azul
Vermelha/Preta
Cinza
Amarela
Azul escuro
nenhum anticoagulante
EDTA-K3 ou K2 ou Na2
heparina sódica ou lítica
citrato de sódio tamponado
gel separador
fluoreto de Na e oxalato de K
citrato-dextrose
“metal free”
Condição da amostra




Hemólise
Lipemia
Icterícia
Drogas
Hemólise

Liberação de constituintes intracelulares

Aumentando no extracelular






AST(TGO)
DHL
ALT(TGP)
HDL-colesterol
Potássio
CK
400%
100%
50%
50%
20%
20%
Lipemia


Culpado: os triglicérides!
Intensidade



Ligeiramente turvo
Turvo
Leitoso
Sempre deve ser referido no laudo
Lipemia

A intensidade da interferência é método
dependente.

Para triglicérides de 900 mg/dL





Ácido úrico
Proteínas totais
Glicose
CK
Creatinina

+
+
+
–
–
80%
40%
40%
25%
40%
Modif. De Grafmeyer et al., Eur J Clin Chem Clin
Biochem, 33:31-52, 1995
Icterícia

Bilirrubina interfere linear e
negativamente com a dosagem de
creatinina pelo método de Jaffé
Lalekha et al., J Clin Lab Anal, 15(3):116-121. Jan 2001
Drogas

Anticoncepcionais orais


Opiáceos


Elevam glicose e ácido úrico (fisiológico)
Propanolol droga mãe não interfere


Elevam enzimas pancreáticas (fisiológico)
Diuréticos tiazídicos


Elevam enzimas hepáticas (fisiológico)
O metabólito 4-OH propranolol eleva bilirrubinas
(analítico)
Fenitoína

Reduz bilirrubina indireta e eleva enzimas hepáticas
(fisiológico)
Alcool

Consumo esporádico de etanol provoca
alterações significativas e quase imediatas
na concentração plasmática de glicose e
de ácido láctico e, mais tardias e de
retorno à normalidade mais demorada de
triglicerídeos. O uso continuado causa
elevação da atividade da gama
glutamiltransferase.
Tabagismo e outras drogas


Fumar promove elevação da concentração
de hemoglobina, no número de leucócitos e
hemácias e no volume corpuscular médio.
Reduz a concentração de HDL-colesterol e
eleva uma série de outras substâncias, tais
como adrenalina, aldosterona, antígeno
carcinoembriônico e cortisol.
Administração de drogas pode causar
variações nos resultados laboratoriais, seja
pelo próprio efeito fisiológico “in vivo” ou pela
interferência analítica, “in vitro”.
Razões





Os métodos laboratoriais têm se tornado
cada vez mais sensíveis (às interferências!)
Os métodos laboratoriais têm se tornado
cada vez mais precisos (de atenção!)
Os volumes de amostra utilizados são cada
vez menores
Cada vez mais indivíduos normais realizam
mais exames
A importância dos resultados laboratoriais nas
decisões clínicas é cada vez maior
Conseqüências


O exame de laboratório, apesar das
similaridades, não pode ser considerado
como um processo fabril
Cada material, cada amostra e cada teste
têm particularidades que exigem cuidado,
atenção e conhecimento específicos
Cada diagnóstico, uma vida
BYE, BYE!!
TCHAUZINHO!!!
Referências
 National Committee for Clinical Laboratory Standards:
interference testing in clinical chemistry. Proposed Guideline.
Document EP7-P. (NCCLS) 1986.
 Effects of preanalytical variables on clinical laboratory tests. 2nd
ed. Donald S. Young, AACC Pres, 1997.
 Effects of drugs on clinical laboratory tests. 4th edição. Donald S.
Young, AACC Pres, 1995.
 Tietz textbook of clinical chemistry. 3th ed. Burtis & Ashwood
(Eds.), 1999.
 Effects of disease on clinical laboratory tests. 4th ed. Donald S.
Young, AACC Pres, 2001.
 Samples: from the patient to the laboratory. 2nd ed., Guder et
al., Git Verlag, 2001.
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