visão diacrónica da literatura portuguesa

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VISÃO DIACRÓNICA DA
LITERATURA PORTUGUESA
Quadro Sinótico – Séculos XII-XX
Séculos XII-XIV
•
Aspetos Extratextuais
– Feudalismo. Economia agrária. Época da Reconquista. Teocentrismo
•
Autores VV
– Cancioneiros
• Vaticana
• Ajuda
• Biblioteca Nacional.
•
Características gerais.
– Lírica Trovadoresca
• Cantigas de amigo (eu lírico feminino, a vida quotidiana,
simplicidade na forma e na linguagem, o paralelismo)• Cantigas de amor (eu lírico masculino, a influência provençal, o
amor cortês e a vassalagem amorosa, maior complexidade
linguística e formal)
• Cantigas de escárnio e maldizer (a sátira individual e social)
• Ai flores
• http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=592&pv=si
m
• http://www.youtube.com/watch?v=FPJ61GqOfCA
• Sedia-m’eu
• http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=861&pv=si
m
• http://www.youtube.com/watch?v=pddDMYNtLv8
Século XV
• Aspetos Extratextuais
– Consolidação da independência após a crise de 1383-85
– Fim do Feudalismo
– Início da centralização do poder monárquico
– Início da ascensão da burguesia
– Época de transição entre a Idade Média e os valores do
Renascimento
– Início da expansão ultramarina
• Autores
– Época dos cronistas: Fernão Lopes (Cr. de D. João I), Gomes
Eanes de Zurara (Cr. da Guiné)
Século XV
Características gerais
• . Crónica de D. João I
- Novos conceitos de História (a pretensa imparcialidade) e de
Heróis (o povo/as massas)
- Valorização da investigação
- O visualismo e o realismo narrativos
- Apelo direto ao leitor/ouvinte
- O narrador esteta e psicólogo
- A linguagem viva e esfusiante: Discurso direto
- Valorização da ação e das sensações (auditivas e visuais).
Crónica da Guiné
- Primeira manifestação de literatura de viagens
- Valorização do herói individual
Fim do século XV – Início
do século XVI
• Aspetos Extratextuais
– Época da expansão ultramarina
– Fase de transição entre a Idade Média e o Renascimento
– Vida na Corte /Saraus.
•
Autores
– Cancioneiro Geral de Garcia de Resende.
• Características gerais
– Poesia Palaciana
• Permanência de temas medievais
• Aparecimento de diversos temas renascentistas: dantismo,
petrarquismo, sensualidade
• Aspetos formais: mote e glosas
• Senhora partem
• http://diadosnamorados.kazulo.pt/2836/se
nhora-partem-tam-tristres.htm
• http://www.youtube.com/watch?v=d8FtHw
oIGHU
Início do século XVI
• Aspetos Extratextuais
–
–
–
–
Fase de transição entre a Idade Média e o Renascimento
Época da expansão ultramarina
Alteração dos códigos morais/crise de valores e religiosa
Festas de circunstância na Corte (casamentos, nascimentos
reais, etc.)
. Autores
. Gil Vicente
(Auto da barca do inferno, Auto da Índia, Auto da Feira, etc.)
. Pêro Vaz de Caminha (Carta do Achamento do Brasil)
Início do século XVI
. Características gerais
-
. Medievais
Situações alegóricas: a permanência do caráter religioso das
representações teatrais
Linguagem arcaizante
Personagens-tipo, representando a estratificação social da época
A métrica tradicional (redondilha).
. Renascentistas
- Teatro de caráter profano
- Crítica social apresentada de forma abrangente - Auto da Índia
- A crítica social como reflexo do sentir e do pensar renascentistas
- A narrativa de caráter epistolar/diarístico
- Valorização das relações entre europeus e indígenas
- O gosto pelo pormenor e pelo exotismo
- A sedução pelo diferente
Século XVI
• Aspetos extratextuais
– Classicismo/Humanismo e Renascimento
– Época áurea da cultura portuguesa
– Início da decadência social e política
. Autores
. Sá de Miranda.
. Bernardim Ribeiro.
. Luís de Camões
A narrativa épica. Os Lusíadas (Luís de Camões)
Século XVI
• Características gerais
•
A narrativa épica como veículo transmissor da ideologia
humanista e renascentista:
• a glorificação do herói coletivo
• a oposição homens/deuses
• o maravilhoso pagão e cristão
• a valorização dos diferentes tipos de amor
• a sedução pelo novo e pelo exótico
• o posicionamento crítico do autor e os lamentos de final de
canto
• a apologia dos valores renascentistas (o espírito crítico, a
valorização da experiência, a apologia das letras)
• o estilo clássico e erudito
Século XVII
• Aspetos extratextuais
–
–
–
–
–
Contra-Reforma e Inquisição.
A arte excessiva como fuga à realidade da vida.
Evangelização do Brasil.
As missões jesuítas/os índios/os colonos.
A oratória
Autores
•
•
•
•
Poesia Barroca
Rodrigues Lobo
D. Francisco Manuel de Melo
Poetas da Fénix Renascida
• Prosa seiscentista
• Padre António Vieira
Século XVII
•
Características gerais:
–
. Cultismo e Concetismo
•
Temas:
. mudança
. obsessão morte/efemeridade da vida
. sátira social
. futilidade temática
•
Forma
. exagero formal: jogos de palavras, hipérboles, metáforas, comparações
. estereótipos e falta de originalidade
•
Prosa seiscentista
. estrutura fixa do sermão (cf. Sermão da Sexagésima)
. equilíbrio e concisão linguísticas
. missão do pregador
. recurso às alegorias
. apelo à humanização do indivíduo
. solidariedade entre irmãos
. empenhamento sócio-religioso
Início e meados do século XVIII
• Aspetos extratextuais
. Século das Luzes/ Iluminismo
. Os estrangeirados e a modernização da sociedade
portuguesa
. Revalorização da cultura clássica
. A arte como imitação da natureza
Autores
• A Academia Lusitana
• Correia Garção
• Nicolau Tolentino
Início e meados do século XVII
• Características gerais
– Poesia Neoclássica
(reação contra os excessos da poesia barroca)
• Temas:
– persistência dos temas clássicos
– o quotidiano burguês
– papel didático da poesia e do teatro
• Forma:
– persistência das formas clássicas (sonetos, odes, etc.)
– linguagem sóbria, equilibrada
Finais do século XVIII – Início do
século XIX
• Aspetos extratextuais
– Revolução Francesa
• (valores: liberdade, igualdade, fraternidade)
• Afirmação do eu face à sociedade
• Autores
– Poesia Pré-Romântica
– Bocage
Finais do século XVIII – Início do
século XIX
• Poesia Pré-Romântica
• (manutenção de temas e de formas clássicas, introdução de temas
românticos)
. Temas clássicos:
• locus amoenus
• natureza
• personificação de entidades
• Aspetos formais clássicos
• manutenção das formas poéticas e versificatórias clássicas
• linguagem erudita e equilibrada
Finais do século XVIII – Início do
século XIX
• Temas românticos:
• locus horrendus
• culto do eu/egotismo
• poeta como ser solitário
• sentimentos extremos – o amor sensual e o ciúme
• obsessão pela morte
• poesia empenhada
• Aspetos formais românticos:
• linguagem subjetiva e emotiva
• frases entrecortadas
• exclamações, reticências
• maior liberdade no manuseamento da linguagem
Século XIX -1825 – 1850
• Aspetos extratextuais
– As lutas liberais e absolutistas (guerra civil) (1828-1834).
– Instituição da Monarquia Constitucional e do Liberalismo. Início
da modernização do país.
– Renovação do teatro português
. Autores
• Poesia Pré-Romântica: Bocage.
• 1º Romantismo:
– Almeida Garrett (Folhas Caídas).
•
Almeida Garrett - Viagens na minha terra
– Almeida Garrett - Frei Luís de Sousa
Século XIX -1825 – 1850
•
Características gerais
– . Poesia Romântica
(reação contra a rigidez das regras clássicas)
Temas:
- libertação do eu
- primazia da sensibilidade sobre a razão
- apologia do amor sensual
- o poeta como ser predestinado
- revalorização das raízes nacionais, medievais e folclóricas
Forma:
- Liberdade estrófica
- linguagem coloquial e oralizante
- hibridismo de géneros literários
- teatralidade
Século XIX -1825 – 1850
• A narrativa romântica: caráter inovador
– a intencionalidade crítica (ao Governo e às instituições)
– crítica ao materialismo
– modernidade do texto: hibridismo discursivo, linguagem
moderna
– Teatro Romântico
– (drama ainda com características da tragédia clássica)
– Características clássicas:
– estrutura externa
– fatalidade/destino
– valor dos presságios
– concentração espácio-temporal
– adensamento da ação
– simplicidade da ação
– número reduzido de personagens
– catástrofe final
Século XIX
c.1850 – 1865
•
Aspetos extratextuais
– Regeneração e Fontismo
– Desenvolvimento das vias de comunicação
. Autores
• Poesia ultra-romântica (2º Romantismo)
– António F. de Castilho
– João de Lemos
– Soares de Passos
– Características gerais
. Poesia ultra-romântica
. valores românticos levados ao excesso
. arte pela arte
Século XIX – 1865-c.1880
•
Aspetos extratextuais
– O aparecimento das teorias socialistas (Proudhon, Marx, Engels)
– Autores
– Poesia Romântica (3º Romantismo)
• Antero de Quental - (Odes Modernas) / (“Bom Senso e Bom Gosto”, etc.)
– Características gerais
. Poesia Romântica
– missão revolucionária da poesia
– função interventiva do poeta
– angústia existencial
– pessimismo
– papel libertador da morte
. Textos de intervenção
– visão crítica da sociedade e da literatura
– construção de uma nova identidade nacional
Século XIX - 1870-1890
• Aspetos textuais da época
– Ultimatum inglês (1890)
– A revolta republicana de 31 de Janeiro de
1891
– Generalização do desencanto nacional
Século XIX - 1870-1890
• O romance realista e naturalista
. Eça de Queirós (Os Maias)
A narrativa realista-naturalista
. pintura objetiva da sociedade como forma de denúncia dos podres
sociais
. sucessão de quadros sociais e de uma vasta galeria de personagens
como forma de crítica à sociedade portuguesa contemporânea:
. descrição minuciosa
. ironia
. características naturalistas
. cientificação da literatura
. hereditariedade, educação e meio como condicionantes do
comportamento individual
Finais do século XIX – Início do
século XX
• Aspetos textuais da época
– A decadência monárquica. Os alvores republicanos. O
ressurgimento dos valores nacionalistas
. Autores
• Poesia Neo-Romântica e Simbolista
• António Nobre
• Camilo Pessanha
• Eugénio de Castro
• Características gerais
– Neo-Romantismo e Simbolismo
- o tédio existencial
- a infância como o paraíso perdido
- a revalorização do tradicional/nacional
- o saudosismo
- linguagem coloquial e liberta de artificialismos
Século XX
• O MODERNISMO
O Modernismo
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•
A Geração de Orpheu
A Revista
Fernando Pessoa e heterónimos:
Álvaro de Campos
Alberto Caeiro
Ricardo Reis
(Bernardo Soares)
Outros poetas: Almada Negreiros, Mário de SáCarneiro
O 2º Modernismo
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A Geração da Presença – 1927-1940
José Régio
João Gaspar Simões
Branquinho da Fonseca
Presença
• . o culto de um internacionalismo literário, pela
divulgação de autores como Marcel Proust ou
Paul Valéry;
• . a aceitação de correntes de pensamento e de
orientações (para)científicas, como a
psicanálise freudiana;
• . a aceitação e divulgação do cinema como uma
nova estética;
• . o culto da originalidade, da sinceridade, do
individualismo – contestação de uma poesia
demasiado empolada, expressiva.
O Neo-Realismo
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– primado da objectividade;
– tendência para a exterioridade (espaços);
– valorização de personagens pertencentes às classes mais baixas;
– representação dinâmica do processo de transformação históricosocial – cunho documental (lembrar-se-ão as palavras de Alves
Redol, em Gaibéus: a obra literária deve ser acima de tudo “um dos
gritos exactos de um drama colectivo e privado”; não pretendendo
“ficar na literatura como obra de arte”, quer ser, antes de tudo, um
documentário humano fixado no Ribatejo”, tornando-se depois disso
“o que os outros quiserem”);
• – temas: conflito social, alienação, consciência de classe, posse da
terra, opressão, decadência dos estratos dominantes;
• – opção pela narrativa como modo de expressão privilegiado;
• – dupla contestação: literatura e contexto (tendo em vista desalienar
o Homem e transformar a sociedade).
Post-Modernismo
• O Delfim – José Cardoso Pires, 1968.
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