mutação no gene da mcad

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MUTAÇÃO NO GENE DA MCAD
Os distúrbios da beta-oxidação dos ácidos graxos (DOAG) são deficiências genéticas metabólicas, nas
quais o organismo é incapaz de oxidar os ácidos graxos para produzir energia, devido à ausência ou mau
funcionamento de uma enzima específica. Se não diagnosticados e não tratados, estes distúrbios podem
causar sérias complicações afetando o sistema nervoso central, o fígado, o coração, os músculos
esqueléticos e a retina.
O distúrbio mais comum é a Deficiência de Acil-CoA Desidrogenase de Cadeia Média (siglas inglesas
MCAD para a enzima e MCADD para a deficiência), uma desordem de herança autossômica recessiva
potencialmente fatal, por prejudicar a beta-oxidaçao mitocondrial de ácidos graxos em energia. A
Deficiência de MCAD, cuja incidência é de 1:6500 a 1:20000, é responsável por 3% dos casos da
Síndrome de Morte Súbita na Infância (SIDS).
Geralmente, os pacientes com Deficiência de MCAD são normais ao nascimento e geralmente
apresentam sintomas clínicos (hipoglicemia, encefalopatia aguda e letargia) entre poucos dias a 24 meses
de vida, em resposta tanto ao jejum prolongado (por exemplo, o desmame da mamada noturna) quanto a
infecções comuns intercorrentes (por exemplo, viroses gastrointestinais ou infecções de vias aéreas
superiores).
Genética
A causa genética mais prevalente (95% dos casos) nas crianças diagnosticadas com Deficiência de
MCAD é a homozigose para a mutação missense A985G no gene da Acil-CoA Desidrogenase da Cadeia
Média, levando a substituição de uma lisina por um ácido glutâmico.
No Brasil, emprega-se geralmente a triagem neonatal molecular, baseada na genotipagem da mutação
A985G. Para sua realização, é utilizado DNA coletado em papel filtro, o qual é analisado pela técnica
molecular de Reação em Cadeia da Polimerase seguida de restrição enzimática.
Importância do screening molecular
O screening neonatal da Deficiência de MCAD é intensamente sugerido, frente à incidência desta
desordem, as conseqüências potencialmente fatais e a simplicidade do tratamento. O estudo da mutação
A985G apresenta vantagens técnicas, como agilidade na execução, efetividade e alto valor preditivo.
Um resultado molecular positivo viabiliza que medidas simples e específicas, como ingestão regular de
carboidratos, ingestão reduzida de gorduras, suplementação com carnitina e prevenção de períodos de
jejum sejam tomadas antes que severas seqüelas neurológicas ocorram, principalmente em recémnascidos.
Departamento de Genética Humana
O Departamento de Genética Humana do Instituto Hermes Pardini disponibiliza o exame MUTAÇÃO NO
GENE DA MCAD.
Técnica
Reação em Cadeia da Polimerase e RFLP (Restrição de Fragmento de Tamanho de polimorfismo).
Liberação
3 dias úteis para Belo Horizonte e 4 dias úteis para demais cidades do Brasil.
Material
- Papel filtro: enviar em temperatura ambiente preferencialmente em 24 horas, em embalagem plástica,
protegida da luz, com vedação.
- Sangue total colhido em EDTA. O material deve ser enviado em até 7 dias e refrigerado entre 2° e
8°C.
Observação
Quando realizado no Teste do Pezinho, colher preferencialmente a partir do 3° dia de vida e no
máximo até o 90º dia. Coletar antes do 3° dia de vida apenas em caso que exista solicitação médica.
Referências Bibliográficas
Haas J “Sindrome de Muerte Infantil Subita- Sudden Infant Death Syndrome (SIDS)” VII Conferencia
Latinoamericana de Patologia Pediatrica Montevideo Uruguay 25 al 28 de Setiembre 1996.
Oyen N, Skjaerven R, Irgens LM. “Population- based recurrence risk of Sudden Infant Death Syndrome
compared with other infant and fetal deaths”American Journal of Epidemiology 144 (3) 300-305 1996.
Andresen BS, Bross P, Jensen TG, Knudsen I, Winter V, Kølvraa S, Bolund L, Gregersen N. Molecular
diagnosis and characterization of medium-chain acyl-CoA dehydrogenase deficiency. Scand J Clin Lab
Invest Suppl.;220:9-25, 1995.
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