João Queiroz, Diretor de Negociação, analisa o

Propaganda
Periodicidade: Semanal
Temática:
Economia
Expresso
Classe:
Informação Geral
Dimensão:
744
19­03­2016
Âmbito:
Nacional
Imagem:
N/Cor
Tiragem:
131300
Página (s):
9
Economia
Ações sobem juros
da dívida baixam mas
Os mercados continuam
desconfiados em relação
ao crescimento da
economia Março vai
terminar como um leão
As Bolsas subiram os investi
dores ficaram com mais apetite
por risco e os juros da dívida de
países da periferia da zona o
euro desceram Mas apesar do
like que os mercados fizeram
ao pacote anunciado pelo Ban
co Central Europeu BCE na
semana passada não estão con
vencidos da sua eficácia real
Tem impacto financeiro mas
terá realmente efeito econó
mico Há muitas dúvidas Uma
nova onda devendas nas Bolsas
pode estar próxima Março
bem pode chegar como um cor
deiro mas o leão pode estar à
espreita diz Russ Koesterich
responsável global pela estra
tégia de investimento da maior
gestora de ativos do mundo a
BlackRock numa análise divul
gada esta semana
Sentimento misto
Inicialmente a reação dos mer
cados ao anúncio do BCE foi
mista As ações fecharam em
queda nessa sessão depois de
o presidente do banco central
Mário Draghi ter sugerido
que são pouco prováveis novos
cortes de taxas de juro Mas na
sexta feira as Bolsas subiram
O mercado de dívida tem tido
uma performance positiva e o
sector da banca tem estado em
destaque já que vai beneficiar
de financiamento ultrabarato
Agora se os bancos vão passar
essebenefício para a economia
é a incógnita Não me parece
que os banqueiros vão arriscar
financiar mais aponta João
Queiroz diretor de trading da
GoBulling
Por outro lado uma das con
sequências bem vindas seria
uma desvalorização do euro
para tornar as exportações
europeias mais competitivas
Mas apesar da dimensão e
extensão do pacote do BCE o
euro continuou a subir face ao
dólar aponta Koesterich
Certo é que apesar das dú
vidas os investidores perde
ram um pouco o apetite pe
los chamados ativos refúgio
como a dívida soberana nor
te americana Foi um dos
efeitos do BCE empurrar os
investidores para segmentos
de maior risco afirma Albi
no Oliveira analista da Patris
As compras do BCE deverão
provavelmente comprimir sig
nificativamente os spreads do
crédito e reduzir a volatilidade
Isto pode levar os investidores
a aumentar o espectro de ris
co investir em ativos de mais
longo prazo e menor qualidade
e sair de ativos de baixa ren
tabilidade da zona euro diz
Eve Tournier responsável pela
gestão da carteira de crédito
da PIMCO
Mas a recuperação das Bolsas
nas últimas semanas não é vista
como sustentável Muito de
uma coisa boa pode às vezes ter
um lado negativo Esta recente
subida fez baixar a volatilidade
se calhar em demasia Isso sig
nifica que o cenário pode estar
montado para um regresso da
volatilidade e outra onda de
vendas avisa o responsável
da BlackRock
E frisa que a recuperação
das ações no último mês é uma
clássica subida de alívio na
qual os investidores estão ali
viados de as condições não se
rem tão más como o que era
previamente esperado A recu
peração foi em parte suportada
em expectativas de uma estabi
lização na China O que poderá
explicar a forte subida nos pre
ços das matérias primas visto
que a China é o maior consumi
dor do mundo de commodities
Infelizmente os sinais de
que a recuperação da China é
real são escassos Enquanto os
Estados Unidos parecem es
tar a estabilizar a economia
chinesa continua a ter desa
fios refere o responsável da
BlackRock A última prova veio
sob a forma de uma quebra de
25 nas exportações chinesas
E esta queda no comércio ex
terno da China levanta dúvidas
não só sobre a saúde da eco
nomia chinesa o que já é sufi
cientemente preocupante para
as perspetivas de crescimento
global como também sobre a
situação das trocas comerciais
a nível mundial
Neste enquadramento de
contínua incerteza sobre a eco
nomia global a recente subida
das Bolsas começa a parecer
um pouco excessiva Isto é par
ticularmente evidente na forte
queda da volatilidade O índi
ce VIX uma medida chave de
volatilidade do mercado está
de regresso aos seus níveis mí
nimos desde agosto salienta
Para os investidores os tem
pos continuam a ser de cautela
Os dados macroeconómicos
não estão assim tão maus mas
não estão fantásticos lembra
Albino Oliveira NosEUA a Re
serva Federal mostrou preocu
pação e decidiu abrandar o rit
mo de subida das taxas de juro
iniciado em dezembro passado
O ideal é os investidores
pensarem investir mais numa
lógica de longo prazo reco
menda Rui Bárbara gestor de
ativos do Banco Carregosa
Elisabete Tavares
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