Sugestões de Atividades Arte Teatro Parte 1 Arquivo

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PREFEITURA MUNICIPAL DE FOZ DO IGUAÇU
ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO
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ORIGEM
MAS, COMO SURGIU O TEATRO?
A palavra teatro tem origem no vocabuláro grego
theatron que significa local de onde se vê (platéia). A palavra
drama, também oriunda da língua grega, quer dizer
“eu faco, eu luto.”
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O teatro surge a partir do desenvolvimento do
homem, através das suas necessidades.
O homem primitivo era caçador e selvagem, sentia
necessidade de
dominar a natureza.
Através necessidades surgem invenções como o
desenho e o teatro na sua forma mais primitiva.
Eram umas espécies de danças dramáticas coletivas
que abordavam as questões do seu dia a dia, uma
espécie de rito de celebração, agradecimentos ou
perdas.
Estas pequenas evoluções se deram com o passar de
vários anos.
Com o tempo o homem passou a realizar rituais
sagrados
na tentativa de apaziguar os efeitos da natureza,
harmonizando-se com ela.
Os ritos começaram a evoluir, surgem danças miméticas, os
homens praticam a MIMESIS (mímica) e as mulheres cantam.
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Com o surgimento da civilização egípcia os pequenos ritos se
tornaram grandes rituais formalizados e baseados em mitos
(histórias que narram o segredo do mundo.
Cada mito conta como uma realidade veio a existir.
Os ritos possuíam regras de acordo com o que propunha o
estado e a religião, eram apenas a história do mito em ação
ou seja em movimento. Estes rituais propagavam as
tradições, apelo as entidades sobrenaturais, oferenda para
obtenção de favores, para homenagem, para divertimento
e sinal de honra aos nobres. Na Grécia sim, surge o teatro.
Surge o DITIRAMBO,
um tipo de procissão informal que mais tarde ficou mais
organizada, era para
homenagear o Deus Dioniso.
Era um culto de evolução e louvação a determinado Deus.
É uma das expressões mais antigas do espírito lúdico da
humanidade: Em todas as épocas e entre todos os povos
existem o desejo de desempenhar temporariamente o papel
de outros, fantasiar-se e falar à maneira dele. Esse outro
pode ser um deus, o que explica a origem de determinadas
representações em atos litúrgicos.
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Tipos de Teatro Pantomima é a arte de narrar com o corpo.
Um tipo de teatro gestual, de origem grega. Na pantomima
procura-se fazer o menor uso possível da palavra.
O Entremés era um tipo de peça teatral de um só ato que
se caracterizava pela comicidade e pela brevidade, pois a
trama e
o conflito eram mínimos. Os personagens oscilavam entre
três e
cinco e representavam as classes sociais baixas e
populares em
situações absurdas e grotescas a fim de provocar o riso
fácil.
A representação se dava nos intervalos dos atos de uma
obra principal.
O Teatro de Feira (La foire Saint-Germain) eram espetáculos
teatrais desenvolvidos dentro das feiras populares que
aconteciam ao redor da Abadia de Saint-German-de-Prés e
da igreja de Saint Laurent, em Paris,
e mais tarde da igreja de Saint-Ovide, nos séculos XVII e
XVIII.
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O Mambembe era uma companhia de teatro que ia de cidade
em cidade, em carroças, que além de servirem como casa,
carregavam os cenários, os figurinos, a maquiagem, etc.
Os atores e atrizes eram chamados de
saltimbancos ou trupes.
Teatro de Sombras - antiga arte do teatro Oriental.
As sombras são feitas com as mãos ou mesmo com
papéis, numa sala escura, à luz de uma vela, de uma lanterna
ou
de uma lâmpada.
Os atores fazem as sombras falarem, dançarem e cantarem.
O Teatro de Revista é um gênero de espetáculo teatral que
combina
números de música, dança e humor. Muito popular no Brasil
nas
décadas de 1930 e 1940.
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O teatro Kabuki é um gênero de teatro popular japonês,
caracterizado pela combinação de música, dança, mímica,
encenação e figurinos.
O que é teatro?
•A = Ator
•B = Personagem
•C = Público
“A” que representa “B” na frente de “C” TEXTO TEATRAL.
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Para que haja teatro tem de haver um determinado TEXTO, uma peça
escrita e destinada a ser representada por atores. Uma situação inicial
com
meio e desfecho. Desenvolvimento da ação: a sequência de atos:
Resultado final da interação discursiva dos personagens.
TEXTO TEATRAL: A T O - grande divisão do texto que decorre
num
mesmo espaço.
C E N A - divisão do ATO determinada pela saída ou entrada de
personagens. DISCURSO DAS PERSONAGENS - falas das
personagens.
O espaço “Teatro” PALCO CENÁRIO BASTIDORES CAMARINS
PLATEIA
BOCA DE CENA CORTINA
Funções para montagem de uma peça de teatro:
Diretor: O desenvolvimento desta função gira em torno
de supervisionar e
dirigir a montagem de uma peça teatral, novela, cinema
ou programa.
O trabalho do diretor é diretamente ligado à
representação, ele trabalha direto com o ator ou atriz.
Assistente de direção:
Auxilia a direção. Equipe de produção: Viabilizar a
exibição de peças ou espetáculos é a função da
produção. Providenciar locais para os ensaios, buscar
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patrocínios, administrar orçamentos e os materiais
necessários para a realização da apresentação.
Funções para montagem de uma peça de teatro:
Elenco: todos os atores que farão parte da peça de
teatro.
Equipe de Cenografia: Nesta função o profissional fica
responsável
por criar cenário para as cenas de um filme, novela,
teatro, ou propaganda. A partir do roteiro, o cenógrafo
cria um cenário que deverá ser aprovado pelo produtor
para assim realizar a função profissional.
Contrarregra: Acompanha a encenação da peça na boca
de palco e encarrega-se da guarda, conservação e
colocação dos objetos de
cena sob orientação do Cenógrafo
Funções para montagem de uma peça de teatro:
Dramaturgo: O dramaturgo tem a função de redigir
peças teatrais, seriados, novelas e filmes. Nesta
profissão é possível trabalhar sozinho ou em grupo.
Equipe de figurino:
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Responsável pelas roupas.
Equipe de sonoplastia:
Responsável pelo som.
Equipe de iluminação: Responsável pela luz.
Equipe de maquiagem: Responsável pela maquiagem dos
atores em cena.
Funções para montagem de uma peça de teatro: Equipe
de figurino: Responsável pelas roupas usadas na peça de
teatro.
Equipe de adereços: Responsável pelos adereços dos
atores.
Equipe de sonoplastia: Responsável pelo som da peça.
Equipe de iluminação: Responsável pela luz do teatro.
Equipe de maquiagem: Responsável pela maquiagem dos
atores em cena.
No teatro existe um encontro entre os atores e o
público.
Representar e coçar é só começar.
Frequente o Teatro!!
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TEATRO PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS
Concepções religiosas que eram simbolizadas, para
o espaço cênico organizado, como demonstração de
cultura e conhecimento. É, por excelência, a arte
do homem exigindo a sua presença de forma
completa:
seu
corpo,
sua
fala,
seu
gesto,
manifestando a necessidade de expressão e
comunicação.
O ato de dramatizar está potencialmente contido
em cada um, como uma necessidade de compreender e representar uma
realidade. Ao observar uma criança em suas primeiras manifestações
dramatizadas, o jogo simbólico, percebe-se a procura na organização de seu
conhecimento do mundo de forma integradora. A dramatização acompanha o
desenvolvimento da criança como uma manifestação espontânea, assumindo
feições e funções diversas, sem perder jamais o caráter de interação e de
promoção de equilíbrio entre ela e o meio ambiente. Essa atividade evolui do
jogo espontâneo para o jogo de regras, do individual para o coletivo.
Dramatizar não é somente uma realização de necessidade individual na
interação simbólica com a realidade, proporcionando condições para um
crescimento pessoal, mas uma atividade coletiva em que a expressão
individual é acolhida. Ao participar de atividades teatrais, o indivíduo tem a
oportunidade de se desenvolver dentro de um determinado grupo social de
maneira responsável, legitimando os seus direitos dentro desse contexto,
estabelecendo relações entre o individual e o coletivo, aprendendo a ouvir, a
acolher e a ordenar opiniões, respeitando as diferentes manifestações, com
a finalidade de organizar a expressão de um grupo.
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O teatro tem como fundamento a
experiência
de
vida:
ideias,
conhecimentos e sentimento.
A sua ação é a ordenação desses
conteúdos individuais e grupais.
A criança, ao começar a frequentar a
escola,
possui
a
capacidade
da
teatralidade como um potencial e como
uma prática espontânea vivenciada nos
jogos de faz-de-conta. Cabe à escola
estar atenta ao desenvolvimento no jogo
dramatizado oferecendo condições para o exercício consciente e eficaz, para
aquisição e ordenação progressiva da linguagem dramática. Deve tornar
consciente as suas possibilidades, sem a perda da espontaneidade lúdica e
criativa que é característica da criança ao ingressar na escola.
O teatro, no processo de formação da criança, cumpre não só função
integradora, mas dá oportunidade para que ela se aproprie crítica e
construtivamente dos conteúdos sociais e culturais de sua comunidade
mediante trocas com os seus grupos. No dinamismo da experimentação, da
fluência criativa propiciada pela liberdade e segurança, a criança pode
transitar livremente por todas as emergências internas integrando
imaginação, percepção, emoção, intuição, memória e raciocínio.
As propostas educacionais devem compreender a atividade teatral como uma
combinação de atividade para o desenvolvimento global do indivíduo, um
processo de socialização consciente e crítico, um exercício de convivência
democrática, uma atividade artística com preocupações de organização
estética e uma experiência que faz parte das culturas humanas.
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A escola deve viabilizar o acesso do aluno à literatura especializada, aos
vídeos, às atividades de teatro de sua comunidade. Saber ver, apreciar,
comentar e fazer juízo crítico devem ser igualmente fomentados na
experiência escolar.
O teatro no ensino fundamental proporciona experiências que contribuem
para o crescimento integrado da criança sob vários aspectos. No plano
individual, o desenvolvimento de suas capacidades expressivas e artísticas.
No plano do coletivo, o teatro oferece, por ser uma atividade grupal, o
exercício das relações de cooperação, diálogo, respeito mútuo, reflexão
sobre como agir com os colegas, flexibilidade de aceitação das diferenças e
aquisição de sua autonomia como resultado do poder agir e pensar sem
coerção.
A criança, ao iniciar o ciclo básico, está na idade de vivenciar o
companheirismo como um processo de socialização, de estabelecimento de
amizades. Compartilhar uma atividade lúdica e criativa baseada na
experimentação e na compreensão é um estímulo para a aprendizagem.
A organização de grupos para a realização de uma tarefa é um exercício
desafiador para integrar os componentes. Cabe ao professor proceder de
maneira a incentivar essas relações. A necessidade de colaboração torna-se
consciente para a criança, assim como a adequação de falar, ouvir, ver,
observar e atuar. Assim, liberdade e solidariedade são praticadas.
O professor deve conhecer as etapas de desenvolvimento da linguagem
dramática da criança e como ela está relacionada ao processo cognitivo. Por
volta dos sete anos, a criança se encontra na fase do faz-de-conta, em que a
realidade é retratada da maneira que é entendida e vivenciada. Ela ainda não
é capaz de refletir sobre temas gerais, distantes do seu cotidiano. Também
não se preocupa com a probabilidade dos fatos. Próximo aos oito, nove anos,
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preocupa-se em mostrar os fatos de forma realista. Está mais consciente e
comprometida com o que dizer por meio do teatro.
Inicialmente, os jogos dramáticos têm caráter mais improvisacional e não
existe muito cuidado com o acabamento, pois o interesse reside
principalmente na relação entre os participantes e no prazer do jogo.
Gradualmente, a criança passa a compreender a atividade teatral como um
todo, o seu papel de atuante e observa um maior domínio sobre a linguagem e
todos os elementos que a compõem.
A elaboração de cenários, objetos, roupas, organização e sequência de
história é mais acurada. Esse processo precisa ser cuidadosamente
estimulado e organizado pelo professor. Os cenários pintados não mostram a
representação da perspectiva, mas na maioria das vezes apresentam
proporções adequadas.
Compete à escola oferecer um espaço para a realização dessa atividade, um
espaço mais livre e mais flexível para que a criança possa ordenar-se de
acordo com a sua criação. Deve ainda oferecer material básico, embora os
alunos geralmente se empenhem em pesquisar e coletar materiais adequados
para as suas encenações.
O professor deve organizar as aulas numa sequência, oferecendo estímulos
por meio de jogos preparatórios, com o intuito de desenvolver habilidades
necessárias para o teatro, como atenção, observação, concentração e
preparar temas que instiguem a criação do aluno em vista de um progresso na
aquisição e domínio da linguagem teatral. É importante que o professor esteja
consciente do teatro como um elemento fundamental na aprendizagem e
desenvolvimento da criança e não como transmissão de uma técnica.
Levar para o aluno textos dramáticos e fatos da evolução do teatro são
importantes para que ele adquira uma visão histórica e contextualizada em
que possa referenciar o seu próprio fazer. É preciso estar consciente da
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qualidade estética e cultural da sua ação no teatro. Os textos devem ser lidos
ou recontados para os alunos como estímulo na criação de situações e
palavras.
No ensino fundamental o aluno deve desenvolver um maior domínio do corpo,
tornando-o expressivo, um melhor desempenho na verbalização, uma melhor
capacidade para responder às situações emergentes e uma maior capacidade
de organização e domínio de tempo.
http://cptstatic.s3.amazonaws.com/pdf/cpt/pcn/
volume-06-arte.pdf
Introdução
O Teatro na Escola tem uma importância fundamental na educação. Ele
permite ao aluno uma enorme “gama” de aprendizados podendo citar como
exemplos, a socialização, a criatividade, a coordenação, a memorização, o
vocabulário e muitos outros.
Através do teatro, o professor pode perceber traços da personalidade do
aluno,
seu
comportamento
individual
e
em
grupo,
traços
do
seu
desenvolvimento e essa situação permite ao educador, um melhor
direcionamento para a aplicação do seu trabalho pedagógico.
O teatro enfoca uma proposta de ensino diferente da forma tradicional.
Através de pesquisa abordam o contexto histórico de cada forma teatral, o
tipo de material que pode ser utilizado para a confecção dos materiais, (que
pode variar como materiais comprados, uma roupa que você tenha que pode
ser adequada e até material de sucata), é possível criar e interpretar e com
pouco, divertir e ensinar a todos.
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O teatro tem a função de mostrar o comportamento social e moral, através
do aprendizado de valores e no bom relacionamento com as pessoas. Os textos
do teatro infantil eram adaptações de obras europeias carregadas do
moralismo vigente na época. Portanto, o teatro infantil teve a sua origem na
moral cristã, no didatismo e na moral europeia, e este quadro só começa a
mudar durante a década de 70, passando o teatro-infantil a ser um gênero
específico. O contato da criança com o teatro se dá basicamente pela escola
ou pela igreja. É claro que em ambas as instituições o espetáculo é marcado
mais pelo viés pedagógico do que pelo estético propriamente dito. Trabalhar
com o teatro na sala de aula, não apenas fazer os alunos assistirem as peças,
mas representá-las, inclui uma série de vantagens obtidas: o aluno aprende a
improvisar, desenvolve a oralidade, a expressão corporal, a impostação de voz,
aprende a se entrosar com as pessoas, desenvolve o vocabulário, trabalha o
lado emocional, desenvolve as habilidades para as artes plásticas (pintura
corporal, confecção de figurino e montagem de cenário), oportuniza a
pesquisa, desenvolve a redação, trabalha a cidadania, religiosidade, ética,
sentimentos, interdisciplinaridade, incentiva a leitura, propicia o contato com
obras clássicas, fábulas, reportagens; ajuda os alunos a se desinibirem-se e
adquirirem autoconfiança, desenvolve habilidades adormecidas, estimula a
imaginação e a organização do pensamento. Enfim, são incontáveis as
vantagens em se trabalhar o teatro em sala de aula. Na realização de cenas
dramáticas destaca-se o exercício de fazer de conta, fingir, imaginar ser
outro, criar situações imaginárias. São atitudes essencialmente dramáticas
criadas pelo homem para desenvolver habilidades, capacidades e provir sua
existência. Atuamos todos os dias, em casa, na escola, no trabalho, assumimos
papéis sociais constantemente em nossas vidas, como o de pai, mãe, filho,
aluno, professor, de acordo com o ambiente assumimos personagens sociais
reais. A atuação é o meio pelo qual nos relacionamos com o outro. O processo
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dramático é considerado um dos mais vitais para os seres humanos. Porém,
Nosso objetivo na escola não é ter um aluno-autor, um aluno-pintor ou um
aluno compositor, mas sim dar oportunidades a cada um de descobrir o mundo,
a si próprio e a importância da arte na vida humana. (REVERBEL, 1989). Os
Parâmetros
Curriculares
Nacionais
buscam
identificar
os
diversos
argumentos sobre a importância do conhecimento artístico. A abordagem
dramática na educação admite a importância do teatro infantil e considera-o
como base da educação criativa. O teatro na escola, de acordo com os PCNS,
tem o intuito de que o aluno desenvolva um maior domínio do corpo, tornandoo expressivo, um melhor desempenho na verbalização, uma melhor capacidade
para responder às situações emergentes e uma maior capacidade de
organização de domínio de tempo. O teatro estimula o indivíduo no seu
desenvolvimento mental e psicológico. Mas apesar disso, o teatro é arte,
arte que precisa ser estudada não apenas em níveis pedagógicos, mas
também como uma atividade artística que tem as suas características
como tal. Assim declara Reverbel: Que o teatro tem a função de divertir
instruindo é uma verdade que ninguém pode contestar, pois seria negar-lhe a
própria história (REVERBEL, 1989) Teatro também é instrução, mas
considerar isso como a essência teatral corresponde a desconhecer suas
múltiplas manifestações. O teatro essencialmente tem a função de prazer,
alegria, algo essencialmente agradável. Não no sentido de peças teatrais com
temas relacionados a coisas boas ou temas que seguem certas regras de
conduta, mas agradável no sentido que a mimeses/significa imitação ou
representação, o atuar, foi belo, foi real em grego. A oportunidade de
escrever uma peça, transformá-la ou atuar nela, a construção de cenários e
figurinos, é a essência do teatro, pois é algo que pode ser construído e
dividido em sua essência. Dessa forma, o trabalho cenográfico permite o
desenvolvimento do pensamento reflexivo sobre a sua obra, por exemplo: ao
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criar o cenário que representa o lugar onde acontece a cena: lugar geográfico,
lugar social, lugar geográfico e social ao mesmo tempo. O cenário também
pode significar o tempo: época histórica, estações do ano, certa hora do dia.
Assim, a função do cenário é a de determinar a ação no espaço e no tempo
para que o espectador possa entender os acontecimentos. Ao interpretar, o
personagem utiliza a palavra, que possui funções variadas de acordo com o
gênero dramático, o modo literário ou teatral. A participação no teatro é a
sua essência. O valor estético do teatro é abordado por Aristóteles, sendo o
primeiro a analisar e explicitar a composição narrativa, inicialmente nas
tragédias gregas, onde conceitos como mimesis, deixam claro que a imitação
é a das paixões que movem o homem e não apenas as suas ações, modificando
o entendimento da função de catarsis, (plural de catarse que significa:
Purificação da alma por uma descarga emocional causada pelo drama,
sentimento de alívio) que, através da identificação com a trama e seus
personagens, o espectador seria capaz simplesmente de expressar seus
sentimentos. Todavia, seu papel vai além, permitindo que a plateia repense
seu estar no mundo, que se dá através de um conflito – que o coloca em
presença de questões humanas. O conflito é gerado pelas relações entre os
personagens. O objetivo do texto é proporcionar a eficácia da peça, dessa
forma, o texto deve ser bem formulado e diálogos bem estruturados. Com
relação ao teatro infantil, a ação dramática, como característica do teatro,
deve ser observada seguindo os mesmos critérios de avaliação de peças para
adultos, como por exemplo: estrutura da peça, articulação dos atos, cenas
principais e caracterização das personagens. A estrutura da peça apresenta
três elementos: exposição, conflito e desenlace. A exposição é a parte em que
o público toma conhecimento dos acontecimentos. No conflito, os problemas
descritos na exposição chegam ao clímax, aumentando tensões. O desenlace
é o moderador da tensão, sendo provocado pela resolução do problema.
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A visão de teatro-infantil com função pedagógica começa a ser quebrada na
década de 50 com o surgimento de O Tablado, dirigido por Maria Clara
Machado. Maria Clara Machado é uma das pessoas que mais escreveu
peças para o teatro infantil no Brasil. Em 1955, ela escreveu a peça
infantil mais famosa do país até hoje: Pluft, o Fantasminha. É a história
de um fantasma criança, que tem medo de gente. A peça conta a história
do rapto da Menina Maribel pelo malvado Pirata Perna-de-Pau, que vai
esconder a menina no sótão de uma casa abandonada, onde vive uma
família de fantasmas: a Mãe, que faz deliciosos pastéis de vento e
conversa ao telefone com Prima Bolha; o fantasminha Pluft, que nunca viu
gente; Tio Gerúndio, que passa o dia inteiro dormindo dentro de um baú;
e Chisto, o primo aviador que não chega a entrar em cena, surgindo
apenas no final para fazer um salvamento espetacular da menina. A trama
se concentra na procura do tesouro do avô da menina, o Capitão Bonança,
que morreu no mar deixando no fundo dele a sua herança. O interessante
nesta peça é a principal característica de Pluft: seu grande medo de
gente, invertendo a situação, conservada pela tradição, que as crianças
têm de fantasma, ou seja, geralmente são as crianças que perguntam se
fantasmas existem e têm medo deles, em Pluft, temos o fantasma que
tem medo de gente, quando, ao contrário, deveria assombrá-las,
aparecendo assim o cômico que se faz presente na peça, como se percebe
no trecho a seguir: (Os dois ficam rindo por alguns momentos, contentes
com a descoberta mútua. Maribel cutuca o fantasminha e acha graça de ele
ser diferente dela.) MARIBEL (Lembrando-se) Oh! (Vai até a janela) O Perna
de Pau vai voltar, meu Deus do Céu. Ele quer roubar o tesouro do meu avô e
vai me levar para o mar. PLUFT (Imitando a mímica do marinheiro) Navegar...
Navegar... Navegar... não é? MARIBEL (Começando a chorar) Não... não... não...
(Cai sentada à beira da janela.) PLUFT Que lindo! Que lindo! Que lindo! ...
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Mamãe, mamãe... acode aqui... a menina está derramando o mar todo pelos
olhos! ... MÃE (De dentro) Ela está chorando, meu filho. 605 PLUFT Que lindo
é chorar, mamãe... Também quero! MÃE (De dentro) Fantasma não chora,
Pluft. Senão derrete. (Chegando) Vá buscar um pano para enxugar os olhinhos
dela. PLUFT (Sai e torna a voltar) Para pegar o choro dela? MÃE É. (A mãe
fantasma passa a mão na cabeça da menina, que se assusta ao vê-la) Ah! Tinha
me esquecido. (Formaliza-se toda para se apresentar. Põe na cabeça um
chapéu fora de moda) Sou a mãe de Pluft. (Cumprimentos) Aceita um pastel
de vento? (Sai) Trecho da peça “Pluft, o Fantasminha” – Maria Clara Machado.
O que faz com que a peça seja boa não é a ausência de ensinamentos, mas a
riqueza de situações engraçadas, diferentes e bem elaboradas na peça e o
seu valor estético. Quando os valores morais e didáticos se sobrepõem aos
valores estéticos de uma peça teatral, a peça perde a sua real função. Em
Pluft, o Fantasminha, os valores estéticos são riquíssimos e sem forçar a
barra para valores morais a autora enfatiza a solidariedade, como se percebe
no trecho a seguir: (Pluft abre o cofre, enquanto Perna de Pau se precipita,
arreda Pluft e tira do cofre um retrato, um papel e um rosário.) PERNA DE
PAU O retrato da neta Maribel! (Joga o retrato em cima de Maribel, que está
ajoelhada perto de Pluft) Uma receita de peixe assado! (Joga a receita) Um
rosário! (Faz o sinal da cruz com muito medo e levanta o rosário, deixando-o
cair nas mãos de Pluft. Depois volta com avidez ao cofre) E o dinheiro? E o
dinheiro? GERÚNDIO O dinheiro está no fundo do mar. Pode ir buscá-lo,
Perna de Pau. (Gerúndio apita. Ouve-se o toque da corneta) Os fantasmas do
mar vão levá-lo ao tesouro que está enterrado no fundo do mar. (Os três
fantasmas tornam a descer.) PERNA DE PAU Não! Não! Não! Fantasmas não!
Fantasmas não! (Empurrando pelos fantasmas, Perna de Pau recua até a janela
e desaparece. Os fantasmas se recolhem). A solidariedade sim, pois todos
ajudam a encontrar o tesouro sem esperar nada em troca, e quando encontram
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no cofre o retrato de Maribel, uma receita de peixe assado e um terço, ou
seja, valores humanos- amor, prazer de saborear deliciosos pratos e a fé, mas
não 606 encontram ouro ou dinheiro, ninguém fica decepcionado. Também não
há ênfase em castigar a maldade ou ver o personagem se dar mal, pois a única
decepção de Perna-de-pau foi não encontrar o dinheiro. Nos anos 70 também
surgiram novos grupos, o Vento forte, de Ilo Krugli, conduzindo mais uma vez
o teatro infantil por caminhos de crescimento e descobertas. Ilo Krugli
escreveu a peça História de Lenços e Ventos, que estreia em 1974, lhe
rendendo vários prêmios. A peça representa um real divisor de águas no
teatro infantil brasileiro, apresentando a magia do teatro de animação, pois
o que dá vida ao drama são seres inanimados, lenços, jornal, cartaz, galinha,
guarda-chuva, guardanapo, nuvem, chuva, dragão, todas personagens que
contribuem ricamente no desenvolvimento da peça. Além disso, há inúmeras
linguagens que se entrelaçam com a peça- música, dança, cenário, figurino. A
história começa com lenços que gostariam de voar. Certa vez um lenço voou
tão longe que foi raptado pelo Rei Metal Mau, que obrigou o lenço Azulzinha,
a casar-se com ele, mas depois de muitas lutas na Cidade Medieval, o Papel
vence a briga e sai com Azulzinha. História de Lenços e Ventos abandona as
características do "teatro didático" valorizando assim a encenação, o
espetáculo, propondo a valorização da imaginação, fantasia. O trecho do
poema escrito por Ilo Krugli nas primeiras páginas do livro História de Lenços
e Ventos responde a muitas pessoas o porquê de fazer teatro para crianças
e da sua motivação em escrever. Assim explica: Dentro de cada criança existe
um homem de olhos abertos para o mistério de crescer da noite para o dia e
do dia para a noite. Dentro de cada homem existe uma criança recolhida numa
sombra de crepúsculo que teima em evocar... "eu era..." Nessa peça novamente
tem-se os valores estéticos sobrepostos aos valores morais, dando o seu real
valor ao conceito de teatro como obra de arte. O texto dramático deixa de
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ser o elemento central, dando espaço a personagens, à ação, etc. Outra peça
em circulação é A cidade da nutrição, peça encontrada no livro Vale a pena
fazer teatrinho de bonecos. O valor dessa dramaturgia está voltado
estritamente ao pedagógico, servindo para educar moralmente e transmitir
conhecimentos, eliminando qualquer valor estético da obra de arte que é o
teatro. A peça narra à história de um menino que não queria comer e por isso
é considerado um assassino e julgado pelos seus atos. (...) Miguel Renato!
Deixe esse brinquedo e venha comer! Faz três horas que saímos de casa! Ora!
Venha, menino. Renato Comer? Não tenho fome. Comam vocês. (...) Miguel
Renato pare com isso e venha comer qualquer coisa! Olhe, se você fosse
obediente, pelo menos tentaria comer qualquer coisa. Mas não liga ao que tia
Márcia fala. E a pobre criatura sofre com sua teimosia. Coitada da tia.
Arrumou a cesta com tanto carinho! Oh, por favor, Renato, venha, coma
alguma coisa. (O menino não come, o piquenique acaba, mas ele resolve ficar
mais um pouco na floresta) Renato Ai... sinto umas tonteiras... A cabeça me
pesa! Como me dói aqui. Ai. Já sei. Há muitas horas não me alimento. (Levanta
a cabeça, olha para as árvores e fala) Oh! Os gigantes de braços levantados.
(Renato fica paralisado de espanto) Vozes Você é um criminoso! Renato Eu...
criminoso? ...Por que? Gigante Você é um criminoso porque está desperdiçando
o bem mais precioso que recebeu de Deus –a saúde – não se alimentando como
devia. As vozes: É um criminoso. Criminoso! Renato Perdão! Prometo não fazer
mais isso. Gigante Não basta. Tem que ser julgado. (Há um julgamento, mas
ele é absolvido, graças à intervenção do Sr. Leite a quem ele dava alguma
atenção à noite. No fim era um pesadelo. Renato pede para se alimentar e
diz:) Renato Nunca mais esquecerei desses ensinamentos. E, outra coisa,
assumi o compromisso de ensinar a todos os meus colegas e amigos, o que
aprendi sobre nutrição. Como comentado anteriormente, muitos dos textos
dramáticos criados a partir do século XX vão apresentar uma forte presença
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de conteúdos educativos com o intuito de ensinar valores morais, éticos,
muitas vezes até certos dogmas e ensinamentos, como o exemplo da peça A
cidade da Nutrição, querendo “ensinar” a criança que ela tem que comer
corretamente. Que a criança tenha que ter uma alimentação super saudável
e equilibrada, isso ninguém pode questionar, mas escrever uma peça de teatro
para ensinar a criança que ela deve se alimentar corretamente é eliminar toda
a importância, função e essência teatral. Aqui 608 novamente tem-se o
artístico sendo transportado a um plano inferior, sobressaindo o ensinamento.
Analisando as 3 peças – Pluft, a fantasminha, História de Lenços e Ventos e
A Cidade da Nutrição – é possível estabelecer grandes diferenças. A
linguagem das peças, o vocabulário, são mais desenvolvidos em Pluft, o
fantasminha, História de Lenços e Ventos, o desfecho da peça não é pautado
por um ensinamento como em A Cidade da Nutrição, os personagens não são
estereotipados, como o Gigante, poderoso e mal. Há a valorização do marginal,
ou seja, personagens deixados à margem, como o fantasma em Pluft, o
fantasminha, e lenços e papéis como em História de Lenços e Ventos. O que
paramos para pensar não é apenas se a criança está tendo acesso, contato
com as artes teatrais, pois ela está. No século XX também foi possível
observar o crescimento de vários espetáculos e teatros, dando a criança mais
acesso do que antigamente. A questão levantada é: qual o tipo de peças que
elas estão assistindo ou qual a qualidade artística que essas peças oferecem
as crianças? A ideia que predomina sobre o que é ser criança, é que é um
estágio que ela se prepara para vir a ser adulto. O caráter do ser humano
começa a ser formado ainda quando criança. Dessa forma, muitos acreditam
que tudo que gira em torno da criança deva ter algum ensinamento, algum
valor moral e ético. Por isso é que no teatro muitas vezes reproduzem-se
peças que de alguma maneira contribuía na educação das crianças, reforçando
23
valores considerados importantes em cada época. Apontar as deficiências e
as qualidades de peças teatrais não significa a busca da perfeição, mas a
valoração do teatro como arte. O teatro precisa ser levado à sala de aula
como arte, assumindo o seu papel como obra de arte. Através dele, a criança
vai se deparar com uma das mais antigas manifestações culturais, e diante
dessa manifestação cultural, aprenderá e verá que o teatro discute sempre
as questões existenciais do homem no mundo. É dentro dessa perspectiva que
o
teatro
tem
a
sua
função
estética,
catártica,
questionadora,
transformadora, política e social – uma obra de arte enquanto atividade
artística que expressa o homem e os seus sentimentos.
HISTÓRIA
OS SALTIMBANCOS
Muitos anos depois, na Idade Média, lá por volta do século 12, apareceram na
Europa companhias de teatro que ia de cidade em cidade. Este teatro já não
tinha nada de religioso, e seus atores e atrizes, chamados de saltimbancos,
24
As peças de teatro na Grécia antiga contavam histórias dos mitos gregos, onde os deuses
eram muito importantes. Elas passaram a ser representadas em espaços especiais, que são
parecidos com os teatros de hoje. Eram construções em forma de meia-lua, cavadas no chão,
com
bancos
chamados
parecidos
teatros
com
arquibancadas,
de
arena.
Um dos mais famosos está em pé até hoje, em Atenas,
na Grécia, e se chama Epidaurus. Uma coisa curiosa nas
encenações é que só os homens podiam atuar, já que as
mulheres não eram consideradas cidadãs. Por isso, as
peças gregas eram encenadas com grandes máscaras!
Existiam dois tipos de peças: as tragédias e as comédias. As tragédias eram histórias
dramáticas, e mostravam homens que, por não aceitarem a vontade Divina, acabavam em maus
bocados. Os autores de tragédia grega mais famosos foram Esquilo, Sófocles e Eurípides.
As comédias eram histórias engraçadas chamadas sátiras, que são gozações da vida. Um
grande autor de comédia grega foi Aristófanes.
Todos esses autores influenciaram muito o teatro que veio depois, e suas peças são
encenadas
até
hoje.
O teatro foi se desenvolvendo e ganhando muitas caras e formas, como o teatro
mambembe...
literalmente carregavam a casa nas costas. E não só a casa: os cenários das
peças, seus figurinos (as roupas usadas), maquiagem, etc. Eles andavam em
carroças, sempre em bandos, chamados trupes, e não tinham morada certa.
Eles também representavam peças engraçadas ou dramáticas, como os
gregos. Hoje, esse teatro itinerante também é conhecido como teatro
25
mambembe.
Mas não pense que ficar "de galho em
galho"
era
o
sonho
da
vida
dos
saltimbancos! É que na época em que eles
viviam, a Igreja era muito poderosa e
implicante, e escolhia o que as pessoas podiam representar, de preferência
textos cristãos. E os saltimbancos não queriam saber dessa prisão, pois o
negócio deles era usar a criatividade e representar o que bem quisessem.
Perseguidos pela Igreja e sendo tratados como foras-da-lei, os saltimbancos
começaram a usar máscaras, para não serem reconhecidos. Uma tradição que
descende diretamente dos saltimbancos é o circo, que até hoje anda de
cidade em cidade apresentando seus números.
Theatre, em forma de globo (daí o nome). Mas ficou famoso mesmo por suas
peças, imortais, que retratavam os tipos humanos como nunca nenhum autor
conseguiu fazer depois dele. Algumas de suas peças mais conhecidas são
Romeu e Julieta, Hamlet e Sonho de uma Noite de Verão. Aliás, a frase tão
famosa lá de cima é da peça Hamlet... Depois de Shakespeare, o teatro nunca
mais seria o mesmo.
26
Com o Renascimento, três séculos depois, o
teatro deixou de ser tão perseguido pela Igreja.
As
artes
floresciam:
pintura,
arquitetura, música. O homem passou a ser o
objeto de interesse dessas artes, e não mais os
deuses (ou, no caso da Igreja católica, o Deus).
Foi a época de artistas muito importantes, como
Da Vinci (que pintou a Mona Lisa) e Michelangelo.
Por essa época surgiram os teatros parecidos
com os de hoje, casas com palco e plateia, e também a ópera, mistura de
música com teatro. A Itália foi o palco de um gênero chamado commedia
dell’arte.
Os atores da commedia dell’arte eram muito versáteis (faziam de tudo):
cantavam, dançavam, representavam, faziam malabarismos... Tudo para
agradar seu público! Eles também formavam trupes que iam de cidade em
cidade,
e
nunca decoravam
nada,
sempre
improvisavam as
peças.
Esses atores faziam sempre os mesmos papéis, tão famosos que você já deve
ter ouvido falar neles: Polichinelo, Arlequim, Colombina, Pantaleão... Cada
papel tinha uma máscara, que cobria só a parte de cima do rosto. Ainda hoje,
podemos ver peças inspiradas nesses personagens maravilhosos. No Brasil,
eles viraram até tema de carnaval!
E por falar em maravilha, você sabe
quem é o autor da famosa frase
"ser ou não ser, eis a questão"?
27
“SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO!”
Essa frase tão famosa todo mundo conhece, mas será que todo mundo sabe
quem a escreveu? Pois foi um dos maiores mestres que o teatro já conheceu,
o bardo (poeta)
William Shakespeare. Shakespeare nasceu em
1564, na Inglaterra, na cidade de Stratford-upon-Avon, e foi um apaixonado
pelo teatro. Escreveu muitas peças e ficou muito conhecido, tendo inclusive a
honra de apresentar suas obras nos palácios dos reis, coisa que não era para
qualquer
um!
Ele também construiu um teatro, que está de pé em Londres até hoje,
chamado Globe Theatre, em forma de globo (daí o nome). Mas ficou famoso
mesmo por suas peças, imortais, que retratavam os tipos humanos como nunca
nenhum autor conseguiu fazer depois dele. Algumas de suas peças mais
conhecidas são Romeu e Julieta, Hamlet e Sonho de uma Noite de Verão.
Aliás, a frase tão famosa lá de cima é da peça Hamlet... Depois de
Shakespeare, o teatro nunca mais seria o mesmo.
28
A gente já falou tanto do teatro do lado de cá do mundo... Mas e o teatro
oriental?
No Oriente existem formas maravilhosas de fazer teatro. Algumas delas são
típicas do Japão, como o teatro Nô e o Kabuki. Tanto um como o outro são
encenados da mesma forma há mais de mil anos. A natureza é o tema principal
de suas peças, que também contam histórias do folclore de seu povo. As
roupas são muito bonitas e ricas, e os atores usam bastante maquiagem, tanto
que os japoneses ficaram feras na
maquiagem para teatro!
Como o teatro grego, só os homens
podem atuar. Os papéis também são
fixos, isto é não mudam, como na
commedia
dell’arte,
e
os
atores
estudam muito para representar seus
papéis com perfeição. Quando uma pessoa vai assistir a uma peça Nô ou
Kabuki, não vai para ver a história, que ela já sabe qual é, mas para ver o
trabalho dos atores. Muitos deles representam um único papel. A vida inteira!
passagens da mitologia indiana, e são muito, muito antigas. Uma das mais
importantes se chama Ramayana, e conta a história do rei Rama. Na China, o
29
teatro e o canto estão sempre juntos. Tanto que uma das formas mais
conhecidas desse teatro é a ópera de Pequim, capital da China), onde os
atores também usam maquiagens especiais, como os atores japoneses.
O TEATRO HOJE
Dá para perceber que, com tantas influências, o teatro de hoje é uma arte
muito rica, muito misturada. Existe a ópera, o teatro de bonecos, o teatrodança, os musicais, o teatro de rua, o teatro feito em espaços alternativos
(como hospitais, presídios), enfim, uma mistura daquelas!
Quando apareceu o cinema, há mais de cem anos, muita gente previu o fim do
teatro. Falavam que o cinema iria substituí-lo, porque podia criar histórias
com muito mais semelhança com a realidade. Mas isso não aconteceu.
Quem pensava assim não percebeu que o grande barato do teatro é o fato de
ele ser uma obra de arte viva, ou seja, depende da presença de quem atua e
de quem assiste. O teatro é fascinante pois é um jogo da imaginação. Todo
mundo está cansado de saber que aquele cenário lá no fundo não é
uma floresta... e daí? Naquele momento e naquele lugar, ele vai ser uma
30
floresta para aquelas pessoas que estão participando. Quando a gente vai ao
teatro, não quer ver a cena "certinha" e que nunca muda. A gente quer ver o
improviso, o novo, o diferente que vive nos atores e nos olhos de cada plateia.
http://www.canalkids.com.br/ar
te/teatro/oriente.htm
Teatro de bonecos
O teatro de bonecos talvez seja mais velho do que o próprio
teatro com atores de verdade. Nele, em vez de pessoas
interpretando personagens, quem conta a história são
bonecos
controlados
com
as
mãos.
Cada parte do mundo tem um tipo de boneco diferente. No Japão os bunraku
chegam a ter o tamanho de uma criança e cada um é controlado por vários
operadores a partir de mecanismos nas costas dos bonecos. Na Índia se
utilizam os tradicionais bonecos de vara, que existem também na ilha de
Java. Na Europa aparecem principalmente as marionetes, que são bonecos
controlados por cordas presas nos seus braços, pernas e cabeça. Também há
fantoches, que são construídos em cima de luvas e controlados pela mão. No
Brasil o mamulengo é um dos principais tipos de bonecos de teatro,
aparecendo principalmente no estado de Pernambuco.
Sugestão de vivência teatral
O teatro é uma das formas de arte que se caracteriza pela representação
com o corpo e voz por meio de cenas. O sentido das cenas é a imitação: da
vida, de situações, de histórias reais ou textos literários...enfim, tudo pode
ser imitado no teatro, desde que se tenha verdade, emoção e criatividade.
31
Alguns recursos auxiliam na construção dessa "verdade cênica": figurinos,
cenários, músicas, iluminação, maquiagem e adereços. E é fundamental que se
tenha um preparo no domínio de corpo e voz com treinos de improvisação e
outras
técnicas
essenciais
para
o
desenvolvimento
do
ator.
Para oportunizar aos alunos experimentarem um pouquinho o que é fazer
teatro.
Projeto
Cabeça
de
Coco
Atividade:
1- Divida a turma em grupos e entregue o texto de uma peça teatral ou um
trecho à sua escolha.
2- Oriente a turma a combinarem como transformar da peça (ou trecho)
recebida em uma cena de teatro. Aí vale a criatividade!
3- Peça aos alunos que escolham recursos cênicos para auxiliá-los na
representação: músicas, dança, figurinos, adereços (acessórios), objetos
cênicos e/ou cenário, luz (podem usar lanternas com papel celofane, por
exemplo) e maquiagem.
4- Propicie um espaço para que os alunos ensaiem a cena e depois marque uma
data para que apresentem utilizando todo o material necessário para a
apresentação das cenas.
32
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo
O homem usa máscaras desde a Pré-História nos rituais religiosos. Na
África, elas são esculpidas em madeira e pintadas. Já os índios americanos
fazem-nas de couro pintado e adornos de penas. Na Oceania, são feitas de
conchas e madeira e com madrepérolas incrustadas.
Existe um tipo muito antigo de máscara que é aquela desenhada no próprio
rosto com tintas especiais, maquiagens e pinturas. Este tipo é muito utilizado
pelos índios e pelos africanos nos seus rituais religiosos, de guerra, festas.
Na China, as cores das máscaras representam sentimentos e no Japão, os
homens usavam máscaras representando personagens femininos.
Em Veneza, no século XVIII, o uso de máscaras tornou-se um hábito
fazendo parte do vestuário da época.
No Brasil, as máscaras são usadas nas festas folclóricas e no carnaval.
As crianças gostam muito de vestir máscaras, principalmente de superheróis que elas veem na TV. O importante é deixar que elas confeccionem as
máscaras em sala de aula ou no pátio da escola.
Para a confecção, pode-se usar sacos de papel, cartolinas, tecidos, tintas,
pratos de papelão, jornal, material de sucata. Esta atividade não é difícil de
ser executada e será prazerosa para asa crianças, pois elas poderão
representar uma história com um material que elas mesmo elaboraram, pois
estarão criando e recriando à sua própria dialética.
33
O teatro de máscaras promove a recreação, o jogo, a socialização, melhoria
na fala da criança, desinibição dos alunos mais tímidos.
Quando o trabalho em aula exigir o uso da palavra, a máscara a ser utilizada
é aquela que cobre os olhos e o nariz deixando a boca livre, permitindo que a
voz saia clara, exibindo a sua expressão verbal.
As crianças representando com o rosto oculto, se permitem viver o enredo
dos próprios personagens e o cotidiano social a que pertence.
O teatro de sombras é uma arte muito antiga, originária da China e se
espalhou pelos países da Europa.
Existe uma lenda chinesa a respeito do teatro de sombras. Diz a lenda que
no ano 121, o imperador Wu Ti, da dinastia dos Han, desesperado com a morte
de sua bailarina favorita, ordenou ao mago da corte que a trouxesse de volta
do “Reino das Sombras”, caso contrário, seria decapitado. O mago usou a sua
imaginação e através de uma pele de peixe macia e transparente,
confeccionou a silhueta de uma bailarina.
Quando tudo estava pronto, o mago ordenou que no jardim do palácio, fosse
armada uma cortina branca contra a luz do sol e que está deixasse
transparecer essa luz. Houve uma apresentação para o imperador e sua corte.
Esta apresentação foi acompanhada de um som de uma flauta que “fez surgir
a sombra de uma bailarina movimentando-se com leveza e graciosidade”.
Neste momento, teria surgido o teatro de sombras.
34
Este tipo de teatro ainda é pouco conhecido no Brasil. É uma atividade
muito divertida que estimula a criatividade da criança.
Para realizar o teatro de sombras é necessário ter como material: uma
fonte luminosa, uma tela (ou um lençol bem esticado) e silhuetas para serem
projetadas.
As lâmpadas indicadas são as de 40 ou 60 watts, transparentes, dentro de
latas de óleo para possibilitar a concentração da luz.
A tela deve ser de um tecido totalmente branco e não transparente.
Como silhueta, pode-se usar fantoches de varas recortados em papel
cartão, cartolina ou papel grosso. Pode-se também utilizar outros objetos. Os
fantoches movimentam-se atrás do papel, projetando a sombra. As crianças
ficam atrás do palco interpretando a história, participando na movimentação
dos bonecos, além de poderem confeccionar o material do teatro.
Outra atividade relacionada ao teatro de sombras, são as sombras feitas
através das mãos onde se projetam com elas, as sombras numa parede,
formando figuras de animais em movimento como abrindo e fechando as asas,
a boca, mexendo as orelhas.
Cada aluno cria as mais diversas figuras, compara-as com as dos colegas,
fala sobre as sombras projetadas.
O teatro de sombras proporciona o desenvolvimento da criatividade e da
motricidade das mãos na criança, importante no período da pré-escola e da
alfabetização.
35
Para que aconteça o teatro de sombras com as mãos, é necessário que o
ambiente esteja escuro, iluminado somente com uma lâmpada ou uma vela
acesa.
36
Chove chuva
E agora, o que fazer para entreter as
crianças?
Teatro de sombras
Você vai precisar de uma caixa, uma
lanterna ou abajur. Também vale a pena
entrar em um site para ver como se faz
bichos e objetos com as mãos. Assim que
apagar a luz, a plateia vai ao delírio (criança
adora um mistério no escuro). Depois, você
ouvirá gritos dos seus filhos tentando
adivinhar que sombras são aquelas e, no final, aplausos. Bravo! Você distraiu
a galera sem muito esforço e sem gastos. Mas se você achar que esse negócio
de bichinhos já era, faça diferente: procure em revistas figuras com
formatos diferentes e atraentes, recorte e cole em varetas. Use esse
material para criar o seu enredo. Precisa de inspiração? O filme francês
Príncipes e Princesas, de Michel Ocelot, conta a história dos tempos por meio
do jogo de sombras. Uma bela referência!
Como fazer
Recorte a parte de trás da caixa e, na frente,
corte um quadrado de onde a imagem se
projetará. Se tiver folha de seda em casa, cole
37
nessa parte da frente. Coloque o abajur ou a
lanterna no fundo da caixa e comece o seu show.
Maria Angela Barbato, coord. do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar da
PUC-SP.
O Teatro de Sombras parte de um princípio técnico que envolve uma fonte de
luz, uma superfície de projeção e objetos manipulados entre a fonte de luz e
a superfície.
Fontes de luz utilizadas podem ser naturais, como a luz do sol ou de chamas
de velas e lamparinas, ou fontes artificiais como lanternas, lâmpadas,
luminárias e refletores. Para uma melhor definição das silhuetas é necessário
que a fonte de luz seja focalizada, ou seja, que exista um foco concentrado
de luz para que esta não disperse no ambiente e assim crie uma melhor
definição das formas projetadas.
38
Para superfícies de projeção, o ideal é trabalhar com telas semitransparentes
como as de tecido ou papel, a fim de que o trabalho de manipulação de
silhuetas seja feito de um lado da tela e a plateia visualize a projeção de
sombras do outro lado. Nesse caso, a manipulação e projeção são feitas ao
avesso, já que o público estará vendo o lado contrário da tela. Entretanto, a
manipulação de sombras pode, também, ser projetada diretamente em
qualquer superfície, como em uma parede branca, por exemplo.
Para a manipulação das sombras existe uma infinidade de técnicas de
manipulação e construção de silhuetas, bonecos, cenários, imagens e texturas.
Nesse artigo iremos nos concentrar no trabalho e experimentação de
silhuetas através das mãos.
A simples projeção da silhueta de uma mão proporciona a construção e
composição de imagens poéticas e oníricas. Experiências com a criação de
silhuetas através do corpo já foram experimentadas por diversos grupos e
companhias do mundo todo e este é um campo ainda muito fértil para
pesquisas técnicas e estéticas em formas animadas.
Pelas possibilidades de trabalho com materiais acessíveis, estas experiências
também podem ser apropriadas por propostas e atividades educativas. O
Teatro de Sombras na educação pode ser uma estratégia de trabalho em seus
aspectos teóricos, técnicos, práticos, culturais e artísticos.
Veja artigo de Giuseppe Cicale
“Experimentando teatro de sombras na sala de aula”
A posição e articulação de mãos e dedos frente à fonte de luz produzem
silhuetas que remetem às formas do imaginário. Silhuetas podem ser criadas
39
a partir da experimentação do posicionamento das mãos, com o uso de objetos
nos dedos ou através do uso de luvas com volumes.
Veja abaixo algumas silhuetas de animais produzidas
por Ashley:
40
https://formasanimadas.wordpress.com/2010/08/02/teatro-desombras-com-as-maos/
Teatro de sombra por trás do lençol
41
•
Relacionar
visual
escrita.
com
•
a
linguagem
a
linguagem
Escrita
de
palavras: nomes dos animais.
Recursos da aula: Caixa de
papelão,
papel
vegetal,
lanterna, cola colorida, moldes dos personagens da história pregados em
palitos de churrasco.
Dica: Corte o palito de churrasco ao meio, passe durex colorido para enfeitálo. Passe o molde para a folha de papel cartão, recorte e cole o palito atrás
do molde.
Moldes dos personagens da
história
42
(CALDEIRÃO)
(FANTASMA E MORCEGO)
(BRUXA)
43
(VASSOURA, LIVRO,
ARANHA E MINHOCA)
Atividade1 – Montagem do cenário
Professor enfeite com os alunos a caixa das sombras. Distribua para os
alunos revistas e peça para que eles recortem ilustrações e palavras de
sentimento (o que sentem quando escutam uma história), que serão coladas
do lado de fora da caixa.
Vamos à confecção da caixa:
1 - Faça uma abertura na frente da caixa. Na parte de trás da caixa faça a
abertura em apenas três lados, deixe a lateral presa, ela irá ficar como a
abertura de uma porta.
2 - Forre a caixa com papel color set e passe durex colorido nas pontas.
3 - Pregue o papel vegetal na frente da caixa.
4 - Cole as ilustrações e as palavras na caixa.
5 - Enfeite a caixa com cola colorida.
44
Atividade 2 – Contação da história
45
Caro professor, prepare a sala para a história.
Apague as luzes, forre panos no chão da sala para que os alunos sentem-se e
fiquem à vontade. Coloque a caixa das sombras sobre a mesa com uma
lanterna atrás. LEMBRANDO QUE SE NÃO TIVER A CAIXA, PODERÁ
FAZER COM O VARAL DE LENÇOL, E O FOCO DE LUZ.
Professor explore bastante as imagens, escolha histórias de terror, pois
estas ficarão mais divertidas com as sombras.
Nesta aula sugiro a história “A Bruxa Vanda”, coleção: Livro Surpresa
Fantasmagórico.
Inicie o conto da história e à medida que os personagens ‘falarem’,
apresente-os pela caixa das sombras.
A Bruxa Vanda
A BRUXA má da Mansão Assombrada tem estado atarefadíssima todo o dia.
Aqui borbulha o seu imenso CALDEIRÃO cheio de poções mágicas,
MORCEGOS, encantamentos e ARANHAS. A BRUXA Vanda resolve então
montar a sua VASSOURA e voar à procura do último ingrediente vital
prescrito pelo seu livro de receitas.
De repente, o livro das poções mágicas fica vivo e todos os morcegos,
encantamentos, vampiros e MINHOCAS escapam das receitas.
A Mansão Assombrada fica cheia de vida, as portas rangem e o hall de
entrada enche-se de amigos FANTASMAGÓRICOS.
Mesmo o mais sonolento dos fantasmas de Vanda acorda e junta-se à
confusão de jogos FANTASMAGÓRICOS.
De repente, ouve-se um riso estranho e a BRUXA Vanda aterra numa das
salas e desmonta da VASSOURA. Crach! Com os seus poderes de bruxa
chama os FANTASMAS e vampiros que estavam na brincadeira e todos
46
regressam de imediato às suas respectivas receitas.
Com o seu LIVRO de encantamentos e opções mágicas ao lado, Vanda volta
ao CALDEIRÃO fervente. Junta o último ingrediente necessário e ri
desalmadamente ao mergulhar no caldeirão borbulhante.
http://educacaodofuturo.org/sonhoscontados/images/imagens/conto
s/sombras/elephant.jpg
http://2.bp.blogspot.com/_IMfHrh8Y34/SWgHczJwctI/AAAAAAAAAJs/NSQjFjJwx6I/s320/sha
do7.gif
http://4.bp.blogspot.com/_TSvly6B1EI0/SDHpQrRGudI/AAAAAAA
ADQQ/of1gzNUhNVY/s400/Beija-flor.jpg
Atividade 4 – Efeitos sonoros
Professor apresente aos alunos sombras de animais utilizando as mãos e eles
terão que imitar o som emitido por cada animal. O primeiro aluno que acertar
fará
a
sombra
do
próximo
animal.
Sugestões de animais: Cachorro, gato, cabrito, elefante, galo, burro,
passarinho, cavalo, camelo.
Sugestão complementar: a cada apresentação do “som dos animais”,
você professor poderá registrar no quadro tal som e depois discutir com
o grupo: Isso que escrevi são palavras? Vocês já viram essas palavras
em algum lugar? Caso ache conveniente, faça uma exploração das
“onomatopéias” tão presentes nas histórias em quadrinhos.
47
http://pt.slideshare.net/neusarocha/introduo-ao-teatro?related=1
48
AUTO
49
COMÉDIA
50
DRAMA
51
52
STAND UP COMEDY
53
MUSICAL
54
55
56
http://pt.slideshare.net/wellintonaugusto/gneros-teatrais?related=1
Dia do Fantoche, 9 de maio
O teatro de bonecos tem sua origem na Antiguidade.
Os homens começaram a modelar bonecos no barro, mas sem movimentos
e aos poucos foram aprimorando esses bonecos, conseguindo mais tarde a
articulação da cabeça e membros para fazer representações com eles.
Na China, Índia e Java já existia o teatro de bonecos.
Na Grécia Antiga, os bonecos não só tinham uma importância cultural, mas
religiosa também. A cultura grega do teatro de bonecos foi assimilada pelo
Império Romano e se espalhou por toda a Europa.
Na Idade Média, os bonecos eram utilizados em feiras populares e nas
doutrinas religiosas.
Na Itália, o boneco “maceus” antecessor do polichinelo, era o boneco mais
popular.
Na América, os fantoches foram trazidos pelos colonizadores, apesar dos
nativos já fazerem bonecos articulados e que imitavam os movimentos dos
homens e dos animais.
57
Depois da Primeira Guerra, os bonecos articulados por fios, varas e
marionetes começaram a ser utilizados nas escolas americana e tcheca e no
Brasil, as representações com bonecos datam do século XVI. No Nordeste, o
teatro de bonecos apareceu
principalmente
em
Pernambuco, onde a tradição
permanece até os dias de
hoje. Somente em meados do
século XX é que o teatro de
bonecos
se
consolidou
fortemente em nosso país.
Para a confecção dos fantoches são utilizados vários tipos de material
inclusive sucata, que pode ser um recurso muito bem aproveitado e sem custos
para o professor e para a escola, pois pode ser trazido pelos próprios alunos,
o que tornaria a atividade de confeccioná-los ainda mais interessante.

Tudo poderá ser aproveitado. Tachinhas, fita crepe, latas, sacos, durex,
esparadrapo, rolos de papel higiênico vazios, tintas, tecidos bons de roupas
usadas, meias, botões, espuma, fitas, canetinhas, lã e algodão para pelos,
retalhos e outros materiais que podem ser reaproveitados ou comprados,
você poderá criar muitos personagens e bichinhos para criar sua história e
brincar com a imaginação. Você poderá usar meias de cores diferentes para
fazer bichinhos como girafa, cãozinho, gatinho, periquito, papagaio, usando
cores naturais ou não dos bichinhos.
Um outro recurso é utilizar as próprias mãos como fantoches, não
necessitando de um material elaborado. Basta desenhá-lo na própria mão com
caneta esferográfica, carvão, tintas especiais. O uso de várias cores tornará
58
os bonecos mais alegres. Pode-se acrescentar acessórios às figuras
enfeitando as mãos e os dedinhos das crianças. Como exemplo, lã, chapéu,
meias, penas. Outros tipos também são muito utilizados como mãos com luvas,
costas das mãos, fantoches de copinhos, de meias, de garrafas e até mesmo
de galhos de árvores e flores.
O professor deve incentivar os alunos a explorar todos os movimentos dos
dedos, mãos e braços, criando uma atmosfera do conhecimento do próprio
corpo. Para isso, a utilização de músicas populares, folclóricas ou clássicas são
fundamentais para que o trabalho com o fantoche seja desenvolvido, além do
diálogo, desenvolvido entre os participantes.
59
Vila Sésamo
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro_de_fantoches
http://pt.shvoong.com/social-sciences/1626672-história-dos-fantoches/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Animismo
Tudo sobre Fantoches: O que são, História, Tipos,
Fotos e muito mais
Embora não seja tão conhecido e utilizado hoje o Fantoche é um tipo de
marionete que marcou toda uma época e hoje é considerado um traço
da cultura mundial.
60
Também conhecido como Marionete de Luva o Fantoche é animado por uma
pessoa que coloca sua mão dentro do boneco e dessa forma produz os seus
movimentos. Geralmente o dedo indicador sustenta a cabeça do fantoche
enquanto que o polegar e o anular fazem a vez dos braços.
.
Fantoche
da
Bruno
Kids
–
http://www.brunokids.com.br
Mundialmente conhecido o fantoche recebe muitos
nomes
dependendo
do
país.
Portugal,
Espanha,
Alemanha, França, Itália, Rússia e Inglaterra são
exemplos de regiões onde ele foi bem difundido.
No Brasil as marionetes de luva também são bastante
populares. No nordeste por exemplo ele costuma ser
chamado de mamulengo. Algo que ajudou na disseminação dos fantoches no
Brasil foram os programas de televisão que frequentemente usam deste tipo
de arte para dar vida a seus personagens. Shows infantis e programas
também usam desse artifício. Um bom exemplo é o Louro José do
programa “Mais Você” ou o Ratinho do “Programa do Ratinho”.
Parece difícil fazer fantoches,
mas se você tiver criatividade
e
gosta
de
fazer
trabalhos
manuais, vai conseguir fazer um
facilmente. Veja abaixo um vídeo
que encontramos na internet que
explica
direitinho
como
fazer
fantoche.
61
Confira o aposentado Rivadávia Medeiros, famoso por sua barraca de
bonecos no Largo da Ordem, ensina a arte de montar marionetes no
http://www.gazetadopovo.com.br/videos/veja-como-fazer-umfantoche/
Veja também fantoches
dicas e vídeos de como
fazer.
Como fazer dedoches.
Assuntos:


Tudo sobre fantoches

O que e fantoche

Como fazer um fantoche

História do fantoche

Como fazer fantoches

Tipos de fantoches

História dos fantoches
Fantoches: Dicas e Vídeos de Como Fazer
Bonecos e Bichinhos Em Casa
62

Infelizmente as crianças de hoje pouco brincam com os fantoches, os bonecos
de pano, que encaixados nas mãos divertem muitas crianças e adultos. E os
fantoches de dedo, os dedoches, que exercem o mesmo efeito cativador nas
pessoas que os veem, alegrando-as e divertindo-as.

BRINQUEDO
PEDAGÓGICO
MUITO
INSTRUTIVO,
LÚDICO
E
ARTESANAL, o fantoche colabora muito no desenvolvimento da criança e
deve ser cultivado pelos pais e professores ou educadores desde a infância
da criança até quando houver interesse delas na brincadeira tão saudável e
construtiva. O fantoche ativa a imaginação, a socialização e criatividade e
pode ser um momento de criar histórias incríveis ou recriar histórias famosas
e conhecidas.

Devido o aumento da tecnologia e da modernidade, nossas crianças são
estimuladas a outras diversões que muitas vezes não são tão benéficas ao
crescimento saudável.

SEPARAMOS
PARA
VOCÊ
ALGUMAS
DICAS
DE
COMO
FAZER
FANTOCHE COM VÍDEOS EXPLICATIVOS, feitos de maneira simples
63
e fácil de fazer, para você aproveitar as ideias e criar seus fantoches e
divertir a criançada a sua volta no mundo do faz de conta.

FANTOCHES PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA FISICA

Os fantoches podem ser usados em crianças com deficiência visual onde são
sentidas a textura, cores fortes e som contando e cantando durante a
encenação de histórias e animação, e também crianças com deficiência
auditiva que vão brincar muito com os bonecos e se integrarem bem e
socializarem com a turma. Use a imaginação e faça está brincadeira virar uma
festa contínua, usando temas educativos variados.

SIMPLES
DE
FAZER,
COM
CUSTO
BAIXO
E
RESULTADO
SURPREENDENTE, o fantoche pode ser construído com a ajuda das crianças,
o que tornará o momento inesquecível para elas e significativo. Você pode
fazer fantoche de várias maneiras e usar o reaproveitamento de materiais
diversos, muito necessário no momento de salvamento do nosso planeta e
pensando no meio ambiente.

PARA FAZER UM BICHINHO, você vai usar uma meia da colorida para fazer
o corpo; cartolina ou papel com espessura parecida para moldar o rosto; boca;
e detalhes, bolinhas para os olhos, enfim veja as dicas nos vídeos abaixo.

FANTOCHES COM CAIXAS DE LEITE FICAM ÓTIMOS, grandes e são
fáceis de fazer, basta usar caixas longa vida de leite, chás, sucos ou outras
bebidas, papel crepom ou lã, folhas de papel pardo, papel de presente
coloridas; cola; fita adesiva, tesoura e criatividade.

PODEMOS FAZER TAMBÉM BONECOS DE FELTRO com enchimento
acrílico que ficam muito bonitos.

Veja os melhores vídeos do Youtube sobre como
fazer fantoches:
64

Fantoches com meias

Afinal as meias não servem só para pôr nos pés. Também dão
para
fazer
engraçados.
fantoches
Agora,
muito
estamos
a
construir fantoches de animais
feitos de meias, para fazer uma
peça de teatro. Para tal, adaptamos
uma
história
chamada
“Queres
brincar comigo?” de Eric Carle
65
https://www.google.com.br/search?q=tudo+sobre+teatro&es_sm=93&
source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0CAkQ_AUoA2oVChMIkdr5r_K1y
AIVxIuQCh37Zwd&biw=1242&bih=585#tbm=isch&q=hist%C3%B3ria+do+teatro&imgdii
=aaRKi6dsbAzpTM%3A%3BaaRKi6dsbAzpTM%3A%3BHFitPyWzyV9c
iM%3A&imgrc=aaRKi6dsbAzpTM%3A
66
67
68
69
http://cantinhoalternativo.blogspot.com.br/2009/08/fantochesfolcloricos-de-meia.html
Dragão
70
Material necessário:
– 1 meia (de preferência listrada
– Retalhos de feltro ou outros tecidos
– Lantejoulas ou botões
– Cola
– 1 agulha e linha
– Tesoura
– Caneta
Fazendo o dragão:
1) Corte pedaços de feltro (ou de algum outro material mais rígido) e faça
as pontas das costas do dragão, olhos, orelhas e sobrancelhas.
2) Corte, também, outros dois pequenos círculos para as narinas.
3) Coloque sua mão dentro da meia e marque com uma caneta onde serão
localizados os olhos, narinas e ouvidos. Retire a meia e cole com a cola os
pedaços de feltro cortados nos respectivos lugares.
4) Adicione as sobrancelhas – ajustar o ângulo faz o dragão olhar mais ou
menos assustador!
5) Comprima as orelhas em conjunto na parte inferior e dê dois pontinhos
com a agulha e linha para grudá-las na meia.
6) Costure com apenas alguns pontos as costas do dragão.
7) Enfeite com lantejoula e com o que mais quiser!
71
Fonte: Buttonbag
Cachorro
Material necessário:
– 1 meia
– Retalho de feltro ou outro tecido
– 2 botões
– 1 agulha e linha
– Tesoura
– Caneta
Fazendo o cachorro:
1) Corte no feltro (ou em outro tecido rígido) as duas orelhas do cachorro.
2) Coloque sua mão dentro da meia e marque com uma caneta onde serão
localizados os olhos e as orelhas.
3) Costure com dois pontinhos as orelhas na meia.
72
4) Costure, também, os dois botões no lugar dos olhos.
Fonte: The Crafty Crow
73
4- Teatro de Varas
Este teatro é uma variação do teatro de fantoches. É considerado um
fantoche de vara. Os bonecos são mais simples, mais baratos e de confecção
mais fácil. Como característica principal, são geralmente sustentados por uma
vara. Podem ser confeccionados com cartolinas, bolinhas de isopor, de papel,
colher-de-pau, palitos de churrasco, garfos vestidos com roupas de pano,
palitos de picolé, copinhos de plástico sustentados por palitos.
O fantoche de cone é um tipo de boneco muito encontrado em feiras livres
e circos populares, podendo representar uma figura humana ou um animal,
geralmente sobre a forma de um palhaço ou pierrô. É uma variação do
fantoche de vara, basta segurá-los pela vareta e dar-lhes o movimento de
acordo com a situação.
Charles
Chaplin,
o
Carlitos, foi exímio
na
arte
da
pantomina.
A pantomima pode
ser considerada um
jogo teatral que é
realizado por cenas de ação dramática que se caracterizam por explicação da
ação através do gesto. Podemos exemplificar essa afirmação através deste
exemplo: a primeira atividade proposta foi a de arrumar uma casa; os
74
elementos (alunos) foram entrando e ordenando aos cantos da casa, ao final
cada um estava fazendo alguma coisa, lendo um livro, cozinhando, ou
escutando música. A atividade do segundo jogo era colocar água num copo e
bebe-la. Mas, assim que subiram mais jogadores ao palco estourou-se a
disputa pela água. No terceiro jogo, a atividade era tocar um instrumento, e
os jogadores subiam ao palco tocando cada um seu instrumento, até que um
dos participantes regeu a orquestra, que passou a existir em função do
estabelecimento de uma ordem mais ampla, fixando uma relação lógica da
cena. Algo mais próximo ao jogo da atividade foi atingido quando um dos
jogadores subiu ao palco e propôs atividades de “tecer”. Mas ainda que o grupo
elaborou uma cenografia, configurando uma oficina de tecelagem, na qual
eram desenvolvidas as mais diferentes atividades, desde dobrar panos até
crochê ou costura à máquina. Somente numa fase posterior, quando voltamos
ao jogo da atividade, o grupo manteve o foco solicitado pelo jogo.
Quando o foco na atividade foi descoberto pelo grupo, houve seleção e
detalhamento no gesto, o que provocou uma modificação na atuação. Em
comparação com o primeiro momento, quando há disputa pela água gerava um
clima quase frenético, demonstrando a preocupação de fazer alguma coisa no
palco, o segundo revelava um relaxamento de tensão, o que favorecia o
surgimento de ações improvisadas. As imposições individuais e a linearidade
da narrativa cederam lugar a autenticidade do jogo.
Pantomima resume-se ao:

Uso de caricaturas,

Dramatização (exemplo: Charles Chaplin);

Uso de características fortes sem uso de palavras,

Ás vezes tem um contexto social,
75

Usado muito em aulas de teatro,

Tem como objetivos: diversão, socialização, coordenação motora
e aprender a usar o corpo como um todo.
HISTÓRIA DO TEATRO DE MAMULENGOS
TEATRO DE MAMULENGOS
MAMULENGO: TEATRO POPULAR, COMUNICAÇÃO VIVA
http://www.valdeckdegaranhuns.art.br/mamulengos.html
O Mamulengo é uma das pouquíssimas formas de Teatro Popular que ainda
consegue subsistir nesse país, onde a cultura é relegada ao mais inferior dos
planos.
Com muita ação, muita beleza e muita graça, o Mamulengo consegue educar e
divertir desde a pequena criancinha até o mais idoso adulto. Através dele
conseguimos nos transportar para a fantasia mágica do teatro e ficamos ao
mesmo tempo entre o sonho e a realidade, extasiados pela dinâmica e a
simplicidade
desse
brinquedo
do
povo.
Mamulengo é uma forma de arte popular da cultura nordestina. É um teatro
de bonecos, conduzido com as mãos na linha dos fantoches, mas com uma
estrutura própria, da qual faz parte: histórias, lendas, linguagem própria,
personagens
fixos,
pancadarias,
picardia,
música,
dança.
É um brinquedo com seu jeito próprio de ser, inigualável na dinâmica,
simplicidade
e
alegria.
A origem da palavra MAMULENGO se perde na história e não é comprovada
sua aparição por documento, mas sim, pelas próprias teorias populares. Uma
das mais comuns é a teoria de que MAMULENGO seria uma corruptela da
expressão popular “MÃO-MOLENGA” porque o mamulengueiro (a pessoa que
76
conduz a brincadeira escondida atrás da pequena barraca), tem que ter uma
grande habilidade manual para trabalhar ao mesmo tempo com dois
personagens e manipular às vezes mais de 60 bonecos durante uma
brincadeira que dura no mínimo de duas horas, até seis ou oito horas de
representação.
O Mestre (modo como é chamado o
mamulengueiro e quase sempre o dono
do brinquedo), tem que ser poeta,
ator,
dançador,
improvisador,
cantador, dinâmico, saudável. Pois
para brincar com mais de 60 bonecos,
em às vezes quase oito horas de
representação, é preciso ser mais que
artista, é preciso viver e incorporar
cada personagem do brinquedo. É
preciso ir no âmago da brincadeira e Benedito
se transformar a cada momento.
Um verdadeiro Mestre de Mamulengo
é, além de tudo isso, o artesão, o
homem que confecciona seus próprios
bonecos entalhando-os do mulungu –
madeira leve extraída de grandes
árvores dos brejos de alguns estados
nordestinos.
O Mamulengo é descendente da
Comédia Popular Italiana (Comédia
77
Quitéria
Dell’Arte) e dela absorveu vários
personagens e parte da estrutura de
representar
da
velha
comédia.
Segundo a escassa bibliografia que é
composta por três obras apenas (O
Mundo Mágico do João Redondo de
Altimar
Pimentel;
Fisionomia
e
espírito do Mamulengo de Hermílio
Borba Filho; Mamulengo – Um Povo em
forma
de
bonecos
de
Mané Pacarú
Fernando
Augusto Gonçalves dos Santos), o
teatro de bonecos apareceu no Brasil
duzentos anos após o descobrimento,
portanto por volta de 1700. Dizemos
que o teatro de marionetes chegou ao
Brasil por esta época e não o
mamulengo em si, porque o brinquedo,
que hoje é profano, vem do teatro
religioso, ou melhor, dos átrios da
Igreja. Durante anos porém, foi
tomando forma, corpo, estrutura
própria, penetrando nas camadas
populares, absorvendo seus costumes
até transformar-se num brinquedo do
povo.
A ação dramática do mamulengo é
feita através de pequenas peças ou
78
Zé de Duda
passagens
não
acompanhadas
e
escritas,
entremeadas
de
muita música, dança e improvisações
feitas pelo apresentador que pode
ser Simão, Prº Tiridá, Benedito, João
Redondo,
Casimiro
Coco
A ação dramática do brinquedo é
feita através de passagens e as
passagens
são
motivos
pretextos
para
a
ou
até
atuação
de
determinados personagens. É uma
brincadeira arbitrária e improvisada
adaptando-se com rápida facilidade
ao
ambiente
brincada.
As
onde
está
sendo
passagens
são
totalmente independentes entre si
sem qualquer preocupação lógica.
http://teatrodemamulengos.blogspot.com.br/2012/04/historia-doteatro-de-mamulengos.html
O Teatro na educação é um espaço a ser conquistado. No Brasil, existe um
número reduzido de instituições de ensino que inseriram a atividade teatral
em suas escolas, algumas apresentam o Teatro no currículo outras, em forma
de Oficinas. Embora existam educadores que acreditam na força que o
Teatro tem para promover a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno ainda
79
há um grande número de escolas que não aceitam, não acreditam e não dão o
devido valor ao exercício teatral no processo educativo do aluno.
O educador precisa lutar por uma educação que apresente um programa de
estudos e vivências com a atenção voltada muito mais para as integrações de
significados do que para a mera acumulação de conhecimento, fomentando no
educando a produção de sentidos e significados.
Utilizar o Teatro aliado à educação, oportuniza-se aos educandos um
conhecimento diversificado e lúdico, existindo um clima de liberdade onde o
aluno libera as suas potencialidades, expressando seus sentimentos, emoções,
aflições e sensações, pois é um meio de expressão para o aluno. Quando o
educando interpreta um personagem ou dramatiza uma situação, revela uma
parte de si mesmo, mostrando como sente, pensa e vê o mundo. É uma
atividade artística que permite ao aluno expressar-se, explorando todas as
formas de comunicação humana. O Teatro amplia o horizonte dos alunos,
melhora sua autoimagem e colabora para torná-los mais críticos e abertos ao
mundo em que vivem.
O Teatro a serviço da educação dá ao educando o ensejo de valorizar-se, de
integrar-se harmoniosamente a um grupo, aumentando o senso de
responsabilidade e o sucesso do trabalho se dá devido à soma dos esforços
de todo o conjunto. É o momento em que ocorre o desenvolvimento de cada
um e do grupo, fundamentado na complementaridade das diferenças. A
atividade teatral ensina aos educandos a aprenderem com a diversidade, pois
somente assim é que pode ocorrer a construção do conhecimento do sujeito.
Nos dias atuais, vive-se uma época de comunicação ostensiva, extensiva e
impulsiva o Teatro desenvolve nos alunos a expressividade. De acordo com
Reverbel (1997, p. 168) “é preciso lutar para que o Teatro tenha seu lugar na
Educação, porque se ele existe na sociedade, deve existir na escola”. O
Teatro é o caminho para as escolas atingirem uma integração entre os
80
sujeitos deforma criativa, produtiva e participativa, é um recurso pedagógico
eficaz no desenvolvimento do educando, preparando-o a discernir os
problemas em que ele irá enfrentar na sua trajetória de vida. Referências
REVERBEL, Olga Garcia. Um Caminho do Teatro na Escola. São Paulo: Editora
Scipione, 1997.http://www.apagina.pt/?aba=7&cat=141&doc=10585&mid=2
Teatro para iniciantes.
O teatro é a vida ou a vida é o teatro?
BREVE HISTÓRIA DO TEATRO
MAS O QUE É O TEATRO? É a arte da representação do real através da
imitação (gestos expressões, sentimentos, atitudes e situações) através de
linguagem não verbal e linguagem verbal oral (ATOS DE FALA) relacionados
com um determinado CONTEXTO SITUACIONAL.
A história do teatro é tão velha
como a dos homens na terra.
81
No início as sociedades primitivas
faziam
rituais,
misturando,
música, dança e teatro.
Os homens primitivos usavam as
peles
dos
animais
como
máscaras.
82
O ser humano sentiu
necessidade
de
exteriorizar
os
sentimentos,
a
sua
relação com o meio em
que vi Assim ele foi
procurando
diferentes
formas de representar
as
suas
emoções
através da pintura, da
dança, da mímica, da música, da escrita e de representações teatrais.
ORIGEM DO TEATRO O teatro teve a sua origem no século VI a.C., na
Grécia, surgindo das festas realizadas em homenagem ao deus Dionísio,
deus do vinho, do teatro e da fertilidade. (Rituais sagrados, procissões
e recitais)
Foi um participante desse ritual sagrado que resolve vestir uma máscara
humana, ornada com cachos de uvas, sobe ao seu tablado na praça pública
e diz: “Eu sou Dionísio!”. Este homem chamava-se TÉSPIS, e é
considerado o primeiro ator da história do teatro ocidental.
O PRIMEIRO ATOR DA HISTÓRIA DO TEATRO
Teatro de Dionísio – Ruínas
83
No início fazia-se teatro
nas ruas, depois tornou-se
necessário um lugar.
Vista
da
plateia
do
teatro de Delfos
84
Teatro grego, em Epidauro
85
TEATRO RELIGIOSO
O teatro religioso na Idade Média e
nasceu em parte, das representações
litúrgicas do Natal e da Pascoa levadas
a cabo nas próprias igrejas.
O bobo da corte criticava, declamava,
dançava, tocava, entretendo o rei e a
corte. Ele divertia o público presente nos
serões Locais: palácios dos reis e dos
grandes senhores Bobo da corte
86
87
88
89
90
91
HISTÓRIA DO TEATRO – ARLEQUIM,
SERVIDOR DE DOIS PATRÕES
92
93
Quem são: Pierrô, Arlequim e a Colombina?
São personagens de um estilo
teatral conhecido como Commedia
dell’Arte, nascido na Itália do
século XVI. Integrantes de uma
trama cheia de sátira social, os
três papéis representam serviçais
envolvidos
em
um
triângulo
amoroso: Pierrô ama Colombina,
que ama Arlequim, que, por sua vez, também deseja Colombina. O estilo surgiu
como alternativa à chamada Commedia Erudita, de inspiração literária, que
apresentava atores falando em latim, naquela época uma língua já inacessível
à maioria das pessoas. Assim, a história do trio enamorado sempre foi um
autêntico entretenimento popular, de origem influenciada pelas brincadeiras
de Carnaval. Apresentadas nas ruas e praças das cidades italianas, as
histórias encenadas ironizavam a vida e os costumes dos poderosos de então.
Para isso, entravam em cena muitos outros personagens, além dos três mais
famosos.
Do lado dos patrões, por exemplo, havia um comerciante extremamente
avarento (chamado Pantaleão), um intelectual pomposo (o Doutor) e um oficial
covarde, mas metido a valentão (o Capitão). Outros personagens típicos eram
o casal Isabella e Orácio (em geral, filhos de patrões) e outros serviçais.
Apesar de obedecerem a um enredo predefinido, as peças tinham a
improvisação como ingrediente principal, exigindo grande disciplina e talento
94
cômico dos atores, que precisavam responder rapidamente às novas piadas e
situações criadas pelos colegas.
"Até hoje, a Commedia dell’Arte é um método de grande riqueza para o
aprendizado e o treinamento do ator", afirma a atriz Tiche Vianna, formada
pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (USP), com
especialização em Commedia dell’Arte pela Universidade de Bolonha e
Florença, na Itália. Um detalhe interessante é que sempre havia, no meio do
espetáculo, um intervalo chamado lazzo, que podia ter mais comédia,
apresentar acrobacias ou sátiras políticas sem qualquer relação com o enredo.
Terminado o lazzo, a história continuava do ponto em que havia sido
interrompida. Com esse estilo único, a Commedia dell’Arte influenciou a arte
dramática de toda a Europa.
Entre tapas e beijos Intriga amorosa e sátira social eram os pratos
principais da antiga comédia italiana
Pierrô
Seu nome original era Pedrolino, mas foi batizado, na França do século XIX,
como Pierrot e assim ganhou o mundo. O mais pobre dos
personagens serviçais, vestia roupas feitas de sacos de
farinha, tinha o rosto pintado de branco e não usava
máscara. Vivia sofrendo e suspirando de amor pela
Colombina. Por isso, era a vítima preferida das piadas em
cena. Não foi à toa que sua atitude, sua vestimenta e sua
maquiagem influenciaram todos os palhaços de circo
95
Pantaleão
O mais conhecido dos personagens patrões, que representavam a elite da
sociedade italiana nas histórias da Commedia dell’Arte, Pantaleão (também
chamado de "O Velho") era um "mercador de Veneza" (expressão que deu
título a uma peça de Shakespeare). Tirano avarento e galanteador
desajeitado, era alvo constante das gozações dos servos e de outros
personagens da trama
Arlequim
Também
servo
de
Pantaleão,
Arlequim
era
um
espertalhão preguiçoso e insolente, que tentava
convencer a todos da sua ingenuidade e estupidez.
Depois de entrar em cena saltitando, deslocava-se pelo
palco com passos de dança e um grande repertório de
movimentos acrobáticos. Debochado, adorava pregar peças nos outros
personagens e depois usava sua agilidade para escapar das confusões criadas.
Outra de suas marcas-registradas era a roupa de losangos
Colombina
Criada de uma filha do patrão Pantaleão, mas tão bela e
refinada quanto sua ama, Colombina era também o pivô
de um triângulo amoroso que ficaria famoso no mundo
todo - de um lado, o apaixonado Pierrô; do outro, o
malandro Arlequim. Para despertar o amor desse último,
a romântico serviçal cantava e dançava graciosamente
nos espetáculos
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quem-sao-o-pierro-o-arlequime-a-colombina
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http://www.culturallmind.com/2013/arlequim-pierro-e-colombina/
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