Diamante brasileiro revela história geológica da Terra

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Diamante brasileiro revela
história geológica da Terra
Diamantes que um dia estiveram a mais de 600 km de
profundidade sob solo brasileiro estão ajudando um grupo de
especialistas internacionais a entender a história geológica
do planeta.
Estes minerais só ocorrem em áreas sob a superfície do
planeta, em que placas do leito dos oceanos escorregam para as
profundezas da Terra, favorecendo uma troca de carbono dos
oceanos e do manto terrestre. As pedras nada mais são do que o
fruto dessa troca.
Até recentemente, acreditava-se que a área de influência do
ciclo do carbono acabava no manto superior, a 400 quilômetros
da superfície. Agora, no entanto, pesquisadores britânicos,
americanos e brasileiros, em artigo na revista “Science”,
provaram que o ciclo da substância chega ao manto inferior,
600 quilômetros abaixo do solo, por meio do estudo dos
diamantes brasileiros.
As conclusões vieram de Juína, uma cidade de 39 mil habitantes
no interior do Mato Grosso. Os diamantes lá extraídos são
conhecidos mundialmente por serem encontrados no manto
inferior da Terra, em nenhum outro lugar há um grupo tão
significativo desses minerais em camadas tão profundas.
” Os diamantes são a prova mineralógica de que a crosta
oceânica do planeta penetrou no manto inferior”, destaca
Débora Passos de Araújo, coautora do estudo e professora do
Instituto de Geociências da UnB. “Já foram feitos, em
laboratório, experimentos que conseguiram minerais usando
pressões e temperaturas do manto inferior. Mas ainda faltava
um trabalho como o nosso”.
E os diamantes são a matéria-prima ideal para a pesquisa. Além
da longa durabilidade, eles ascendem à superfície preservando
os mineirais inclusos neles.
“É como se tivéssemos sugando amostras do próprio manto”,
resume a pesquisadora.
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