Maranhão teve o menor PIB per capita

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Discurso do Deputado Juquinha
(PSDB-GO) sobre o crescimento
da economia do Centro-Oeste,
proferido na sessão de 27/02/2002.
Senhor Presidente,
Senhoras e Senhores Deputados
Estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) revela que o Centro-Oeste está entre as regiões brasileiras que mais
cresceu nas duas últimas décadas. De acordo com a pesquisa, a participação do
Centro-Oeste no Produto Interno Bruto (PIB) passou de 4,81 por cento em 1985
para 6,44 por cento em 1999, um crescimento recorde se comparado com as
demais regiões do País.
O campo foi o segmento econômico que mais contribuiu para a expansão
do Centro-Oeste, particularmente do Estado de Mato Grosso, cuja agricultura
registrou um crescimento de 600 por cento no período pesquisado. Com isso, o
PIB de Mato Grosso saltou de 0,69 para 1,20 por cento, enquanto o de Goiás
passou de 1,80 para 1,84 por cento, ficando em 12o lugar entre os estados
brasileiros. Esse crescimento representou um acréscimo de R$ 16 bilhões no
PIB da região.
A região que mais perdeu foi o Sudeste, cuja participação no PIB
nacional caiu de 60,15 para 58,25 por cento no mesmo período, representando
um encolhimento de aproximadamente R$ 19 bilhões. O estudo comprova a
migração de um número cada vez maior de empresas do ABC Paulista para
outras regiões do País, atrás de estímulos e incentivos fiscais adotados pelos
demais estados.
O mesmo resultado havia sido constatado em estudo realizado no ano
passado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) e que abordei em pronunciamento anterior. A pesquisa revelou uma
surpreendente
desconcentração
do
PIB
entre
as
regiões
brasileiras,
principalmente em direção ao Centro-Oeste.
O maior destaque da pesquisa foi para o Pólo Fármaco-químico do
Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA), em Goiás, e para novos pólos de
desenvolvimento dos municípios de Sorriso e Lucas do Rio Verde, ambos em
Mato Grosso, voltados para a produção de grãos, que têm crescido acima de 10
por cento ao ano, além do pólo turístico da região de Bonito, no Mato Grosso do
Sul.
O trabalho do BNDES é relativo ao período de 1985 a 1997, mas
indicadores como dados demográficos, de consumo de cimento e de energia,
mostram que a tendência de desconcentração em direção ao Centro-Oeste e,
em menor grau, ao Norte, vem ocorrendo de forma crescente e permanente.
Trata-se de um processo que poderíamos chamar de interiorização do
desenvolvimento, algo extremamente positivo se considerarmos que o
crescimento econômico da região Sudeste, a partir da década de 50, se deu
exatamente à custa do esvaziamento das demais regiões.
Como representante de um Estado do Centro-Oeste nesta Casa, vejo
como bastante promissor o avanço da expansão econômica nas regiões menos
desenvolvidos, por entender que esse é o caminho para a superação das
nossas desigualdades regionais e sociais.
Mesmo que essa perda represente, num primeiro momento, um impacto
negativo para o Sudeste, a longo prazo a região só tem a ganhar com a
reversão do processo migratório e, consequentemente, com a redução das
pressões sociais sobre os municípios da Grande São Paulo, por exemplo, que
conta hoje com mais de 1,5 milhão de trabalhadores desempregados.
Apesar da queda, o Sudeste ainda concentra a maior parte do PIB
brasileiro, até porque o crescimento das demais regiões é ainda extremamente
modesto. Afinal, os estados periféricos encontram muita dificuldade para
expandir sua economia e ainda enfrentam mutuamente uma guerra fiscal.
Entretanto, os quatro Estados mais ricos do País – São Paulo, Rio de Janeiro,
Minas Gerais e Rio Grande do Sul – ainda concentram dois terços de tudo o que
o Brasil produz: 64,08 por cento.
A pesquisa constatou também outro dado significativo: o crescimento de
158 por cento na renda per capita dos brasileiros, no período de 1994 a 1999,
passando de R$ 2.227,00 para R$ 5.740,00. Apesar de apresentar variação
positiva, o PIB per capita de Goiás ficou em R$ 3.603,00, abaixo da média
nacional e da própria região Centro-Oeste, que está em torno de R$ 5.421,00.
Mesmo apresentando um crescimento modesto do PIB, entendo que
Goiás está no caminho certo. Mas deve continuar prorizando a política de
atração de novos investimentos, particularmente em relação à agroindústria,
para expandir ainda mais sua economia, ampliar a oferta de emprego e melhorar
a distribuição de renda.
Muito obrigado.
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