Introdução - Porto Editora

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Introdução
A hipertensão arterial é comum?
Se tem mais de 30 anos e não se lembra da última vez
em que verificou a sua tensão arterial, pode pertencer
aos dois milhões de pessoas neste país com hipertensão
arterial. Normalmente, os médicos utilizam o termo
“hipertensão” para descrever esta situação que pode
não revelar quaisquer sintomas durante muitos anos,
mas que origina complicações sérias, incluindo doença
cardiaca e acidentes vasculares cerebrais.
Neste livro, a palavra hipertensão é utilizada para
designar um nível de tensão arterial acima do normal
verificado em diversas ocasiões e que necessita de ser
tratado de modo a prevenir problemas a longo prazo.
Quem tem hipertensão arterial?
A situação é muito comum (25 a 30% da população) em
Portugal e, quanto maior a idade, maior a probabilidade
de a desenvolver. Há, contudo, um número de factores
que condicionam o seu aparecimento, incluindo:
• a hereditariedade;
• a sua dieta, especialmente a quantidade de sal e de
álcool que consome;
• os seus antecedentes étnicos;
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COMPREENDER A TENSÃO ARTERIAL
• se tem diabetes;
• se tem excesso de peso;
• se faz ou não exercício físico regularmente.
Como é diagnosticada a hipertensão?
Apesar de tudo isto parecer alarmante, há também boas
notícias. A hipertensão pode ser facilmente diagnosticada. A tensão arterial pode ser medida rapidamente e
sem dor num consultório médico. Quando o resultado
se encontra acima do normal, a medição pode ser repetida três ou quatro vezes, se necessário, para definir a
exactidão do primeiro valor.
Como se trata a hipertensão?
Mesmo que tenha hipertensão, pode ser uma das muitas pessoas que não necessitam de tratamento farmacológico durante algum tempo (talvez até nunca) desde
que faça algumas mudanças no estilo de vida que não
só baixem a sua tensão arterial como também tragam
benefícios gerais para a saúde.
Quando é necessário tratamento, há uma série de medicamentos muito eficazes, disponíveis na forma de comprimido, para tomar normalmente uma vez por dia. A maioria das pessoas não considera ter quaisquer problemas
com o tratamento, mas, se sofrer efeitos secundários com
um fármaco, existem alternativas igualmente eficazes.
Os medicamentos mais modernos costumam ter
menos efeitos secundários. Estudos demonstraram que
controlar a hipertensão com uma terapia farmacológica
pode reduzir o risco de AVC em cerca de 35 a 40% e o
risco de doença coronária em 20 a 25%.
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INTRODUÇÃO
Uma doença assintomática
A mensagem mais importante sobre a hipertensão é que
podemos não saber que sofremos dela até já nos ter
provocado sérios danos, a menos que se controle a tensão arterial. Até mesmo a tensão arterial extremamente
elevada pode ser controlada quando identificada. Desde
que siga o que lhe foi prescrito e faça exames regulares,
as suas hipóteses de desenvolver complicações sérias e
potencialmente fatais diminuem drasticamente.
PONTOS-CHAVE
■
A hipertensão afecta dois milhões de pessoas em Portugal.
■
A hipertensão muitas vezes é tardiamente
diagnosticada.
■
O tratamento da hipertensão salva vidas.
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O que é a tensão
arterial?
Tensão arterial
Quando os médicos falam de tensão arterial, referem-se
à tensão existente nos grandes vasos sanguíneos
quando o coração força o sangue a circular pelo corpo.
Em suma, quanto menor for a sua tensão arterial, mais
saudável será a longo prazo (excepto em condições
muito raras, nas quais a tensão arterial excessivamente
baixa está associada a uma doença).
Parede elástica da artéria
Onda de tensão arterial a
partir do batimento cardíaco
Maior pressão
Menor pressão
A tensão arterial é a tensão existente nas artérias à medida
que o coração força o sangue a circular pelo corpo.
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O QUE É A TENSÃO ARTERIAL?
O sistema circulatório
O sangue vai buscar oxigénio aos pulmões do ar que
respiramos. O sangue oxigenado entra no coração e
depois é bombeado para todas as partes do corpo por
vasos sanguíneos designados por artérias. Os grandes
vasos sanguíneos ramificam-se em vasos cada vez mais
pequenos e depois em arteríolas microscópicas que acabam por se ligar a minúsculas redes de vasos sanguíneos conhecidos como capilares.
Esta rede de grandes artérias, arteríolas de dimensão
média e minúsculos capilares permitem que o sangue
chegue a todas as células do corpo e deposite o oxigénio que é usado pelas células para criar a energia vital
de que necessitam para sobreviver.
Assim que o oxigénio é depositado nas células, o sangue desoxigenado regressa ao coração pelas veias para
ser bombeado para os pulmões de forma a ir buscar
mais oxigénio.
Durante cada batimento cardíaco, o músculo do coração contrai-se para empurrar o sangue pelo corpo. A
tensão produzida pelo coração é máxima quando ele se
contrai, sendo conhecida como tensão sistólica (valor
máximo). Depois, o músculo do coração relaxa antes da
contracção seguinte e a tensão está no nível mínimo,
sendo designada por tensão diastólica (valor mínimo).
Tanto a tensão sistólica como a diastólica são medidas
quando se verifica a tensão arterial.
A linha de fronteira entre uma tensão arterial normal e
uma anormal não é fácil de definir. Talvez a melhor definição seja aquele nível de tensão arterial acima do qual o
tratamento mostrou ser conveniente (ver página 27).
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