Importância da atuação da enfermeira na prevenção de

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VII SIMPOSIO INTERNACIONAL DE CIENCIAS INTEGRADAS UNAERP
CAMPUS GUARUJA
Importância da atuação da enfermeira na prevenção de lesões em pé
diabético
Bruna Denadai
Dicente do Curso de Enfermagem
[email protected]
Apoio: Fundação Fernando Eduardo Lee
Resumo: Projeto de pesquisa foi apresentado à disciplina de Metodologia
Científica II para a realização do artigo científico necessário para a
conclusão do curso. O Objetivo geral do trabalho é enfatizar a importância
da atuação do enfermeiro na prevenção de lesões em pé diabético e o
objetivo específico é apresentar as ações do enfermeiro necessárias para a
prevenção de lesão em pé diabético. A metodologia utilizada foi um estudo
exploratório descritivo de revisão bibliográfica. A coleta de dados foi
realizada em livros, revistas e artigos científicos.
Unitermos: pé diabético, enfermagem, prevenção.
Seção : Fórum de Enfermagem
Apresentação: oral
1. INTRODUÇÃO
O diabetes mellitus (DM) é um dos problemas de saúde mais
importantes da atualidade, por ser uma doença com elevada morbidade e
mortalidade. Ela é definida como uma doença metabólica crônica e se
caracteriza por uma variedade de complicações, entre as quais se destaca
o pé diabético, considerado um problema grave e com conseqüências
muitas vezes devastadoras diante dos resultados das ulcerações, que
podem implicar em amputação de dedos, pés ou pernas. (MACEDO;
PEDROSA; RIBEIRO, 2001)
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no ano de 2002,
havia uma população estimada em cerca de 160 milhões de pessoas com
diabetes melitus em todo mundo, e para 2025 será de 300 milhões de
pessoas com esta afecção. (WILD et al, 2004)
De acordo com Brasileiro et al, (2005), do total de portadores de DM ,
cerca de 4 a 10 % destes desenvolvem lesões nos pés. Esta complicação
que ocorre, em média, após 10 anos de evolução da doença, é a causa
mais comum de amputações não traumáticas. (MILMAN. et.al., 2001)
Pace e Vigo, (2004) definem o pé diabético como um conjunto de
alterações ocorridas no portador de DM, decorrentes de neuropatias,
micro e macrovasculopatias e aumento da susceptibilidade a infecção,
devido ás alterações biomecânicas que levam a deformidade
Segundo Torquato et. al., (2003) o custo direto com o DM varia entre
2,5% a 15% do orçamento anual da saúde, dependendo de sua
prevalência e do grau de complexidade do tratamento disponível.
Estimativas do custo direto para o Brasil estão em torno de 3,9 bilhões de
dólares, em comparação com 0,8 bilhões para Argentina e 2 bilhões para o
México.
Aproximadamente 50% das amputações não traumáticas de
extremidades inferiores ocorrem em pessoas com DM, cerca de 10% dos
pacientes apresentam ulcerações nos pés e estima-se que 20% das
hospitalizações por diabetes ocorrem por lesões nos membros inferiores.
Estudos internacionais apontam que pessoas com diabetes têm 15 vezes
mais chance de vir a sofrer uma amputação do membro inferior do que os
que não possuem esta doença. (GAMBA, 1998)
Segundo a Organização Mundial de Saúde a assistência aos indivíduos
com doenças crônicas geralmente está centrada em um modelo pouco
resolutivo para gerenciar as necessidades geradas por essas condições. Os
modelos existentes enfocam o tratamento de doenças agudas, pautadas no
enfoque biomédico e fragmentado do objeto do cuidado. (Brasil, 2003)
Diante do exposto e dada a importância deste quadro considero
relevante a abordagem do tema.
2. OBJETIVO
Enfatizar a importância da atuação do enfermeiro na prevenção de lesões
em pé diabético.
2.1Objetivo específico
Apresentar as ações do enfermeiro necessárias para a prevenção de
lesão em pé diabético.
3. METODOLOGIA
Será um estudo exploratório descritivo de revisão bibliográfica que terá
como finalidade cumprir as exigências da grade curricular do curso de
graduação de Enfermagem da UNAERP- campus Guarujá
Segundo Paiva, (2004) “O levantamento de literatura é a localização e
obtenção de documentos para avaliar a disponibilidade de material que
subsidiará o tema do trabalho de pesquisa”.
Este levantamento será realizado junto às bibliotecas ou serviços
de informações existentes. A coleta de dados será realizada em livros,
revistas e artigos científicos com o objetivo de enfatizar a importância da
atuação do enfermeiro na prevenção de lesões em pé diabético e
apresentar as ações do enfermeiro necessárias para a prevenção de lesão
em pé diabético.
Foi realizada uma busca de dados de artigos nas bases de dados no
SCIELO e BIREME e também busca manual na biblioteca da UNAERP. As
palavras utilizadas para a busca de dados foram: diabetes, pé diabético,
atuação do enfermeiro, prevenção do pé diabético.
A realização deste estudo ocorrerá no período de abril a dezembro de
2010.
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O diabetes mellitus (DM)), segundo Mancini e Medeiros (2003) é
definido como uma síndrome de etiologia múltipla decorrente da falta ou
incapacidade da insulina exercer adequadamente seus efeitos no
organismo
A hiperglicemia se manifesta por sintomas como poliúria, polidipsia,
perda de peso, polifagia e visão turva ou por complicações agudas que
podem levar a risco de vida: a cetoacidose diabética e a síndrome
hiperosmolar hiperglicêmica não cetótica. A hiperglicemia crônica está
associada a dano, disfunção e falência de vários órgãos, especialmente
olhos, rins, nervos, coração e vasos sanguineos.(2)
O DM é responsável pela morbi-mortalidade de boa parte da população
brasileira e mundial, atingindo pessoas nas mais variadas fases do ciclo
vital. Sabe-se, no entanto, que grande parte de suas complicações
poderiam ser evitadas com medidas preventivas, o que pode ser feito por
meio de programas de saúde para o controle do DM ou de suas
complicações agudas e crônicas (TEIXEIRA e ZANETTI, 2003)
Segundo Torquato et al., (2003) o custo direto com o DM varia entre
2,5% a 15% do orçamento anual da saúde, dependendo de sua
prevalência e do grau de complexidade do tratamento disponível.
Estimativas do custo direto para o Brasil estão em torno de 3,9 bilhões de
dólares, em comparação com 0,8 bilhões para Argentina e 2 bilhões para o
México.
As úlceras cutâneas, independente de sua origem, são estudadas desde
a Atinguidade. Úlceras em membros inferiores estão se tornando comuns
em pacientes que de doenças crônicas, principalmente as que são
relacionadas ao sistema circulatório. (NUNES, DUPAS e FERREIRA, 2007)
Respaldado em Koivukangas, et al apud Milnelli et al (2004), os
portadores de DM são em geral reconhecidos como pacientes mais
vulneráveis a uma série de complicações de natureza metabólica e/ou
infecciosa. Somam-se as implicações próprias da doença, as alterações
vasculares e neurológicas, as quais muitas vezes contribuem para agravar
as condições clínicas vigentes, como por exemplo, o pé diabético.
(JELINEK, apud MILNELLI, et al, 2004)
De acordo com Lopes (2003) a neuropatia leva a uma instabilidade, isto
é, a perda de da sensação protetora e subsequentemente a deformidade do
pé, com a possibilidade de desenvolver uma marcha anormal. A
neuropatia torna o paciente vulneráveis a pequenos traumas, provocados
pelo uso de sapatos inadequados ou por lesões de pele ao caminhar
descalço, os quais podem precipitar uma úlcera. A doença vascular
periférica, associado a pequeno trauma, pode resultar em dor e úlcera
puramente isquêmica. As lesões podem servir como porta de entrada pra
infecções, o que pode agravar ainda mais a situação do portador do DM.
O Pé diabético é uma complicação comum em pacientes portadores de
diabetes melito, que se origina de problemas de diversas áreas suscetíveis
da doença, como nervos, pele e vasos e sistema músculo esqueléticoligamentar dos pés (KOZAC, 1996). Essas lesões são desencadeadas por
uma tríade de patologias bastante clássicas que envolvem a neuropatia,
doença vascular periférica e infecções. (DEALLEY, 2001)
O pé diabético causa sofrimento, como mudanças do estilo de vida ena
qualidade de vida, impossibilitando o paciente, muitas vezes de exercer
suas atividades normais. Associam-se, ainda, os altos custos econômicos
sociais, em virtude de amputações, aposentadoria precoces, perda das
funções laborais em faixa etária produtiva, absenteísmo ao trabalho e
custo médico hospitalar. (FIUSA, et.al, 2003)
5. AÇÕES DA ENFERMEIRA PARA PREVENÇÃO DAS LESÕES EM PÉ
DIABÉTICO.
Atualmente existem muitas opções para tratamento das lesões que
acometem os diabéticos, tais como, coberturas, desbridamento de tecidos
desvitalizados, revascularização, aplicação local de fatores de crescimento
e a amputação de extremidades, este última é, infelizmente a opção
adotada com maior freqüência (HADDAD, 2005 apud HIROTA et.al.,2008).
Contudo, Diogo e Campedelli (1992) afirmam que a melhor maneira de
evitar a amputação é a prevenção. O diabético e seus familiares precisam
reconhecer que o pé deve ser visto como “pé de risco para o
desenvolvimento de úlceras” e serem devidamente orientados para sobre
os cuidados de rotina que devem ser adotados em casa.
Estudos científicos revelam que há uma redução entre 44% a 85% das
amputações, apenas com a realização dos cuidados preventivos, efetivos e
apropriados com os pés. (Id, 1992). Assim sendo, a atuação do enfermeiro
junto a equipe de saúde é de extrema importância no sentido de orientar
os pacientes diabéticos sobre os cuidados diários com os pés e a
prevenção do aparecimento de úlceras.
Fidellis (2003) enfatiza as instruções que devem ser realizadas aos
portadores de diabetes. Ao enfermeiro cabe orientá-los quanto a
importância de:
 Inspecionar diariamente os pés, ou cuidador deve realizar a inspeção
caso paciente não seja capaz.
 Lavar regularmente os pés, secando-os cuidadosamente, especialmente
entre os dedos. Ao fazer, utilizar água sempre menos que 37°C.
 Evitar caminhar descalço dentro ou fora de casa.
 Calçar sapatos com meia.
 Não utilizar agentes químicos para a remoção de calos.
 Inspecionar e palpar diariamente o interior dos calçados.
 Utilizar óleos e cremes lubrificantes em pele seca, exceto entre os dedos.
 Trocar diariamente de meias.
 Usar meias sem costuras.
 Cortar as unhas retas.
 Se visão está prejudicada, não deve cortar suas unhas.
 Não cortar calos, procurar um provedor de cuidado de saúde.
 Assegurar que os pés sejam regularmente examinados por profissionais
de saúde.
 Orientar ao profissional imediatamente se bolha, corte, arranhão ou
ferida aparecerem nos pés.
 Manter dieta balanceada.
 Realizar exercícios físicos periódicos com orientação de profissionais.
 Manter-se sempre hidratado.
 Automonitorar a glicemia capilar
 Promover educação em saúde: individual, familiar e na comunidade.
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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