BIBLIOGRAFIA BRUM, A, J. O desenvolvimento econômico brasileiro. Rio de janeiro: unijuí,1999 O Modelo de Desenvolvimento Associado e Dependente: do Milagre à Crise (1964-1984). A revolução militar de 31.03.1964, que depôs João Goulart, afastou do poder as forças, nacionalistas-reformistas e aquelas ditas de esquerda. De outro lado, estreitou vinculo com, forças liberais-conservadoras, o bloco capitalista e capital internacional. No inicio os lideres da revolução militar imaginavam uma intervenção transitória até 31.01.1966, data final do mandato do presidente deposto e posse do novo presidente a ser eleito. Os principais objetivos da revolução militar eram: combater a corrupção, livrar o país do comunismo, restabelecer a ordem e restaurar a democracia. A revolução militar desvirtuou-se de seus objetivos e transformou-se num regime autoritário e perseguidor, que prolongou-se por 21 anos. O MILAGRE BRASILEIRO: A idéia central era tornar compatível o desenvolvimento rápido da economia com o total domínio da inflação. Seu enfoque principal era expansão industrial de bens duráveis, que abastecesse as classes altas e médias da sociedade. A economia mostrou um crescimento expansivo, motivo de ser chamado como a “fase do milagre Brasileiro”. Foi um período favorável de vários anos de crescimento econômico, com taxas superiores a 10%. A partir de 1974, o crescimento do PIB, passou a declinar. Em 1981; O País entrou em crise profunda. O crescimento do Brasil ficou prejudicado e totalmente dependente das capitais estrangeiras. O PENSAMENTO MILITAR O pensamento militar da época, forjado através da Escola Superior de Guerra - ESG, propunha um modelo de desenvolvimento capitalista, baseado numa aliança entre capitais do Estado, multinacionais e locais. Propunha também uma ideologia nacionalista e estatizante, especificamente para os setores básicos da economia. CARACTERÍSTICAS DO REGIME O regime militar tinha como principais características, o autoritarismo, a concentração de poder, a exclusão política da sociedade, a presença de militares em cargos e funções em todos os níveis administrativos e colaboração de tecnocratas, a centralização dos tributos pela União, a concentração econômica e de renda, interferências no poder legislativo com cassasões de mandatos e suspensões de direitos políticos. 1 A CENTRALIZAÇÃO DO PODER POLÍTICO O Presidente passou a ser escolhido entre generais de quatro estrelas, com mandatos definidos, cabendo a decisão final ao Alto Comando das Forças Armadas. Da mesma forma deu-se com os governadores dos estados, os prefeitos de capitais e municípios consideradas áreas de segurança nacional ou sede de instancias hidrominerais. Em 09.04.1964 foi editado o primeiro Ato Institucional – AI, pela junta militar governativa. Mantinha a Constituição de 1946, porém alterou pontos essenciais como: aumento do Poder Executivo; reduziu o Poder Legislativo; suspendeu por seis meses a vitaliciedade dos magistrados e a estabilidade do servidor público, suspendeu a imunidade parlamentar; normatizou a instalação dos inquéritos policiais-militares (IPMs). Em 17.11.1965, o então presidente Castelo Branco, prorrogou seu próprio mandato ate 15.03.67, editou o AI-2 reimplantando os atos arbitrários do AI-1, implantando as eleições indiretas. O regime militar extinguiu todos os partidos políticos e admitiu a existência de dois partidos políticos, a Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), permitindo o funcionamento do Congresso Nacional, porém fragilizado em seus poderes. Em fevereiro de 1966 baixou o AI-3, que estabeleceu eleições indiretas para governadores Deputados Estaduais. Em outubro de 1966 fechou o Congresso e reconvocou-o, através do AI-4, para aprovar o novo texto constitucional, preparado por uma comissão especial escolhida pela cúpula do regime. A REARTICULAÇÃO DAS OPOSIÇÕES E O AI-5. A nova Constituição foi aprovada em 15.03.1967. Embora com texto autoritário, trouxe certa expectativa de retomada do processo democrático. Com a hegemonia da participação dos militares no controle político do país, a sociedade iniciou um processo de rearticulacão, que incluía os setores, políticos (setores maisi radicais da esquerda “ os comunista), sindical ( sindicatos e os estudantes, intelectuais, artistas e operários ) e da Igreja Católica ( os setores de vão – guarda ). Em 25.06.1968 aconteceu a ``passeata dos 100 mil``, com a participação de estudantes, intelectuais, artistas, operários, classe média e setores da Igreja. Devido as manifestações populares que emergiam como: greves de operários em Contagem (MG) e Osasco (SP); protestos estudantis; a opção de setores mais radicais da esquerda, pela luta armada contra o regime militar. Esses e outros acontecimentos repercutiram junto a ala linha dura do regime militar, que temeu pela volta do clima pré-revolucionário de 1964. Em 13.12.1968, o então presidente Costa e Silva, baixou o AI-5 que violou a Constituição que o próprio regime acabava de impor ao país. Mostrando assim a sua face mais dura e brutal: a ditadura. Por ele, o Presidente podia: suspender o funcionamento do Congresso Nacional, das assembléias legislativas e das câmaras municipais; intervir nos estados e municípios; cassar mandatos eletivos e suspender direitos políticos; demitir ou aposentar servidores públicos; censurar os meios de comunicação (jornais, revistas, rádios e televisões), as manifestações culturais e artísticas; sustar garantias de vitaliciedade, inamovibilidade, estabilidade e do habeas corpus. 2 A LUTA ARMADA CONTRA O REGIME MILITAR O endurecimento do regime militar, provocou o acirramento de ânimos, o que levou setores radicais da esquerda a optarem pela luta armada. Acreditavam que só através dela, a população poderia por fim a ditadura militar. Interpretavam que, como não havia espaço para se fazer política nos partidos e instituições, só restavam duas alternativas: o exílio ou a resistência armada. Esses grupos inspiravam-se na Revolução Chinesa e na Revolução Cubana. As primeiras ações terroristas e assaltos começaram em 1968 e buscavam a obtenção de fundos e de armas. Após o AI-5 surgiram vários combates armados, tanto pelas atividades da guerrilha urbana, como pela rural. Com a radicalização, os grupos armados ficando isolados da população, que historicamente, socialmente e culturalmente, tem índole pacífica. O PROGRAMA DE ESTABILIZAÇÃO ECONÔMICA No inicio dos anos 60, a economia brasileira apresentava três problemas básicos: déficit na balança de pagamentos; a estagnação do crescimento econômico; e a inflação. O governo procurou reformar e modernizar o sistema capitalista e criar novas condições para expansão do capital. De 1964 a 1966, dotouse o Programa de Ação Econômica do Governo – PAEG, com características gradualista e ortodoxa. Nesse período o governo adotou medidas de contenção dos gastos e buscou aumentar a arrecadação. Tomar dinheiro emprestado ficou mais caro. Os salários foram comprimidos, sofrendo reajustes inferiores a inflação. Foi extinta a estabilidade no emprego após dez anos, substituída pelo Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS. O Governo criou mecanismos de apoio as empresas nacionais. Para isso foram criados cinco programas: O Fundo de Financiamento para Aquisição de Máquinas e Equipamentos Industriais – FINAME; o Fundo de Democratização do Capital das Empresas – FUNDECE; o Fundo de Desenvolvimento Técnico-Científico – FUNTEC; o Fundo de Financiamento para Estudos – FINEP; e o Programa de Financiamento de Pequenas e Médias Empresas – FIPEME. Quanto à zona rural, o Governo fez aprovar o Estatuto da Terra, em novembro de 1964. Este instrumento estava voltado para executar a reforma agrária e para a promoção de uma política agrícola. O PAEG, atingiu as metas : - Houve a correção das distorções econômicas, saneamento das finanças públicas, realinhamento de preços dos bens e serviços público; recuperação da capacidade de investimento das empresas estatais renegociação da divida externa (prazo maior para pagamento) maior participação do Brasil no comércio mundial; equilíbrio no balanço de pagamento; restabelecimento da confiança e da credibilidade no exterior; satisfatório controle da inflação e retomada do crescimento econômico. Para decepção geral, esse instrumento não foi aplicado pelo regime militar, seguiuse a modernização da agricultura, ofertadas a grandes e médias propriedades rurais. 3 AJUDA EXTERNA A política estava desgastada mas visava restabelecer vínculos de credibilidade e confiança no estrangeiro. Foram criadas regras de investimento atraente, visando trazer capital estrangeiros. De comum acordo o F.M.I e bancos estrangeiros aderiram o plano de estabilização, porém sugerem tratamento de choque através de congelamentos de preços e salários. Os Estados Unidos agora tinha conhecimento dos passos da economia brasileira, essas informações eram repassadas, em forma de relatórios específicos, tornando assim um supervisor. Com a aprovação do F.M.I, que agora ditava as regras econômicas; Os investidores estrangeiros estavam confiantes. A economia ainda estava estagnada, em função de constantes políticas de combate a inflação e conseqüente retraimento do mercado interno. Grupos de capitalista estrangeiros, adquiriram empresas que passavam por dificuldades. De 1964 a 1967, foi um mais sofrido em função da necessidade de se organizar economicamente o Brasil, coincidindo também com a troca de governo, Costa e Silva para Castelo Branco, na Presidência da Republica. A área econômica foi repassada para o Economista Delfim Netto, com plenos poderes na sua área , manteve –se no cargo por oito anos consecutivos, até o final do governo Médici, voltando em 1979 no governo Figueiredo. A EVOLUÇÃO DO CRESCIMENTO ECONÔMICO NO PERÍODO MILITAR No período compreendido de 1968 a 1973, na fase chamada do Milagre Brasileiro, a economia do Brasil registrou grande desempenho que representou dobrar o tamanho da economia Brasileira. Esse crescimento foi puxado sobretudo pela expansão industrial. A etapa seguinte (1974 a 1980); A economia perdia seu ritmo de crescimento. As irregularidades do crescimento com variações acentuadas em anos seguidos, indicavam a falta de consistência do processo e a deterioração das bases de sustentação da pretendida continuação do milagre. Em 1980, acabaram –se as possibilidades de sustentação do crescimento e a economia brasileira entrou em recessão. FONTES DE FINANCIAMENTO A partir de 1974, os bens de capital, e bens de consumo duráveis eram definidos no projeto ambicioso de crescimento econômico acelerado. Visando ainda a implantação desse projeto, haveria a necessidade de capital e tecnologia. E isso no momento o país não tinha como dispor. Os recursos de capital vindo de tributos arrecadados pelo o setor público não eram suficientes, surgiu a necessidade de fortalecer fontes existentes e criar novos incentivos, o mais viável seria incentivar a população, a declinar de consumo exagerado, para a poupança e a capitalização. Surgiu então a poupança compulsória instituída através do FGTS/PIS/PASEP, visando financiar projetos sociais, tais como habitação e saneamento básico. Esses incentivos foram produtivos e logo a economia se aqueceu, dando lugar ao surgimento de uma ampla rede de bancos e outras instituições financeira, por falta de conhecimento na área de economia, e como esse período veio assim de maneira 4 especulativa, não se manteve por muito tempo, os resultados passavam a ser medíocres e decepcionantes. ENDIVIDAMENTO EXTERNO No exterior buscou – se capital e tecnologia tanto para obras de infra – estrutura econômica e na indústria básica, com a finalidade de expansão e aprimoramento do parque e da produção industrial. Recursos financeiros externos vieram ao Brasil em forma de empréstimo e financiamentos para o governo e para as empresas privadas, ou como investimento direto para o crescimento das multinacionais que já estava em atividades no país, a implantação de novas empresas estrangeiras, a aquisição de empresas nacionais por grupos transnacionais ou, ainda a junção de empresas estrangeiras com empréstimo nacionais, motivo esse que fez com que aprofunda-se o estreitamento e a dependência financeira do pais em relação aos centros do capitalismo internacional e cresceu a participação do capital internacional nos setores mais modernos e dinâmicos da economia brasileira de obras de infra- estrutura, coincidindo com o milagre brasileiro, notou–se um crescente aumento expressivo das reservas internacionais ( 1978- 1984). A intenção era ter plenas condições de relativa folga financeira, para os sucessores, no primeiro mandato. A divida externa de longo prazo já consolidada, aumenta a dívida de curto prazo ( 01 ano ) em função de constantes mudanças. È constituída de crédito para importações e créditos interbancários, dando um total de vários bilhões de dólares . ARROCHO SALARIAL A política adotada sob orientação no longo período foi de contração salarial, estavam fora das regras profissionais de nível superior, tais como : administradores, executivos e funcionários de alto escalão das empresas estatais, com isso houve beneficio para as classes chamadas profissionais liberais, época essa que fez o paraíso da classe média alta. Já em relação aos trabalhadores em geral foi praticada uma política de rígido controle dos salários. Essa política foi transitória, porém persistente e mantida durante todo o período autoritário, motivo esse que fez com que ampliasse, a transferência de renda do trabalho para o capital, através da apropriação da mais valia. INFLAÇÃO Fenômeno complexo. A estabilidade financeira monetária depende da solidez e pujança da moeda, confiança da sociedade, eficiência das autoridades no gerenciamento das políticas macroeconômicas, maneira de agir dos agentes econômicos, das relações econômicas, financeiras internacionais. Nos países de primeiro mundo, a inflação mantém-se em nível baixo, isso por controle governamental. Em contra partida, em países que a economia não é satisfatória, não dando segurança e confiabilidade, ocorrem freqüentemente surto inflacionária, ou inflação crônica. Esse descontrole reflete na economia, em situação inflacionária quase todos perdem com exceção de pequenas parcelas de altos beneficiários dela, tais como especuladores e bancos, os empresários e o governo. O descontrole da 5 inflação, possibilita mais transferência de renda de trabalho inviabiliza qualquer política de distribuição de renda . para o capital e ENDIVIDAMENTO INTERNO O crescimento do endividamento público interno ocorreu de 1970 á 1980; As dificuldades do país agravaram-se em conseqüência do crescimento das obras públicas em fase de crescimento das obras necessárias para dar continuidade a projetos, todos ao mesmo tempo. A situação complica, com o segundo choque do petróleo (junho de 1979) entrando em colapso com o aumento das taxas internacionais de juros e a cessação do financiamento externo ( setembro/1982 ). Forçado pela a necessidade de recursos financeiros, e sem crédito no exterior, o governo começou a usar o endividamento interno em ritmo crescente. Com o lançamento de muitos títulos público, capitava a poupança privada e financiava a execução dos projetos, pagamentos de juros e outras despesas. Essa não era a finalidade da divida mobiliaria pública e dos títulos, que destinavam–se basicamente á execução da política monetária; Em função disso, o governo, e o país caminhavam para a chamada “ciranda financeira”, desviando recursos substanciais do investimento produtivo para a especulação; fatores básicos de financiamento de expansão econômica financeira; empréstimos externos; compressão salarial; inflação e endividamento interno. Em conseqüência a economia brasileira entrou em recessão instalando-se a crise no país . CARACTERÍSTICA DO MODELO Eram dois pontos da característica do modelo de desenvolvimento capitalista de regime autoritário militar: Periféricos associados dependentes, em relação ao exterior e elitista concentrado, no plano interno. DESENVOLVIMENTO PERIFÉRICO – ASSOCIADO DEPENDENTE No cenário capitalista, os países centrais, altamente industrializada na era pós - industrial, três grandes centros econômico ( Estados Unidos, Canadá, união Européia, e Japão) as corporações transnacionais, com base nos países centrais , porém a ação se estende por todos os continentes e países periféricos, tais como : os países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento da América Latina, Ásia e África. Com a separação da ex - União das Repúblicas Socialistas ( ex – URSS ), os Estados Unidos começaram a exercer a tutela militar do mundo, que compartilham poder econômico com a União Européia e o Japão. Quem comandava era os países centrais e as corporações transnacionais neles sediados . Países que se destacam no grupo dos sete (G-7) : Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Itália, Inglaterra e Canadá. Eram eles o centro das decisões macroeconômicas. A concentração de capitais e a globalização da produção dos mercados e das comunidades davam–lhes um poder sem precedentes; Administrar dinheiro, conhecimento, tecnologia e o mercado, expandem seus negócios e aumentam os lucros e a acumulação; Em combinação desses fatores dá origem a economia internacional. A esse mundo com o poder centralizado o Brasil como os 6 demais países em desenvolvimentos ou subdesenvolvido, está integrado de forma periférico dependente – sócio menor e retardatário. A característica de associado, vem do fato de que o país aceita e estimula a vinda e a atuação de empresas estrangeiras apoia a união de empresas nacionais com estrangeiros e busca estreitar os vínculos com os centros capitalista internacionais . Na década de 1950 á 1960, houve a possibilidade de romper o esquema rígido do passado, entre países industrializado, produtores e exportadores de bens primário. O avanço da expansão econômica, na fase do “ milagre “ e em ritmo menos intenso até 1980, em função de fortes investimentos do Estados Unidos e do aumento da presença estrangeiro. O crescimento das multinacionais nesse período reforçou a premazia no comando da economia brasileira. A aproximação ao capital estrangeiro traz ao país que recebe, algumas facilidades e vantagens, porém, representa problemas, desvantagens até mesmo perigo, tais como a impossibilidade de tomar decisões importantes pois os interesses das multinacionais não são os mesmos das nacionais. DESENVOLVIMENTO ELITISTA – CONCENTRADOR EXCLUDENTE A aparência negativa da política econômica, seguindo ao ciclo militar foi de natureza social, tais como a violência, agressão ao meio ambiente, sobretudo na década de 1970. O modelo de crescimento vigente no país ao longo do ciclo militar, tinha característica concentradora, dando apoio a expansão econômica nas regiões mais ricas, e as demais ficaram num segundo plano, agravando assim as desigualdades sociais. MUDANÇAS ESTRUTURAIS E NA DIVISÃO DO TRABALHO Segundo J.Brum (p.364) “As transformações estruturais na economia brasileira e mudanças da divisão do trabalho entre as regiões do país, já em curso desde a década de 1950, adquiriu velocidade e aprofundou-se a partir dos anos de 1970. Ocorreram também importantes diferenciações sociais do trabalho, como crescimento das atividades secundárias e terciárias, substituição acelerada da atividade artesanal pela indústria e pela atividades industrial e criação de novos tipos de serviços. A indústria consolidou sua posição hegemônica no comando da economia brasileira. Teve início o processo de formação do complexo financeiroindustrial. A agricultura perdeu peso relativo na renda global e passou a uma situação subordinada ( ...) Quanto as regiões do país, o Sudeste experimentou extraordinário crescimento e modernização de seu parque industrial e consolidou sua hegemonia industrial e financeira ; o sul e o centro – oeste foram orientados preferencialmente para a produção agrícola, expandindo sobre tudo a agricultura modernizada de exportação ( destaque para a soja ), que contou com fortes subsídios e incentivos oficiais, ficando, no entanto, à margem, sem apoio, a produção de alimentos. Em fase dessa mudança, a integração ao mercado interno nacional passou a significar em grande parte tornar a região que se integrava dependente da economia do sudeste, que era o centro hegemônico. A tendência concentradora do processo de industrialização ocorreu também em termos setoriais.Assim de produção de bens de consumo duráveis (...) A ação de organismo regional, como a SUDENE e a SUDAM, e a implantação de alguns projetos – impactos , como o projeto mineral de carajás, no Pará; o II Pólo 7 petroquímico (Camaçari ), na Bahia; o III Pólo Petroquímico ( Triunfo), no Rio Grande do Sul, e a desastrada abertura da rodovia Transamazônica, representaram esforços governamentais para desconcentrar o crescimento econômico, corrigir distorções ou ocupar “ vazios “ geográficos. CONCENTRAÇÃO PESSOAL DA RENDA Os anos 60 trouxe uma realidade; O aumento das desigualdades sociais . Em vez de trilhar caminhos buscando a igualdade, o país desorientou-se, no setor rural foram mais drásticos, tomou proporções violentas; ( êxodo rural ); A maioria dos excedentes rural, congestionaram as periférias urbana, rodeando áreas de miséria, com todos os agravantes corolário de problemas. BAIXOS SALÁRIOS E MARGINALIZAÇÃO SOCIAL. Pra haver uma maneira eficaz na distribuição de renda tem que ter política salarial. No processo de concentração as rendas e os salários têm peso importante, tanto na distribuição como na concentração da renda. O grave problema desse perfil no Brasil, ocorreu de uma política econômica social dura, em que o salário teve peso significativo da desorganização dos ganhos do trabalho. A situação econômica tem influência decisiva a vida do grupo familiar. PROJETO BRASIL POTÊNCIA MUNDIAL EMERGENTE O governo Ernesto Geisel, o quarto do ciclo militar, apresenta características e peculiaridades que o distinguiram dos demais, realizou grandes projetos e obras públicas com vistas à implementação de um novo padrão de industrialização, no aspecto das realizações econômicas, há mais igualdade entre o Governo Geisel e J.K, ambos lideraram grandes obras. O General Ernesto Geisel assumiu o governo em 15 de Março de 1974, em mandato de 5 anos, escolhido para presidente nos estreitos círculos militares no 1º semestre de 1973. Assim, integralmente, como se integra o grupo castelista e vinculava-se à linha moderada, naquela época estabelecida e majoritária no poder. Esta camada militar foi crescendo entre funções políticas e administrativas nas proximidades ao poder central, desde o governo Dutra. Em seu 1º pronunciamento à Nação, quatro dias após a posse, propunha-se o governo a completar a obra de “revolução democrática”, constituindo o desenvolvimento e do restabelecimento do regime democrático. Os escolhidos de confiança para a condução da política econômica eram: Mário Henrique Simonsen (Fazenda), João Paulo dos Reis Veloso (Planejamento), General Golberi do Couto e Silva (Chefe do Gabinete Civil e articulador da abertura política) e o diplomata Antonio Azeredo da Silveira(Ministério das Relações Exteriores e Condutor de Política Externa. Um episódio inusitado abalou a economia mundial a partir de outubro/73, o preço do petróleo aumenta quatro vezes ao mês. O mundo chegava a uma nova era. O combustível deixara de se barato e abundante (que movimentava a economia desde o séc XX). Essa elevação dos preços causou um impacto muito relevante à economia mundial, especialmente nos países que importavam petróleo, no caso dos Estados Unidos que na época 8 importava mais ou menos 50% do petróleo que consumiam; países da Europa, perto de 90%, o Japão, quase 100% e o Brasil mais de 80%. Assim, como o petróleo, o carvão teve aumentos consideráveis e as matérias-primas essenciais desencadearam em uma profunda reestruturação dos preços em geral. Os países atingidos pela crise do petróleo adotaram programas econômicos de contenção, inclusive “os tigres asiáticos”. Os países EUA, Europa, Japão, adotaram rigorosas políticas de aspereza, o que levou a economia mundial a um período de recessão (1974-1976). A economia brasileira teve um período, o “milagre brasileiro”, que foi a fase de crescimento econômico acelerado, e a sociedade estava contagiada pelo sentimento de sua duração indefinida e o setor industrial estava funcionando com toda a sua capacidade. A euforia do “milagre “ foi tão forte que quando o governo se viu obrigado a abandonar em parte a estratégia do II PND e adotar medidas de “desaceleração” ou “desaquecimento” da economia, a opinião pública, particularmente seu segmento empresarial, reagiu fortemente contra a orientação de reduzir o ritmo do crescimento econômico. Os produtos essenciais que o Brasil importava, provoca um acentuado desequilíbrio (déficit) na balança comercial e na balança de pagamentos com o exterior.As empresas privadas nacionais de fruta às multinacionais e as estatais, era um aspecto relevante para a economia brasileira naquele momento. ALTERAÇÃO NA POLÍTICA EXTERNA O governo Geisel, alterou os rumos de políticas externas brasileiras. Em 1964, Castelo Branco, adotou uma posição de alinhamento automático à nação líder do bloco capitalista. A política externa brasileira trazia mudanças básicas e passaria a dar prioridade no relacionamento. O governo brasileiro estava com preocupação com seus tradicionais aliados, e nova orientação da política externa brasileira provocou mal-estar nos mais diplomáticos militantes norte-americanos. Para Washigton o fato de o Brasil fazer discordância em relação aos EUA, não dava agrado. A porção brasileira e a relação à guerra feita poderiam ter um enfraquecimento do bloco ocidental e tornar-se um mau exemplo a ser seguido por outros países latino-americanos. 9 O PROJETO BRASIL POTÊNCIA A proposta do Governo Geisel (1974-1979) foi a de transformar o Brasil em potência mundial emergente, retirando-o da condição de terceiro - mundo, até o final do mandato. FONTE DE INSPIRAÇÃO O fato do Japão ser um país de território exíguo, pobre em recursos naturais ( solo e minérios) e com numerosas população, identificavam vantagens e desvantagens no projeto particularmente no exemplo japonês. Mas, por outro lado a população japonesa tinha uma elevada cultura, recursos humanos qualificados, autonomia científica e tecnológica e grandes empresas nacionais privadas e estágio já avançado de estruturação do complexo financeiro–industrial (grandes grupos econômicos controlando ao mesmo tempo bancos e industriais). ESTRATÉGIA -manter a performance do “milagre”. -implantar um novo padrão de industrialização do setor energético, contando com as grandes hidrelétricas brasileiras. Todos esses pontos movem 2 alterações fundamentais: a) Setor de bens de produção (indústria básica) b) Empresa privada nacional seria substituída das multinacionais, que passaria a uma situação subordinada.. A firmeza da economia do país, dependia do equilíbrio das empresas estatais, estrangeiras e privadas nacionais que seria o tripé do modelo econômico brasileiro, assim os três setores seria preciso atuar em três direções: a) Fortalecimentos das empresas privadas nacionais. b) Contenção de estatização. c) Enquadramento das multinacionais na estratégia nacional. Assim seriam criados projetos como: 1- Diminuía disparidade de renda. 2- Corrigir a distorção no setor de transporte. No final do projeto Brasil potência Nacional Emergente, o país passaria a integrar o primeiro mundo e o Estado outorgaria um regime democrático, a ser forjado de formas “lenta, gradual e seguro”. Não nos cabe analisar se a maneira, a alternativa do Governo Geisel, foi a melhor opção naquele momento, para o crescimento econômico acelerado, pois o governo adotou políticas recessivas de ajuste imediato de economia brasileira à nova situação econômica mundial. Na certeza pelo governo naquele momento , não teria condições políticas nem apoio militar para adotar medidas de ajuste restrito. O país vinha embalado na fase do “milagre brasileiro”, mesmo um governo autoritário não teria condições de enfrentar 10 o desgaste de contrariar as expectativas gerais da sociedade e dos agentes econômicos. Em 1976 no segundo semestre, o governo se via obrigado a abandonar em parte a estratégia do II PND e adotar medidas de desaceleração ou desaquecimento da economia. Em 1979, no governo Figueiredo sob o impacto do segundo choque do petróleo, a opinião pública e empresarial, regime contra a orientação de reduzir o ritmo do crescimento econômico. - Segundo o autor BRUM: - A questão era delicada também na área militar. O governo Geisel expressava as aspirações do grupo moderado, com o compromisso de agir no sentido de flexibilizar o regime e encaminhar o processo de redemocratização do país. Essa direção se chocava frontalmente com a posição dos militares radicais da linha dura, que defendiam a continuidade do regime autoritário. Medidas de contenção econômica certamente fortaleceriam esta última posição, cujos integrantes capitalizariam a seu favor o descontentamento provocado por uma queda acentuada do crescimento econômico. Além do descontrole na balança comercial, ocorreu o desequilíbrio na balança das contas exteriores, passando os défict em conta corrente a serem supridas com empréstimo junto aos bancos estrangeiros. Sendo assim, a dívida externa bruta brasileira aumentou em 346% (12 bilhões de dólares para 43,5 bilhões de dólares) e a dívida externa líquida cresceu 503% ( de 6,2 bilhões de dólares para 31,6 bilhões de dólares, no qüinqüênio). IMPLANTAÇÃO DO PROJETO E RESULTADO ECONÔMICO A execução do projeto estava subordinada ao procedimento dos principais agente econômicos que seriam: o governo, as empresas nacionais e as multinacionais . COMPORTAMENTO DO GOVERNO O governo não chegou a executar tal projeto por falta de recursos, pois o Brasil entrava na crise do primeiro choque do petróleo, que acarretou o aumento no preço do combustível. Também não soube avaliar as medidas restritivas nos países ricos e consequentemente veio à dívida externa, a inflação, e o desequilíbrio do balanço de pagamentos. COMPORTAMENTO DAS EMPRESAS PRIVADAS NACIONAIS Conforme o projeto Brasil potência as empresas privadas nacionais foram incentivadas a preencher os chamados “espaços vazios”, especialmente o setor de bens de capital, com os recursos das subsidiárias do BNDE, oferecidos pelo governo. Porém para que tivesse acesso a esse apoio financeiro teriam de submeter-se a várias exigências bancárias que eram (distribuições de dividendos; maiores garantias para empréstimos e financiamentos além das ações; e abertura de capital). 11 As empresas nos primeiros anos sentiam-se encorajadas pela grande quantidade de encomendas e o apoio governamental recebido . Contudo em 1976 o governo que passava por dificuldades financeiras viu-se obrigado a captar recursos externos e a importar equipamentos, que poderiam ser produzidos no Brasil, essa medida eram exigidas pelo complexo financeiro industrial. Por essas e outras razões muitos grupos associaram-se com o capital estrangeiro e somente alguns conseguiram fixar-se no setor de produção de bens de capital. COMPORTAMENTO DAS EMPRESAS ESTRANGEIRAS Com espaço garantido pelo governo, as empresas estrangeiras teriam que contribuir para o crescimento econômico do Brasil, aplicando os lucros da indústria de bens de consumo duráveis nos setores prioritários (geração de empregos; aceleração do incremento da pesquisa tecnológica; ampliação e diversificação da pauta de exportações; capacitação da poupança externa; incorporação da capacidade gerencial e transferência de tecnologia). Mas como não lhe traria nenhuma vantagem, não houve muito interesse por parte dessas empresas, apesar do governo esperar maior contribuição da parte delas. Contudo firmaram-se na indústria de eletroeletrônicos e de eletrodomésticos, além da ampliação da industria automotiva, passando a dominar o ramo dos bens de consumos duráveis. RESULTADO ECONÔMICO Houve alguns avanços com alta nos custos econômicos e sociais quando o projeto Brasil-Potência foi implantado. A economia brasileira manteve-se estável por sete anos, cresceu progressivamente a indústria de bens de capital (equipamentos, aparelhos, máquinas e ferramentas); indústria de insumos básicos (alumínio, papel, petróleo, aço...) e da mineração, em virtude disso ocorreu o fortalecimento e a consolidação no processo de industrialização e com relação a importação e exportação, ocorreu um razoável equilíbrio, pois o país conseguiu elevar as exportações principalmente dos produtos industrializados. Mas por outro lado o crescimento gerou o agravamento das dificuldades econômicas e financeiras do país, tais como descontrole na balança comercial, desequilíbrio de pagamentos com dívida externa líquida e bruta, a dívida pública federal interna e a taxa anual da inflação. Outro ponto desfavorável foi a ampliação do setor estatal da economia, pois o projeto Brasil-Potência, previa o controle estatal e o fortalecimento do setor privado, no entanto as empresas privadas nacionais não conseguiram assumir a liderança no processo econômico brasileiro. Portanto, para que a economia brasileira continua-se em crescimento foi necessário aprofundar a dependência ao capital externo. CONSEQÜÊNCIAS SÓCIO – POLÍTICAS No momento histórico extremamente delicado o General Geisel assumiu a presidência da república. O país passava por uma situação de intimidação e imobilidade, a sociedade civil aparentava incapacidade de resgatar a cidadania, porém as instituições, mas comprometidas com os direitos humanos sentiam-se 12 cansadas com tanta repressão. Mas o governo estava determinado a empregar a tática de liberação do regime, contudo bateu de frente com as forças de segurança, que não admitiam abertura política No entanto a classe media sentindo-se prejudicada pela política econômica, procurou ascender socialmente buscando habilitação para a demanda das empresas estatais, multinacionais e serviço pública, visto que era a única forma de ascensão, já que abrir seu próprio negócio era quase impossível. Como crescia cada vez mais a insatisfação da sociedade nas camadas médias e populares, com o regime militar, a primeira forma de expressão foi nas eleições de 1974, através do voto secreto. A OPOSIÇÃO CONSENTIDA O partido MDB, vivenciava crises internas as quais levaram alguns membros a pensarem na sua autodissolução, no entanto, em 1971 sob a liderança de Ulisses Guimarães iniciou-se no partido um processo de renovação e com a aproximação da escolha do presidente da república, lançou-se como anti-candidato e percorreu os principais centros urbanos do país, para divulgar os pensamentos contrários ao governo, tendo como meta principal chamar a atenção da sociedade, fazendo algumas denúncias a respeito das eleições indiretas; da supressão das liberdades; e a concentração da renda referente ao resultado do modelo econômico. Após as eleições gerais de 1974, já se percebia um crescimento considerável no MDB, visto que, o mesmo passou a ter livre acesso à imprensa e obteve um número considerável de votos, nos grandes centros urbanos e nos estados mais desenvolvidos. Por esse motivo o governo, sentindo-se ameaçado alterou a legislação antes de cada pleito, tudo de acordo com seu interesse. Porém a cada tentativa do governo de manter o controle da situação registrava-se o declínio da Arena e o crescimento da oposição; e como medida o governo determinou o processo de abertura democrática, mas tudo a seu modo, diferente dos pensamentos da sociedade civil, que ansiava por uma democracia como forma de conquista. A EMERGÊNCIA DA SOCIEDADE CIVIL Com o retrocesso do governo a sociedade civil passou a ocupar espaço no campo político, com intuito de defender os diretos humanos e reconquistar a cidadania por meio da ação de instituições mais com a igreja; OAB; imprensa; e os grandes sindicatos principalmente os metalúrgicos do ABCD paulista. Contudo os mais influentes foram a igreja e a OAB por terem seus próprios meios de comunicação e não estarem subordinadas ao governo. No início do processo a igreja estava dividida, a maioria apoiava a ditadura e a minoria sofria perseguição, mas com a morte de um padre ligado a Diocese de Olinda, abatido pela repressão, junto com a severidade do regime, fizeram com que a igreja se posicionasse oposta ditadura, e com importantes mudanças como o fortalecimento da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros); CEBs (Comunidades Eclesiásticas de Base) e a afirmação e a difusão da Teologia da Libertação, fortaleceram a igreja na luta em defesa dos direitos humanos 13 Já a OAB inicia seu processo em 1972 através dessas entidades foi realizados um trabalho voltado aos direitos humanos e a redemocratização do país. Enquanto que os meios de comunicação foram repreendidos e censurados. Com as perdas salariais em 1973 resultados dos índices inflacionários, possibilitou a primeira greve branca em maio de 1978, os metalúrgicos bateram o relógio de ponto, assumiram seus postos mas cruzaram os braços essa estratégia animou os operários de outras fábricas que passaram a seguir o exemplo iniciando uma nova fase de movimento sindical. Dessa forma a sociedade civil conseguiu avançar na reconquista democrática a contragosto do sistema autoritário. A DISPUTA SUCESSÓRIA Com inicio da sucessão presidencial houve a disputa entre moderados e linha dura; no entanto para que não acontecesse um novo impasse político militar, Geisel adiou para janeiro do ano seguinte a questão do sucessor, suspendeu o funcionamento do congresso nacional no período de quinze dias do mês de abril de 1977 e publicou algumas medidas, as quais modificaram as regras eleitorais para o ano de 1978, procurando assegurar a designação de uma pessoa confiante para presidente da república. Entretanto, não foi tão fácil para Geisel sair vitorioso na luta pelo domínio do poder, pois o mesmo, de certa forma sofreu alguns confrontos com os membros da linha dura, os quais controlavam o comando militar. Mas duas fatalidades nos “porões da tortura” na cidade de São Paulo foram suficiente para que o presidente enfraquecesse os representantes da linha dura, visto que, houveram várias demissões. Em 1978 a questão do sucessor se encerrou com a indicação do general João Batista Figueiredo para Presidência da Republica; porém a resolução tomada por Geisel causou atrito na cúpula palaciana, visto que o general Hugo Abreu discordava da designação e da maneira como foi decidida; contudo a escolha foi mantida e Geisel conseguiu nomear o sucessor de sua preferência. No entanto algum tempo depois veio o arrependimento do arbítrio e teve um papel relevante ao garantir a transição civil em volta de Tancredo Neves. O GOVERNO FIGUEIREDO E O OCASO DO CICLO MILITAR O General Figueiredo tinha a missão de completar o projeto Brasil – Potência, consolidando os êxitos econômicos e políticos: A inserção do Brasil no primeiro mundo e a implantação do regime democrático no país. Para o comando da área econômica do governo, foi mantido o ministro Mário Henrique Simonsen, sua política era defender a necessidade de controle da implantação através de uma política de contenção dos gastos públicos e “desaceleração” do crescimento. Essa decisão gerou descontentamento nos meios empresariais do país, o que ocasionou na sua substituição pelo Antônio Delfim Netto, com a missão de conciliar a manutenção do crescimento, acelerado da economia com a política gradualista de combate à inflação. Eles não contavam com a mudança das condições das economias mundial e brasileira, que foi:- O segundo “choque do petróleo” , o preço do barril de petróleo subiu, o que apresentou um 14 aumento nos preços dos produtos industrializados e das matérias-primas essenciais para o Brasil.O correu um novo desequilíbrio na balança comercial. - A recessão econômica nos países capitalistas altamente industrializados do primeiro mundo, a conseqüência foi a redução dos preço dos produtos das nossas exportações e alta dos preços dos produtos das nossas importações, o que acarretou ao Brasil uma perda de US43 bilhões. - A elevação das taxas de juros no mercado internacional. O Brasil deixou de pagar juros de 4% a 6 % de juros anuais e passou a pagar juros de 21%, representou mais perdas para o Brasil. Se não bastasse houve a suspensão de novos empréstimos ao Brasil pelo sistema financeiro internacional. Essas mudanças levaram o Brasil ao colapso financeiro e a mais grave crise econômica da sua história. O III PLANO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO( 1980 – 1985 ) Era um conjunto de intenções gerais, não mais que isso, na tentativa de atualização e adequação do Projeto Brasil. Potência nova situação da economia na primeira metade da década de 1980. Devido a crise econômica brasileira, que se acentuava, o sonho de crescimento econômico com controle da inflação estava tendo pouca duração. Então, a idéia central do III PND, de buscar a compatibilidade entre o crescimento econômico acelerado com aumento expressivo de empregos e ao mesmo tempo conter a inflação, controlar o desequilíbrio das contas externas, mais distribuição industrial e regional de renda e riquezas, constituía-se na missão impossível do governo Figueiredo, naquela circunstância. Até hoje a economia mundial capitalista convive com esse paradoxo:”crescimento sem emprego” DOIS ANOS DE CRESCIMENTO ECONÔMICO O governo Figueiredo, consegui dar continuidade a projetos iniciados no governo anterior, o PIB cresceu 6,8% em a 1979 e 9,2% em 1980. A maturação de vários projeto, atingindo a fase de produção, ampliou a infra estrutura e deu mais consistência ao parque industrial brasileiro, possibilitou a redução das importações pela produção no país de novos itens antes importados, favoreceu o aumento e a diversificação das exportações brasileiras, o Brasil passou a ser crescente exportador de produtos industrializados, (Brum,p.386) Com isso houve um equilibrio na balança comercial, que possibilita ao Brasil um crescimento durante dois anos. Ocorreu também crescimento no setor energético, houve avanço expressivo na redução da nossa dependência externa de combustível líquido pelo aumentou da produção nacional de petróleo. 15 A ECONOMIA EM RECESSÃO - O FIM DO SONHO Já ao término da década de 70 a economia Brasileira apresentava sinais de fraqueza. Suas principais contradições internas eram: a exacerbada concentração econômica e de renda; acentuado desequilíbrio na balança de pagamentos; elevada dívida externa; crescente desajuste de ingresso de capital externo; inflação elevada em ascensão e conflitos trabalhistas. Mesmo tendo apresentado um crescimento econômico que colocava o Brasil entre as grandes potências em expansão capitalista com bases em empréstimos externos, investimentos multinacionais e a internacionalização da economia. Dai um dos fatores que vai contribuir para a vulnerabilidade da economia Brasileira em relação às crises internacionais. As desigualdades sociais podem ser evidenciadas mediante o considerável crescimento da renda dos ricos em contraste com à diminuição da renda dos pobres. No livro a crise do milagre, o economista Paul Singer, analisa que “ na verdade, o modelo começou a fazer água em 1973, quando a inflação, que vinha declinando vagarosamente, volta a crescer com ímpeto. Para combater a inflação, o governo adotou uma política econômica que consistia, sobretudo, na contenção da oferta dos meios de pagamento, o que provocou severas restrições ao crédito. Além disso, os salários foram reajustados em níveis inferiores à elevação do custo de vida. O resultado geral dessas medidas foi, como não podia deixar de ser, uma queda acentuada da demanda, que se refletia numa recessão cada vez mais grave no quisito dos bens de consumo “. O “Bolo” cresceu, porém os trabalhadores - operários, não participaram de sua divisão. Essa desigual e injusta distribuição de renda resultou no crescimento vertiginoso do setor industrial de bens de consumo duráveis e consumidos pelas classe mais altas, somente Essas dificuldades internas, somadas ao quadro internacional, ajudaram a culminar para a deteriorização da economia Brasileira. O governo abandonou o III PND e se conteve em administrar a crise – fazer o feijão com arroz ”; “ empurrar com a barriga ”, o fim do “milagre econômico Brasileiro” era irreversível. Não tendo saída, a opção do governo, que antes era ora acelerar e ora frear a economia, passou a pisar fundo no freio. Tendo como principal conseqüência a apresentação de um PIB em taxa negativa, nunca tida antes, desde que o Brasil, pela primeira vez em 1947, adotou esse cálculo. À decadência econômica, acresceram-se perdas sociais, como já vimos. Mas depois da fase de recessão profunda 1981 – 1983 , planos de estabilização, ajustes às exigências externas ditadas pelos credores internacionais, a produção industrial voltou a crescer. Em 1985, quando Figueiredo deixou o governo, a situação financeira do país era de temporário alívio e o governo se preocupou em aumentar as reservas cambiais. Mas no balanço geral foi um período muito negativo, por tudo o que já foi exposto: inflação, dívida externas, injustiça social, etc. Finalmente, estava chegando a hora de se pisar num outro acelerador, desta vez, o fim do regime político – econômico do ciclo militar. 16 CAMPANHAS DAS DIRETAS JÁ A partir dos últimos meses de 1983, e no início de 1984 intensificou-se a campanha pelas eleições diretas para presidente da República, os movimentos políticos e sociais, os quais eram contra o governo militar procuravam articular o mais rápido possível o fim do mesmo e recuperar no país as normas fundamentais da de democracia . A campanha “ Diretas Já ‘ reuniu milhares de pessoas nas ruas vestidas de amarelo, com bandeiras e adesivos pelas diretas – já. A cidade de São Paulo e Rio de Janeiro se destacaram pela numerosa mobilização de pessoas nos comícios; foram organizados “ panelaços e businaços “ em todo pais, em que a população saiu de suas casas para fazerem barulho e gritarem pelas diretas. No entanto seria necessários dois terços de votos favoráveis para que a emenda Dante de Oliveira fosse aprovada; mas ao findar a votação veio a frustração, pois os votos necessários não foram obtidos e houve a inviabilidade da eleição direta. E com isso o PMDB articulou uma aliança de compromisso com o grupo divergente do PDS; formando a chamada Aliança Democrática e tendo como candidato a presidente Tâncredo Neves e para vice José Sarney. Reunido em 15 de janeiro de 1985, o colégio eleitoral escolheu, por ampla maioria , Tancredo Neves, como novo presidente da República, derrotando assim o candidato Paulo Maluf do PSD. Dessa forma, a população depositou em Tancredo a esperança de dias melhores para o povo Brasileiro, pois chega de governos militares ; Entretanto, Tancredo Neves adoeceu e acabou morrendo, no dia 21 de abril de 1985, por isso quem assumiu a presidência da República é o seu vice José Sarney, que prometeu concretizar os planos do Presidente eleito. Após 21 anos chega ao fim os governos militares, os quais privilegiaram uma minoria da população, ou seja, a classe dominante e adotaram medidas repressivas contra a maioria da população. O estado militar tinha uma forte presença na regulamentação da economia e na atividade econômica direta, com auxílio de empresas estatais. A essência para financiar e promover o desenvolvimento econômico do país foi o capital estrangeiro, sob a forma de empréstimo ou de investimentos diretos. Mas surgi um novo ciclo histórico no país, e os militares voltaram aos quartéis e os civis ao desempenho do poder político, contudo o país vivenciava graves problemas econômicos, sociais e políticos. Então o percurso para o estabelecimento do estado de Direito Democrático seria ainda mais longo. A NOVA REPÚBLICA: DA ESPERANÇA Á FRUSTRAÇÃO Com a passagem do regime militar para o democrático surgi dois processos de natureza diferentes. De um lado, a desintegração progressiva do sistema do poder fixado no país ; e no outro, a emergência política da sociedade, a qual aos poucos foi ganhando a confiança da cidadania e ocupando espaços progressivos no quadro político nacional . Uma mistura de frustração e esperança cercou a posse de Sarney, pois o povo aguardava um novo governo, chamado de Nova República, que romperia com a herança da ditadura. No entanto não foi exatamente uma ruptura e sim uma negociação entre o antigo sistema e o novo, visto que houve apenas uma mudança superficial, ou seja, uma nova aparência para os antigos interesses. 17 Com a morte de Tancredo Neves e a conseqüente elevação do vice – presidente José Sarney, o povo encontrou na Presidência um político identificado com o governo militar, que tinha apoiado a ditadura , e por isso era estranho aos quadros da nova situação. Portanto a nova República terminou sendo uma nova etapa de transição, administrada por governantes civis e que tinha como meta a implantação do Estado de Direito Democrático, o lançamento das bases de um novo ciclo de expansão econômica e correção dos desequilibrados sociais. A CONSTRUÇÃO DO ESTADO DE DIREITO DEMOCRÁTICO Uma das aspirações da sociedade brasileira era a implantação de instituições democráticas, por isso em 1985 algumas leis foram levadas a votação e oficializadas, como a extensão do direito de votos aos analfabetos; a possibilidade de legalização de todos os partidos políticos; os quais atendessem a requisitos mínimos de registro; o restabelecimento de eleições diretas para presidente da República e prefeito de todos os municípios. E com relação aos sindicatos foi retirada a intervenção dos mesmos e as pessoas punidas no regime militar foram perdoadas e reintegradas. Apesar das mudanças havia uma certa demora em volta leis relevantes para o processo da democracia, tais como a devolução dos poderes fundamentais ao congresso, a nova lei de Imprensa e de segurança nacional; visto que o governo da aliança democrática era a maioria no congresso e mostrava-se contraditório no que se refere aos compromissos manifestados e os desejos da sociedade na formalização e estabelecimento de conquistas democráticas. Em 05 de outubro de 1988 foi promulgada a nova Constituição da República Federal do Brasil, a qual restabeleceu os princípios da federação e do Municípalismo, fortalecendo o poder dos estados e Municípios. A nova constituição também incorporou relevantes conquistas em relação aos direitos individuais, políticos e sociais, ampliando a cidadania; Mas que na realidade contradizem na prática política, porque estava muito além da realidade brasileira. No entanto, segundo o autor “ A constituição ficou inconclusa e as principais razões dessa lacuna foram : A amplitude é a complexidade da montagem da estrutura legal do país, a diversidade do ponto de vista e de proposições sobre as múltiplas questões em pauta, refletindo as contradições da sociedade brasileira; a fragilidade e a falta de coesão dos partidos políticos brasileiros, o despreparo e falta de experiência de grande número de constituintes para um cometimentos de tal relevância (...) “ (BRUM, 1999:pg 402) Dessa forma, se percebe que entre os governantes não havia um entendimento comum sobre algumas questões, visto que várias medidas importantes ficaram para serem aprovados em leis complementares , mas somente algumas foram elaboradas. Então surgiu a possibilidade de reformular e aperfeiçoar a constituição, porém a tentativa de revisão fracassou visto que mais uma vez, não houve compreensão política entre os componentes do congresso revisor. Contudo no âmbito mundial várias mudanças estavam ocorrendo, como o avanço sem precedentes do processo de globalização, a implantação de programas neoliberais em ritmo crescente de países em diferentes estágios de desenvolvimento e matizes políticos- ideológicos e outras, as quais modificaram relações e exigiram adequações por parte de todos os países. 18 OS DESAFIOS ECONÔMICOS A partir de um diagnóstico feito pela equipe do presidente eleito e sua assessoria foi possível identificar vários problemas, os quais bloqueavam a economia brasileira, por isso o governo centrou sua atuação no crescimento econômico auto – sustentado, com geração de novos empregos e melhoria progressiva dos salários e das condições de vida da população; na redução do déficit público e controle da divida interna, no rigoroso combate á inflação; e no equacionamento do problema da dívida externa e da questão dos juros , de forma que a transferência de capital para o exterior não prejudicou os investimentos necessários e o crescimento econômico. Porém as intenções estabelecidas estavam distantes de serem realizada, pois durante o regime militar houve inicialmente um aumento progressivo na economia, mas depois o país estagnou; Então o desafio para o governo civil era conseguir recursos para a realizar as metas traçadas pela nova presidência. José Sarney assumiu o governo e todos as propostas elaboradas por Tancredo Neves; No entanto suas atividades se desenvolveram muito lentamente, mas mesmo assim, a inflação teve um pequeno declínio e a economia cresceu, tudo por conta do desenvolvimento interno da economia. A população foi beneficiada com reajustes salariais e a expansão das atividades econômicas aconteceu em decorrência das exportações e pela dinamização do mercado interno. Contudo faltava tomar medidas mais profundas, antes que o governo perdesse de vez o apoio, tanto da população quanto de suas bases políticas O PLANO CRUZADO O governo Sarney, em 28 de fevereiro de 1986, lançou o Plano Cruzado. Era um plano eleitoreiro de impacto, com base na inflação zero. Sua duração foi de apenas 09 meses. Com uma inflação monetária radical, o plano cruzado tinha as seguintes medidas: Substituição do cruzeiro por uma moeda nova, chamado o Cruzado, na proporção de 100 por 1; Extinção da indexação, pela eliminação da correção monetária; Congelamento dos contratos das hipotecas e dos alugueis por um ano e dos preços por prazo indeterminado; Reajuste dos salários pelo seu valor médio dos últimos seis meses anteriores, mais abono de 15% para o salário mínimo e 8% para os demais salários, a vigorar a partir de 1º de março de 1986; Sempre que a inflação atingisse 20%, os reajustes posteriores seriam automáticos; Empregadores e empregados teriam negociação livre na data do dissídio coletivo de cada categoria, sendo que quando os salários aumentados, tais aumentos não poderiam ser repassados aos preços de produtos ou serviços; Uma das medidas importantes que vigora até hoje é o Seguro Desemprego. Nos primeiros meses, o Plano Cruzado foi um sucesso. O presidente da República José Sarney, era aplaudido por onde passava e muitas pessoas 19 decidiram por vontade própria vigiar os preços das mercadorias e por isso ficaram conhecidas como “Fiscais do Sarney”. Ao final de 1986, após as eleições, as medidas do Plano Cruzado perderam a eficácia, a inflação voltou a subir e deu-se início a um novo período de crise econômica. Inúmeras tentativas foram feitas com o intuito de combater a inflação, sem nenhum êxito. Por isso os planos de estabilização econômica eram deixados de lado pelos governos, devido os custos políticos e sociais serem extremamente altos. Dílson Funaro, Ministro responsável pelo plano cruzado demitiu-se e seu substituto foi Luis Carlos Bresser Pereira, que tentou sem sucesso, minimizar a crise e acabou por deixar o governo no final de 1987. Já em janeiro de 1989, no mandato do Ministro Maílson da Nóbrega, foi decretado um novo Plano econômico. O Plano Verão, que além de congelar preços e salários, dava fim no Plano Cruzado e surgia ali o Cruzado Novo. O FRACASSO DO CRUZADO O Plano Cruzado fracassou. E foram inúmeros fatores circunstanciais e razões que contribuíram para este fracasso, e aqui podemos citar algumas: Falta de experiência, amadorismo, ingenuidade e uma dose grande de incompetência. Em virtude de alguns produtos como carne, leite, automóveis, energia elétrica e outros não estarem com seus preços alinhados no momento do lançamento do cruzado, não houve permissão por parte do governo para que eles fizessem o realinhamento de imediato e isso ocasionou prejuízos e descontentamento para esses setores. Empréstimos e financiamentos externos foram reduzidos drasticamente, enquanto se mantinha elevado a saída de dólares para pagamento das amortizações e juros da divida externa e de outros serviços. O plano foi desviado intencionalmente de seus objetivos principais. O próprio governo condenou o plano ao fracasso, quando optou por adiar as correções que precisavam ser feitas. As recomendações feitas pela área técnica, de que o plano necessitava de ajustes urgentes não foram feitas, para que fossem atendidos os interesses eleitorais. Em vez de enfrentados e solucionados, os problemas passaram a ser repassados e, conseqüentemente, agravados. O governo não soube aproveitar o sucesso inicial do plano, para tomar duas decisões fundamentais: a) Adotar medidas sérias para derrotar a inflação; b) Fazer um trabalho de conscientização junto a população a respeito da verdadeira situação em que o país se encontrava. Quando o governo decidiu agir, já era tarde demais. As medidas tomadas foram excessivamente fracas. E com isso não se conseguiu frear a onda do consumismo e nem houve orientação para estimular os investimentos. Com o leque de problemas enfrentados, o plano cruzado ficou reduzido simplesmente a congelamento e tabelamento de preços e extremante desrespeitado. 20 As conseqüências negativas foram tantas, e com efeito a longo prazo, que os benefícios tornaram-se poucos e passageiros. Com isso o governo perdeu a confiança da população e o apoio político parlamentar. Como conseqüência o Brasil voltou a vivenciar mais uma crise de governabilidade, chegando-se a conclusão de que o governo não é capaz de implementar políticas. 21 CONCLUSÃO O fichamento sobre economia brasileira tendo como tema O Modelo de Desenvolvimento Associado e Dependente do “Milagre” à Crise no período de 1964 à 1984 mostrou que durante 21 anos o país vivenciou um regime militar, o qual veio para estabelecer a ordem e restaurar a democracia, porém houve uma alteração intencional nos seus reais objetivos, pois o regime se transformou em autoritário, perseguidor, com exclusão política da sociedade e concentração de poder. Os militares na época ocuparam todos os cargos e funções em diversos níveis administrativos, violaram a Constituição, editando vários atos institucionais, como AI5, que foi o mais radical. No âmbito da economia, eles procuravam reformar e modernizar o sistema capitalista, criando novas condições para expandir o capital, por isso adotaram diferentes programas de ações econômicas de governo, e também procuraram estabelecer vínculo de credibilidade e confiança no estrangeiro. Dessa forma, durante um certo período houve um crescimento na economia, ou seja, foi a fase do milagre brasileiro; Contudo a partir de 1974, o PIB começou a declinar e a economia, perdia seu ritmo de crescimento. Então, os militares implantaram o projeto Brasil Potência emergente, que tinha como meta manter a performance do milagre e implantar um novo padrão de industrialização no setor energético, contando com as grandes hidrelétricas brasileiras, visto que a proposta era transformar o país em potência emergente, isto é, o Brasil sairia da condição de terceiro mundo. Entretanto, uma série de fatores ocasionaram algumas mudanças no projeto; pois o III Plano Nacional de Desenvolvimento foi uma tentativa de atualização e adequação do Projeto Brasil Potência à nova situação da economia na primeira metade da década de 1980. Apesar das dificuldades encontradas, os militares conseguiram mais dois anos de crescimento econômico, fazendo com que o país passasse a exportar mais e deixasse de importar, isso propiciou um equilíbrio na balança comercial. Mas o sonho de continuar mantendo o ritmo de crescimento acelerado com controle de inflação acabou, pois a economia entrou em recessão devido a elevada dívida externa, exacerbada concentração econômica e de renda, acentuado desequilíbrio no balanço de pagamentos, o aumento de dependência da entrada de capital externo, a inflação elevada, conflitos trabalhistas, até mesmo por algumas transformações adversas que ocorreram no cenário internacional. O colapso financeiro e vários outros acontecimentos fizeram com que a imagem dos governos militares ficasse desgastada, logo ocorreu uma mobilização pelas diretas já e tanto as forças políticas e as sociais passaram a reivindicar eleições diretas para presidente da República, mas a pesar da inviabilização da eleição direta chega ao fim a era militar. O novo período apresentado, chamado de a Nova República passou a atacar os problemas mais graves que estavam asfixiando a economia brasileira, todavia suas ações estavam acontecendo lentamente, e para não perder a credibilidade da nação, o governo lançou um programa de estabilização da economia brasileira, o plano cruzado. 22 O plano cruzado tinha como principal objetivo zerar a inflação, porém devido inúmeros problemas surgidos advindos de má administração por falta de experiências, ingenuidade e muita incompetência, o plano após o novo mês estava fracassado, desrespeitando e reduzia-se o tabelamento e congelamento de preços. Portanto, a população por sua vez deixou de confiar no governo que novamente provou sua incapacidade de implementar políticos e infelizmente atualmente o governo continua com o mesmo objetivo, tornar a economia brasileira estável. 23