reabilitação ocupacional pós fratura de olecrano: relato de caso

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Trabalho Submetido para Avaliação - 17/09/2012 09:48:52
REABILITAÇÃO OCUPACIONAL PÓS FRATURA DE OLECRANO: RELATO DE
CASO
ALINE SARTURI PONTE ([email protected]) / Terapia Ocupacional - Universidade Federal de Santa
Maria, Santa Maria - RS
ORIENTADOR: LUCIELEN CHEQUIM DA SILVA ([email protected]) / Terapia Ocupacional - Centro
Universitário Franciscano, Santa Maria - RS
GIULIA FOGLIARINI RODRIGUES ([email protected]) / Terapia Ocupacional - Universidade
Federal de Santa Maria, Santa Maria -RS
Palavras-Chave:
Fratura; Olecrano; Terapia Ocupacional
As sequelas de fraturas de olecrano contribuem para graus variados de rigidez na articulação do cotovelo. A
maioria das atividades realizadas com os membros superiores depende de um arco de movimento do
cotovelo de 100º (arco funcional de Morrey), variando entre 30 e 130º, e de 100º de pronossupinação
(MIYAZAKI et al, 2009).
A perda desses graus de movimento gera déficits funcionais, impedindo atividades simples da vida diária,
como levar a mão à boca, higiene pessoal, entre outras, além de dor progressiva e incapacitante (MIYAZAKI
et al, 2009). Para Filho e Galvão (2010, p. 345), a “rigidez do cotovelo é uma afecção comum, após
traumatismo articular podendo causar comprometimento substancial da função do membro superior.”
O objetivo do presente trabalho é apresentar a intervenção terapêutica ocupacional junto a uma paciente
com fratura de olecrano, atendido no Centro de Referencia em Saúde do Trabalhado (CEREST), Santa
Maria/RS.
Os atendimentos ocorreram semanalmente, com duração de 45 minutos, nas dependências do CEREST do
município de Santa Maria/RS, pelas acadêmicas do 9º semestre do Curso de Terapia Ocupacional.
Para avaliação foram utilizados instrumentos como anamnese, avaliação ocupacional, e a Medida
Canadense de Desempenho Ocupacional. Estas avaliações em conjunto contribuíram para a elaboração do
Plano de Tratamento Terapêutico Ocupacional, que baseou-se em atividades que centrassem na
recuperação da força, amplitude de movimento e sensibilidade do membro, assim como treino de atividades
cotidianas.
Como recursos terapêuticos foram utilizados diferentes materiais como massa siliconada, Power - web,
theraband, vibrador terapêutico, recursos de tecnologia assistiva, entre outros necessários para a plena
recuperação da funcionalidade.
A. E., 69 anos, sexo feminino, religião católica, paciente atendido pelo CEREST devido a uma fratura de
olecrano decorrente de uma queda. Esta ocorreu há um ano e cinco meses, realizou-se a cirurgia 18 dias
após o ocorrido. Durante a avaliação física constatou-se que a sensibilidade dos membros superiores
encontrava-se preservada, a força do MSD equivalente 9 Kgf, MSE 11Kgf, considerada preservada. Os
membros não encontravam-se edemaciados, não apresentou sudorese ou cianose.
A amplitude a nível de ombro é preservada, já a nível de cotovelo apresenta limitações ao realizar movimento
de flexão do membro direito, sendo que a preensão palmar e movimentos de pinça encontram-se
preservados. Esta paciente encontra-se em tratamento no CEREST e o trabalho realizado visa estimular a
amplitude de movimento, prevenir contraturas, aumentar a força e a resistência, buscar um maior
desempenho ocupacional nas atividades de vida diária (AVDs).
Embora o terapeuta ocupacional trabalhe a reabilitação física, não pode se deter somente neste ponto, pois
conforme Ferrigno (2007. p. 34), o terapeuta também deve levar em consideração a “situação de crise ou
estresse, advindo de traumas ou expectativas anteriores ou posteriores ao ato cirúrgico.” Segundo Luzo,
Lourenção e Elui (2004), o tratamento terapêutico ocupacional visa o restabelecimento físico funcional,
ocupacional e emocional. Este autor ainda cita algumas abordagens do presente profissional, frente a um
paciente com disfunções motoras, este irá trabalhar com a reeducação sensitiva, aderência cicatricial,
controle do edema, prevenção de contraturas e deformidades, confecção de órteses e adaptações, se
necessário.
Frente a relatos da paciente, e testes aplicados, observaram-se evoluções no quadro do paciente. Este
relatou algumas dificuldades que enfrentava no início do tratamento, dentre elas pentear o cabelo, colocar os
brincos, depilar as axilas, ensaboar-se, realizar o sinal da cruz, estender roupas e carregar sacolas de
mercado. Atualmente, após um ano e cinco meses de tratamento terapêutico ocupacional, a paciente relata
que muitos destes problemas estão sendo sanados. A partir desta conclusão observa-se que a paciente está
mais independente para realizar algumas atividades que antes eram vistas como obstáculos no seu
cotidiano.
Observou-se durante as práticas a importância da intervenção terapêutica ocupacional frente às AVDs.
Atividades estas tão simples e corriqueiras no cotidiano, que exigem movimentos sutis, e que muitas vezes
ocorrem de forma automatizada. Somente volta-se o cuidado para determinadas atividades quando já não é
possível realizá-las devido a dores ou após um trauma, como no caso da paciente em discussão. Durante o
tratamento o terapeuta ocupacional voltará seu foco às principais dificuldades apontadas pela paciente em
seu cotidiano.
Conclui-se que mesmo apresentando alguns graus de redução na função do membro acometido, o
tratamento terapêutico ocupacional auxiliou a paciente a retornar as suas atividades cotidianas, contribuindo
assim para uma melhora na qualidade de vida e inserção social.
REFERÊNCIAS:
FERRIGNO, I. S. V.; Terapia da Mão: Fundamentos para a Prática Clínica; São Paulo; Livraria Santos
EditoraLtda; 2007.
FILHO, G. M; GALVÃO, M. V.; Rigidez pós-traumática do cotovelo; RevBras Ortop; 45; 347-56; 2010.
LUZO, M. C. M; LORENÇÃO, M. I. P; ELUI, V. M. C.; Atuação Terapêutico-Ocupacional Junto a Pacientes
com Comprometimentos Traumato-Ortopédicos; In: CARLO, M. M. R. P; LUZO, M. C. M.; Terapia
Ocupacional: Reabilitação Física e Contextos Hospitalares; São Paulo; Roca; 129-152; 2004.
MIYAZAKI, A. N; FREGONEZE, M; SANTOS, P. D; SILVA, L. A; JUNIOR, N. G; CHECCHIA, S. L.;
Tratamento do cotovelo rígido com artroplastia de interposição associada ao fixador externo articulado; Rev.
bras. ortop; 44; 336-341; 2009.
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