a perda de água na estação de tratamento de

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A PERDA DE ÁGUA NA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE
ÁGUAS DA CIDADE MONTEIRO-PB PROVENIENTE DAS
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS ESTRUTURAS
Yago Lima Diniz (1); Nilberte Muniz de Sousa (2); Iracira José da Costa Ribeiro (3)
(1- Instituto federal de educação ciência e tecnologia da Paraíba e-mail: [email protected]; 2- Instituto
federal de educação ciência e tecnologia da Paraíba e-mail: [email protected]; 3- Instituto
federal de educação ciência e tecnologia da Paraíba e-mail: [email protected])
INTRODUÇÃO
Diversas são as obras publicas que se encontram em estado de precariedade e
desprovimento de manutenção adequada, fator esse primordial para o desenvolvimento
de manifestações patológicas em suas estruturas. As estações de tratamento de água não
diferem nesse quesito e também são alvos de um parcial abandono por parte dos órgãos
competentes, desencadeando assim diversos problemas além dos estruturais.
A primeira rede de distribuição de água e captação de esgoto de forma eficiente
foi construída há aproximadamente 4.000 anos na Índia. Grandes tubos feitos de argila
levavam as águas residuais e os detritos para canais cobertos que corriam pelas ruas e
desembocavam nos campos, adubando e regando as colheitas (DI BERNARDO, 1993).
Com a disseminação de doenças e com a descoberta de que estas proviam da
água, a atenção começa a ser voltada para concepção de processos de tratamento da
água e a criação de locais adequados para essa função, as chamadas ETA, Estação de
Tratamento de Água.
A primeira Estação de Tratamento de Água (ETA) foi construída em Londres
em 1829 e tinha a função de coar a água do rio Tâmisa em filtros de areia. A ideia de
tratar o esgoto antes de lançá-lo ao meio ambiente, porém, só foi testada pela primeira
vez em 1874, na cidade de Windsor, Inglaterra. Não se sabia como as doenças “saíam
do lixo e chegavam ao nosso corpo”. A ideia inicial é que vinham do ar, pois o volume
de ar respirado por dia é muito superior ao volume de água ingerido. Porém com a
descoberta de que doenças letais da época (como a cólera e a febre tifóide) eram
transmitidas pela água, técnicas de filtração e a cloração foram mais amplamente
estudadas e empregadas (ROCHA et al., 2004).
As estações de tratamento de água são construídas, em sua grande maioria, com
a utilização do concreto, principalmente os tanques os quais recebem, armazenam e
conduzem a água durante todo o tratamento, por estes tanques se encontrarem em
contato constante com água em movimento, e expostos a intempéries como também a
alta temperatura solar durante todo o dia e a baixa temperatura durante a noite, além de
substâncias usadas no tratamento, que podem ocasionar danos ao concreto, como é o
caso do cloro que está presente em grande quantidade na água tratada, acelerando o
processo de corrosão.
Além das patologias relacionadas a esse agente agressor, diversos outros
problemas são detectados nesse tipo de estrutura, como: eflorescência; corrosão; agentes
biológicos; degradação do concreto; mancha de umidade; fissuras e trincas.
As eflorescências são depósitos normalmente brancos que se formam sobre a
superfície do concreto, geralmente são incômodas, pois alteram a estética dos
acabamentos e se formam pela dissolução dos sais, do cimento e da cal hidratada nas
águas de infiltrações. Quando a água evapora, deposita estes sais na superfície das peças
(BERENGUER et al, 2014a).
A origem da umidade em construções é variada, pois essa pode ser originária durante a
fase de erguimento, de vazamento em redes hidráulicas, ou outra forma, porém, é mais
comum a umidade resultante da precipitação de chuvas, que pode ainda ser agravada
por sistemas de impermeabilização precários (SOUZA, 2008).
Devido a presença de fissuras e outras patologias em estruturas de concreto, a
agua que percola os tanques acaba se infiltrando, e com o passar do tempo esse liquido
tende a deteriorar cada vez mais as estruturas, e consequentemente ocasiona a perda de
agua que adentra no substrato, podendo ate ocasionar vazamentos volumosos a longo
prazo.
Segundo (VENTURINI et al. 2001), é de fundamental importância para o
sucesso do controle efetivo da deterioração que os decisores conheçam: a extensão, a
severidade e a natureza da deterioração; avaliem alternativas que reduzam a taxa de
deterioração e a substituição da seção deteriorada; realizem o desenvolvimento
cuidadoso de um plano de reabilitação sistemática e tomem ciência das prováveis
tendências de deterioração do sistema.
Dessa forma torna-se de suma importância a analise das condições estruturais
bem como a real situação de funcionalidade das estações de tratamento, afim de evitar
as perdas de agua, que além dos vazamentos que ocorrem esporadicamente, também
venham a acontecer por outras fontes que na maioria das vezes passam despercebidas,
como as fissuras nas obras.
Sendo assim, este trabalho tem por finalidade analisar as patologias encontradas
nas estações de tratamento e pré - tratamento de água situadas no município de
Monteiro PB, e dessa forma averiguar de que maneira pode esta ocorrendo perda de
água antes mesmo dela deixar a concessionaria.
Esta obra faz parte da ideia principal de uma possível pesquisa para quantificar a
água perdida por causa dos problemas patológicos nesse tipo de estrutura.
METODOLOGIA
A metodologia adotada foi uma pesquisa in loco, na estação de tratamento de
água na cidade de Monteiro PB, onde foi realizada uma análise visual da incidência de
patologias presentes no ambiente, cujas ferramentas utilizadas foram o registro
fotográfico e anotações.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Inicialmente foi realizada uma visita na estação de pré-tratamento de águas, esta
por sua vez é composta apenas por um tanque de armazenamento de água; uma bomba
responsável por conduzir a água para a estação; e cilindros de cloro.
A mesma tem como função receber as águas vindas do açude de Poções para a
adição de cloro e destinar as mesmas para a estação em Monteiro. Foram encontradas
diversas manifestações patológicas, tais como as manchas de umidade e corrosão de
armaduras e segregação do concreto.
O motor e a bomba estão alojados em cima de uma camada de concreto armado.
Devido a oxidação da tubulação e a falta de manutenção nota-se a perca de água por
vazamentos, causando as manchas de umidade. Devendo salientar que a maioria das
manifestações patológicas é derivada da penetração de água nas estruturas.
Posteriormente foi feito um estudo na estação de tratamento de água (ETA), com
o intuito de analisar o estado de conservação durante o seu tempo de uso. Foi realizado
um levantamento geral sobre as reais condições das manifestações patológicas
existentes.
O processo de tratamento consiste no recebimento da água o qual é adicionado
sulfato de alumínio, material esse responsável pela separação das partículas sólidas
difusas na água e por aglomerá-las, facilitando assim a sua remoção, processo
denominado de floculação.
A próxima etapa é conduzir a água até a chegada aos decantadores,
posteriormente é realizada a filtração nos tanques próprios. A água recebe a adição de
cloro, que pode chegar a 50kg/dia e é armazenada em uma estação elevatória que depois
destina a água tratada ao ambiente urbano da cidade.
As fissuras presentes nas estruturas de concreto da estação de tratamento de água
podem ser provavelmente originadas devido à baixa resistência à tração sob as ações de
serviço e utilização, por retração térmica, na composição do traço e no processo de cura.
O importante é identificar a causa do seu aparecimento e se este é um problema de
caráter estrutural ou estético, visto que, elas podem servir como facilitador para entrada
de agentes patológicos no concreto.
Figura 1 Fissuras nas estruturas dos tanques
As fissuras estavam aparentes tanto na parte externa como internas dos tanques,
sendo esta ultima a mais preocupante, pois encontram constantemente submersas em
meio aquoso, o que impossibilita a analise visual da real situação que se encontra as
estruturas, além do meio aquoso acelerar a deterioração do concreto.
A existência de patologias no encontro entre peças metálicas e estruturas de
concreto também ocasionaram vazamentos com bastante perda de água, deixando
diversas áreas com bastante alagamento, era perceptível algum sinal de manutenção,
mas que não era suficiente para sanar o problema.
Figura 2 Estruturas danificadas com poucos sinais de manutenção
CONCLUSÕES
As patologias averiguadas nesse estudo demonstram que todos os ambientes das
estações necessitam de reparos e manutenções adequadas, a fim de estabilizar o avanço
das manifestações já existentes e evitar o surgimento de novas, diminuindo assim a
perda de agua por vazamento e infiltrações.
No relato do responsável técnico do local, é dito que essas estações foram
construídas na década de 60, e que não foram realizadas reformas adequadas até a
presente data de publicação deste trabalho, dessa forma, a ETA encontra-se em estado
precário, e passível de maiores danos, e encurtamento de sua vida útil, assim a tendência
é o agravamento do desperdício da agua por falta de estruturas adequadas.
De acordo com os fatos analisados torna-se notória a grande necessidade, de
atenção para estes problemas por parte dos órgãos públicos responsáveis juntamente
com a realização de inspeções e reformas sempre que preciso, pois a região já apresenta
diversos problemas com falta de água e toda forma de evitar desperdícios é de extrema
importância.
Por se tratar de algo essencial para a sociedade, o colapso dessas estações
juntamente com a falta de água na região trariam grandes problemas a toda população.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DI BERNARDO, L.. Métodos e Técnicas de Tratamento de Água. Rio de Janeiro:
ABES, V. 1, 481 p. 14. 1993.
ROCHA, J.C.; ROSA, A.H.; CARDOSO, A.A. Introdução à química ambiental. Paulo:
Editora Bookman, 2004.
BERENGUER, R. A.; LEITE NETO, E. S.; MONTEIRO, E.C.B.; CABRAL, L. C..
Patologias em estruturas de concreto de obras de estação de tratamento de esgoto
(e.t.e.). 56º Congresso brasileiro do concreto. Natal, 2014a.
SOUZA M. F. Patologias ocasionadas pela umidade nas edificações. Monografia
Especialização em construção civil. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, 2008.
VENTURINI, M.A.A.G.; Barbosa, P.S.F. & Luvizotto Jr., E. (2001). Estudo de
Alternativas de Reabilitação para Sistemas de Abastecimento de Água. In: XIV
Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, Aracaju-SE, Brasil.
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