Brasileiros identificam proteína que protege neurônios contra

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Hospital AC Camargo
16/07/2012
Portal G1 - SP
Tópico: HOSPITAL AC CAMARGO
Editoria: Bem Estar
Pg: 18:00:00
Brasileiros identificam proteína que protege neurônios contra
Alzheimer
Tadeu Meniconi
Substância chamada STI1 tem papel importante na formação da memória.
Mecanismo pode levar a um novo tipo de tratamento no futuro.
Pesquisadores brasileiros descobriram a ação de uma proteína que serve como proteção
aos neurônios contra o avanço do mal de Alzheimer. Os cientistas acreditam que essa
substância possa ser usada em algum tratamento futuro contra a doença, que é cada vez
mais comum entre idosos e atinge principalmente a memória.
"Identificamos uma ação benéfica que pode vir a se tornar um tratamento", afirma Pedro
Hirata, um dos autores do estudo, publicado na revista científica "Journal of
Neurochemistry".
Hirata é ligado ao Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, e faz intercâmbio na
Universidade Western, no Canadá, onde trabalha sob orientação do também brasileiro
Marco Prado.
Na pesquisa, o grupo descreveu as interações químicas de uma proteína chamada STI1.
Ela é uma das responsáveis por ligar o neurônio a outras substâncias que ficam na
superfície dele – por isso, a STI1 recebe o nome de "ligante".
Em cima dos neurônios, também fica uma proteína chamada príon, que funciona como
um receptor de substâncias do ambiente externo. Os ligantes fazem a comunicação
entre o príon e o neurônio. Essa interação é responsável por vários processos que
ocorrem nas células, desde o próprio desenvolvimento delas até a formação de um
neurônio funcional.
Há vários tipos de ligantes, e cada um provoca um efeito diferente. Em um trabalho
recente, a mesma equipe havia mostrado que, se essa interação for feita por uma toxina
capaz de atingir o sistema nervoso, os neurônios perdem a comunicação entre si e
acabam morrendo. Agora, nessa pesquisa mais recente, os cientistas descobriram que a
proteína STI1 protege os neurônios e tem um papel importante na formação da memória.
A ideia de um tratamento futuro, que ainda precisa ser desenvolvido em laboratório, seria
usar a STI1 para blindar os neurônios. Além da proteção natural, essa proteína ainda
ocuparia os espaços de ligação, dificultando a interação da toxina com as células.
"Esperamos conseguir esses dois efeitos com a proteína STI1", aponta Hirata.
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