MSC - Portal Atividade Rural

Propaganda
MSC
A Morte Súbita dos Citros (MSC) é uma doença destrutiva e representa uma
ameaça potencial para a citricultura paulista e nacional porque afeta laranjeiras
doces e tangerinas Cravo e Ponkan enxertadas em porta-enxertos intolerantes,
como limoeiros Cravo, Volkameriano e Rugoso. Estes porta-enxertos são os
mais utilizados na citricultura brasileira porque não necessitam de irrigação e
garantem precocidade, vigor e produtividade às plantas.
Quando não mata repentinamente, a MSC provoca diminuição do tamanho da
planta, peso e quantidade de frutos. Entretanto, os frutos das plantas afetadas
podem ser transportados e consumidos,pois não oferecem riscos à saúde.
A doença ainda não tem causa confirmada. Suspeita-se que seja causada por
variantes do vírus da Tristeza do Citros (CTV) e/ou pelo CSDaV (Citrus Sudden
Death associated virus), transmitido de forma eficiente por um vetor aéreo.
Identificada no sul do Triângulo Mineiro em 2001, a MSC está presente em mais
de 40 municípios do Triângulo Mineiro e do Norte e do Noroeste de São Paulo. A
doença não foi relatada nas outras regiões citrícolas do estado paulista.
O aumento do número de plantas com sintomas é bastante rápido durante o
ano. Após a constatação das primeiras árvores com sintomas, a doença pode
atingir, em menos de dois anos, de 30 a 99% dos pés de laranja do talhão.
MSC > SINTOMAS
O sintoma característico da doença e que confirma o seu diagnóstico é a cor
amarela, tendendo para o alaranjado, que aparece na parte interna da casca do
porta-enxerto, logo abaixo da zona de enxertia. Pode ser visível ao retirar a
casca e raspar as suas camadas internas. A presença deste sintoma indica que
os vasos do floema nesta região, responsáveis pelo transporte de produtos
fotoassimilados nas folhas, como os açúcares, para as raízes estão bloqueados
ou degradados.
Devido à falta de alimento proveniente da copa, a planta fica com o sistema
radicular debilitado, o que reduz suas defesas contra pragas e patógenos
secundários e as raízes e radicelas definham e apodrecem. Com o sistema
radicular menor, não há absorção de nutrientes e água na copa da planta.
O sintoma mais observado pelo citricultor no campo é a perda generalizada do
brilho das folhas por toda a copa da planta. Geralmente ocorre perda de
turgidez, acompanhada de desfolha parcial da planta, inicialmente, e total, em
estágio mais avançado.
Nas plantas afetadas existe pouca brotação, não há brotação no porta-enxerto
nem na parte interna da copa.
O tempo entre o aparecimento dos primeiros sintomas e a morte da planta é
bastante variável em função da idade, da época do ano e da condição de carga
de frutos. Esse tempo pode ser de poucas semanas, em plantas com bastante
copa e grande carga de frutos, no início do período chuvoso, até vários meses
ou alguns anos, em plantas pouco enfolhadas e pouco carregadas.
Diferenças entre MSC e outras doenças
Declínio
A planta com declínio apresenta muitas brotações internas na copa e do portaenxerto, não morre repentinamente, não apresenta a parte interna da casca do
porta-enxerto amarela e não absorve água quando injetada no tronco.
Gomose
Plantas com gomose apresentam lesões e rachaduras no tronco próximo ao
solo, geralmente com exsudação de goma, o que não acontece nas afetadas
pela MSC. No caso de gomose, tanto a parte interna da casca como o lenho,
podem mostrar descoloração (ficam amarelas ou marrons) na região da lesão.
No caso da MSC, o amarelo ocorre somente na parte interna da casca do portaenxerto. Sintomas foliares de gomose geralmente são setorizados associados à
face da planta onde está a lesão no tronco, enquanto que os sintomas foliares
da MSC são generalizados por toda a copa.
Rubelose
Plantas com rubelose não apresentam a parte interna da casca do porta-enxerto
de coloração amarela, mas apresentam nas axilas, no tronco e ramos da copa
sintomas de escamação e rachadura cobertas por filamentos longos
esbranquiçados (micélio do fungo). Os sintomas foliares de rubelose são mais
setorizados e associados aos ramos afetados.
MSC > CONTROLE
O esforço contra a disseminação da MSC transformou em lei no estado de São
Paulo a proibição de transporte de mudas, borbulhas e cavalinhos das regiões
contaminadas para áreas onde a MSC ainda não foi constatada.
Nas áreas contaminadas é preciso produzir e plantar mudas em porta-enxertos
tolerantes, como as tangerinas Cleópatra e Sunki ou citrumelo Swingle. Estes
porta-enxertos necessitam de irrigação para produzir na área de ocorrência da
MSC. Pesquisas estão em andamento para seleção de porta-enxertos
alternativos ao limão Cravo que sejam, ao mesmo tempo, produtivos e tolerantes
ao déficit hídrico e à MSC.
Nos pomares novos instalados em regiões afetadas pela doença, uma
alternativa é realizar a subenxertia com porta-enxertos tolerantes.
Subenxertia
A técnica substitui o porta-enxerto original intolerante à MSC e cria novas raízes
para alimentar a planta doente.
A escolha da variedade de porta-enxerto deve ser baseada na localização da
propriedade, na capacidade de irrigação, na variedade em que será feita a
subenxertia para evitar incompatibilidade, na ocorrência de outras doenças,
como gomose, declínio e CVC, e na disponibilidade do porta-enxerto. Melhores
resultados têm sido obtidos com o citrumelo Swingle, porém, ele é incompatível
com a variedade Pera. Neste caso, pode-se optar pela tangerina Sunki.
O procedimento da subenxertia é recomendado para pomares com menos de
seis anos e em boas condições sanitárias. Quanto mais nova a planta, maior é o
efeito da subenxertia. O melhor período para a realização do procedimento é o
das chuvas, entre os meses de setembro e março, pois facilita a operação e o
desenvolvimento do subenxerto.
Independente da idade da planta, é recomendado usar, pelo menos, dois
cavalinhos, um de cada lado do tronco.
Alguns citricultores, mesmo com propriedades em regiões não afetadas, adotam
a medida como prevenção. Em pomares contaminados, árvores doentes podem
ser recuperadas desde que não estejam com sintomas avançados e não sejam
muito velhas.
Passo-a-passo:
1 - Faça duas covas o mais próximo possível do tronco, seguindo direção da
linha de plantio;
2 – Recomenda-se adubar cada cova com 50g de super fosfato simples;
3 - Plante os cavalinhos de modo que não tenha mais do que 10° de inclinação
em relação ao tronco da planta quando subenxertar. Se ficar muito inclinado,
haverá brotações que podem prejudicar o pegamento da enxertia;
4 - Os cavalinhos devem ter de 5 a 8 meses, aproximadamente 45 cm de altura
e estar maduros (lenhoso) na altura da enxertia;
5 – De 5 a 10 cm acima da enxertia original faça um corte em T invertido (5 x 3
cm);
6 - Faça corte da ponta do cavalinho em bisel (2 cm) e descasque a parte que
será encostada no lenho no tamanho correspondente ao T (5 cm);
7 - Levante com cuidado um lado da casca e coloque a ponta do cavalinho
dentro do corte centralizando a acomodando bem o porta-enxerto;
8 – Fixe e proteja a subenxertia com fita plástica, enrolando-a de baixo para
cima e deixando bem apertado para evitar a entrada de água ou o secamento
dos tecidos;
9 – Regue bem;
10- Retire a fita plástica após o pegamento em, aproximadamente, 30 dias.
Fonte: Fundecitrus
Download