ClippiNg JorNal o globo (rio de JaNeiro) / 2012 SEGUNDO CADERNO CADERNO estado de miNas (portal divirta-se) / 2012 OGLOBO TERÇA-FEIRA 16.10.2012 oglobo.com.br FRANKFURT Uma edição especial só com notas sobre a no la ‘Ave nove ‘A nida Brasil’ que Brasil’, termina na sexta se Gente Boa pág. 3 JOAQUIM FERREIRA DOS SANTOS INCER INCERTEZAS POLÍTICAS RONDAM A HOMENAGEM AO BRASIL EM 2013 pág. 10 DIVULGAÇÃO/FLAVIA FLA MAFRA FLAVIA U Cara a cara GRA OLA E O LIXO GRAVE LIX POLIFÔNICO (à esquerda) Idades: entre 25 e 33 Discos: “Graveola e o Lixo Polifônico lif lifônico ” (2009), “Um e meio” (2010) e “Eu preciso de um liquidificador” (2011/ 2012) Como se define: “Lúdico experimental, barrocobeat, boa música e péssimos cortes de cabelo, estética do plágio etc.” MAKEL KA MAKELY Idade: 37 Discos: “A outra cidade” (2003), “Danaide” (2006), “Autófago utóf ” (2008), “Cava utófago “Ca lo motor” (aplicativo para celulares e tablets, 2012) Como se define: “Minha música é um produto contraindustrial para médios e pequenos públicos” JULIANA PERDIGÃO PERDIGÃ Idade: 33 Discos: “Álbum desconhecido” (2012), solo. Já gravou NETOS DO CLUBE LEONARDO LICHOTE [email protected] C om leveza mineira, o violonista e compositor Thiago Delegado define: — Não somos mais os filhos do Clube da Esquina, somos os netos, e neto tem sempre mais liberdade e regalia. Isso nos dá oportunidade de experimentar mais, ousar mais, sem o peso de ser a continuidade desse movimento tão vitorioso e importante. Delegado fala da geração de músicos que floresceu ao longo da última década em Minas Gerais, sobretudo em Belo Horizonte, discretamente — como que reafirmando o mito mineiro da ação sem alarde. Artistas como ele próprio, Juliana Perdigão, Makely Ka, Graveola e o Lixo Polifônico, César Lacerda e Luiza Brina, que silenciosamente começam a conquistar espaço no Brasil e fora dele — apenas como exemplos, o Graveola lança seu CD na Europa (atualmente está em turnê lá) e, ao lado de Delegado e Makely Ka, integra uma noite mineira na Womex, uma das mais importantes feiras de música do mundo, realizada entre hoje e o dia 21. A cena é ampla e inclui a crueza rock do Hell’s Kitchen Project e o rap positivo de Flávio Renegado. Mas a cena dentro da cena de que trata esta reportagem é a dos herdeiros da tradição harmônica tão desafiadora quanto bela do olhar da e tradição na engenharia de construção de uma canção. Apresentar alguma inovação e ainda assim dialogar com a tradição me parece muito mais arrojado do que simplesmente uma ousadia formal gratuita, sem referências — acredita Makely, que avalia o papel da beleza nessa nova música mineira. — Penso que há dois caminhos. Um deles é fácil, escorado em convenções universalmente aceitas como belas, melodias doces, harmonias funcionais, letras suaves sua . Essa beleza cansa rápido e não interessa. A outra é a beleza difícil, que causa estranhamento, que deixa uma dúvida, que você vai percebendo aos poucos, vai descobrindo em camadas, vai se surpreendendo. Essa é a beleza que interessa. Talvez seja esse o nosso caminho, do equilíbrio formal e da beleza difícil. DIÁLOGO COM UMA MINAS MÍTICA MÍTIC A clarinetista, cantora e compositora Juliana Perdigão (integrante da Graveola e também da banda de Tulipa Ruiz, além de ter uma carreira solo), completa a ideia: — Aqui tem mesmo uma certa busca pelo caminho do esmero musical, da harmonia dissonante, das melodias sinuosas, do domínio instrumental, das letras e arranjos plenos de nuances. Percebo que a reverência aos clássicos já vem impregnada pela sua subversão. Há um diálogo com uma Minas mítica, que com grupos como Elefante Elef Groove, A Outra Cidade, Proa e Graveola. Como se define: “As situações de risco me são caras, acho que a tática da cara a tapa não deixa de ser uma escola” escola Cresce, e começa a ganhar espaço, uma geração da música mineira que une lições de Milton e cia. com a articulação da BH de hoje “Praia da Estação”, ocupação bem-humorada de uma área urbana para marcar uma posição sobre a política de ocupação cultural de espaços públicos). Uma união que surgiu com um sentido de sobrevivência numa cidade na qual, para os músicos, parecia fundamental conhecer leis de incentivo, editais e saber afirmar seus pontos de vista perante o governo. Uma reinvenção da cidade, como aponta o compositor César Lacerda, mineiro que mora no Rio há cinco anos: — Por uma deficiência a cidade precisou se reinventar. tar Os músicos precisaram se unir a fim tar. de criar um cenário possível. Consigo enxergar dois grandes acontecimentos culturais em períodos distintos, ambos dialogando entre si. Primeiro: “A outra cidade”, disco-manifesto encabeçado por Makely Ka, Pablo Castro e Kristoff Silva lançado em 2002 com participação de mais de 30 músicos. É o gesto que transforma a cidade. É a primeira vez, depois do Clube da Esquina, do pop e do metal dos anos 1990, que surge uma geração comprometida com uma renovação do cenário musical. Segundo: Praia da Estação e (o revitalizado) Carnaval de BH. Dois momentos de intensificação do gesto agregador na cidade. É quando os coletivos, os artistas e a sociedade se juntam de maneira lúdica a fim de discutir na rua assuntos centrais na vida política da cidade. A banda-coletivo Graveola e o Lixo Polifônico tem papel central nestes momentos THIA DELEGADO THIAGO Idade: 29 Discos: “Serra do Curral” (2010) e “Thiago Delegado Trio ao vivo no Museu de Arte da Pampulha” mpulha (previsto mpulha” para 2012) Como se define: “Cresci ouvindo samba e bossa nova, me profissionalizei no choro e faço Música Instrumental Brasileira” CÉSAR LACERD LACERDA CERDA Idade: 25 Discos: “César Lacerda” da (EP, da” (EP 2011), “Ouça de fone”, com Luiza Brina (2012). Em março dee 2013 lança seu primeiro disco solo Como se define: “Não consigo definir minha música. Nem quero. Esse sentimento leviano me suspende da barreira” LUIZA BRINA Idade: 24 Discos: “A toada vem é pelo vento”, com O Liquidifica- dor (2011), e “Ouça de fone”, com César Lacerda (2012) Como se define: “Canção. Regada de culturas populares, mundo contemporâneo, desarranjos, espiritualidades e paixão” JorNal da reCord NeWs tv (NaCioNal) / 2012 rolliNg stoNe magaziNe brasil / 2012 revista bravo (são paulo) / 2012 programa metrópolis - tv Cultura (NaCioNal) / 2013 laNçameNto do dvd - g1 músiCa (NaCioNal) / 2013 laNçameNto vozes iNvisíveis álbum itaú Cultural (NaCioNal) / 2014 laNçameNto vozes iNvisíveis blog amplifiCador - o globo (NaCioNal) / 2014 JorNal metro (portugal) / 2012 JorNal públiCo - ipsiloN (portugal) / 2012 vibratioNs magaziNe (fraNça) / 2013 the guardiaN (iNglaterra) / 2013 ‘‘eles diluem samba numa mescla retalhada de folk-pop, enquanto fagulhas elétricas de guitarras bagunçam tudo, evocando o espÍrito da tropicália’’ “graveola tem uma estética indie única, usando flautas, escaletas e até cartÕes musicais de natal para criar um som cosmopolita” NeW iNterNatioNalist / 2013 volkskraNt (holaNda) / 2013 Eu Preciso de um Liquidificador by Graveola (Mais Um Discos CD MAIS013) At the height of Brazil’s tropicalista movement in the 1960s, visual artist Hélio Oiticica offered the metaphor of anthropophagy – or cannibalism – as a way of understanding the circulation of political, social and artistic motifs through time. Graveola, a group of hugely literate musical pranksters from Brazil’s Minas Gerais state, resurrect the idea in an album of verve and swerve, whose title translates as ‘I need a liquidizer’. Somehow it sounds better than cannibal. Nothing is sacred here – folk, funk, samba, surf guitar, TV jingles and bossa nova are all thrown together in the name of creativity. The result is glorious. While Graveola’s instrumentation has moved on from the toy and kitchen appliances of the band’s early years, there is still a delicious and airy playfulness at work – and the music’s great, too. The only thing that’s not transmogrified in the cannibalistic process are the lyrics – all firmly in Portuguese. Even if you have no idea what Graveola are singing about, it sounds fun; and the collection of images on the sleeve’s cover – saucepans, fish, kitchen scales and an elephant – may possibly be a clue to some of the sound sources that have been liquidized to make this album. ★★★ LG graveola.com.br Above: Nothing is sacred for Braz il’s play ful Grav eola. MUSIC Celebrating Subversion by The Anti-Capitalist Roadshow (Fuse Fuse Records CF 099 2CD) 2CD Brought together under the auspices of socialist folkie and author Leon Rosselson, this splendid double CD is crammed with a lo-fi fury against the state we’re in. Rosselson is aided and abetted in his righteous indignation by a mighty host that includes Palestinian-British singer Reem Kelani, Frankie Armstrong, Peggy Seeger and socialist magician (apparently the only one) Ian Saville. Arising from Occupy! and fuelled by a deep disquiet at the actions of Britain’s coalition government, the AntiCapitalist Roadshow’s subversion is aimed at the arms trade, the dismantling of the welfare state and ‘the delirium of consumerism’. There is a great, if nostalgic, sense of political community that pervades the collection. Musicians guest on each others’ tracks and sing, musically and An impressive line-up of musical lefties. metaphorically, in concert. High points are Peggy Seeger’s raucous arrangement of a Depression-era ‘Doggone, Occupation is On’ and Kelani and Rosselson’s ‘Song of the Olive Tree’– a lament for Palestine that should make one weep. It also has a pert buzuq (Levantine lute) section that will get feet going. ★★★★ LG anticapitalistroadshow.co.uk N e w I N t e r N at I o N a l I s t ● M A R C H 2013 ● 41 “este sexteto estudantil de belo horizonte acena respeitosamente em direção ao movimento tropicália dos anos sessenta. mas enquanto esta geração brasileira dos baby boomers via o pop anglo-saxão como santo graal, o graveola utiliza-se de uma tela mais ampla e especialmente mais brasileira- desvencilhados dos últimos fragmentos de adoração a lennon-mcCartney. e quanto há para desfrutar nestas 14 cançÕes inteligentes!” dailY telegraph (iNglaterra) / 2013 “se o the mamas and the papas fizessem um álbum conceitual no brasil, provavelmente soaria um pouco como essa mistura de harmonia polifÔnica, riffs de rock e big band de metais tocando samba” JorNal o públiCo (portugal) / 2013 “sem que nenhuma corrente se imponha verdadeiramente, a música dos graveola é uma harmoniosa chuva de detritos de toda a espécie, dos anos 40 de Noel rosa, passando pelos 60 dos mutantes até os 00 do otto pós mangue beat. mas a cada um, os graveola roubam apenas o estritamente necessário para construir uma ponte até o outro.” ituNes store usa - top albums / 2014 revista vogue (portugal) / 2014 Capa / Música / A banda Graveola e o Lixo Polifônico lança o CD 'Camaleão borboleta' A banda Graveola e o Lixo Polifônico lança o CD 'Camaleão borboleta' Mais relevante banda formada recentemente em BH, ela se tornou referência pela música e pela método de trabalho coletivo por e Mariana Peixoto 10/06/2016 08:49 0 COMENTÁRIOS (foto: VÂNIA CARDOSO/DIVULGAÇÃO) 'Camaleão borboleta' não é apenas o sexto trabalho do Graveola e o Lixo Polifônico, a mais relevante banda formada em Belo Horizonte neste início de século. O sexteto se tornou referência tanto por sua música quanto pelo método de trabalho, que referenda o conceito de coletivo que domina a produção musical contemporânea. “O disco é um divisor de águas para o Graveola em sua busca pela sustentabilidade. Vamos ver como ele vai ecoar no Brasil e fora dele para entender as pernas que temos para continuar com o trabalho”, afirma o guitarrista, cavaquinista e compositor José Luis Braga. Camaleão borboleta será lançado hoje no site da banda (graveola.com.br) e do Natura Musical (naturamusical.com.br), gratuitamente. Amanhã, estará disponível nas plataformas de streaming. São 10 faixas gestadas ao longo de 2015 de uma forma que a banda nunca havia trabalhado. Sem pressa, com tempo (e recursos) para maturar toda produção. E mais importante: com um produtor “de responsa” pilotando o projeto. saiba mais Músicos mineiros do UDR são condenados por incitação de estupro e homicídio Depois de décadas vivendo no Rio de Janeiro, Chico Neves voltou, há três anos, para a cidade onde nasceu. Na região de Nova Lima, mantém o estupro e homicídio Estúdio 304, montado em sua própria casa. “Chico tem uma metodologia bem artesanal. Ele preza a forma de trabalho que não seja pragmática, Black Sabbath revela detalhes de últimos shows da carreira havia relação afetiva atrás de tudo. Às vezes nos encontrávamos com ele e nem gravávamos, apenas conversávamos, ouvíamos música”, relembra José Luis. Banda Constantina lança o álbum audiovisual 'Mexido' Graveola é coletivo desde sua origem, há 11 anos. Com três cantores e instrumentistas que atuam como compositores (José Luis, Luiz Gabriel Lopes e Luísa Brina) e três instrumentistas também arranjadores (Bruno Orquestra Ouro Preto lança disco que será distribuído pelo selo Naxos de Oliveira, baixo; Gabriel Bruce, bateria; e Ygor Rajão, trompete e escaleta), o grupo dividia a autoria das canções. Neste projeto, houve Lançamento de disco no exterior é o único fato a marcar os 85 anos de João Gilberto uma divisão: são três canções de José Luis, outras três de Luiza e quatro de Luiz Gabriel. Eles assinam sozinhos ou com parceiros além da banda. identidade “A música chega crua para o grupo e é completamente Dia dos Namorados em BH terá atrações que vão do rap ao brega transformada (na gravação), já que os arranjos são coletivos. A música ganha identidade. É isso que unifica o aspecto composicional do grupo”, continua José Luis. Em Camaleão borboleta o Graveola está mais Gal Costa reúne novos e antigos compositores no repertório de Estratosférica, que volta a BH tropicalista do que nunca. Ouve-se nas 10 canções franca referência aos ritmos afrobrasileiros. Mas há ainda latinidade, um diálogo para além das fronteiras físicas. Back in Bahia (Luiza Brina e Gabo Gabo) é homenagem à Back in Bahia de Gilberto Gil. Com letra em inglês, lenta, quase etérea a despeito das percussões, busca explicitar a paixão de Luiza pela Bahia. “Acho essa música mais Caetano do que Gil. Foi uma tentativa da Luiza em elucidar a referência que tem deles”, diz José Luis. Talismã (Luiz Gabriel/Gustavito/Chicó do Céu) é um ijexá que busca enfatizar as influências. Luiz Gabriel dividiu os vocais com Samuel Rosa (os dois cantando no mesmo registro), que chegou ao grupo por meio de Chico Neves (produtor de vários álbuns do Skank). Tempero segredo (José Luis Braga) remonta ao lado mais contestador do Graveola. A letra permite mais de uma leitura – o tempero do título é uma erva secreta, por assim dizer. “Gosto muito de cozinhar e o uso de erva pode fazer bem para as pessoas. Comecei a pensar na legalização da maconha, embora nem fume, assunto tabu dentro de um cenário político altamente retrógrado”, continua José Luis. Com o trabalho maduro e pronto para vir a público, o Graveola vai passar os próximos meses na estrada. Embarca no fim deste mês para nova temporada europeia para fazer ao menos uma dúzia de shows, alguns de destaque – em 1º de julho, o grupo se apresenta no festival Roskilde, na Dinamarca, um dos maiores eventos de verão da Europa. No fim de julho, a banda dá início à temporada nacional. A estreia será em 6 e 7 de agosto, no Cine Theatro Brasil, em Belo Horizonte. A preços populares, garante José Luis. CAMALEAO BORBOLETA graveola e o lixo polifonico bh independente musica album disco MAIS SOBRE MÚSICA S ang ue lat ino Orquestra Ouro Preto lança disco que será distribuído pelo selo Naxos Len da Lançamento de disco no exterior é o único fato a marcar CMYK Diversão&Arte Warner/Divulgação • Brasília, quarta-feira, 20 de julho de 2016 • CORREIO BRAZILIENSE • 3 MÚSICA / Nova geração de cantores passeia pela riqueza da tradição popular brasileira e investe em ritmos como o coco, o ijexá e o maracatu Vania Cardoso/Divulgação A banda Graveola lança o CD Camaleão e borboleta: dieta sonora popular brasileira e “músicas que vêm do coração” » AVENTURA A VOLTA DE HARRY POTTER Considerado o oitavo livro da saga do bruxinho, Harry Potter and the cursed child (Harry Potter e a criança amaldiçoada, em tradução livre), será lançado mundialmente em 30 de julho na cidade do Porto, em Portugal. A obra foi escrita por Jack Thorne, com base no roteiro de J.K. Rowling e John Tiffany para a peça de teatro homônima encenada em Londres. Um dos protagonistas do enredo é Alvo Severo Potter, filho de Harry com Gina Weasley. A história é centrada no primeiro ano do garoto na escola de magia Hogwarts. No Brasil, o livro será lançado em português pela Editora Rocco, em outubro. » CINEMA NO PAÍS DOS GIGANTES A versão cinematográfica de O bom gigante amigo, clássico infantil do escritor britânico Roald Dahl, estreia nas telas brasileiras em 28 de julho. O livro de Roald Dahl narra em um país de gigantes, mas o filme toma liberdade de interpretação e alia recursos de animação com locações em lugares famosos do Reino Unido. Arquivo Pessoal Levezaeenergia quevêmdaterra e cantos para Orixás a loas que regem danças populares, a música brasileira carrega uma preciosa tradição. Com essência marcada por costumes e crenças que encantam o imaginário, canções como as dos discos Ascensão; Mestres navegantes — Bragança e Cametá; e Camaleão e borboleta levam os amantes da música a uma viagem pela cultura brasileira. Em cada um dos CDs, recém-lançados, é possível passear por timbres que ecoam o amor e vontade de expressão populares. Nos embalos de Ascensão, mais de 50 músicos participaram, entre eles Céu, Tulipa Ruiz e Karina Buhr. Produzido ao longo dos últimos cinco anos, o disco foi a última obra da eterna Serena Assumpção. Ainda antes de descobrir que estava com câncer, a cantora recebeu a missão de gravar músicas homenageando a exuberância dos orixás. Filha de Itamar Assumpção, ela frequentava a Casa de Odé Pai Decemi, onde aprendeu histórias sagradas e as transformou em doces melodias. Ao lado dos produtores DiPa Paes e Pipo Pegoraro, Serena compôs cada uma das 13 faixas de Ascensão, que são cantos para Orixás. Segundo o produtor, a ideia sempre foi preservar as melodias e resignificar com os convidados que iam participar. “A gente criou com muito carinho, sempre pensando em quem podia compor”. Nas palavras de DiPa, a cantora foi alimentando cada um dos músicos envolvidos no trabalho com referências sagradas. Foi o som do trovão, a sutileza das águas e o soprar do vento que inspiraram as passagens da obra. “Ela tirava tudo do subconsciente para inventar os elementos que envolvia as canções.” Mesmo quando descobriu que estava com câncer e começou a fazer os tratamentos, a cantora continuou firme no trabalho. Sem apoio financeiro, só conseguiu o selo Sesc depois de aproximadamente dois anos de produção. “Sereninha deixou tudo pronto, desenhado. A gente não colocou nada além do que ela fez. Nem com o nome na lombada do disco precisamos nos preocupar”, ressalta DiPa. No olhar do produtor, foi por causa de Serena que muitos dos músicos envolvidos se debruçaram nas belezas dos Orixás. “Ela tinha um grande preparo de saber, de contar histórias”, conta. Serena deixou saudades. Todos que deram a voz para Ascensão eram muito próximos. Hoje, Alexandre Kuma/Divulgaçao D MAGIA DAS PALAVRAS A professora e escritora Lucília Garcez fala hoje no Auditório Alvorada do Centro de Convenções sobre o tema Redação para concursos e vestibulares. Lucília é autora de um livro sobre o tema, publicado pela Editora Martins Fontes, e procura desmistificar a ideia de que escrever é uma habilidade inata dos gênios e não um processo de aprendizado acessível a todos. Amanhã, ela autografa, no Espaço Abraço com Letras, o livro infantil Palavras mágicas. Com muito humor, ela propõe uma brincadeira poética com as palavras elegantes que promovem a civilidade e humanizam as relações cotidianas. » MÚSICA CONEXÃO SP-BSB A cantora Mariana Degani é a principal atração do projeto Quarta dimensão hoje. Paulistana, Mariana canta as músicas do seu primeiro disco solo, Furtacor. O CD foi lançado em 2015 e conta com a participação dos ex-companheiros da Loungetude46. Sobem ao palco também as bandas brasilienses O bando de Sara e Mdnght Mdnght. Como de costume, ingresso é no sistema Quanto vale o show e varia de R$ 5 a quanto você quiser e puder pagar. O projeto acontece no Teatro Dulcina (SDS, Bl. C, S/N, 30/64) a partir das 20h. » ROCK GUNS N’ ROSES Os ingressos para os shows da turnê do Guns N’ Roses, Not is this lifetime Latin America tour 2016, começam a ser vendidos a partir de segunda-feira (25). A banda se apresenta no Estádio Nacional Mané Garrincha em 20 de novembro e os ingressos desse show começam a ser vendidos na próxima quarta-feira (27) na Central de ingressos do Brasília Shopping e no site www.eventim.com.br. Para Brasília, existem seis opções de ingressos: cadeira superior (R$ 360), cadeira inferior (R$ 500), pista (R$ 600), cadeira VIP (R$ 800), pista premium (R$1.040) e camarote (R$ 1.200). Os valores são referentes ao primeiro lote e podem sofrer alterações. » SUSPENSE VAMPIROS E AGENTES A autora da saga Crepúsculo, Stephenie Meyer, lança seu primeiro livro de suspense em novembro, segundo o The Wall Street Jounal. The Chemist conta a história de uma exagente secreta que é perseguida por membros do governo por saber demais. A escritora ficou famosa em 2005 com a saga dividida em quatro livros sobre o romance entre o vampiro Edward Cullen e a humana Bella Swan. CMYK » LITERATURA Mistura nacional: Serena Assumpção estampou a beleza dos orixás no disco Ascensão net Reproduçao/inter ASCENSÃO Último disco de Serena Assumpção. Selo Sesc, 13 faixas. Preço sugerido: R$ 20. Esse trabalho traz nossa raiz. Em um período de intolerâncias, a gente precisa se religar com a terra, e esse disco nos leva para um lugar que nos eleva” DiPa Paes, produtor do disco Ascensão, de Serena Assumpção entre sorrisos e lágrimas, cada um dos músicos reverencia os batuques da cabocla inquieta, mas serena. “Foi uma missão cumprida mesmo. Ela deixou um trabalho lindo que está em vários lugares, de diversas formas e nos arrepia pela música que nos toca”, acrescenta DiPa. Segundo o ele, independentemente de ser de canções de terreiro, o disco ecoa vários sentidos. “Esse trabalho traz nossa raiz. Em um período de intolerâncias, a gente precisa se religar com a terra e esse disco nos leva para um lugar que Natura/Divulgação net Reproduçao/inter MESTRES NAVEGANTES CAMALEÃO E BORBOLETA O CD não é comercializado, mas está disponível em plataformas digitais. Álbum da banda Graviola. Natura Musical, 10 faixas. Preço sugerido: R$ 20. nos eleva. Mostra não só o reconhecimento do candomblé, mas de toda nossa cultura”, completa. Quando se permite viajar pelos ritmos do carimbó e boi-bumbá, a grande retribuição é uma bagagem de conhecimento marcada por diversidade cultural. Foi depois de passear pelas margens das regiões do Salgado paraense e da Ilha do Marajó, que o músico e produtor Betão Aguiar despertou a produção de Mestres navegantes. Projeto que visa incentivar a valorização do patrimônio imaterial brasileiro, Mestres navegantes virou um CD. Nele, encontra-se um registro histórico, com a voz de mestres paraenses que mantêm vivo um acervo sobre a música brasileira. Entre estilos nomeados de ladainha, roda, mazurca, xote e pássaro junino, o disco é composto por 50 faixas. essencial na dieta sonora.”, conta o vocalista Luiz Gabriel Lopes. Há 11 anos na estrada musical o grupo gosta de descobrir matrizes culturais para inspirar novas composições. Segundo o cantor, eles procuram estabelecer uma vibração positiva em cada arranjo. “Acho que é uma questão de tentar elevar a frequência, potencializar o poder de transformação e de cura que a música possui, na essência”, conta. Na capa de Camaleão e borboleta, desenhos de folhagens e frutos de guaraná chamam atenção. A artista plástica Patrícia Amoni fez um trabalho de sensações e cores para representar a força de transformações e metamorfoses que, no olhar de Luiz Gabriel, é o reflexo de um trabalho feito com amor. “Apenas fazemos a música que vem do coração, e, dessa forma, acessamos um pouco da memória coletiva que está em todos nós”, argumenta o músico. Toques leves e recheados de delicadeza compõem cada uma das canções. “Num mundo com tanta agressividade, fazer emergir a sutileza através das camadas sonoras de uma canção é algo em que de fato acreditamos, numa perspectiva prática”, completa. Doce melodia Com referências no coco, maracatu, ijexá e samba-reggae, a banda Graveola lançou o sexto trabalho da carreira, o disco Camaleão e borboleta. “Nossa música está umbilicalmente ligada à tradição da canção popular brasileira: é de onde nos formamos, desde a infância, é um nutriente "Psychedelic pop from Minas Gerais in Brazil that draws on the rich heritage of samba, boss, tropicalia as much as blues, funk and rock. If you get a chance to see these guys live - grab it!! "Pop psicodélico de Minas Gerais que se baseia na rica herança do samba e da tropicália tanto quanto do blues, do funk e do rock. Se você tem a chance de ver esses caras ao vivo, não perca!" Gilles Peterson, BBC Radio 6 (Inglaterra) bandcamp.com/gillespeterson “Brilliant! Really fantastic! I can’t get enough of this... the whole album is just luscious. It’s like listening to all the channels on television at once if they were all playing great music” “Brilhante! Realmente fantástico! Eu não consigo parar de ouvi-los... o disco é simplesmente delicioso. É como ouvir a todos os canais da televisão de uma só vez, quando estão todos tocando boa música.” Cerys Matthews, BBC 6 Music, (Inglaterra) www.bbc.co.uk/programmes/p01d2jl3 “Neo tropicalistas, 21st century psychedelicists, twisted samba breakout subversives....whatever you call them, whenever you listen to them, whenever you’re lucky enough to be at one of their gigs, they’re gonna surprise and exilirate and just plain funk you up... Like a breath of fresh air from the mountains, Let them take you away from all this..... “ “Neo-tropicalistas, psicodélicos do século 21, subversivos do sambaremelexo... chame do que quiser, quando você tiver a sorte de vê-los ao vivo, eles vão te surpreender e simplesmente fazê-lo requebrar... Como uma brisa fresca das montanhas, se deixe levar por tudo isso...” Max Reinhardt, BBC Radio 3 (Inglaterra) www.bbc.co.uk/programmes/b0375s nf "I love that Graveola record - its sublime! One of my top 10 albums of the year" " Eu amo esse disco do Graveola, é sublime! Está no meu top 10 do ano" Mathieu Schreyer, KCRW radio (EUA) www.kcrw.com/music/programs/oc "Os Mutantes are a heavy influence on this band - they mix in samba, bossa, tropicalia, rock, soul and funk... it's a really really great album" "Os Mutantes são uma forte influência para essa banda - eles misturam samba, bossa, tropicalia, rock, soul e funk... é realmente um grande álbum" NPR Radio - National Public Radio (EUA) www.npr.org/blogs/altlatino/2013/05/16/184324122/a-kind-of-magic-new-latinmusic-sprinkled-with-discovery-dust