até 2020/moçambique projecta atingir 90 por cento dos infectados

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Veículo: AIM
Jornalista: Redacção
Assunto: Saúde
Secção: Economia
Pág:
Online
Data: 10/10/2016
ATÉ 2020/MOÇAMBIQUE PROJECTA ATINGIR 90 POR CENTO DOS
INFECTADOS COM HIV
Moçambique continua determinado a concretizar, até 2020, a meta de 90 por cento
das pessoas infectadas com o vírus HIV conhecerem o seu estado serológico e
alargar, para o mesmo universo, o acesso ao tratamento anti-retroviral (TARV) em
todo o país.
Ainda no quadro da meta denominada (90/90/90), está igualmente preconizada a
supressão viral, isto é, que o vírus não seja detectável no sangue.
A determinação foi expressa hoje, em Maputo, pelo director nacional de Saúde
Pública, Francisco Mbofana, que falava na Oficina de Trabalho sobre Estigma e
Discriminação no Contexto dos Cuidados de Saúde, que junta em Maputo
trabalhadores, a vários níveis, de saúde idos de todo o país.
O objectivo do encontro, de dois dias, é avaliar as atitudes, conhecimentos e
percepções que podem estar a favorecer algum ambiente de estigma e
discriminação relacionada ao HIV/SIDA entre os provedores de saúde no local de
trabalho (unidades sanitárias); bem como consolidar as estratégias de humanização
dos serviços de saúde à oferta de serviços sem discriminação e estigma.
“O estigma e a discriminação constituem uma barreira importante que reconhecemos
como desafio, por isso organizamos esta oficina onde trouxemos trabalhadores de
saúde de todo o país e, em conjunto, vamos discutir como tornar as nossas unidades
sanitárias sítios onde as pessoas podem ir buscar o tratamento”, explicou Mbofana.
Moçambique, com 1.5 milhões de pessoas infectadas, o que representa uma taxa de
seroprevalência estimada em 10.5 por cento, constitui, segundo Mbofana, um
exemplo no que diz respeito a expansão do acesso ao tratamento anti-retroviral. Na
altura do início do TARV (2003/04), cerca de sete mil doentes beneficiavam do
tratamento, numero que hoje subiu para mais de 800 mil pessoas.
A fonte apontou ainda que os dados do relatório semestral das actividades
relacionadas ao HIV/SIDA indicam que até ao termo do mês de Junho último, 58 por
cento das pessoas a viver com o vírus estavam a beneficiar gratuitamente do TARV,
fornecido pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O governo, com apoio dos parceiros, conseguiu expandir a rede sanitária e os
recursos humanos para o seu funcionamento, visando reduzir as distâncias a
percorrer para o acesso aos serviços de aconselhamento, testagem e tratamento do
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Veículo: AIM
Jornalista: Redacção
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HIV/SIDA.
Contudo, Mbofana reconhece que o estigma e a discriminação continuam a ser um
obstáculo para o acesso ao diagnóstico e o tratamento.
As evidências científicas mostram, segundo a fonte, que o estigma e a discriminação
afectam os esforços na luta contra a epidemia, ao fazer com que as pessoas tenham
medo de procurar por informações, serviços, cuidados clínicos e a adopção de
métodos e comportamentos mais seguros e que reduzam o risco de infecção.
O medo do estigma e da discriminação que pode estar ligado ao medo da violência
também desencoraja as pessoas que vivem com o HIV a revelar o seu estado
serológico até mesmo aos familiares e parceiros, para além de ser um sério
obstáculo a escolha de iniciar e manter-se em tratamento.
Desta feita, o director nacional de Saúde Pública lançou um desafio aos presentes
no sentido de observar os princípios que regem a ética e deontologia profissional,
bem como compreender que a estigmatização ou discriminação de um paciente, por
ser portador do vírus, cria uma barreira na adesão e retenção aos cuidados médicos
e tratamento.
As atitudes e comportamentos associados ao estigma e a discriminação tanto no
ambiente das unidades sanitárias e das comunidades não devem ser tolerados para
que os esforços da saúde, segundo Mbofana, não sejam dissolvidos.
A oficina de trabalho deverá ter em consideração o estabelecimento de um
mecanismo de monitoria e avaliação das intervenções de combate ao estigma e
discriminação porque só deste modo será possível lograr resultados e ajustar as
intervenções ao longo do tempo.
(AIM)
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