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CASSIA FISTULA
Nome Científico: Cassia fistula L.
Nome Popular: cassiabaum, rohrenkassie, em alemão; cañafistola,
cañafistula, casia purgante em espanhol; bâton casse canéficie, casse espagnole, cassier em francês; cannafistula tree, golden shower, indian laburnum,
pudding pipe tree, purgin cassia em inglês; cassia, cassia in bastoni, cassia in
canna, cassia solutiva em italiano; cássia das boticas, cassia fistulasa em Portugal; cañafistol, cassia purgante, guayaba cimarrona em São Domingos, canafístula-imperial, canafísula-verdadeira, canafrista e chuva de ouro em português
(flora brasileira, 1984).
Família Botânica: Leguminosae
Parte Utilizada: Fruto
Princípios Ativos: Glicosídeos antracênicos - reína, senosídeos A e B (Sousa,
2.004)
Características: O gênero Cassia (Fabaceae) é constituído por mais de 600
espécies incluindo arbustos, árvores e ervas distribuídas em regiões tropicais e
subtropicais de todo o mundo (1).
Nos ecossistemas brasileiros, particularmente na Mata Atlântica, o gênero
Cassia é muito freqüente, sendo que na região sudeste algumas espécies são
bastante apreciadas devido à beleza de suas flores e, por conseqüência, muito
utilizadas como plantas ornamentais (2).
A Cassia fistula também conhecida como chuva de ouro ou simplesmente Senna, é muito apreciada pela beleza de seus cachos de flores amarelas e pelas
propriedades laxativas de suas vagens, folhas e flores (3). Além da ação laxativa (3,4), esta planta também é utilizada na medicina popular como cicatrizante e
antiinflamatória (10) e indicada em diversos países para tratamento de infecções
bacterianas (3,5), reumatismo e lesões cutâneas (4).
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Uma das espécies mais representativas do potencial medicinal deste gênero é
a Cassia fistula, intensamente cultivada na Índia, Ceilão,China e Egito, onde
tem várias indicações na medicina tradicional. Os extratos de várias partes desta planta são utilizados por algumas tribos indianas como agente antiofídico e
no tratamento de infecções (3,6). As folhas desta espécie apresentam atividades
laxativa, purgativa e anti-reumática (4) e o suco das folhas é utilizado em eripselas e doenças cutâneas (4). Estudos das frações de extratos de várias partes
dessa planta demonstraram atividade significativa (3) contra Escherichia coli,
Klebsiella aerogenes, Proteus vulgaris e Pseudomonas aerogenes (bactérias
gram-negativas). Estes dados ressaltaram a importância desta planta como um
potencial antibiótico natural (3). A capacidade hepatoprotetora deste extrato foi
demonstrada por uma fração rica em antraquinonas e esteróides. Esta fração
foi administrada em ratos com danos hepáticos induzidos por CCl4 e foi capaz
de reverter significativamente às lesões hepáticas (4). No Nepal, C. fistula é
uma espécie endêmica e a medicina tradicional local utiliza seu fruto para tratamento do reumatismo e da inflamação. Devido a estas indicações, o extrato
metanólico de seus frutos foi avaliado quanto à atividade inibitória de mediadores próinflamatórios, como os leucotrienos. A inibição da biossíntese de Leucotrieno B4 (LTB4) em leucócitos polimorfonucleares bovinos foi efetiva (CI50=
38 µg/mL) e de modo dose-dependente. Em outro ensaio, este extrato também
foi capaz de inibir a peroxidação de lipídios em fosfolipídeos cerebrais bovinos,
o que indicou sua atividade antioxidante (7). Gupta e colaboradores (8) avaliaram
a atividade antitumoral das sementes de C. fistula em linhagens de carcinoma
de Erlich. Os resultados indicaram claramente atividade antitumoral por um
mecanismo ainda desconhecido. A utilização desta planta na Indonésia como
repelente de insetos estimulou um outro estudo, envolvendo a purificação de
proteínas de defesa, que demonstrou atividade inibitória de protease associada
à atividade antifúngica e repelente de insetos (9).
Indicação: Laxativa, repelente de insetos, anti-reumática, antiinflamatória, antidermatite, antiofídica, antibacteriana, antiviral, antifúngica (1,3,4,6,8,9,12,14,15).
Contra-indicações: não deve ser administrada em casos de obstrução e estenose intestinal, atonia, doenças inflamatórias intestinais, apendicite, dor abdominal de origem desconhecida, desidratação severa com perda de água e eletrólitos. Nos casos de superdose, podem ocorrer cólicas intestinais
e diarréia severa, com conseqüente perda de líquidos e eletrólitos.
Reações adversas: podem ocorrer esporadicamente cólicas abdominais vômito ou diarréia que desaparecem com a suspensão da medicação ou ajuste
da dose.
Posologia: extrato seco: 250mg a 500mg/dia.
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Referências Bibliográficas
1. Agarkar, S. V.; Jadge, D. R.; Asian J. Chem. 1999, 11, 295.
2. Lorenzi, H; Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, 2a ed., Plantarum: Nova Odessa, 1998, vol. 1
3. Samy, R. P.; Ignacimuthu, S.; Sen, A.; J. Ethnopharmacol. 1998, 62,
173;Asseleih, L. M. C.; Hernandez, O. H.; Sanchez, J. R.; Phytochemistry
1990,29, 3095.
4. Bhakta, T.; Mukherjee, P. K.; Mukherjee, K; Banerjee, S.; Mandal, S. C.;
Maity, T. K.; Pal, M.; Saha, B. P.; J. Ethnopharmacol. 1999, 66, 277.
5. Tiwari, R. D.; Misra, G. R.; Planta Med. 1985, 28, 182.
6. Samy, R. P.; Ignacimuthu, S.; J. Ethnopharmacol. 2000, 69, 63.
7. Sunil, K. K. C.; Müller, K.; Phytoter. Res. 1998, 12, 526.
8. Gupta, V.; Agrawal, A.; Singh, J.; Tiwari, H. P.; Indian J. Chem., Sect.
B:Org. Chem. Incl. Med. Chem. 1989, 28, 282; Maresh, V. K.; Sharma,
R.;Singh, R. S.; J. Nat. Prod. 1984, 47, 733.
9. Gupta, M.; Mazumder, U. K.; Ath, N.; Mukhopadhyay, D. K.;
J.Ethnopharmacol. 2000, 72, 151.
10. Di Stasi L.C. e Hiruma-Lima C. A. Plantas medicinais na Amazônia e na
Mata Atlântica. 2.ed. São Paulo: UNESP, 2002.
11. Yadava R. N., Verma V., J. Asian Natural Products Research,2003,
5,57.Palanichamy S, Nagarajan, S. J. Ethnopharmacology, 1990, 29,337.
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London, 2002.
13. Lillykutty, Pharmacological studies of Cassia Fistula, M.D. Thesis, 1968,
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14. Duke J.A., Bogenschutz-Godwin M.J., duCellier J., Duke P. Handbook of
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15. Schmelzer, G.H., Gurib-Fakim, A. Plant Resources of Tropical Africa 11,
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