1 CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ - USJ CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ALEXANDRA NASCIMENTO ALVES MARKETING DE RELACIONAMENTO: Um estudo na empresa Softplan Planejamento e Sistemas Ltda SÃO JOSÉ JUNHO 2010 2 ALEXANDRA NASCIMENTO ALVES MARKETING DE RELACIONAMENTO: Um estudo na empresa Softplan Planejamento e Sistemas Ltda Trabalho de Conclusão de Curso elaborado para o Curso de Administração do Centro Universitário Municipal de São José – USJ, como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Prof. MSc. Paulo Sérgio de Moura Bastos São José Junho 2010 3 ALEXANDRA NASCIMENTO ALVES MARKETING DE RELACIONAMENTO: Um estudo na empresa Softplan Planejamento e Sistemas Ltda Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito final para a aprovação no Curso de Administração do Centro Universitário Municipal de São José – USJ. Avaliado em ................................por: __________________________________________ Prof. MSc. Paulo Sérgio de Moura Bastos Professor Orientador __________________________________________ Prof. Dr.Juarez Perfeito Membro da Banca Examinadora __________________________________________ Prof. MSc Alcides Andujar Membro da Banca Examinadora 4 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por permitir a conclusão deste trabalho. Aos meus pais Mário e Zilda por todo amor e incentivo recebidos. Aos meus irmãos Eraldo e Eder que pela admiração e carinho demonstrados me serviram de incentivo para nunca desistir. A minha prima Cléia e sua família que me acolheram e me deram mais que apoio na realização do trabalho. As minhas amigas Michelly e Milene pela ajuda e apoio no desenvolvimento deste trabalho. Aos meus amigos Daniela Pagani e Claudio Diniz, que nos momentos difíceis foram verdadeiros anjos da guarda. Aos meus familiares, pelos valores e ensinamentos, sempre fortalecendo a importância da base familiar. A todos aqueles que de alguma forma me incentivaram e apoiaram. Ao meu professor orientador Paulo Sérgio de Moura Bastos pelo constante incentivo, paciência e apoio. A ele, meu carinho e admiração pelo trabalho acadêmico que desempenha. 5 Dedico este trabalho a minha querida e amada mãe, Zilda Nascimento Alves, por todo o seu amor, carinho e apoio prestados ao longo de minha vida. Pelas palavras de incentivo, que não me deixaram desistir diante dos obstáculos. 6 RESUMO O presente trabalho de conclusão de curso apresenta como objetivo levantar os aspectos relevantes ao tema marketing e Marketing de Relacionamento, presentes no dia a dia de uma empresa de desenvolvimento de software. O estudo tem como foco a análise da gestão de relacionamento com clientes. Destacam-se as práticas de relacionamentos com os clientes e de que forma a empresa pode melhorar esses relacionamentos, tendo como princípio a preocupação com os mesmos. O trabalho inicia-se com a revisão da literatura destacando a origem do marketing com a finalidade de contextualizar a pesquisa, que abrange os conceitos de marketing, a evolução das orientações. Apresenta-se o marketing de serviços, o Marketing de Relacionamento e CRM que são a base fundamental do estudo de caso. A análise efetuada teve caráter qualitativo verificando o problema na sua complexidade. A caracterização da empresa é evidenciada através do histórico, políticas da qualidade, características e processos do Sistema SIENGE. Apresenta-se a descrição e análise dos dados de pesquisa. Conclui-se que a adaptação das organizações às práticas do marketing visando um valor superior dos clientes, é de grande valia para a organização, assim como para a empresa estudada. Palavras chave: Marketing, Clientes, Marketing de Relacionamento, 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Fatores que influenciam na formação das expectativas dos clientes. Figura 2: Estrutura Softplan 8 LISTA DE ABREVIATURAS CRM - Customer Relationship Management EAD - Ensino a Distância ERP - Enterprise Resource Planning ISCA - Índice de Satisfação de Cliente referente a Atendimento ISCP - Índice de Satisfação de Cliente referente a Produto SAC - Sistema de Atendimento ao Cliente 9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 11 1.1 Tema e problema de pesquisa.........................................................................................12 1.2 Objetivos.........................................................................................................................13 1.2.1 Objetivo geral ..........................................................................................................13 1.2.2 Objetivos específicos...............................................................................................13 1.3 Justificativa ...................................................................................................................14 1.4 Estrutura do trabalho ..................................................................................................14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................................16 2.1 Histórico do marketing ................................................................................................16 2.1.1 Orientação para a produção .....................................................................................17 2.1.2 Orientação para o produto .......................................................................................18 2.1.3 Orientação para vendas............................................................................................18 2.1.4 Orientação para o marketing....................................................................................19 2.1.5 Orientação para o marketing societal ......................................................................19 2.2 Conceito de Marketing ...................................................................................................20 2.2.1 Necessidades, desejos e demandas ..........................................................................22 2.2.2 Troca, transação e mercado......................................................................................24 2.2.3 Composto mercadológico ........................................................................................25 2.3 Marketing de Serviços..................................................................................................27 2.4 Marketing de Relacionamento ....................................................................................30 3 METODOLOGIA................................................................................................................43 3.1 Quanto à abordagem do problema .............................................................................43 3.2 Quanto aos objetivos ....................................................................................................43 3.3 Quanto aos procedimentos técnicos ............................................................................44 3.4 Quanto às técnicas de coleta de dados ........................................................................44 3.5 Delimitação do universo pesquisado ...........................................................................45 3.6 Análise dos dados..........................................................................................................45 4 Caracterização da empresa.................................................................................................46 4.1 Histórico da empresa....................................................................................................46 4.2 Sistema da Qualidade...................................................................................................47 10 4.2.1 Política da Qualidade...............................................................................................47 4.2.2 Requisitos de cliente................................................................................................48 4.3 Organograma da Organização ....................................................................................48 4.4 Sistema SIENGE...........................................................................................................50 4.4.1 Processos do Sistema SIENGE................................................................................50 4.4.1.1 Atendimento .........................................................................................................51 4.4.1.2 Comercial..............................................................................................................51 4.4.1.3 Consultoria e Canal SIENGE ...............................................................................52 4.4.1.4 Desenvolvimento ..................................................................................................52 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS.........................................................................................54 5.1 Pesquisa de Satisfação:.................................................................................................54 5.2 Portal de Atendimento ao Cliente ...............................................................................56 5.3 Portal de Ensino a Distância........................................................................................57 5.4 Newsletter ......................................................................................................................57 5.5 Banco de dados .............................................................................................................58 6 RECOMENDAÇÕES..........................................................................................................60 6.1 Relacionamento.............................................................................................................60 6.2 CRM ...............................................................................................................................61 6.3 Treinamentos ................................................................................................................61 6.4 Pesquisa de satisfação...................................................................................................62 6.5 Newslatter......................................................................................................................62 6.6 Recuperação em Serviços.............................................................................................63 6.7 Modelo Proposto ...........................................................................................................64 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................66 REFERÊNCIAS......................................................................................................................68 ANEXO....................................................................................................................................71 11 1 INTRODUÇÃO Atender as necessidades do mercado pode ser complexo quando se trata de um ambiente globalizado e composto por rápidas mudanças. Para se obter um diferencial de crescimento num ambiente competitivo e sem fronteiras, é necessária a busca constante de novas idéias. As grandes mudanças no cenário mundial, impulsionadas pela globalização e rapidez dos avanços tecnológicos vêm impondo a necessidade das organizações estarem cada vez mais comprometidas com a busca de maior competitividade, que se traduz em ganhos de produtividade e melhoria de qualidade. Estas organizações buscam ainda, o aperfeiçoamento contínuo e aplicação de diferenciais que possibilitem a conquista de um lugar no mercado, que garanta sua sobrevivência. Porter (1993) afirma que a competitividade é a habilidade ou talento resultante de conhecimentos adquiridos capazes de criar e sustentar um desempenho superior ao desenvolvido pela concorrência. As expectativas dos clientes se alteram, e estes estão cada vez mais exigentes, enquanto que do ponto de vista da oferta de bens e serviços, a concorrência é ainda mais acirrada. As múltiplas opções dessas ofertas no mercado fazem com que surja a necessidade de produtos e serviços diferenciados, motivos pelos quais os serviços aos clientes têm se sofisticado, procurando surpreendê-los, encantá-los e fidelizá-los. As organizações devem estar aptas a identificar as necessidades dos clientes e se estruturar para atender essas demandas, bem como estar profundamente comprometidas com o marketing, orientando-se para a satisfação destes clientes. Com as mudanças no comportamento dos consumidores e na ação dos concorrentes, a inovação se faz necessária já que por meio dela é possível reinventar o negócio de modo a torná-lo mais competitivo e atraente para os clientes. A inovação faz com que as organizações reorganizem suas estratégias, processos, recursos, para criar o diferencial competitivo e colocar a empresa como a “melhor no mercado”. O processo de inovação tecnológica compreende as atividades necessárias para transformar idéias, invenções, oportunidades em produtos ou processo com elevada agregação de valor, assegurando sucesso no mercado. 12 Além de se adaptar às inovações tecnológicas, as empresas têm voltado seus esforços para o atendimento aos clientes; um atendimento eficaz que supere suas expectativas, adequando processos de trabalho e buscando aperfeiçoar os colaboradores através de treinamentos, conscientização e conhecimento dos objetivos da empresa e alinhar todo o foco da instituição para o valor do cliente. Segundo Kotler (1998), marketing é o processo pelo qual a empresa cria valor para os clientes e constrói forte relacionamento com eles para capturar seu valor em troca. O valor é aquilo que os compradores estão dispostos a pagar, e o valor superior provém de oferta de preços mais baixos do que os da concorrência por benefícios equivalentes. Assim, o marketing encontra um modo de integrar o cliente à empresa como forma de criar e manter uma relação entre eles. Os mercados mais evoluídos com clientes exigentes e forte concorrência exigem orientações mais próximas do Marketing de Relacionamento e utilização de ferramentas que administram as informações sobre os clientes, para oferecer incentivos motivacionais e estimular a repetição da compra. Sendo assim, apresenta-se no próximo capítulo o tema e o problema deste estudo, o qual terá seu foco nas relações com clientes, por meio do Marketing de Relacionamento. 1.1 Tema e problema de pesquisa O tema abordado neste trabalho é o Marketing de Relacionamento. O estudo foi desenvolvido no Sistema SIENGE, software desenvolvido pela empresa Softplan para gestão de empresas ligadas à construção civil. A empresa mantém seu foco na gestão do relacionamento com os clientes como estratégia para o crescimento e desenvolvimento de negócios. O Marketing de Relacionamento enfatiza principalmente a necessidade de um relacionamento de longo prazo com o mercado, na busca da fidelização dos clientes. Considera-se como objetivo final de todo o relacionamento, a satisfação dos clientes obtida através da criação de valor. A escolha desse tema se faz pertinente, pois o Sistema SIENGE tem uma extensa base de clientes que atuam na área da engenharia civil, mas com especializações diferentes: diretores, gerentes, engenheiros, mestres de obra, técnicos, usuários em geral. Os usuários do software SIENGE possuem cargos e funções diferentes dentro da organização e os de níveis 13 hierárquicos mais elevados exigem um relacionamento diferenciado. Seja por questões estratégicas - para maior agilidade na resolução do seu problema - ou porque esperam encontrar uma pessoa com conhecimento mais amplo do sistema. É preciso conhecer os clientes para identificar a forma correta de agir. A qualidade do atendimento é um fator determinante na conquista da confiança e a fidelidade do cliente. Assim, o Marketing de Relacionamento mostra algumas maneiras de ir ao encontro desses clientes por meio de ações por ele promovidas. Desta forma, questiona-se: como a empresa Softplan pode melhorar seu relacionamento com os principais clientes do SIENGE e assim aperfeiçoar suas relações mercadológicas? 1.2 Objetivos Os objetivos do estudo foram descritos de acordo com as necessidades da empresa estudada, de forma a contribuir no processo de melhoria das atividades da área de suporte, comercial e de marketing. 1.2.1 Objetivo geral Indicar ações de Marketing de Relacionamento com o intuito de aprimorar o relacionamento com os clientes do sistema SIENGE da empresa Softplan Planejamento e Sistemas Ltda. 1.2.2 Objetivos específicos Como objetivos específicos citam-se: 1) Desenvolver uma base conceitual sobre o tema; 2) Elaborar um instrumento de coleta de dados; 3) Identificar as atuais ações de gerenciamento do relacionamento com o cliente; 4) Desenvolver um modelo ideal de gestão do relacionamento com o ciente; 5) Propor um conjunto de recomendações incrementais à organização. 14 1.3 Justificativa As empresas têm o desafio de conquistar e manter os clientes em sua base comercial. O conhecimento das necessidades de cada cliente e suas expectativas, torna-se fundamental para assegurar sua competitividade incremental, ao mesmo tempo que visa aumentar sua força no mercado. As oportunidades de consumo se ampliam, o que torna os consumidores mais exigentes com relação à qualidade e sensíveis quanto aos preços praticados. Manter os clientes fidelizados consiste num processo trabalhoso que despende de ações estratégicas mercadológicas, que contribuem para a descoberta das maneiras de atrair e agradar os clientes. O Marketing de Relacionamento tem por objetivo propor idéias para que a carteira de clientes de uma organização seja composta por consumidores ativos, já que visa estabelecer fortes vínculos econômicos, técnicos e sociais entre a empresa e o cliente. Objetiva-se com o estudo estabelecer uma reflexão acerca da atual prática de relacionamento com os principais clientes do SIENGE, no intuito de demonstrar a contribuição do aperfeiçoamento desse relacionamento para ações estratégicas da empresa. O desenvolvimento deste trabalho para a empresa estudada será útil, já que a organização demonstra preocupação com o número crescente de clientes e usuários. Este estudo possibilitará o aprimoramento das ações de Marketing de Relacionamento e melhoria na qualidade do produto e do atendimento. A importância do estudo para os clientes é atribuída em função da proposição de mudanças nos relacionamentos organizacionais, visto que os clientes esperam receber atenção das pessoas que os atendem e, conseqüentemente, aprofundarem a confiança no relacionamento com estes atendentes. Para o meio acadêmico e científico, a elaboração deste conteúdo traz a revisão da literatura e contribuição para eventuais pesquisas, uma vez que a análise dá-se a partir de um estudo real, com informações relevantes para a sociedade em geral. 1.4 Estrutura do trabalho O presente estudo delineou-se a partir dos objetivos e propósitos da pesquisa. Além do capítulo 1, mais seis capítulos compõem este trabalho, cuja seqüência indica-se a seguir. 15 O capítulo 1 apresenta a introdução, o tema central deste estudo, os objetivos a serem analisados, como também a justificativa (interesse e importância desta pesquisa para a comunidade científica), apresentação da situação problemática e a estrutura do trabalho. No capítulo 2 é apresentada a revisão de literatura sobre marketing, histórico do marketing, definições de marketing, serviços, além de conteúdos pertinentes ao Marketing de Relacionamento. Já no capítulo 3 estão enfocados os aspectos metodológicos, as técnicas utilizadas para obtenção dos dados para a realização da pesquisa. A caracterização da empresa é evidenciada no capítulo 4. Destaca-se o histórico, as políticas, a estrutura, os sistemas de segmentação desenvolvidos aprofundando no Sistema SIENGE, tema deste trabalho, dentre outros aspectos relevantes. No capítulo 5 será apresentada a análise dos resultados, incluindo-se dados de fontes primárias. As recomendações sugeridas estão presentes no capítulo 6. A conclusão está descrita no capítulo 7. E finalizando a estrutura deste estudo, estão as referências e os anexos utilizados na elaboração do mesmo. 16 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A sobrevivência e a continuidade da empresa a longo prazo, derivam de sua capacidade de atrair e reter clientes. As inovações tecnológicas introduzidas nos produtos já não suficientes para agradar o consumidor a cada dia mais exigente. Com isso, as empresas estão cada vez mais se especializando na área de marketing. O marketing assume um papel de maior importância dentro de uma organização, de forma a contribuir com uma parcela mais significativa para a empresa, que não fosse apenas a de promover o aumento das vendas. Sendo assim, seguem descritos nos próximos itens alguns conceitos relacionados à área de marketing que podem esclarecer um pouco deste conteúdo. 2.1 Histórico do marketing A ação de marketing é evidenciada desde o início da primeira troca até os modernos sistemas de marketing atual. “A troca foi certamente o primeiro ato de mercar. Ela se confunde com a própria história do mundo e o comércio é uma das mais antigas atividades humanas” (SIMÕES, 1985, p. 3). O marketing é um campo de estudo novo, é uma ciência. Segundo Cobra (2007), desde a época da revolução industrial, cuja transição da economia de produção para a economia de consumo se processou através do marketing, as indústrias sentiram a necessidade da realização de estudos de mercados. Nessa época os estudos eram voltados apenas para garantir lucro e a produtividade, pois não havia praticamente concorrência. Tal realidade se manteve inalterada até fins da Segunda Guerra Mundial, quando mercadólogos começaram a teorizar sobre como atrair e lidar com seus consumidores, reagindo assim, ao crescimento da concorrência. No século XIX, o foco do fabricante foi nitidamente a produção. Embora se produzisse mais, a demanda cresceu e permaneceu superior, não necessitando de maiores requintes de venda. De acordo com Gracioso (1997, p. 17), o foco “era vender e distribuir o que já havia sido produzido sem interessar-se em atender àqueles que iriam consumir”. No Brasil, por volta de 1954, o marketing foi traduzido por mercadologia, e o termo 17 em inglês significa ação no mercado, com uma conotação dinâmica e não simplesmente de estudos do mercado (LAS CASAS, 2006). O mundo dos negócios, cada vez mais desenvolvido, gerou a necessidade de melhor conceituar o marketing, explicando a sua natureza. Observa-se uma evolução constante nas definições, que o caracterizaram de maneira cada vez mais ampla. Conforme descrito por Cobra (2007, p. 23), “em 1960, a American Marketing Association (AMA) definia marketing como o desempenho das atividades de negócios que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor ou utilizador”. Esta definição reflete uma ênfase mais gerencial, e compreende o marketing como um conjunto de atividades que a empresa executa para promover o fluxo de produtos e serviços entre as empresas e a sociedade. Em 1965, a Ohio State University definiu marketing como “o processo na sociedade pelo qual a estrutura da demanda para bens econômicos e serviços é antecipada ou abrangida e satisfeita através da concepção, promoção, troca e distribuição física de bens e serviços” (COBRA, 2007, p. 23). Para Kotler e Armstrong (2007), há uma relação pertinente entre a evolução dos conceitos de marketing e as mudanças na ênfase da comercialização que passou por cinco etapas: produção, produto, vendas, marketing e societal. 2.1.1 Orientação para a produção Até meados de 1925, muitas empresas nas economias mais desenvolvidas do Oeste Europeu e dos Estados Unidos estavam orientadas para a produção. Não havia preocupação com a venda, uma vez que praticamente tudo que se produzia era vendido. Com a Revolução Industrial apareceram as primeiras indústrias organizacionais aplicando a Administração Científica de Taylor e aumentando a produtividade. Nesta etapa, segundo Las Casas (2006, p. 21), “a demanda era maior que a oferta. Os consumidores estavam ávidos por produtos e serviços”. O foco dos fabricantes era o aumento da produção, considerando que os consumidores ansiavam por produtos de qualidade e com menor preço. De acordo com Kotler e Armstrong (2007, p. 7), “a orientação de produção sustenta que os consumidores preferem os produtos disponíveis e altamente acessíveis”. Portanto, a administração deve ter como objetivo melhorar a eficiência de produção e distribuição. 18 A filosofia de Henry Ford é citada por Kotler (1998), cuja base era o aperfeiçoamento do Modelo T para que seu custo fosse reduzido e mais pessoas tivessem condições de comprálo, dizendo que iria por à venda um carro de qualquer cor, desde que fosse preto. Assim se estabelecia o pensamento estratégico dominante na época. A era da produção era baseada na atitude filosófica de que bons produtos venderiam a si mesmos, ou seja, os produtos que são fáceis de serem encontrados e a baixo custo, sustentam a sua preferência pelos consumidores. 2.1.2 Orientação para o produto Na orientação para o produto, o foco principal das empresas é o aperfeiçoamento do produto para atrair os clientes que estão mais interessados nas características técnicas e funções do produto, como qualidade e benefícios que podem agregar valor ao cliente. Para Rocha e Christensen (1999, p. 19), “essa orientação era coerente com um mundo de demanda reprimida e escassez de bens. No advento da Revolução Industrial, o importante era produzir ao menor custo, pois tudo que fosse produzido era consumido”. Explica o autor que as empresas que seguem essa orientação têm uma fé inabalável em seu produto e na capacidade de o mesmo atrair clientes. Na visão de Kotler (1998, p. 35), “os consumidores favorecerão aqueles produtos que oferecem mais qualidade, desempenho ou características inovadoras”. Segundo esse conceito, a estratégia de marketing se concentra em promover aperfeiçoamentos contínuos em seus produtos. 2.1.3 Orientação para vendas Na década de 1930, os Estados Unidos passaram de uma economia de produção para uma de vendas, que mudou o enfoque de como produzir. Nessa época começaram a surgir os primeiros sinais de excesso de oferta. As vendas eram os focos principais em função de que os consumidores finalmente tinham o direito de escolha entre as alternativas existentes (ETZEL; WALKER e STANTON, 2001). Percebe-se que a concorrência no mercado favorecia ligeiramente os consumidores, pois havia mais produto do que a demanda. 19 Segundo Las Casas (2006, p. 21), “algumas empresas começaram a utilizar técnicas de vendas bem mais agressivas e a ênfase na comercialização das empresas dessa época era totalmente dirigida a vendas”. Sobretudo, a orientação para vendas enfatiza o uso dos instrumentos promocionais (propaganda, promoção, venda pessoal) com o propósito de gerar vendas a curto prazo para a empresa. 2.1.4 Orientação para o marketing A partir de 1950, os empresários passaram a perceber que vendas a qualquer custo não era uma forma de comercialização muito correta. “As vendas não eram constantes, o mais importante era a conquista e a manutenção de negócios a longo prazo, mantendo relações permanentes com a clientela. Por isso, nessa época passou a existir uma valorização maior do consumidor” (LAS CASAS, 2006, p. 21). Para Schewe e Smith (1982), a era do marketing surgiu quando finalmente os fabricantes adotaram a filosofia sensata de que deviam examinar as necessidades e desejos dos consumidores e produzir para atender a tais necessidades. A orientação para marketing enfatiza a importância de desenvolver e comercializar produtos e serviços com base no que os clientes precisam e desejam. Segundo Kotler e Armstrong (2007, p. 8): A orientação de marketing sustenta que o alcance das metas organizacionais depende do conhecimento das necessidades e dos desejos dos mercados-alvo e da entrega da satisfação desejada com mais eficiência que os concorrentes. De acordo com a orientação de marketing, o foco no cliente e o valor para ele constituem os caminhos para as vendas e os lucros. Complementando o conceito exposto, a orientação de marketing significa em geral muito mais do que simplesmente responder aos desejos expostos dos clientes e às suas necessidades óbvias. As empresas orientadas para o cliente pesquisam seus clientes atuais para aprender sobre seus desejos, reunir idéias para novos produtos e serviços e testar melhorias propostas para o produto (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). 2.1.5 Orientação para o marketing societal 20 A orientação de marketing societal, na visão de Kotler e Armstrong (2007, p. 7), “sustenta que a estratégia de marketing deveria entregar valor para os clientes de um modo que mantivesse ou melhorasse o bem-estar tanto do cliente quanto da sociedade”. Dessa maneira, Kotler (1998) menciona que o marketing societal assume que a tarefa da organização é determinar as necessidades, desejos e interesses dos mercados-alvo e atender às satisfações desejadas mais eficaz e eficientemente do que os concorrentes, de maneira a preservar ou ampliar o bem-estar dos consumidores e da sociedade. Ainda na visão de Kotler (1998, p. 44), “o conceito de marketing societal propõe que as empresas desenvolvam condições sociais e éticas em suas práticas de marketing”. Devem equilibrar critérios frequentemente conflitantes entre os lucros da empresa, a satisfação dos desejos dos consumidores e o interesse público. No processo competitivo, as mudanças ocorridas no marketing têm ajudado as empresas na busca do melhor ajustamento entre o produto específico que ela oferece e algum grupo de consumidores no mercado. Nesse sentido, seguem alguns conceitos ligados ao marketing, que visam dar maior entendimento ao assunto tratado neste estudo. 2.2 Conceito de Marketing O conceito de marketing pode ser considerado amplo na literatura. A função do marketing, mais do que qualquer outra nos negócios, é lidar com os clientes. Para Kotler (1998, p. 32), “marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros”. Percebe-se que a meta do marketing é facilitar a troca para que a satisfação seja aumentada para todas as partes envolvidas. Segundo Kotler (1999), o marketing está associado ao valor do produto ou serviço oferecido pela empresa ao cliente. O marketing tem a função de agregar valor ao produto ou serviço e servir às necessidades do cliente com lucratividade. Ainda na visão de Kotler (1998), o principal objetivo do marketing é alcançar o crescimento de receitas lucrativas para a organização. Assim, os conceitos envolvem sempre questões ligadas à lucratividade ou que apresentem um resultado financeiro positivo. 21 Assevera Cobra (2007, p. 59) que “a essência do marketing é o processo de trocas, nas quais duas ou mais partes oferecem algo de valor para o outro, com o objetivo de satisfazer necessidades e desejos”. Pode-se ressaltar que o objetivo do marketing é identificar necessidades não satisfeitas e procurar desenvolver produtos e serviços que atendam a necessidade de cada público. O foco principal do marketing é atingir necessidades e desejos dos consumidores e conseqüentemente os objetivos da organização. Complementando, Rocha e Christensen (1999, p. 15) argumentam que “marketing pode ser visto, também, como um processo social, pelo qual são reguladas a oferta e a demanda de bens e serviços para atender às necessidades sociais”. Essa orientação reconhece que a tarefa primordial da organização é satisfazer o consumidor, atendendo as suas necessidades, levando em conta seu bem-estar a longo prazo. Marketing pode ser definido como: A área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientada para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos da organização ou indivíduo e considerando sempre o meio ambiente de atuação e impacto que estas relações causam no bem-estar da sociedade (LAS CASAS, 2006, p. 26). Las Casas (2006, p. 9) define ainda que, “marketing é o processo de planejamento e execução da concepção, preço, promoção e distribuição de idéias, bens e serviços, organizações e eventos para criar trocas que venham a satisfazer objetivos individuais e organizacionais”. Esse conceito de marketing consiste no planejamento das quatro variáveis do composto mercadológico. Na visão de Cobra (1994), marketing é uma atividade dedicada à identificação de necessidades, com produtos ou serviços de qualidade e que contribuam à melhoria do padrão de vida das pessoas da comunidade em geral. Esse pressuposto indica que marketing estimula o consumo de produtos que efetivamente constituam melhora na qualidade de vida das pessoas. Assevera ainda Gracioso (1997, p. 16), “marketing é a planificação e execução de um conjunto de atividades comerciais, tendo como objetivo final a troca de produtos ou serviços, entre produtores e consumidores”. Além de planejar as atividades que envolvem a negociação de um produto ou serviço, é preciso colocar em prática as ações necessárias para que o objetivo principal que é a troca se realize. 22 Percebe-se que os conceitos citados anteriormente são semelhantes. Assim, é possível concluir que a função do marketing é planejar e executar todas as ações necessárias para conceber, precificar, promover e levar até os clientes produtos e serviços efetivando trocas necessárias para satisfação simultânea entre clientes e organizações. Como o marketing trabalha com o despertar de uma necessidade, os conceitos de necessidades, desejos, demandas precisam ser esclarecidos, como segue no próximo item. 2.2.1 Necessidades, desejos e demandas Marketing é o processo pelo qual a economia é integrada à sociedade para servir às necessidades humanas (DRUCKER, 1992). Satisfazer as necessidades e os desejos dos consumidores é o principal objetivo do marketing. A necessidade pode ser considerada como um estado de desequilíbrio interno, no qual o indivíduo precisa satisfazer-se. Limeira (2003) define necessidade como o estado de carência e privação sentido por uma pessoa, que provoca a motivação para o consumo. O autor coloca a necessidade como sendo o fator determinante do momento da compra. Para Sandhusen (1998, p. 1), “necessidades são definidas como um estado mental ou físico de privação. Nas economias desenvolvidas, as necessidades são numerosas e surgem em níveis diferentes”. De maneira mais completa, Kotler e Armstrong (2007, p. 4) definem que “as necessidades humanas são situações de privação percebida. Incluem necessidades físicas, necessidades sociais e necessidades individuais. Elas não foram criadas pelos profissionais de marketing; são elementos básicos da condição humana". As necessidades do cliente são o ponto de partida para a formação de expectativas, como pode ser observado na figura 1. Comunicação boca-a-boca Necessidades pessoais Experiência anterior Comunicações externas Expectativas do cliente Figura 1: Fatores que influenciam na formação das expectativas dos clientes. Fonte: Gianesi e Corrêa (apud VARVAKIS, 2003, p. 30). 23 Nesse sentido, Varvakis (2003) ressalta que as necessidades são mais difíceis de identificar e mensurar do que as expectativas, pois o indivíduo consegue expressar com mais facilidade as suas expectativas. No entanto, as expectativas são momentâneas e as necessidades prevalecem em longo prazo, e para isso, faz-se necessário identificar tanto as expectativas quanto as necessidades do cliente para atendê-las em curto e em longo prazo respectivamente. Aliado a necessidade está o desejo em se obter determinado produto. “Os desejos são as formas que as necessidades humanas assumem quando são moldadas pela cultura e pela personalidade individual” (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 4). Os desejos são compartilhados por uma sociedade e são descritos em termos de objetos que satisfarão as necessidades. Conforme descrito por Sandhusen (1998, p. 2), “os desejos são a corporificação das necessidades humanas moldadas segundo a cultura e a personalidade de cada indivíduo. Assim como as necessidades, os desejos crescem com o desenvolvimento da sociedade”. Neste conceito, o autor quer dizer que algumas vezes a necessidade de comprar um produto ou serviço está associada ao meio no qual ele está inserido. Quando apoiados pelo poder de compras, os desejos tornam-se demandas. Para Sandhusen (1998, p. 2), “demandas são desejos que têm o apoio do poder de compra. A compreensão da natureza e da extensão da demanda é um ponto importante para se começar a desenvolver planos de marketing”. Assim, a demanda envolve atividades necessárias para fazer com que o consumidor deseje o produto. De acordo com Rocha e Christensen (1999, p. 18), “é no equilíbrio entre preço e satisfação para o consumidor que se processa o ajustamento entre oferta e demanda no mercado”. A empresa mais bem sucedida é aquela capaz de oferecer maior valor ao consumidor. Como expõe, Cobra (2007, p. 273) define demanda “como o volume total de um produto que pode ser comprado por um grupo definido de consumidores”. A partir desta definição pode-se perceber que, os esforços voltados para criar demanda são provenientes das ações de marketing. Conforme definido anteriormente, o marketing ocorre quando as pessoas decidem satisfazer necessidades e desejos através da troca. Desta forma, os conceitos de troca e 24 transação são fundamentais para que se possa entender com clareza todo o processo que o marketing envolve. 2.2.2 Troca, transação e mercado Para Kotler e Armstrong (2007, p. 6), “a troca é o ato de obter de alguém um objeto desejado oferecendo algo em troca”. Troca é uma via de mão dupla, obtém-se o que deseja e oferece-se algo em troca para compensar. O processo de troca, ao envolver troca de uma coisa por outra, aumenta a riqueza, a produtividade e a qualidade de vida de todos (SANDHUSEN, 1998). Na visão de Sandhusen (1998, p. 2) “a troca é o processo pelo qual duas partes dão algo de valor à outra para satisfazer necessidades e/ou desejos”. A troca é uma função importante, uma vez que um dos propósitos do processo de marketing é criar e resolver os relacionamentos de troca. A palavra transação, muitas vezes é tratada como questão financeira, o que faz com que seja vista sobre o ponto de vista mercadológico. De acordo com Kotler (1998), transação é uma troca de valor entre duas ou mais partes. O conceito de transação é semelhante ao conceito de troca, porém com uma ressalva para palavra valor. O autor ressalta que o cliente representa muito mais que uma transação para a empresa; ao longo do tempo ele representa valor para a empresa. A empresa precisa definir seu negócio, e baseado nisso, se o seu produto atenderá ao mercado todo ou somente uma parte dele. Ponderando a questão acerca de mercado, Kotler e Armstrong (2007, p. 6) definem-no como “o conjunto de compradores potenciais de um produto. Esses compradores compartilham de um desejo ou uma necessidade específica que podem ser satisfeitos por meio de trocas e relacionamentos”. Na visão de Limeira (2003, p. 3), “mercado é conjunto de pessoas e ou organizações cujas necessidades podem ser satisfeitas por produtos ou serviços e que dispõem de renda para adquiri-los”. As necessidades do mercado são atendidas pelo marketing, por meio do desenvolvimento de ações e uso de técnicas que têm a finalidade de atingir um determinado público e satisfazer uma parcela do mercado. 25 Mercados, do ponto de vista de gerentes de marketing, são conjuntos de compradores reais e potenciais que têm disposição e meios de comprar e demandar produtos (SANDHUSEN, 1998). De acordo com o exposto, cabe à organização que está inserida no mercado responder a demanda, identificando as necessidades de seus clientes para gerar produtos ou serviços para colocação em funcionamento de planos mercadológicos. A seguir será abordado o conceito de composto mercadológico. 2.2.3 Composto mercadológico O composto mercadológico em forma dos 4 P’s (quatro pês), foi uma expressão criada pelo professor Eugene Jerome McCarthy para explicar o conceito de marketing (COBRA, 2007). Para Rocha e Christensen (1999, p. 26), “o composto mercadológico ou marketing mix é o conjunto de instrumentos controláveis pelo gerente de marketing, por meio dos quais ele pode obter melhor ajustamento entre a oferta que sua empresa faz ao mercado e a demanda existente”. De acordo com Kotler e Armstrong (2007, p. 4), “o composto de marketing é um conjunto de ferramentas de marketing que operam juntas para satisfazer as necessidades dos clientes e construir relacionamentos com eles”. Ainda na visão de Kotler e Armstrong (2007, p. 42), o mix de marketing “é o conjunto de ferramentas de marketing táticas e controláveis que a empresa combina para produzir a resposta que deseja no mercado-alvo. Consiste em tudo o que a empresa pode fazer para influenciar a demanda de seu produto”. Esse conjunto de ferramentas pode ser utilizado pela empresa para implementar sua estratégia de marketing. As principais ferramentas do mix de marketing são classificadas em quatro grandes grupos: produto, preço, praça e promoção. Segundo Sandhusen (1998, p. 2), “os produtos são definidos, de forma abrangente, como qualquer coisa tangível ou intangível oferecida para uso ou consumo e que é capaz de satisfazer os desejos”. Pode-se dizer que o produto pode representar ou não a satisfação do cliente. Para Kotler e Armstrong (2007, p. 42), “produto significa a combinação de bens e serviços que a empresa oferece para o mercado-alvo”. 26 Complementam Churchill e Peter (2000) ao mencionar que produto é algo oferecido por profissionais de marketing para clientes com propósito de troca. Assim, o produto como sendo a razão de uma troca, deve em princípio, ser favorável ao atendimento das necessidades do cliente. O preço é também um importante aspecto a ser considerado. “Bons produtos podem ser desprezados por terem preços muito altos ou até mesmo muito baixos” (LAS CASAS, 2006, p.16). Para definir-se o preço de um produto é necessário verificar quais os preços são praticados pelo mercado. O preço é determinado entre as partes que negociam. Segundo Kotler e Armstrong (2007, p. 42), “preço é a quantia de dinheiro que os clientes têm de pagar para obter o produto”. O conceito de preço auxilia na percepção de valor dos produtos sendo utilizado para aquisição dos mesmos. Na visão de Las Casas (2006, p. 192), “o preço ajuda a dar valor às coisas e representa uma troca pelo esforço feito pela empresa”. Na realidade, a formação de preço é um processo detalhado que envolve uma análise de todos os investimentos feitos pela empresa. Deve-se ter o cuidado para que o preço não seja muito mais elevado do que o concorrente, pois isso pode provocar a redução nas vendas. A distribuição do produto é um item de relativa importância no processo de compra do consumidor. Churchill e Peter (2000, p. 20) citam que “o elemento distribuição, ou canais de distribuição, refere-se a como produtos e serviços são entregues aos mercados para se tornarem disponíveis para trocas”. De acordo com Cobra (2007, p. 250), “a distribuição precisa levar o produto ou serviço ao lugar certo, em tempo e quantidade certos, ao comprador potencial”. Entende-se por distribuição a forma de levar o produto ao consumidor. Nesse sentido, o controle dos canais de distribuição pode medir o grau de eficiência de uma empresa na entrega do produto. O composto promocional é o conjunto de ferramentas que tem a finalidade de mostrar para o cliente o valor do produto. Como expõem Churchill e Peter (2000, p. 19), “o elemento promoção, ou comunicação, refere-se a como os profissionais de marketing informam, convencem e lembram os clientes sobre produtos e serviços”. Segundo Cobra (2007, p. 31), “a promoção deve comunicar o produto ou serviço ao mercado, estimulando e realizando a venda, isto é, a transferência de posse”. Na mesma visão, Kotler e Armstrong (2007, p. 42) citam que “promoção envolve as atividades que comunicam 27 os pontos fortes do produto e convencem os clientes-alvo a comprá-lo”. Assim, percebe-se que a promoção é a forma de atrair e comunicar o produto ao público desejado. O composto promocional é uma estratégia bastante eficaz, pois consegue atingir o cliente de diversas formas, garantindo uma evidência do produto. O modelo desenvolvido por Raimar Richers (1994) descreve além do composto mercadológico, a interação da empresa com o meio ambiente e avalia os resultados operacionais da adoção do conceito de marketing em função dos objetivos da empresa. • Análise: visa identificar as forças vigentes no mercado e suas interações com a empresa. Os meios utilizados para tal fim são: a pesquisa de mercado e o sistema de informação em marketing. • Adaptação: é o processo de adequação das linhas de produtos ou serviços da empresa ao meio ambiente identificado através da análise. E isso ocorre através da apresentação ou configuração básica do produto: design, embalagem e marca. E ainda por meio de preço e da assistência ao cliente. • Ativação: os elementos-chave da ativação são a distribuição (seleção dos canais), a logística (a entrega e armazenagem de produtos), a venda pessoal (o esforço para efetuar a transferência de posse do bem ou serviço) e o composto de comunicação (publicidade e merchandising). • Avaliação: é o controle dos resultados do esforço de marketing, isoladamente e em conjunto. Essa função é também chamada auditoria de marketing. O marketing se relaciona com a colocação em funcionamento de planos mercadológicos, o que implica que a empresa esteja voltada para geração de produtos e serviços cujos objetivos sejam as necessidades e os desejos dos consumidores. A seguir será abordado o marketing de serviços. 2.3 Marketing de Serviços O setor de serviços representa mais da metade da economia do país e engloba diversas atividades, envolvendo empresas, profissionais liberais, instituições públicas e privadas, e organizações sem fins lucrativos. Com o crescimento da concorrência, dos custos, da queda da produtividade e da qualidade, faz-se necessário uma maior sofisticação de marketing de serviços. “As empresas 28 prestadoras de serviços têm de enfrentar três importantes tarefas de marketing: precisam aumentar a diferenciação, a qualidade e a produtividade do serviço” (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 220). Para Las Casas (2006), serviços constituem uma transação realizada por uma empresa ou por um indivíduo, cujo objetivo não está associado à transferência de um bem. Complementa ainda o autor com a seguinte colocação: o bem é alguma coisa – um objeto, um artigo, um artefato ou um material – e serviço como um ato, uma ação, um esforço, um desempenho. Segundo Grönroos (2003, p. 65): Serviço é um processo, consistindo em uma série de atividades mais ou menos intangíveis que, normalmente, mas não necessariamente sempre, ocorrem nas interações entre o cliente e os funcionários de serviço e/ou recursos ou bens físicos e/ou sistemas de fornecedor de serviços e que são fornecidas como soluções para problemas do cliente. Vivemos numa economia de serviços, em que a prestação e o marketing de serviços ocupam um papel cada vez maior em relação aos bens tangíveis. De acordo com Churchill e Peter (2000, p. 291), o setor de serviços cresceu por duas razões: “primeiro, a demanda dos consumidores e compradores organizacionais aumentou-se, e em segundo lugar, as novas tecnologias tornaram os serviços mais acessíveis”. Ainda na visão de Churchill e Peter (2000, p. 296), “a necessidade de qualidade nos serviços torna imperativo que os prestadores sejam bem qualificados e altamente motivados para satisfazer seus clientes”. Assim, pode-se concluir que para proporcionar serviços de qualidade, a organização precisa adequá-los às necessidades e desejos de clientes específicos e criar valor. Asseveram Churchill e Peter (2000) que um dos maiores desafios das comunicações de marketing para serviços é assegurar que o mercado-alvo entenda e valorize o que está sendo oferecido. A intangibilidade dos serviços muitas vezes faz com que seja impossível experimentá-los antes de comprar. Assim, a promoção é necessária para explicar o que é serviço e como ele irá beneficiar o comprador. Kotler e Armstrong (2007, p. 219) afirmam que “no marketing de serviços, a qualidade do serviço depende tanto de quem o executa quanto da qualidade da execução. Quem comercializa serviços, portanto, deve dominar as habilidades do marketing interativo”. Os 29 autores supracitados mencionam que marketing interativo significa que a qualidade dos serviços depende fortemente da qualidade da interação entre comprador e vendedor durante sua execução. Ponderando essa questão, Churchill e Peter (2000) definem alguns critérios dos consumidores para avaliar a qualidade de serviços: • tangível: inclui as evidências físicas do serviço; • confiabilidade: envolve a consistência e a segurança do desempenho do serviço; • responsividade: refere-se à disposição ou prontidão dos empregados ou profissionais a prestar o serviço; • garantia: refere-se aos conhecimentos e à competência dos prestadores de serviços e a sua capacidade de transmitir confiança. Esse critério envolve a reputação do prestador de serviço e a posse das habilidades necessárias, além de confiabilidade, credibilidade e honestidade. • empatia: refere-se aos esforços do prestador do serviço para compreender as necessidades do cliente e então, oferecer na medida do possível, a entrega de um serviço personalizado. Como expõe Albrecht (1992, p. 22), “a filosofia de administração e serviços sugere que todos têm um papel a desempenhar no esforço de garantir que as coisas funcionem bem para o cliente”. Dessa forma, qualquer pessoa que esteja em contato direto com o cliente deve sentir-se responsável por ver as coisas do ponto de vista do cliente e fazer o que seja possível para satisfazer suas necessidades. Essa filosofia sugere que toda a organização deve atuar como um grande departamento de atendimento ao cliente. Segundo Albrecht (1992, p. 21), a “administração de serviços é um enfoque organizacional global que faz da qualidade do serviço, tal como sentida pelo cliente, a principal força motriz do funcionamento da empresa”. Assim, prestar serviço é dar atenção ao cliente, é colocá-lo em primeiro lugar, é fazer com que todas as pessoas da organização estejam comprometidas e sejam gentis com o cliente. Uma cultura de serviços começa com a liderança da empresa que faz da excelência do serviço prestado ao cliente uma missão reconhecida por todos os membros da organização (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). 30 A qualidade do serviço está nos detalhes, ou seja, “a relação entre o fornecedor do serviço e o comprador do serviço está presente em muitos pontos individualizados de contato” (ALBRECHT, 1992, p. 26). Neste sentido, Kotler e Armstrong (2007, p. 218) manifestam que “em uma empresa prestadora de serviços, o cliente e o funcionário da linha de frente interagem para criar o serviço. A interação eficaz, por sua vez, depende das habilidades dos funcionários da linha de frente e dos serviços de apoio a eles”. Assim, percebe-se que as empresas focam sua atenção tanto em seus clientes quanto em seus funcionários. A competição se tornou bastante acirrada e proporciona tantas opções, que é mais fácil trocar de empresa ou produto do que reclamar. Conforme expõem Lovelock e Wright (2001), as empresas de serviços devem estar atentas aos aspectos gerenciais da recuperação em serviços, de forma que a falha ocorrida não resulte em rejeição futura aos serviços prestados. Por recuperação de serviços entendem-se as ações tomadas por uma empresa em resposta a uma falha de serviço (BERRY; PARASURAMAN, 1995). Se deixados de lado, sem reparo, os clientes podem acabar deixando a empresa, contando a outros clientes suas experiências negativas, e até mesmo desafiando a organização por meio de órgãos de defesa do consumidor ou outros órgãos legais. O sucesso de uma organização de serviços muitas vezes depende de sua capacidade de desenvolver relações com os clientes e de prestar serviços de qualidade. Eles beneficiam-se especialmente do marketing de relacionamento, que se centra em construir confiança e demonstrar comprometimento com o cliente (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). Sendo assim, tendo-se conhecimento dos principais conceitos do marketing, passa-se para o detalhamento do assunto de Marketing de Relacionamento. 2.4 Marketing de Relacionamento O marketing não é mais um diferencial na atuação das organizações. Hoje em dia, aplicar os conceitos e as técnicas de marketing já é obrigação que faz parte das estratégias empresariais. 31 Segundo Las Casas (2006, p. 25), “a valorização do consumidor cresceu muito em importância na década de 90. Hoje, fala-se muito em satisfazer necessidades, orientar a empresa ao cliente, superar expectativas e assim por diante”. O conceito de marketing tem importância fundamental na estratégia da empresa e no cotidiano das pessoas, no que diz respeito às práticas de melhorias das atividades voltadas às necessidades de clientes em mercados-alvo. O Marketing de Relacionamento visa manter a qualidade no relacionamento com o cliente. Surge como um complemento ao marketing tradicional; que segundo Almeida (2003), enquanto o marketing tradicional está voltado para o mercado na forma de agrupamentos de pessoas com as mesmas necessidades e se preocupa com o tradicional modelo dos 4 P's — produto, preço, promoção e ponto de venda (distribuição) — o Marketing de Relacionamento volta-se aos clientes de forma mais individualizada, buscando conhecer seu valor, suas necessidades e suas preferências. Conforme relata Oliveira (2010, p. 19), “uma das mais importantes tendências do marketing daqui para frente é o foco no cliente, buscando a fidelização. E isso só se consegue através de relacionamento contínuo”. Os relacionamentos permitem as empresas explorarem seus recursos a fim de obter vantagens competitivas que sozinhas elas não seriam capazes. É importante não perder o foco no atendimento e prestar atenção nos detalhes, pensando no cliente e no seu bem-estar. Quando as empresas focam no cliente, elas conseguem obter importantes vantagens no mercado, à medida que desenvolvem e praticam ações comprometidas com a busca da satisfação de seus consumidores (IWAKURA, 2009). Na visão de Marinho (2010), Marketing de Relacionamento é um conjunto de estratégias que visam o entendimento e a gestão do relacionamento entre uma empresa e seus clientes, atuais e potenciais, com o objetivo de aumentar a percepção de valor da marca e a rentabilidade da empresa ao longo do tempo. Essas estratégias são muito importantes para determinar a sobrevivência da empresa no mercado. Conforme menciona Almeida (2003), o Marketing de Relacionamento enfatiza principalmente a necessidade de um relacionamento em longo prazo com o consumidor, em detrimento das práticas de transações com o objetivo de curto prazo, buscando a fidelização dos clientes. Corrobora Vavra (1993, p. 45) ao mencionar que: 32 O objetivo do Marketing de Relacionamento é a retenção de clientes. Relacionamentos são construídos sobre familiaridade e conhecimento. A empresa do futuro restabelecerá relacionamentos pessoais com clientes por intermédio de bancos de dados detalhados e interativos. O desafio é definir rapidamente os bancos de dados exigidos, e daí agir sobre eles para restaurar relacionamentos pessoais em marketing. O marketing não deve ser entendido no velho sentido de efetuar uma venda - mostrar e vender -, mas no novo sentido de satisfazer as necessidades dos clientes (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). Dessa forma, é necessário entender as necessidades dos clientes para desenvolver produtos e serviços que ofereçam valor superior, que objetiva a construção de uma relação entre cliente e a empresa. Para Kotler e Armstrong (2007, p. 397), o Marketing de Relacionamento significa “criar, manter e acentuar sólidos relacionamentos com os clientes e outros públicos”. Iwakura (2009, p. 5) menciona que “uma empresa que pratica o Marketing de Relacionamento não quer apenas fazer uma única transação comercial com o cliente. Ela deseja uma longevidade nessa relação”. Neste sentido, é importante que toda a empresa esteja voltada para o atendimento das expectativas e necessidades dos clientes. A filosofia de marketing tem de ser disseminada por toda a organização, na busca do comprometimento dos funcionários para que atinjam bons resultados no atendimento aos clientes. Oliveira (2010, p. 19) cita que o “Marketing de Relacionamento envolve diversas diretrizes, uma delas é a pesquisa do comportamento, percepções e necessidades do cliente”. O autor supracitado relata ainda que a utilização da tecnologia mais adequada também tem sua importância nesse processo, pois através dela é que a empresa poderá absorver todas as informações sobre seus clientes, conseguindo com isso, implantar ações que disponibilizem maior valor agregado ao cliente, criando assim, vantagem competitiva com relação à concorrência. Para Kotler e Armstrong (2007, p. 18), “a explosão tecnológica criou novas e empolgantes formas de aprender sobre os clientes e rastreá-los, bem como criar produtos e serviços customizados de acordo com as necessidades individuais deles”. Dessa forma, a tecnologia também está ajudando as empresas a distribuir seus produtos de maneira mais eficiente e a comunicar-se diretamente com os clientes. Uma nova abordagem expande a visão das organizações acerca do que representa um programa de Marketing de Relacionamento. 33 Conforme relata Grönroos (2003, p. 293), “todo negócio é baseado em relacionamentos. No entanto, relacionamentos com clientes não acontecem por um passe de mágica; eles têm de ser merecidos. O mesmo vale para relacionamentos com distribuidores, fornecedores e outros parceiros”. Para Gummesson (2005, p. 280), “[...] Marketing de relacionamento é marketing visto como relacionamentos, redes e interações”. Segundo o autor, essa definição destaca os fenômenos centrais do marketing segundo a perspectiva de relacionamento (o relacionamento em si) e os processos-chave do relacionamento (as interações) bem como o fato de que o marketing de relacionamento muitas vezes ocorre em redes de parceiros cooperativos. Construir relacionamentos com clientes é uma tarefa que exige empenho e dedicação na elaboração do perfil de cada um deles, pois é necessário saber o comportamento de compra dos últimos meses (GREENBERG, 2001). Ainda segundo o autor, uma das formas de ajuda na execução desta tarefa o uso de um software integrado. Assevera Bogmann (2000, p. 35) que o “Marketing de Relacionamento é a tentativa das organizações desenvolverem ligações a longo prazo com seus clientes, que sejam efetivas em termos de custos, com vistas a consecução de benefícios mútuos”. Boas relações com os clientes podem ser armas estratégicas vitais para a empresa. Identificando seus clientes atuais e mantendo com eles relações estreitas, é possível concentrar a atenção nos melhores. Kotler (1998, p. 155) argumenta que “o principal é manter os clientes atuais e desenvolver cada vez mais o relacionamento existente”. Complementando, Oliveira (2010, p. 20) expõe: Marketing de Relacionamento, além de estratégia de marketing pode ser considerado como sendo uma filosofia, ou seja, a empresa passa a acreditar e vincular todas as suas ações ao cumprimento das expectativas do cliente, com o intuito de que ele mantenha um relacionamento mais próximo com a empresa e que se torne mais lucrativo pelo maior período de tempo possível. Neste sentido, percebe-se que é através do Marketing de Relacionamento que as organizações podem projetar e promover ações voltadas aos clientes, buscando sempre que estes se tornem cada vez mais próximos da empresa, podendo assim indicar os produtos e serviços por ela oferecidos. Quando a organização adota a filosofia do Marketing de Relacionamento, esta certamente obterá bons resultados em médio e em longo prazo. Para tanto, é necessário 34 conhecer o cliente, o grupo de consumidores ao qual ele pertence, saber seus hábitos e costumes. Estas informações serão extremamente úteis para a construção de um programa de Marketing de Relacionamento. Neste sentido, Grönroos (2003) afirma que identificar e estabelecer, manter e realçar relacionamentos com clientes implica que o processo de marketing inclui o seguinte: a) pesquisa de mercado para identificar clientes potencialmente interessantes e lucrativos para contatar; b) estabelecer o primeiro contato com um cliente de modo que surja um relacionamento; c) manter relacionamento existente de modo que o cliente fique satisfeito com a qualidade percebida e com o valor recebido, e esteja disposto a continuar a fazer negócios com a outra parte interessada do relacionamento; d) realçar um relacionamento em curso de modo que o cliente decida expandir o conteúdo do relacionamento; e) encerrar um relacionamento; às vezes uma empresa terá de enfrentar a situação na qual um cliente decide interromper o relacionamento ou a empresa ache necessário interromper o relacionamento com um cliente. Para manter um relacionamento, a qualidade percebida de bens, serviços, informações, contatos pessoais e todos os outros tipos de elementos de serviços apresentados de um dado relacionamento com um cliente têm de ser bons (GRÖNROOS, 2003). Na visão de Kotler (1999, p. 156), “hoje, todos os mercados se caracterizam por abundância de fornecedores e marcas”. Assim, a organização deve se voltar para garantia de um diferencial competitivo, que não é só o preço. O principal diferencial está no tratamento com o cliente. Para as empresas interessadas em encantar os clientes, valor e serviços excepcionais são mais que um conjunto de políticas ou ações, é uma atitude disseminada em toda a empresa, uma parte importante de sua cultura geral. Neste sentido, o marketing interno pode se tornar uma vantagem crucial em Marketing de Relacionamento. Como expõem Kotler e Armstrong (2007), marketing interno significa que a empresa deve orientar e motivar efetivamente seus funcionários para que eles trabalhem em equipe para fornecer satisfação aos clientes. Conforme citam Kotler e Armstrong (2007, p. 11), “empresas inteligentes têm como objetivo encantar o cliente prometendo somente aquilo que podem oferecer e entregando mais do que prometem”. Assim, segundo os autores supracitados, os clientes encantados não 35 apenas repetem as compras, como também se tornam evangelizadores de clientes que contam aos outros suas boas experiências com o produto. Kotler e Armstrong (2007, p. 22) citam que “marketing é o processo de construir relacionamentos lucrativos com os clientes criando valor para eles e recebendo valor em troca”. As empresas estão percebendo que perder um cliente significa perder mais do que uma única venda. Significa perder o valor de todas as compras que um cliente faria ao longo de uma vida inteira de fidelidade (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). Além disso, o custo de reposição é cinco vezes maior que o custo para manter um cliente atual. Kotler (1998) expõe que, infelizmente, a maior parte da teoria e prática do marketing centraliza-se na arte de atrair novos consumidores e não em reter os existentes. O foco tem sido sobre a pré-venda e a venda em vez de centrar-se nas atividades pós-venda. Verifica-se que há uma preocupação com a perda de clientes, pois traz como conseqüência a redução de lucros para a empresa, sendo que é bastante significativa. “Um estudo indicou que as empresas podem melhorar os lucros entre 25 e 85% ao reduzir a taxa de abandono de clientes em 5%” (KOTLER, 1998, p. 58). Complementando seus estudos, o autor supracitado exemplifica o custo de conquista de um novo cliente: a) custo médio da visita de um vendedor (incluindo salários, comissões, benefícios e despesas); b) número médio de visitas para converter um cliente potencial em cliente real; c) custo de atrair um novo cliente. Exemplo: $ 300 x 4 $ 1.200 No exemplo acima o autor não cita os custos necessários para propaganda, promoção, produção, planejamento, entre outros. Kotler (1998) ainda demonstra o valor de duração do consumidor da seguinte maneia: a) receita anual do consumidor; b) número médio de anos de lealdade; c) margem de lucro da empresa; d) valor de duração do consumidor. 36 Exemplo: $ 5.000 x 2 x 0,10 $ 1.000 Averigua-se a partir do exemplo citado por Kotler (1998), que uma empresa gasta mais para atrair um novo consumidor do que manter o consumidor atual. Diante do exposto, é possível identificar que vale muito mais investir na manutenção de um cliente do que reunir esforços para conquistar um novo cliente. Para Kotler e Armstrong (2007, p. 5), “os clientes formam expectativas em relação ao valor e à satisfação que várias ofertas proporcionarão e fazem suas escolhas de acordo com essas expectativas”. Assim, clientes satisfeitos compram novamente e contam aos outros suas boas experiências. A chave para criar relacionamentos duradouros com o cliente é criar valor superior e satisfação para ele. Clientes satisfeitos têm maior probabilidade de serem clientes fiéis e conceder às empresas uma participação maior de seus negócios (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). O encantamento do cliente cria um relacionamento emocional com um produto ou serviço, não apenas uma preferência racional. Conforme afirmam Kotler e Armstrong (2007), para aumentar a participação de cliente, as empresas podem oferecer mais variedades aos clientes atuais; bem como treinar os funcionários para fazer vendas cruzadas e vendas incrementais com o intuito de negociar mais produtos e serviços com os clientes exigentes. As empresas não querem apenas criar clientes lucrativos, mas tê-los para a vida inteira, capturar seu valor ao longo do tempo e receber uma participação ainda maior de suas compras. Complementando, Albrecht (1992) argumenta que faz sentido pensar no cliente como um ativo que se valoriza na empresa; um ativo cujo valor aumenta com o passar do tempo, e isso é exatamente o que ocorre quando a satisfação e a lealdade do cliente estão crescendo. Para Kotler e Armstrong (2007, p. 397), “a melhor maneira de manter clientes é oferecer-lhes altos níveis de satisfação e valor, que resultam em forte lealdade”. A satisfação do cliente depende do que ele percebe em relação ao desempenho do produto em comparação com suas expectativas. Assim, segundo Kotler e Armstrong (2007), 37 se esse desempenho não corresponder às expectativas do cliente, o comprador ficará insatisfeito. Se corresponder às expectativas, ele ficará satisfeito. Se exceder às expectativas, ele ficará altamente satisfeito ou encantado. Em virtude disso, as empresas se desdobram para manter seus clientes importantes satisfeitos. Na visão de Grönroos (2003, p. 297), “a empresa não pode parar de dar atenção ao cliente tão logo seja tomada à decisão de compra. O relacionamento com o cliente tem de ser gerenciado com igual cuidado durante todo o processo de consumo ou utilização”. Segundo Greenberg (2001), a gestão do ciclo de vida do cliente é o mapeamento dos dados dos clientes para definir seu comportamento, para que os processos da empresa sejam totalmente ocupados em conquistar clientes, vender para eles e manter com eles um relacionamento de longo prazo. Esta ferramenta possibilita determinar o quanto o cliente é lucrativo para a empresa e se a retenção dos clientes pode ser convertida em valores financeiros. Por meio de cálculos desenvolvidos também é possível calcular a receita esperada de um novo cliente e o lucro financeiro com o aumento da retenção de clientes. Ao calcular o valor do ciclo de vida de um cliente é possível determinar o quanto ele vale durante sua vida na empresa. Este não é um conceito novo, mas cresceu muito nos últimos anos, em função da liberdade de escolha dos consumidores e a competitividade do mercado (GREENBERG, 2001). Seguindo este raciocínio, Grönroos (2003, p. 293) argumenta que “pode ser útil ver o desenvolvimento de um relacionamento com o cliente como um ciclo de vida”. O autor supracitado expõe que o ciclo de vida consiste em três fases básicas: a) fase inicial: o objetivo do marketing é criar interesse pela empresa e por seus serviços; b) fase de compra: o interesse geral deve estar voltado para vendas, fazendo promessas que são aceitas pelo cliente potencial. O cliente potencial (individual ou comprador empresarial) deve entender que aceitar as promessas relativas à forma futura de solução de problemas da empresa é uma boa opção; c) fase de consumo (utilização): o cliente deve receber experiências positivas da capacidade da empresa para cuidar de seus problemas. Nesse estágio, as promessas que foram aceitas pelo cliente devem ser cumpridas. Ainda na visão de Grönroos (2003), o marketing deve ser planejado e implementado por todo o ciclo de vida como um processo contínuo, caso contrário, inúmeros relacionamentos com clientes são interrompidos. Neste sentido, o marketing é o maior responsável pela geração de receitas lucrativas 38 para a empresa. As ações de marketing começam muito antes da venda. Para Kotler (1999), o marketing é a tarefa assumida pelos gerentes de avaliar as necessidades, medir sua extensão e intensidade, e assim determinar se existe oportunidade para lucros ou não. Diante do exposto, pode-se afirmar que o Marketing de Relacionamento surge como uma filosofia empresarial, deixando de ser uma função administrativa. É o conjunto de ações que a empresa e os funcionários realizam, orientados por um programa de fidelização, com o objetivo de conquistar e manter a simpatia e confiança do consumidor para receber em troca, por um longo período de tempo, a preferência do consumidor. Para atingir esses objetivos, Costa, Marinho e Almeida (2010) citam que a instituição deve optar pela implantação de um modelo de gestão de Marketing de Relacionamento, auxiliado por um sistema de banco de dados detalhado e interativo. Por conseqüência, desenvolver estratégias de retenção de clientes é a melhor forma de compensar os custos investidos em cada cliente. Para isso, a elaboração de um programa Marketing de Relacionamento se faz extremamente necessária para o cumprimento desses objetivos. A implantação de um programa de Marketing de Relacionamento significa criar e manter vantagens competitivas; e neste sentido, toda a organização deve estar voltada para atender as expectativas do cliente. Um programa de Marketing de Relacionamento é construído a partir de informações dos clientes, e tem por objetivo o aumento da carteira. Existem alguns conceitos e metodologias utilizadas na construção de um programa de Marketing de Relacionamento. Alcântara (2010) traçou alguns pontos fundamentais para a iniciação do processo, conforme segue: a) etapa inicial: num primeiro momento se faz necessário um planejamento com estabelecimento de metas e prazos. No entanto, precisa-se efetuar o levantamento de recursos disponíveis, bem como formulação de um cronograma para realização das atividades. Para a complementação dessa etapa é imprescindível a informação atualizada dos processos de relacionamento com clientes ou prospect; levantar dados existentes, bem como forma de armazenamento e atualização dos mesmos e os responsáveis pela captação e manutenção das informações. Com esse diagnóstico será possível identificar e corrigir possíveis falhas no processo; b) captação e armazenamento de dados: captar e armazenar apenas dados relevantes para o relacionamento com clientes. É importante ser objetivo e ter padronização nos campos. Contudo, a fim de evitar acúmulo de lixo, deve-se monitorar a entrada de 39 dados. Capturar sempre o nome dos decisores nas empresas. Considera-se necessário o armazenamento do histórico de interação com cliente; como e quando se tornou cliente da empresa; registros de suas necessidades; perfil de compra, entre outros. Para transformar dados em informações valiosas a fim de que possam ser utilizadas em um processo de relacionamento duradouro entre empresa e cliente, faz-se necessária a participação de profissionais qualificados e bem treinados. Só o conjunto de programa eficiente e atendimento personalizado é capaz de compor uma ferramenta de comunicação e fidelização eficaz; c) dados capturados: considera-se uma etapa fundamental para o processo de relacionamento a transformação de dados em informações relevantes que serão utilizadas em benefício da empresa. Por meio do banco de dados é possível coletar informações de cada entidade cadastrada, proporcionando atendimento personalizado. Segmentar a carteira é possível também pela semelhança entre os clientes, formando com isso grupos que receberão atendimento dirigido e diferenciado conforme perfil. Os indicadores de performance ajudam no acompanhamento do negócio, trazendo em destaque os clientes mais rentáveis e que merecem maior atenção no processo de relacionamento. Outra informação importante é o valor do cliente ao longo de sua vida na empresa. Com a classificação dos clientes por lucratividade, pode-se definir o investimento em novas prospecções, na retenção e ativação dos atuais clientes e também na recuperação de clientes inativos. Diversos relatórios poderão ser gerados para que acertos e erros ocorridos na política de relacionamento com clientes fiquem visíveis e acessíveis para os tomadores de decisão, porém, sabe-se que o perfil e o comportamento dos consumidores são mutantes e essas mudanças devem estar registradas no banco de dados; d) programa de relacionamento: um programa de relacionamento contínuo e eficiente, somado a um atendimento personalizado, é uma ferramenta importante na comunicação e fidelização. A identificação dos clientes lucrativos pode ser feita através da Curva ABC, que segundo Carvalho (2002), trata-se de classificação estatítica de materiais, baseada no princípio de Pareto, em que se considera a importância dos materiais de acordo com as quantidades utilizadas e no seu valor. Também pode ser utilizada para classificar clientes em relação aos seus volumes de compras ou em relação à lucratividade proporcionada. 40 Corrobora Bogmann (2000, p. 35) com a seguinte colocação: O Marketing de Relacionamento é uma filosofia cujo resultado depende do comprometimento dos dirigentes da empresa e de todos os funcionários. Se não houver uma cultura interna voltada para o marketing de relacionamento, o programa terá poucas chances de obter resultados satisfatórios. Como exposto por Alcântara (2010), a implantação de um Programa de Marketing de Relacionamento exige a execução de uma série de ações que resultam na segmentação da carteira de clientes para que estes possam ter um atendimento especializado, voltado às suas necessidades. Assim, faz-se necessário seguir alguns passos principais e adequar o programa de acordo com a realidade e necessidade da organização e de seus clientes. A fidelização do cliente está associada à qualidade dos produtos e serviços que lhes são oferecidos. Segundo Oliveira (2010, p. 6), “o cliente é a fonte de renda das empresas”, e para tanto, sabe-se que não é suficiente somente conquistá-lo, é preciso mantê-lo fiel a sua empresa, criando uma atmosfera agradável de relacionamento freqüente e duradouro, para gerar mais vendas. Segundo Moutella (2010), o objetivo da fidelização é reter os clientes, evitando que migrem para a concorrência, e aumentar o valor dos negócios que eles proporcionam. As empresas desejam clientes fiéis para obter vantagens financeiras. Já nos relacionamentos pessoais, a fidelidade está diretamente ligada a vantagens emocionais. Neste sentido, o importante não é ter uma imensa carteira de clientes, mas ter uma boa base de clientes rentáveis. Kotler (1999) expõe que alguns clientes têm maior importância que outros, podendo ser classificados por recentidade, freqüência e valor monetário. Nem sempre o maior cliente é o mais lucrativo para a empresa, o que gasta mais. Assim, sugere o autor supracitado que as empresas devem tomar medidas para transformar os clientes não-lucrativos em clientes lucrativos. Para Kotler e Armstrong (2007, p. 17), “as empresas não querem apenas criar clientes lucrativos, mas tê-los para a vida inteira, capturar seu valor do cliente ao longo do tempo e receber uma participação ainda maior de suas compras”. A fidelização de clientes está fortalecida pela existência e força das novas tecnologias. Neste ponto fica mais viável atender o cliente e suas expectativas, identificar suas diferenças e atuar de forma personalizada, o que pode significar ações de segmentação. 41 No entanto, muitas empresas ainda utilizam o marketing de massa, não se atentando para os inúmeros programas de fidelização existentes, por meio de ferramentas de CRM – Customer Relationship Management e de Marketing de Relacionamento. Os programas de fidelização têm por objetivo recompensar formalmente o cliente mais fiel à organização. Campos (2010) menciona, que a implantação de Estratégias de Fidelização, é base principal para crescimento de uma organização, sobretudo se não houver consciência futurísticas e inovadoras dos membros da organização, nenhum esforço terá valia, uma vez que a empresa não é uma ilha. Ainda na visão da autora, algumas ações são fundamentais para a implantação de estratégias de fidelização, como: a) interatividade: conversa direta com o cliente, captação de suas necessidades; b) data base de clientes: cliente em particular análise de seu perfil para um tratamento diferenciado; c) customização em massa: personalização do cliente. Identifica-se que essas ações são as mesmas premissas utilizadas para a elaboração de um programa de Marketing de Relacionamento. Todos estes pontos estão interligados (relacionamento, fidelização, CRM, entre outros). O tema CRM está diretamente ligado à reengenharia de processo do negócio e à gestão da qualidade total. Assevera Greenberg (2001, p. 39) que: CRM é uma mentalidade empresarial, um mantra e um conjunto de processos e políticas de negócios que são estabelecidos para conquistar, manter e servir clientes. De uma maneira geral, CRM inclui os processos dos negócios diretos com os clientes, como marketing, vendas e atendimento ao cliente. O avanço tecnológico foi um catalisador para o crescimento e expansão da ferramenta de CRM, pois a tecnologia deu condição de escolha para o cliente (principalmente a Internet). Nesse sentido, as empresas se voltaram para seus clientes, buscando uma melhor forma de atender suas necessidades e superar expectativas. Ainda na visão de Greenberg (2001, p. 41), CRM “é um conjunto abrangente de processos e tecnologias para a gestão das relações com os clientes atuais e potenciais, e com os parceiros da empresa, em áreas como marketing, vendas e serviços, independentemente do canal de comunicação”. Com a utilização da base de conhecimento do cliente e de ferramentas de 42 interatividade ou CRM, de técnicas de marketing direto e programas de retenção, tende-se a consolidar o relacionamento, evitando-se a dispersão e otimizando ações comerciais e verbas publicitárias. Compreende-se que “o objetivo do CRM é otimizar a satisfação dos clientes e parceiros, a receita e a eficiência da empresa pela construção da mais forte relação possível no nível organizacional” (GREENBERG, 2001, p. 42). Segundo Greenberg (2001, p. 50), “a gestão de relacionamento com o cliente é o comprometimento da empresa em colocar a experiência do cliente no centro de suas prioridades e assegurar que sistemas, processos e recursos de informação alavanquem o relacionamento, pela melhoria da sua experiência”. Assim, fica claro que, CRM não é apenas software. Ele é composto pela estratégia do negócio, por pessoas e processos e pela tecnologia da informação. No próximo capítulo estão apresentados os procedimentos metodológicos que foram utilizados para compor os resultados deste estudo. 43 3 METODOLOGIA Neste item estão apresentados os procedimentos metodológicos adotados para a elaboração da presente pesquisa, com o intuito de auxiliar no alcance de todos os objetivos propostos. A pesquisa foi realizada na empresa Softplan Planejamento e Sistemas Ltda e visou o estudo das práticas de relacionamento com os clientes do Sistema SIENGE, a fim de identificar melhorias para aprimorar essa relação. A seguir estão descritas as técnicas utilizadas para a obtenção dos dados para a realização do estudo. 3.1 Quanto à abordagem do problema A pesquisa utilizou o método qualitativo. De acordo com Richardson (1999, p. 80), “os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais”. A pesquisa qualitativa, segundo Minayo (2002), trata-se de uma atividade da ciência que visa à construção da realidade, mas que se preocupa com as ciências sociais em um nível de realidade que não pode ser quantificado. Trabalha com o universo de crenças, valores, significados e outros construtos profundos das relações que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. 3.2 Quanto aos objetivos A pesquisa classifica-se como exploratória. As pesquisas exploratórias, na visão de Gil (2002, p. 41), “têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo mais explícito, [...] têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições”. No entendimento de Cervo e Bervian (2002, p. 69), “os estudos exploratórios não elaboram hipóteses a serem testadas no trabalho, restringindo-se a definir objetivos e buscar mais informações sobre determinado assunto de estudo”. 44 É também descritiva, e segundo Gil (2002, p. 42), “as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial, a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações variáveis”. 3.3 Quanto aos procedimentos técnicos A pesquisa quanto aos procedimentos técnicos, classifica-se como estudo de caso, pois de acordo com Gil (2002) esta técnica compreende um estudo aprofundado e exaustivo de objetos de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado. A pesquisa visa a partir desta técnica, o estímulo a novas descobertas, a possibilidade de flexibilidade no planejamento, enfatizar a multiplicidade de dimensões do problema, bem como apresentar simplicidade nos procedimentos (GIL, 2002). Foi realizado um estudo no Sistema SIENGE da empresa Softplan Planejamento e Sistemas Ltda, relacionando-o com a literatura, a fim de analisar o relacionamento entre a empresa e seus clientes. 3.4 Quanto às técnicas de coleta de dados A técnica utilizada foi a observação participativa, que segundo Rauen (2002), é uma técnica de pesquisa que consiste na presença constante do observador no contexto de observação, e na qual a interação face a face é fundamental. Como a acadêmica é funcionária da empresa, foi possível a investigação das práticas de relacionamento em alguns setores do Projeto e assim, relacioná-los com a fundamentação apresentada. Minayo (2002, p. 59) concorda que “a técnica de observação participante se realiza através do contato direto do pesquisador com o fenômeno observado para obter informações sobre a realidade dos atores sociais em seus próprios contextos”. Foi utilizada também a pesquisa documental. Sob o ponto de vista de Lakatos e Marconi (1999, p. 64), “a característica da pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está restrita aos documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias. Estas podem ser recolhidas no momento em que o fato ou fenômeno ocorre, ou depois”. Na pesquisa documental foi utilizada a Intranet, onde estão disponíveis os documentos de instruções e procedimentos de trabalho, documentos da qualidade dentre outros. 45 3.5 Delimitação do universo pesquisado A população deste estudo foi formada pelos colaboradores da empresa Softplan Planejamento e Sistemas Ltda. A amostra, que segundo Gil (1999, p.100), “é o subconjunto do universo ou da população, por meio do qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população”, foi constituída pelo Sistema SIENGE englobando processos e colaboradores para a observação das suas atividades e identificação das práticas de relacionamento. 3.6 Análise dos dados Os dados contidos nesta pesquisa foram analisados sob a forma de análise de conteúdo, pois conforme Beuren (2006) buscou compreender o objetivo a que se propôs através de um maior aprofundamento das características relativas ao tema estudado. Depois de identificadas as atuais práticas de relacionamento com os clientes, foi feita uma análise de todas as práticas com o intuito de levantar os pontos fortes e fracos desse relacionamento. Para a ferramenta de pesquisa de satisfação, que é uma prática anual da empresa, foram interpretadas as respostas dos clientes e utilizou-se como apoio o método de Pareto para classificar os clientes mais importantes financeiramente. Assim, comparou-se a satisfação destes clientes com a satisfação geral dos clientes do Sistema SIENGE que responderam a pesquisa até a data limite de análise dos dados. No próximo capítulo será apresentada a caracterização da empresa estudada. 46 4 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA A Softplan é uma empresa especializada em planejamento e desenvolvimento de sistemas informatizados para gestão de mercados específicos. Cada mercado é atendido por um Sistema, representado por quatro segmentos distintos da empresa. Após vinte anos trabalhando no desenvolvimento de softwares para gestão, tornou-se possível estabelecer um padrão de tecnologia, traduzida na utilização de linguagens de quarta geração, em classes e componentes de software de sistemas operacionais que são referência no mercado, nas avançadas ferramentas de gerenciamento de projetos. Sediada no Centro de Tecnologia IlhaSoft, em Florianópolis, Santa Catarina, a Softplan possui uma equipe técnica composta por profissionais capacitados e qualificados: analistas de desenvolvimento, programadores, analistas de suporte, engenheiros, bacharéis, administradores, redatores técnicos, entre outros. Os clientes estão localizados em vários estados brasileiros e também na América Central. Os mercados atendidos são: construção civil (Sistema SIENGE); transporte, obras e administração pública (Sistema SIDER); judiciário, ministério público e procuradorias (Sistema SAJ); e gerenciamento de projetos financiados por organismos internacionais (Sistema SAFF). 4.1 Histórico da empresa A empresa Softplan Planejamento e Sistemas Ltda foi fundada em 1990. Em 01 de outubro de 1990, três jovens empreendedores e amigos iniciaram uma trajetória com seus conhecimentos no setor de tecnologia da informação, dando início as atividades empresariais de desenvolvimento de softwares. A empresa foi instalada inicialmente no centro da cidade de Florianópolis, e após mudou-se para o bairro Trindade. Com o empenho e comprometimento de seus fundadores e colaboradores, a empresa teve um crescimento forte e seguro, e em pouco tempo ganhou espaço no mercado de software para segmentos específicos. O crescimento da Softplan exigiu instalações modernas e adequadas ao porte que a empresa adquiriu. Assim, em 2002 foi inaugurado o centro de tecnologia IlhaSoft, sua própria 47 sede localizada no Parque Tecnológico Alfa, onde se concentram as empresas de tecnologia da informação da capital catarinense. A diretoria da empresa é composta pelos sócios-fundadores, sendo um deles Engenheiro Civil e os outros dois, bacharéis em Ciências da Computação. A Softplan tem como diferencial competitivo o desenvolvimento de soluções integradas com foco nas necessidades dos clientes, através da utilização de tecnologia adequada. À medida que consolidou sua atuação em segmentos específicos de mercado, novos conceitos e novas tecnologias foram agregados aos seus produtos. A consolidação dos processos envolvidos no dia a dia da empresa foi conquistada através da certificação ISO 9001, obtido em 1998 e que se mantém até os dias de hoje. A empresa mantém alianças comerciais com fornecedores mundiais de tecnologia e convênios com instituições de ensino, e sustenta uma política de capacitação constante de sua equipe e desenvolvendo projetos de pesquisa e inovação. Visa como resultados, soluções de qualidade e tecnologia com foco no cliente para agilizar os processos de negócio por meio da integração e padronização das rotinas de trabalho. 4.2 Sistema da Qualidade O Sistema da Qualidade é o conjunto de estrutura, responsabilidades, procedimentos, processos e recursos da empresa necessários para implementar, manter a gestão, a garantia da qualidade dos produtos gerados e serviços prestados. Para se destacar no mercado como uma empresa competitiva, a empresa tem definida suas políticas para traçar os possíveis caminhos a serem percorridos para alcançá-los. 4.2.1 Política da Qualidade A Política da Qualidade é divulgada a fim de que todos os colaboradores da empresa tenham pleno conhecimento de seus objetivos, através de treinamentos, reuniões, informativos internos, etc. Consiste nos seguintes tópicos: - Satisfazer os clientes através de produtos e serviços de tecnologia da informação. - Valorizar e capacitar constantemente os colaboradores. 48 - Utilizar adequadamente a tecnologia como diferencial competitivo. - Cumprir os requisitos regulamentados, buscando a melhoria contínua do sistema de gestão da qualidade; em especial aqueles relacionados aos clientes.. 4.2.2 Requisitos de cliente No ano de 2004 foi realizada uma pesquisa para levantamento dos requisitos de cliente. A pesquisa foi realizada com os principais clientes para detectar as expectativas e necessidades essenciais que são geradas no fornecimento de produtos e serviços, no qual a empresa verificou os seguintes pontos fundamentais que os clientes exigem que sejam cumpridos: - Confiabilidade: desenvolver e manter sistemas confiáveis, com exatidão de informações e baixa quantidade de erros. - Qualidade de informações gerenciais: desenvolver e manter sistemas que apresentem informações gerenciais com alta qualidade. - Produtividade: desenvolver e manter sistemas que gerem aumento de produtividade através da automação de processos, evitando repetição de atividades e retrabalho. - Segurança: desenvolver e manter sistemas com segurança das informações e controle de acessos de usuários. - Empenho: prestar atendimento e treinamento com empenho, interesse e comprometimento. - Tempo de resolução: prestar atendimento e realizar manutenção com tempo adequado de resolução, respeitando prioridade e complexidade. 4.3 Organograma da Organização De acordo com a estrutura apresentada pela empresa, o organograma funcional é parte fundamental, pois é a partir dele que são estabelecidas as estratégias alinhadas a cada departamento. O organograma da Softplan apresenta-se sobre a seguinte forma: 49 Figura 02 – Estrutura Softplan Fonte: Intranet Softplan/Poligraph, 2010. 50 Internamente, os quatro sistemas desenvolvidos pela Softplan são identificados como Projetos, sendo que cada um deles contém uma equipe e infraestrutura específica para o desenvolvimento de suas atividades. Pode-se considerar correto identificá-los dessa maneira, pois, em se tratando de sistemas de informação e tecnologia, o processo de desenvolvimento dos sistemas é contínuo. Seja para criação de novos módulos, aprimoramento das funcionalidades, melhorias em geral. Como mencionado nos capítulos introdutórios, o presente estudo é focado no Sistema SIENGE, delineando seus aspectos e características para um melhor entendimento do assunto, como segue no próximo item. 4.4 Sistema SIENGE O SIENGE é um software integrado de gestão desenvolvido especialmente para as empresas da indústria da construção, considerando todas as particularidades que o segmento exige. O sistema aborda o processo da construção de forma integrada, abrangendo desde a pesquisa de mercado, vendas de imóveis, elaboração de orçamentos, planejamento de obras, acompanhamento de obras, estoque, até a gerência comercial e financeira de uma empresa de construção. Proporciona desta forma, a racionalização de tempo, materiais e custos, identificando desvios para que medidas corretivas possam ser tomadas em tempo hábil. Com mais de 19 anos de experiência no segmento, o software é o único ERP (Enterprise Resource Planning) para a indústria da construção 100% WEB. O cliente pode executar o sistema localmente com uma interface WEB, intuitiva e ergonômica ou pode executar totalmente pela internet, de qualquer lugar do mundo. Isso significa vantagens para os usuários, pois possibilita o acesso ao sistema de qualquer local e baixo investimento em infraestrutura. 4.4.1 Processos do Sistema SIENGE O SIENGE possui uma estrutura organizacional composta de diretor, gerente de desenvolvimento, analistas de desenvolvimento, gerente comercial, consultores de produto, coordenador de suporte e demais colaboradores. 51 São explanadas as características dos departamentos do Sistema SIENGE, dando uma ênfase maior ao atendimento, comercial, consultoria, pois estes são os que mantêm contatos freqüentes com os clientes. 4.4.1.1 Atendimento Os clientes do Sistema SIENGE, mediante cláusula contratual têm o direito de atualizar as versões e utilizar o suporte do sistema. Os funcionários da linha de frente são representados pelo Suporte SIENGE, responsáveis pelo atendimento ao cliente para orientações e esclarecimentos de dúvidas, registros dos atendimentos e seus devidos encaminhamentos. As solicitações são registradas formalmente pelos clientes, utilizando os meios já disponibilizados, como por exemplo: Portal de Atendimento ao Cliente (WEBSALT), telefone, e-mail etc. As solicitações de atendimento geram a necessidade de análise e posterior realização de ações no sentido de equacionar problemas ou erros encontrados, realizar modificações solicitadas pelos clientes ou implementar melhorias nos sistemas contratados. Esses funcionários desempenham um papel importante, pois de certa forma, eles representam a empresa depois que o cliente começa a usar o sistema. De acordo com Bogmann (2000), o cliente interno pode ser muito útil para a organização e o perfeito entendimento do conceito pode garantir um clima organizacional melhor, maior produtividade, mais união dentro da equipe, maior satisfação do cliente externo. Afinal, num mercado extremamente competitivo, todos os produtos e serviços tornaram-se commodities e a única coisa que os diferencia é o algo a mais oferecido pelo contato humano. Quando o telefone de uma empresa toca, não é a empresa quem atende e sim o seu funcionário (BOGMANN, 2000). 4.4.1.2 Comercial A área de vendas ganha destaque e crescente importância na garantia de interesses econômicos, pois ajuda a aumentar a demanda do produto e impulsiona os negócios em geral. O mecanismo de venda utilizado no Sistema SIENGE é o telemarketing. A departamentalização na área de vendas é dividida em grupos de Apoio e de Vendedoras. O grupo de Apoio de pré-clientes trata de despertar o interesse do cliente potencial, informandoo as características de cada módulo do software SIENGE. Havendo um interesse do cliente em 52 algum módulo do software, ele é encaminhado para uma vendedora que trata de preparar uma proposta de acordo com as necessidades desse cliente. Após a passagem do cliente pelo setor comercial, onde são realizadas as negociações de acordo com o seu perfil e necessidades, o cliente é encaminhado para a área de consultoria. 4.4.1.3 Consultoria e Canal SIENGE A consultoria consiste numa equipe de colaboradores internos que são responsáveis pelo treinamento e implantação do software no cliente. No processo de implantação do sistema, o consultor identifica algumas características do cliente, como por exemplo, se o cliente é uma construtora ou incorporadora, quantidade de usuários, quais módulos o cliente tem interesse; e assim montar um roteiro de treinamento que atenda a sua necessidade empresarial. O treinamento pode ser presencial, em que o consultor vai até o cliente; ou remoto, feito através de conexão remota numa máquina do cliente e através de microfone são repassadas as informações pertinentes. A empresa também utiliza os Canais SIENGE que são empresas que comercializam e implantam o software SIENGE em outros estados brasileiros. Os Canais fazem treinamentos para os clientes da sua região local e são responsáveis pelo acompanhamento do uso do software no cliente. Como o Sistema SIENGE tem clientes em diversos estados brasileiros, fez-se necessário adotar essa parceria para que os processos de treinamento e implantação se tornassem mais eficientes, podendo atender todos os clientes, independente da sua localização. 4.4.1.4 Desenvolvimento A área de desenvolvimento é composta por gerente de desenvolvimento, analistas, implementadores, suporte interno, equipe de testes, entre outros. Este departamento é o responsável pelas implementações no software SIENGE, correções de erros e melhorias no desempenho do software. O gerente acompanha o encaminhamento das atividades internas, mantém contato com os clientes para resolução de alguns atendimentos e negociações de implementações, além de identificar as necessidades de treinamento e aperfeiçoamento dos colaboradores. As estruturas organizacionais vêm evoluindo e com o passar dos anos, dando maior ênfase aos processos. A competitividade na era da globalização faz com que gerentes assumam papéis que tenham uma postura de diretoria, o que os obriga a exercer uma 53 comunicação mais efetiva com os colaboradores. O papel do gestor dentro do conceito atual de gestão de pessoas é o de preparar e motivar o funcionário para que ele realize suas atividades de forma satisfatória. Para a obtenção de bons resultados e a satisfação particular de cada colaborador e da equipe como um todo, o gerente deve estar preparado para atuar e ter ênfase em diversas áreas como administrativa e liderança entre outras. Para se desenvolver estruturas organizacionais que possibilitem a implementação do Marketing de Relacionamento, as empresas têm se voltado para a aplicação de algumas tendências e programas básicos de Marketing de Relacionamento. Este tipo de aplicação tem como objetivo final, comumente, o fortalecimento do relacionamento com a carteira de clientes da empresa. Assim, no próximo capítulo serão explanados os pontos importantes da análise dos dados das práticas de relacionamento com os clientes do Sistema SIENGE. 54 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS A análise dos dados é abordada a partir de dados primários fornecidos pela empresa referente as atuais práticas de relacionamento com os clientes do Sistema SIENGE. Para tanto, houve a análise de conteúdo buscando compreender o objetivo a que se propôs através do aprofundamento das características relativas ao tema estudado. 5.1 Pesquisa de Satisfação: A empresa Softplan realiza anualmente a pesquisa de satisfação de clientes. É disponibilizado um questionário eletrônico para os usuários do software SIENGE, solicitando que dêem sua opinião com relação ao produto e o atendimento. Os resultados das pesquisas de satisfação alimentam dois indicadores do Sistema de Gestão da Qualidade: ISCP - Índice de Satisfação de Cliente referente a Produto e ISCA Índice de Satisfação de Cliente referente a Atendimento. Estes indicadores são usados como termômetro da satisfação de seus clientes. Na seleção da amostra são considerados todos os clientes ativos no ano vigente, porém o envio do questionário é alternado por código de cadastro do cliente no SAC – Sistema de Atendimento ao Cliente (sistema interno). É configurada uma regra interna no banco de dados do software SIENGE e através do código inicial se define o mês que o cliente receberá a pesquisa. O início da pesquisa de satisfação 2010 iniciou-se em 13/04/2010 e seu término está previsto para 31/12/2010, sendo que o formulário será disponibilizado para todos os clientes ao longo do ano. A pesquisa aparece para o cliente no momento em que ele acessa o software SIENGE e o questionário é disponibilizado num formato de página da WEB. Os questionários respondidos e enviados pelos usuários são recepcionados na Intranet. Para análise e interpretação dos dados, foram utilizadas as respostas da pesquisa de satisfação respondidas até o dia 27/05/2010, data que foi realizada a coleta dos dados das respostas da pesquisa. 55 A idéia foi comparar a satisfação geral do Sistema SIENGE com a satisfação dos clientes mais lucrativos financeiramente. Usou-se como método de seleção da amostra a Curva ABC, que é um método de classificação de informações separando os itens de maior importância ou impacto, os quais são normalmente em menor número. No que diz respeito à análise de clientes, a curva ABC foi utilizada para identificar os clientes mais lucrativos do Sistema SIENGE, e através de relatórios internos se observou o faturamento dos clientes de janeiro de 2010 até 27/05/2010. O período final de comparação do relatório de faturamento foi o mesmo período final da coleta das respostas da pesquisa de satisfação, com o intuito de analisar os dados do ano vigente. Nesse período, o total de questionários respondidos era 185. Tomando como base o valor total líquido recebido, foi calculado o valor que corresponde a 80% desse faturamento e constatou-se que 38,28% dos clientes correspondem a esse faturamento. Do total de 849 clientes faturados no período, têm-se um total de 325 clientes referentes a 38,28% dos clientes que podem ser considerados os mais importantes financeiramente. Com base na idéia de comparar a satisfação geral do Sistema SIENGE com a satisfação dos clientes importantes, verificou-se que dos 325 clientes que faturam mais, 49 deles responderam a pesquisa de satisfação, correspondendo a 15,08%. As questões da pesquisa de satisfação bem como as respostas disponíveis encontramse no anexo deste trabalho. A pontuação da pesquisa é feita a partir das perguntas que têm opções de respostas já definidas; sendo que as mesmas variam de zero a dez. As notas correspondem as seguintes opções de respostas: - Muito satisfeito: nota 10 - Satisfeito: nota 7,5 - Nem satisfeito/ nem insatisfeito: nota 5,00 - Insatisfeito: nota 2,5 - Muito insatisfeito: nota 0 (zero) - Não aplicável: sem pontuação Foi contabilizada a pontuação dos clientes que responderam à pesquisa e comparada com a pontuação dos 15,08% clientes financeiramente mais lucrativos. Assim, chegou-se a pontuação de 6,75 para a média geral, e 6,53 para a pontuação dos clientes mais importantes considerados na análise. 56 Percebe-se que as pontuações estão bastante próximas, e estatisticamente não há diferenças entre as pontuações apuradas. Assim, pode-se considerar as médias baixas, pois com essa pontuação os clientes estão abaixo do nível “satisfeito”. Vale destacar que a empresa não dispõe de um plano de ação para dar um feedback aos clientes que responderam a pesquisa, e os retornos são feitos para aqueles clientes que demonstram um estágio de insatisfação elevada. Essa identificação é feita através da pontuação do cliente na pesquisa ou pelo conteúdo que o cliente escreveu no item “comentários e sugestões”. É o gerente do desenvolvimento quem lê as respostas da pesquisa e verifica se o cliente tem solicitações de atendimentos em aberto e solicita prioridade para os mesmos. Além disso, as pontuações das respostas das perguntas do questionário não são lineares, em que se atribui uma diferença de 2,5 pontos para cada resposta. Na prática, não é consistente pontuar com esse intervalo as respostas que correspondem às situações que de diferem muito entre si. 5.2 Portal de Atendimento ao Cliente Com o objetivo de manter a qualidade dos produtos fornecidos e oferecer um suporte técnico eficiente, a Softplan criou e mantém em constante aperfeiçoamento o Portal de Atendimento ao Cliente - SAC. O Portal de Atendimento ao Cliente (WEBSALT) foi especialmente desenvolvido e mantido para que os clientes do Sistema SIENGE cadastrem e acompanhem a situação de todas as suas solicitações de atendimento, objetivando manter a qualidade dos produtos fornecidos e oferecendo um suporte técnico eficiente. As solicitações de atendimento cadastradas através da WEBSALT são imediatamente incorporadas ao banco de dados do SAC, gerando de forma automatizada a notificação por email do novo registro para um ou mais integrantes da equipe responsável pelo sistema que recebeu a solicitação. Essa ferramenta tem por objetivo agilizar o encaminhamento da solicitação de atendimento para o Suporte SIENGE e no momento do cadastro já é gerado um número de protocolo. O acompanhamento das atividades pendentes é verificado através da descrição do 57 tipo de atividade interna, porém não se tem uma descrição detalhada da situação do atendimento. Pode-se considerar que essa ferramenta é útil para o cliente, pois ele não precisa fazer contato telefônico para registrar sua solicitação de atendimento, e assim economiza nas ligações telefônicas. Os colaboradores do Suporte recebem as solicitações, avaliam se o tipo de atendimento foi categorizado corretamente (erro, esclarecimento de dúvida, implementação entre outras). Logo após, é feito seu devido encaminhamento, ou seja, é dado o retorno para o cliente para esclarecer suas dúvidas ou o encaminhamento da atividade para o desenvolvimento quando se trata de erro do software. Nessa situação, quando o atendimento é repassado para o desenvolvimento, o tipo de atividade interna é “avaliação do desenvolvimento” e assim o cliente pode ter uma noção do status da sua solicitação. 5.3 Portal de Ensino a Distância O Portal de Ensino a Distância foi criado com o intuito de capacitar profissionais na utilização do software SIENGE de maneira mais próxima possível a uma consultoria presencial. Os cursos são feitos através da modalidade de Ensino a Distância - EAD, por meio da qual o aluno adquire conhecimento em um ambiente virtual de ensino durante o horário que lhe for mais conveniente. Os treinamentos on-line promovem o desenvolvimento profissional, possibilitando o aprendizado das aplicações práticas do sistema de forma rápida e flexível. As aulas são compostas por ilustrações, animações, exercícios e simulações para fixação do conteúdo. O propósito do treinamento é auxiliar o cliente a obter o máximo valor de uso do produto, além de procurar entender os negócios do cliente. Pode-se considerar essa ferramenta útil no processo de treinamento aos clientes, pois os usuários podem fazê-lo nos horários mais convenientes, além de reforçar o conteúdo caso fiquem com dúvida em alguma operação do sistema. Além disso, é um investimento mais barato que a consultoria (presencial ou remota), e os resultados são bastante eficientes. 5.4 Newsletter 58 O SIENGEnews é uma newsletter mensal confeccionada com a seleção das principais notícias sobre o mercado da indústria da construção no país e destaques em tecnologia. É enviada para os e-mails de clientes cadastrados e para aqueles que solicitaram o recebimento do informativo através do site do Sistema SIENGE. Vale destacar que a empresa não utiliza essa ferramenta para divulgação do Sistema SIENGE, bem como novas funcionalidades e novos módulos, perdendo dessa forma uma chance de expandir os negócios. Utiliza somente o website para divulgação através da Internet, e neste tem informações do produto, dos módulos, informações técnicas comerciais, bem como casos de sucesso de clientes que divulgaram o benefício proposto pelo software na execução das atividades empresariais. No entanto, nem sempre o cliente acessa ao site para ter conhecimento de tais informações. 5.5 Banco de dados A empresa dispõe de dois bancos de dados que são utilizados para registrar informações dos clientes. Um deles é o SAC, sistema utilizado internamente pelos colaboradores da Softplan que contém os dados cadastrais dos clientes e nele são registradas todas as solicitações de atendimentos. Essa ferramenta permite o acompanhamento dos atendimentos registrados pelos clientes do Sistema SIENGE, sua evolução e encaminhamento de uma possível resolução. O outro banco de dados é o Pró-vendas que é um dos sistemas do software SIENGE. É utilizado pelo setor comercial e consultoria para registrar informações dos clientes e dos prospects (pré-clientes). No sistema estão cadastrados todos os dados dos clientes, tais como dados cadastrais, contatos realizados com o cliente, problemas identificados ou relatados pelos clientes. O sistema está estruturado para auxiliar as atividades de corretores na venda de imóveis das Incorporadoras. Sendo assim, as principais funcionalidades do sistema de Próvendas são: cadastro de corretores internos e externos bem como as respectivas imobiliárias, cadastro dos prospects (pré-cliente), registro de interesses dos prospects, reserva de unidades imobiliárias, agendamento de atendimento com os prospects, bem como a alocação do corretor responsável para a atividade, envio de e-mails para os corretores comunicando sobre a atividade agendada, acompanhamento do histórico do prospect, para propor um atendimento personalizado. 59 Vale mencionar que o uso desse sistema como ferramenta de CRM não está totalmente em prática. Somente alguns consultores e Canais usam-no para registrar as informações e negociações com os clientes. Identifica-se uma dificuldade de compartilhamento das informações no sistema de Pró-vendas pelo fato de não ser um software específico para administrar os dados para o gerenciamento de relacionamento com o cliente. 60 6 RECOMENDAÇÕES A empresa Softplan, no que se refere ao Sistema SIENGE, pode investir na busca de pontos importantes, os quais são observados como sendo de extrema relevância para o crescimento da empresa, como por exemplo: um estudo detalhado do comportamento do cliente; traçar metas e estratégias para alcançá-las; colocar todos os colaboradores a par das políticas e objetivos da empresa; cuidar para que cada departamento trabalhe com o objetivo de atender o cliente da melhor forma possível. Estas ações permitem que pouco a pouco a organização seja conscientizada da importância do cliente e como devem fazer para mantê-los fidelizados. Para tanto, sugere-se ainda a adaptação de um sistema integrado entre os departamentos que necessitam compartilhar informações relevantes para o processo de relacionamento interno e externo da organização. Durante a realização da pesquisa de dados e análise das atuais práticas do sistema SIENGE, foi possível considerar alguns pontos de melhoria para a empresa Softplan desenvolver no aspecto relacionamento com o cliente. Sendo assim, expõem-se como recomendações: 6.1 Relacionamento Criar um setor responsável para relacionamento com os clientes do Sistema SIENGE, designando um profissional que tenha conhecimento no sotfware SIENGE, bem como conhecimento nas ferramentas de marketing e principalmente na Gestão de Relacionamento com o Cliente. Com o crescimento do Projeto SIENGE e conseqüente aumento do número de clientes, faz-se necessário uma atenção maior para os clientes, proporcionando um atendimento diferenciado, praticar bons preços e acompanhar o ciclo de relacionamento com o cliente dentro da organização, onde as ações para os clientes sejam planejadas desde o contato inicial e se finalizem buscando obter uma resposta do cliente. Assim, seguindo uma estratégia de Marketing de Relacionamento, este profissional auxiliará o desenvolvimento de laços mais fortes com os clientes ao longo do tempo, identificar os clientes mais importantes (mais 61 valiosos para a empresa) e tratá-los de forma especial. Algumas atividades são sugeridas para serem executadas: • identificar, atrair e conservar os clientes mais importantes; • calcular parâmetros para cada cliente: lucratividade, satisfação, potencial de rompimento do relacionamento comercial; • acompanhar a lucratividade dos clientes; • realizar atividades específicas para manter os clientes; • gerenciar uma série contínua de interações com os clientes; • mensurar a relação comercial com os clientes dos diferentes produtos/serviços ou grupos de produtos/serviços; • acompanhar o apoio dado aos clientes. 6.2 CRM Adaptar o sistema de Pró-vendas, atual ferramenta de CRM que é utilizado, para tornálo uma ferramenta definitiva de gerenciamento de relacionamento com os clientes do SIENGE, e não como é utilizado hoje, em que todo registro é feito através do cadastro de atendimento e a consulta de uma informação específica do cliente torna-se trabalhosa. Ou então, implementar um novo sistema específico de CRM para gerenciar os dados dos clientes. Para o Marketing de Relacionamento, um banco de dados CRM facilita o armazenamento de informações, fornecendo o histórico de uma série de fatores importantes para aprimorar o relacionamento com os clientes. 6.3 Treinamentos Incluir treinamentos sobre relacionamento com cliente e qualidade de produto para todos os colaboradores, de modo que estes estejam conscientes do comprometimento da empresa com os clientes visando manter relações duradouras com seus clientes. Investir mais no treinamento do pessoal de contato para ajudá-los a manter altos níveis de energia e uma atitude positiva durante todo o dia. O treinamento contínuo é importante para proporcionar a cultura e as habilidades necessárias para que todos os esforços da empresa sejam 62 reconhecidos. Os funcionários devem aprender porque é importante mudar e reconhecer a excelência dos serviços. 6.4 Pesquisa de Satisfação Criar um plano de ação para análise das respostas da Pesquisa de Satisfação e dar um retorno imediato (feedback) para todos os clientes que responderam a pesquisa. Assim, propõe-se uma interação maior com o cliente de modo que as respostas sejam providenciadas imediatamente, ou pelo menos tão rapidamente quanto o cliente considerar aceitável. Respostas lentas, ou nenhuma resposta significa que não são desenvolvidas interações e o cliente perderá o interesse. Os questionários de satisfação do cliente sinalizam que a empresa se importa com seus clientes e quer suas opiniões. Além disso, os dados coletados de questionários facilitam o desenvolvimento de programas de treinamento de funcionários, identificam forças e fraquezas no processo de prestação de serviço da empresa. Uma organização de serviços poderá reter ou perder clientes, na medida em que conseguir lidar com as suas reclamações e seus resolver problemas. Redefinir a pontuação das respostas do questionário para que demonstrem uma realidade linear. Investigar as causas das respostas “não aplicáveis” pelos clientes, e adaptar as perguntas do questionário para coletar o máximo de informações dos clientes a respeito dos serviços e produtos da empresa. 6.5 Newslatter Incluir no e-mail do SIENGEnews informações sobre novos módulos e sistemas do SIENGE como forma de divulgar atualizações e novidades do sistema, já que nem sempre o cliente acessa ao site para verificar essas informações. A internet é uma mídia orientada para serviço e relacionamento, que conecta indivíduos e negócios de todos os tipos uns aos outros, permitindo que as empresas tenham acesso às informações e comunicação para construir estreitos relacionamentos com seus clientes e parceiros de marketing. Assim, a empresa pode explorar mais essa ferramenta como meio de aumentar a divulgação de seus produtos e negócios. 63 6.6 Recuperação em Serviços Desenvolver uma prática no setor comercial para que sejam feitos contatos com os clientes antigos e oferecer-lhes os módulos e sistemas ainda não adquiridos, identificando-se uma prática de recuperação dos serviços para ampliar as formas e aumento das vendas e conseqüente melhoria nos negócios da empresa com o cliente. Resumo: Plano de ação das recomendações sugeridas. O QUE MUDAR Relacionamento COMO MUDAR Criar um setor responsável pelo relacionamento com os clientes do Sistema SIENGE. CRM Adaptar o Sistema de Próvendas. Treinamentos Incluir treinamentos sobre relacionamento com cliente e qualidade e produto. Pesquisa de satisfação Newslatter QUANDO MUDAR Imediato, designando um profissional com conhecimento no software SIENGE e ferramentas de marketing e gestão de relacionamento. Imediato. Tornálo ferramenta definitiva de gerenciamento do relacionamento com o cliente. QUEM MUDA QUANTO CUSTA R$2.000,00. Se designado um colaborador do Projeto, seria o completar ao seu salário. POR QUE MUDAR Porque cada vez mais, faz-se necessário o dedicar uma maior atenção aos clientes. O gestor responsável e, comum acordo com o diretor. Não possui custo monetário para o Sistema SIENGE, mas possui custo operacional e de desenvolvimento. Imediato, assim que os colaboradores encarregados forem designados. O gestor responsável e os colaboradores responsáveis Criar plano de ação para analisar as respostas da Pesquisa. Gradativamente, a medida que os clientes forem respondendo ao questionário. O gestor responsável e o colaborador designado para tal tarefa. Não possui custo monetário para o Sistema SIENGE, mas possui custo operacional com o tempo para a realização do treinamento. Não possui custo monetário para o Sistema SIENGE, mas possui custo operacional com o tempo. Incluir informações sobre os novos módulos do SIENGE. Imediato. O gestor responsável e o colaborador designado para essa tarefa Facilitar o armazenamento de informações, fornecendo histórico de fatores importantes para aprimorar o relacionamento com o cliente. Ajudar os colaboradores a manter altos níveis de energia e atitude positiva para atender bem o cliente. Propor uma interação maior com o cliente, identificando forças e fraquezas no processo de prestação de serviço. Divulgar atualizações e novidades do software como chance expandir os negócios. O processo de relacionamento ganha mais força, no desenvolvimento de laços mais fortes com os clientes. Não possui custo monetário para o Sistema SIENGE. 64 Recuperação em Serviços Desenvolver uma prática no setor comercial para contactar os antigos clientes. Imediato, sendo válido para todas as vendedoras. O gestor responsável pelo setor comercial. Não possui custo monetário para o Sistema SIENGE. Oferecer aos antigos clientes sistemas e módulos que ele ainda não tenha adquirido. Propostas de melhorias para aprimoramento do relacionamento com os clientes do SIENGE Fonte: Elaborado pelo autor 6.7 Modelo Proposto De acordo com o conteúdo exposto e identificadas as atuais práticas de relacionamento com os clientes, foi adaptado um modelo de programa de relacionamento para sugestão ao Sistema SIENGE: a) etapa inicial: - avaliação dos recursos existentes para planejamento de uma proposta de sistema de Marketing de Relacionamento; b) preparação: - integração com os colaboradores e principalmente com os decisores; - comunicação objetiva e consolidação de um projeto para a implantação do Marketing de Relacionamento; c) dados capturados: - coletar informações de cada cliente cadastrado proporcionando atendimento personalizado; - identificação dos clientes mais rentáveis para dispor de maior atenção no processo de relacionamento; d) preparação - capacitação do pessoal envolvido; - adequação dos sistemas de informação de suporte necessários ao projeto de Marketing de Relacionamento; - avaliação para ajuste e redirecionamento do projeto e) consolidação: - estabelecimento de bases permanentes do funcionamento do Marketing de Relacionamento 65 - manutenção e aperfeiçoamentos contínuos, estabelecendo mecanismos de aferição e alimentação para a atualização e melhorias permanentes do sistema. Como sugerido, foram apresentadas algumas sugestões de melhorias para a empresa estudada com a intenção de contribuir para o aprimoramento das suas atividades internas e externas. Contudo, vale ressaltar que o estudo na organização não deve ser finalizado, ao contrário, deve-se incentivar novos estudos para um constante aperfeiçoamento do processo de trabalho. Assim, apresenta-se a seguir a conclusão, a qual objetiva responder se a questão e os objetivos ao que o trabalho se propôs foram respondidos. 66 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o avanço tecnológico nunca foi tão fácil coletar e armazenar dados, porém transformá-los em informações pertinentes e dispor dessas para que a utilização seja feita no momento certo e de forma adequada é um grande desafio. Organizações modernas preocupam-se muito em desenvolver produtos e serviços que satisfaçam as necessidades de seu mercado alvo, mas esquecem que de nada adianta uma grande invenção se não tiver a validação e consumo constante dos consumidores. O marketing vem sendo conceituado como atividade central das novas organizações, crescendo na busca do atendimento eficaz de necessidades humanas. Uma das suas principais contribuições é ajudar as empresas a perceber a importância de mudar o foco de sua organização para mercados e clientes. A fim de desenvolver um relacionamento constante após a difícil conquista de um cliente, empresas que investem no Marketing de Relacionamento abrem caminhos para tornar organizações e mercados verdadeiramente parceiros. Sabe-se que o uso do Marketing de Relacionamento consiste em estabelecer uma estratégia que possibilita e leva a empresa para o cliente, construindo uma relação estável. Destaca-se ainda, a importância de toda a organização estar alinhada para a perfeita aplicação das técnicas do Marketing de Relacionamento. O objetivo geral deste estudo foi alcançado, pois foram indicadas as ações de Marketing de Relacionamento visando o aprimoramento do relacionamento com os clientes do Sistema SIENGE. Os objetivos específicos também foram alcançados, em que foram apresentadas as ações de relacionamentos praticadas com os clientes, com a proposta de aplicação das técnicas do Marketing de Relacionamento e as recomendações para melhoria das atividades da organização. Também foi elaborado referencial teórico que possibilitou o entendimento do marketing e do Marketing de Relacionamento, seus conceitos e importância de sua aplicação na organização moderna. Pode-se observar que a empresa estudada ainda que de forma inconsciente, já utiliza algumas ferramentas de Marketing de Relacionamento, porém de forma desalinhada entre seus setores. Destaca-se que é importante que toda a organização esteja integrada para a aplicação de um Programa de Relacionamento, pois ele não será válido e efetivo caso a 67 empresa não tenha produtos bem projetados e divulgados, não possua um processo de produção e entrega bem estruturado, dentre outros aspectos. Também é necessário que haja um alinhamento organizacional entre os setores (operacional, comercial, administrativo, dentre outros), no sentido de que os colaboradores entendam que o bom atendimento ao cliente é a razão final da estruturação de todos os processos da empresa. Saber o que está sendo feito e o porquê são questões fundamentais para serem esclarecidas aos funcionários. As atividades devem ser cuidadosamente planejadas, supervisionadas e cumpridas com o compromisso de garantir a confiabilidade ao cliente. Isso gera conforto e tranqüilidade ao cliente, fortificando as relações em longo prazo. Assim, sugere-se que a empresa apresente aos seus colaboradores os conceitos do Marketing de Relacionamento, para alcançar os resultados esperados. É importante que a estrutura da empresa esteja pronta para que qualquer colaborador atenda o cliente com eficácia, garantindo a melhor prestação de serviço, mantendo um bom relacionamento e atingindo, dessa forma, o objetivo maior do programa de Marketing de Relacionamento que é a permanência da carteira de clientes e a garantia de sobrevivência da organização. 68 REFERÊNCIAS ALBRECHT, Karl. Revolução nos serviços: como as empresas podem revolucionar a maneira de tratar os seus clientes. São Paulo: Pioneira, 1992. ALCÂNTARA, Iêda. Como implantar uma operação de marketing de relacionamento. Disponível em: <http://www.equifax.com.br>. Acesso em: 15 mar. 2010. ALMEIDA, Luzanira Muniz de. 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Utilidade das informações apresentadas pelo sistema (As informações apoiam os gestores na tomada de decisões?) Contribuição do sistema para o aumento da produtividade nos setores da sua organização Documentação de Ajuda do sistema (Help) Avaliação de recomendação Você recomendaria os sistemas da Softplan/Poligraph para outras pessoas? Avaliação de satisfação geral Qual o seu grau de satisfação geral em relação ao sistema? Tempo de utilização Há quanto tempo você vem utilizando o(s) sistema(s) da Softplan/Poligraph? Avaliação Atendimento Qual o seu grau de satisfação em relação aos seguintes itens Qualidade das soluções apresentadas pela Softplan/Poligraph Cortesia e educação dos colaboradores da Softplan/Poligraph Cumprimento de compromissos e prazos assumidos pela Softplan/Poligraph Empenho e comprometimento dos colaboradores da Softplan/Poligraph Tempo de resolução das solicitações pela Softplan/Poligraph Avaliação de recomendação Você recomendaria os serviços da Softplan/Poligraph para outras pessoas? 72 Avaliação de satisfação geral Qual o seu grau de satisfação geral em relação ao atendimento fornecido pela Softplan/Poligraph? Qual o seu grau de satisfação geral em relação à Softplan/Poligraph? Tempo de utilização Há quanto tempo você vem utilizando os serviços de atendimento da Softplan/Poligraph? Frequência de utilização Com que frequência você utiliza os serviços de atendimento da Softplan/Poligraph? Preferência de contato Como você prefere entrar em contato com a Softplan/Poligraph? Avaliação Satisfação Treinamento – SIENGE Treinamento no sistema Você já teve treinamento no sistema? Comentários e Sugestões Tópico Geral Fonte: Intranet Softplan/Poligraph, 2010. Opções de Resposta das Questões que são pontuadas: - Qual o seu grau de satisfação em relação aos seguintes itens Muito satisfeito Satisfeito Nem satisfeito/nem insatisfeito Insatisfeito Muito Insatisfeito Não aplicável Avaliação de recomendação (sistemas e serviços) Com certeza sim Sim Não Com certeza não Talvez Não aplicável