Fisiologia da Circulação No nosso organismo, devido a existência

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Fisiologia da Circulação
No nosso organismo, devido a existência de milhares de células
que se acham distantes umas das outras, desenvolveu-se um
sistema capaz de transportar substâncias para todos os locais do
corpo através de um líquido condutor, o sangue. Esse transporte
pode ser de substâncias úteis para a célula como nutrientes ou para
a eliminação de produtos inúteis, além do transporte de gases,
principal função dada ao plasma. Em organismos inferiores ou muito
simples, como os protozoários, poríferos e celenterados, o material
absorvido é difundido pela célula ou organismo por difusão através
do citoplasma. Além do sangue, existem outros líquidos que servem
de meio para a distribuição de substâncias, como a hemolinfa,
presente em alguns animais, como os insetos. De qualquer forma,
esses líquidos são transportados por um sistema de canais e
impulsionados por bombas propulsoras, conhecidos por bulbos ou
corações.
De que é composto o sangue e a linfa?
O sangue e a linfa são tipos de tecido conjuntivo onde se
apresentam diversas tipos de células com funções distintas, sendo
parte dele figurado (células) e parte amorfa (meio líquido conhecido
por plasma). As principais células encontradas no sangue são as
hemácias, os leucócitos e as plaquetas, enquanto na linfa são
comuns glóbulos brancos conhecidos por linfócitos.
Os Tecidos Sanguíneo e Linfático
Tanto o sangue como a linfa são tipos de tecido relacionados ao
transporte, sendo portanto chamamos de tecidos conjuntivos de
transporte. A composição de cada tipo é diferente, o que
obviamente interfere no mecanismo de transporte que apresentam.
Os elementos do tecido conjuntivo linfático ou simplesmente
linfa são produzidos a partir do tecido conjuntivo
hematopoiético linfóide, como citado anteriormente, sendo que
a linfa propriamente dita é formada pela filtração do excesso de
líquido intercelular extravasado dos capilares sanguíneos, sendo os
linfócitos as células mais abundantes e desprovido de hemáceas e
plaquetas. A linfa é transportada pela sistema linfático, constituído
por vasos linfáticos e órgãos linfóides, como baço, timo e
linfonodos, auxiliando o sistema sanguíneo na retirada de
impurezas, coleta e distribuição de substâncias (ácidos graxos e
gliceróis) e defesa do organismo, por apresentar produção de
anticorpos e linfócitos. A função de defesa que a linfa possue é
facilmente observada a partir da formação de ínguas pelos
linfonodos, que constituem reações inflamatórias frente a
microorganismos patogênicos que foram filtrados e posteriormente
fagocitados.
O tecido conjuntivo sanguíneo apresenta uma grande quantidade
de matriz extracelular conhecida por plasma sanguíneo (55% do
volume total), sendo formado basicamente de 90% de água. O
restante de sua massa é composta de água, sais, proteínas,
nutrientes, hormônios, excretas e gases, transportando portanto
substâncias úteis pelo organismo e eliminado outras tóxicas
provenientes das reações metabólicas de nosso organismo. Os
elementos figurados do sangue correspondem a 45% do volume,
conhecidos por glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e fragmentos
chamados plaquetas.
As proteínas encontradas no plasma participam de várias reações,
como por exemplo do mecanismo de coagulação sanguínea a partir
do fibrinogênio, e as globulinas que atuam como anticorpos. As
albuminas também são importantes, pois atuam na manutenção da
pressão sanguínea, evitando assim extravasamentos de plasma que
originam edemas, como no caso do Kwashiorkor.
O sangue apresenta diversas funções, onde podemos citar dentre
outras:
1. Transporte de oxigênio e gás carbônico.
2. Transporte de nutrientes.
3. Recolhimento de excreções que serão posteriormente
eliminadas pelo trabalho renal.
4. Participa da proteção do organismo, já que apresenta células
de defesa.
5. Mecanismo endócrino a partir do transporte de hormônios.
6. Têm ação direta no mecanismo de homeotermia.
Nome
Hemáceas ou eritrócitos
TIPOS DE CÉLULAS SANGUÍNEAS
Características
Não apresentam núcleo e possuem a forma
discoidal, ricas em hemoglobina que
realizam o transporte de oxigênio.
Neutrófilos
Possuem a capacidade de fagocitar
bactérias e corpos estranhos, apresentando
forma esférica e núcleo trilobado.
Granulócitos
Leucócitos
Eosinófilos
Basófilos
Também com forma esférica mas núcleo
bilobado,
produzem
histamina
que
participa das reações alérgicas.
Apresentando em sua forma esférica
núcleo irregular, participam também de
reações alérgicas, porém produzem além
de histamina, um anticoagulante conhecido
por heparina.
Núcleo e forma esférica, produzem e
regulam a produção de anticorpos.
Agranulócitos
Linfócitos
Monócitos
Plaquetas
Com seu núcleo oval ou riniforme e forma
esférica,
formam
células
que
são
responsáveis pela fagocitose, como os
macrófagos e osteoclastos.
Não apresentando núcleo nem forma
específica, participam dos mecanismos de
coagulação sanguínea.
As plaquetas ou trombócitos, elementos figurados do sangue fragmentados são responsáveis
pelo mecanismo de coagulação sanguínea, estudado em momento oportuno na fisiologia
humana.
Resumindo:
1.Hemácias
Produzidas na medula óssea vermelha, tem duração curta,
aproximadamente 120 dias, apresentando em sua constituição
hemoglobina, pigmento transportador de oxigênio. Por serem
anucleadas, são incapazes de se dividirem, variando seu número em
função da idade do individuo, sexo, doenças e altitude. Sua principal
função, já citada no módulo anterior, é o transporte de gases.
2.Leucócitos
Produzidos pela medula óssea, baço e gânglios linfáticos, variam
quanto ao núcleo, sendo os mais freqüentes os neutrófilos,
responsáveis pela defesa orgânica contra agentes estranhos, como
as bactérias. Os mais conhecidos leucócitos são os linfócitos, que
defendem o organismo produzindo anticorpos.
3.Plaquetas
Também produzidas pela medula óssea, estão relacionadas com a
coagulação do sangue. Quando um tecido é lesado, as plaquetas ao
entrarem em contato com o ar liberam a enzima tromboplastina que
na presença de íons cálcio transformam a protrombina (fabricada no
fígado) em trombina, que por sua vez catalisa a transformação do
fibrinogênio em fibrina, responsável pela formação de um coágulo,
formado de elementos figurados do sangue. Caso a temperatura
seja alterada, devido a presença de enzimas no processo, a
coagulação pode ser inibida.
Os sistemas circulatórios
O sistema circulatório dos seres vivos podem ser classificados em
abertos ou fechados. No aberto os vasos são abertos em suas
extremidades, deixando que o líquido condutor extravase para os
tecidos, entrando nas chamadas lacunas banhando as células, sendo
aspirado logo após de volta ao vaso. Observamos este tipo de
circulação nos insetos, sendo a hemolinfa o líquido condutor. Este
tipo de sistema é eficiente então para animais de pequeno porte,
onde a distância entre as células é mínima, não sendo eficiente para
grandes distâncias. Para isso, surge o sistema circulatório fechado,
que leva o sangue com alta pressão e eficiência por uma rede de
vasos a todo o corpo, estando presente em todos os anelídeos, nos
cefalópodes e em todos os vertebrados. Essa alta pressão se deve
ao fato do sangue permanecer somente no interior dos vasos, se
movimentando de forma eficiente, levando o alimentos e oxigênio a
todos os tecidos. O grande porte atingido pelos animais, como a
baleia, é conseqüência da eficácia desse tipo de transporte. Então, o
sangue deve atravessar a parede dos vasos para chegar às células.
Isso se deve à existência de categorias diversas de vasos, sendo os
principais as artérias, veias e capilares e é ao nível deste último que
se realizam as trocas de substâncias entre o sangue e as células. As
artérias saem do coração, conduzindo o sangue sob alta pressão às
partes do corpo, sendo mais elásticas e resistentes que as veias,
vasos que chegam ao coração trazendo sangue das diversas partes
do corpo, encontrando-se o sangue dentro deste tipo de vaso sob
baixa pressão. As denominações entre artérias e veias independem
do tipo de sangue transportado, referindo-se apenas à estrutura e
função desses vasos.
“As veias não permitem o refluxo de sangue devido à
presença de válvulas, ausentes nas artérias”
A circulação nos vertebrados
Todos os vertebrados apresentam constituindo seu sistema
circulatório um coração e vasos sanguíneos. Se mostram presentes
ainda um sistema de circulação auxiliar conhecido por sistema
circulatório linfático, responsável pela drenagem de líquidos que
aparecem em excesso entre os espaços intercelulares, sendo este
líquido chamado de linfa. O sistema linfático apresenta dilatações ao
longo de seu percurso conhecidas pos gânglios linfáticos,
responsáveis pela produção de linfócitos e pela filtragem de
microorganismos patogênicos através de células especiais.
O coração é o responsável pelo bombeamento do sangue para o
corpo através das artérias, recebendo-o pelas veias, sempre
formando por cavidades, pelo menos duas, sendo elas átrio e
ventrículo. Nos peixes encontramos o coração mais simples, porém
não menos importante, formado por um átrio (também chamado de
aurícula) e um ventrículo, por onde sai sangue venoso em direção
às brânquias, que sai oxigenado das mesmas, sendo distribuído
para todo o corpo. Voltando ao coração, mostra-se mais uma vez
venoso. Como o sangue só passa uma vez pelo coração dando uma
volta completa, dizemos que a circulação é simples.
A evolução já aparece nos anfíbios, onde o coração se mostra
com três cavidades, sendo assim, dois átrios e um único ventrículo,
no qual sangue arterial e venoso se misturam, caracterizando uma
circulação imcompleta. Como há distinção de dois tipos de sangue,
percebemos a presença de dois trajetos: um percurso que se dá
entre o coração e o pulmão e um percurso que se dá entre o
coração e as partes do corpo. São as chamadas pequena
circulação e grande circulação, respectivamente. Pela circulação
apresentar dois percursos distintos, a circulação também é dupla.
Nos répteis, o ventrículo começa a sofrer uma divisão, mas não
ocorre divisão total, sendo assim incompleta, exceto nos
crocodilianos, onde a separação se faz completa. Embora não
presenciamos a mistura de sangue arterial e venoso no dentro do
coração, eles o fazem logo em seguida em uma comunicação
existente entre as artérias que saem dos ventrículos do coração. A
circulação é dita incompleta.
Em aves e mamíferos encontramos um coração com quatro
cavidades, sendo dois átrios e dois ventrículos. Percebemos que no
lado direito do coração passa sangue venoso, enquanto no esquerdo
passa sangue arterial. Não havendo mistura de sangue, dizemos
que a circulação é completa, além de dupla por apresentar dois
sentidos de circulação: do coração ao corpo e do coração aos
pulmões.
Vamos nos conter em analisar com mais detalhes o coração dos
mamíferos, objeto de estudo da fisiologia. Nessa circulação, que é
dupla e completa, percebemos que o sangue realiza o seguinte
trajeto, começando pelo ventrículo esquerdo:
.sangue arterial proveniente desse ventrículo é bombeado com
alta pressão para todo o corpo, a partir da artéria aorta. A
musculatura do ventrículo esquerdo é mais desenvolvida que a do
ventrículo direito, com a finalidade de exercer pressão suficiente
para que o sangue seja impulsionado para todo o corpo e volte até
ele. Percebemos então que o coração é somente uma bomba
premente e não uma bomba aspirante.
.agora venoso, o sangue volta ao átrio direito pelas veias cava
superior e inferior, de onde é impulsionado para o ventrículo direito,
sendo logo após conduzido até os pulmões para que seja
novamente oxigenado, através das artérias pulmonares.
.dos pulmões, o sangue retorna arterial pelas veias pulmonares ao
átrio esquerdo, passando para o ventrículo esquerdo, sendo
bombeado novamente para o corpo.
Concluímos então que o sangue mais uma vez realizou dos
trajetos:
.o sangue saiu do ventrículo esquerdo indo em direção aos tecidos
e retornando mais uma vez ao coração, constituindo a grande
circulação ou circulação sistêmica;
.o sangue saiu do ventrículo direito indo em direção aos pulmões
e retornando mais uma vez ao coração, constituindo a pequena
circulação ou circulação pulmonar.
Percebemos a presença de válvulas pelo trajeto do sangue pelo
coração. As válvulas tricúspide e bicúspide separam
respectivamente, o átrio direito do ventrículo direito e o átrio
esquerdo do ventrículo esquerdo. As válvulas aórtica e pulmonar
se localizam na saída do ventrículo esquerdo para a artéria aorta e
na saída do ventrículo direito para as artérias pulmonares.
Para que o sangue seja bombeado, houve contração da
musculatura do mesmo, conhecida por miocárdio. Contraindo, o
coração está realizando sístole. Relaxando para que recebe o
sangue, está acontecendo uma diástole. Os batimentos são
controlados por um grupo de células especiais da própria parede
muscular do coração, o nódulo sinusal ou sino-atrial,
responsável pela origem do impulso rítmico dos batimentos. É um
marcapasso, que as vezes deve ser substituído. Não devemos
confundir a origem do impulso com o ritmo das pulsações,
controlado pelo sistema nervoso autônomo, através da liberação
de adrenalina (acelerador) e de acetilcolina (inibidor). Os
estímulos nervosos são propagados pelo coração através de feixes
nervosos, conhecidos por feixe de His (passa pelo septo
interventricular) e rede de PurKinje (localizado nas paredes dos
ventrículos).
Vale a pena lembrarmos que ao longo de seu trajeto a artéria
aorta emite varias ramificações por todo o corpo. São os seus
ramos: coronárias vão para o miocárdio, carótidas vão para a
cabeça, gástricas para o estômago, hepática para o fígado e
pancreática para o pâncreas, dentre muitas outras.
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