Um projeto cultural para além das relações políticas e

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Um projeto cultural para além das relações políticas e eleitorais entre Brasil e Portugal
O projeto cultural bilateral Portugal, Portugais/Brasil, Brasis, “é uma realidade
irreversível”. A afirmação é do editor e comendador Victor Alegria, da Thesaurus Editora. “Já
realizamos o evento a Sopa de Pedra, na embaixada de Portugal, em setembro de 2008,
promovida pela municipalidade de Almerim, Portugal”.
Nesta terça-feira, 16 de junho de 2009, às 19h30m, acrescentou, “Faremos o lançamento
do livro O Milho Nosso de Cada Dia, de Vera Lúcia Versiani, na mesma embaixada. E no
próximo dia 21 de junho, uma caravana composta por 18 escritores brasileiros visitará Portugal”.
Diplomacia paralela
Os escritores brasileiros regressarão ao Brasil no dia 1º de julho. Eles levarão seus livros
na bagagem, além de propostas de filiação da ANE - Associação Nacional de Escritores para
colegas lusitanos interessados. “Este projeto - diz Victor Alegria - cria uma nova dimensão
bilateral e cultural entre Portugal e Brasil”.
Victor Alegria disse ainda que o projeto Portugal, Portugais/Brasil, Brasis, dá nova
dimensão bilateral em relação à cultura desses países. “Essa dimensão não está ligada às
estruturas diplomáticas do Estado brasileiro ou do Estado português, mas sim a uma espécie de
diplomacia paralela”.
Esta diplomacia - acrescentou - “Pode se estender no tempo, porque não está sujeita às
implicações políticas e ou eleitorais. O que conta nesse projeto são as relações de amizade entre
dois povos maravilhosos, o povo brasileiro e o povo português”.
Para Victor Alegria, da mesma forma que o povo português precisa ter mais consciência
da sua lusitanidade, o povo brasileiro carece de um maior sentimento de brasilidade. “Um
povo consciente desses valores étnicos tem inclusive uma melhor auto-estima”.
Política cultural
E acrescentou: “Apesar de Portugal ser um país pequeno, em relação ao Brasil, que tem
dimensões continentais, Portugal também é um país miscigenado”.
Portugal e Brasil – acrescentou – “Não tem uma política cultural clara de intercâmbio. A
maioria da população brasileira, cerca de 80%, de luso-descendentes, necessita de o saber. No
Brasil, os afro-descendentes ostentam suas referências culturais”.
Portugal - lembrou - tem uma população miscigenada, 5% são negros, 200 mil
caboverdianos e 80 mil brasileiros. “Portugal, portanto, não pode ter racismo”.
Contra a fome
Victor Alegria se diz empolgado com a questão da cultura do milho. ”Nós estamos
mostrando que o milho, além de ser uma arma contra a fome, também é instrumento
valiosíssimo contra a desnutrição. Já imaginaram o milho utilizado, por exemplo, na merenda
escolar na escola pública brasileira?”
Na segunda parte do projeto Portugal, Portugais/Brasil, Brasis, lembrou Alegria, o
lançamento do livro O Milho Nosso de Cada Dia, na embaixada de Portugal, onde também
funciona o Instituto Camões.
O município de Patos de Minas (MG) é a capital brasileira do milho. A prefeita Beatriz
Savassi destacou a importância do milho para a economia do município. O lançamento do livro
O Milho Nosso de Cada Dia também contou com a participação da Rainha do Milho e de uma
apresentação de congada.
Em Patos de Minas existe uma cooperativa de artesanato As Marias, que gera renda. As
Marias produzem artesanato tendo a palha de milho como matéria-prima. Na mesma solenidade
da embaixada de Portugal serão servidos produtos de gastronomia que tem o milho como
matéria-prima.
Culinária diversificada
O Brasil possui a culinária mais diversificada e mais elaborada em relação ao milho.
Alegria disse ainda que uma potência econômica como os Estados Unidos da América, que usa
o milho como matéria-prima para produzir etanol, pode ser de vital importância no processo de
utilização deste cereal como solução para a fome nestes tempos de economia globalizada.
“Essas questões estão sendo analisadas pelos escritores brasileiros que vão a Portugal no
dia 21 de junho de 2009”. Esses escritores inclusive visitarão os museus do Milho e do Linho,
na cidade do Porto. E também visitarão Guimarães, “a cidade-berço de todos nós que falamos
português, para hipotecarem solidariedade à cidade escolhida como Capital Européia da Cultura
em 2012. Os escritores brasileiros visitarão, enfim, as nascentes dos países de língua
portuguesa”, concluiu.
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