A CRISE FINANCEIRA INTERNACIONAL E A ECONOMIA

Propaganda
Texto-síntese
- Versão II (setembro/2011
)
A CRISE FINANCEIRA INTERNACIONAL
E A ECONOMIA
BRASilEIRA
TEXTO-síNTESE
'\.
1
DO GRUPO DE TRABALHO DO IPEA SOBRE A CRISE INTERNACIONAL
Contexto internacional
•
Cenário pós-crise:
o
Economias centrais
(exceto Alemanha):
não conseguiram
restabelecer
dina-
mismo de suas economias;
o
Economias em desenvolvimento:
conseguiram obter taxas de crescimento,
em
2010, bem próximas das observadas antes da crise.
•
Dados recentes e projeções para 2011 e 2012 sinalizam uma desaceleração do processo de recuperação, sobretudo
•
nos Estados Unidos e na Europa.
Para entender a dinâmica do cenário recente, a análise da conjuntura
de alguns países
é fundamental
1.1
Estados Unidos
•
A forte intervenção
do governo em 2008 e 2009 conseguiu impedir o colapso total do
sistema financeiro
•
Contudo
os estímulos monetários e fiscais não conseguiram reverter as expectativas
dos empresários
(que resistem
nuem suas dívidas
•
a investir e a emprestar) e dos consumidores (que dimi-
e seu consumo)
Resultado: o produto continua semi-estagnado,
permanecem
ao passo que as taxas de desemprego
em nível elevado
o
2° trimestre
de 2011: crescimento do PIB de 1,3%, (abaixo do esperado)
o
Apesar do crescimento
ceu praticamente
do investimento
privado (7,1%), o consumo permane-
estagnado (0,1%) e o gasto do governo foi ainda negativo (-
1,1%)
o
\\.
A taxa de desemprego
ve aumento
elevou-se de 4,6% em 2007 para 9,6% em 2010, e hou-
dos inativos (eliminação de aproximadamente
7 milhões de pos-
tos de trabalho)
•
Com o fim de algumas políticas de incentivo econômico, os gastos públicos ainda tem
IPEA/ ASTEP - Grupo de Trabalho
.,
..•.
do IPEA sobre a Crise Internacional
Texto-síntese - Versão II (setembro/2011
)
mantido seu efeito pro-cíclico nos dois primeiros trimestres
•
de 2011
Tensão crescente entre Republicanos e Democratas
o
Desemprego
o
Contexto eleitoral
•
Não há problema de solvência ou liquidez na economia norte-americana
•
O "excesso de liquidez" na economia norte americana gerou:
o
Desvalorização do dólar em relação às outras moedas (exceção ao caso chinês
que adotou uma estratégia reativa de atrelamento
o
Abundância
de dólares no mercado
mundial,
rentáveis (mercados futuros de commodities
tulos e ações), especialmente
•
de sua moeda ao dólar)
gerando busca por aplicações
e aplicações em mercados de tí-
nos países emergentes
Devido o atual contexto político adverso, o presidente Sarack Oba ma, mesmo no cenário de baixa inflação, não conseguirá criar ou manter os estímulos fiscais
o
Resultado: terceira rodada de "afrouxamento
quantitativo"
da política mone-
tária
•
Os Estados Unidos podem buscar uma estratégia de crescimento
via exportações,
as-
sim como fizeram na década de 1990
o
Maior pressão sobre a taxa de câmbio de países em desenvolvimento,
nota-
damente o Brasil, que tem sido um dos principais destinos desses capitais
•
Atualmente,
o problema dos Estados Unidos pode ser interpretado
são econômica
como uma depres-
associada a uma crise política. Contudo, mediante
grama governamental
um profundo
de saneamento dos ativos bancários, o sistema financeiro
proame-
ricano não parece correr riscos de uma crise sistêmica.
1.2
Europa
•
Os indicadores macroeconômicos
o
da Zona do Euro indicam que:
O PIS previsto da região em 2011 ainda será ligeiramente
menor do que o veri-
ficado em 2007 quando medido a preços constantes
o
As taxas de crescimento econômico previstas para os próximos anos são medíocres, não ultrapassando os 2% ao ano
IPEA/ ASTEP- Grupo de Trabalho do IPEA sobre a Crise Internacional
Texto-síntese - Versão II (setembro/2011
o
A taxa de desemprego
)
da região prevista para 2013 ainda será (cerca de 30%)
maior do que a verificada antes da crise
o
O custo fiscal da crise (em termos de aumento do endividamento
público líqui-
do) já passa dos 14% do PIB e deve atingir 16% do PIB em 2013
o
O comércio internacional
mo econômico
tem sido uma importante
(e rara) fonte de dinamis-
para a região nos últimos anos, posto que as exportações
da
zona do Euro tem crescido bem mais do que as importações
•
Mas esta caracterização esconde diferenças:
o
Alemanha recuperou-se
em termos de produto e emprego, enquanto
tou levemente seu endividamento
o
correntes
recuperação
do produto,
em 2011, exibem taxas de desemprego
em média 20% maiores do que as verificadas
endividamento
•
público
França, Reino Unido, Áustria, Bélgica, Eslováquia, Holanda, muito embora apresentem
o
aumen-
em 2008 e taxas de
público líquido pelo menos 10% do PIB maiores
Situação dramática dos PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha)
A crise de 2008 é de longe a maior desde a criação da União Europeia
o
Somente a crise de 1929 equipara-se ao que vem ocorrendo
no continente
eu-
ropeu
•
Diversos e importantes
vos financeiros
o
bancos europeus carregavam montantes
norte-americanos
O sistema financeiro
significativos
de ati-
em seus portfólios
europeu sofreu enormes perdas patrimoniais
com os e-
ventos que se seguiram à falência do Lehmann Brothers
•
A reação dos governos e dos bancos centrais europeus foi semelhante
a que ocorreu
nos EUA
o
Reduções nas taxas de juros e "operações de salvamento"
de grandes institui-
ções financeiras, operações estas com enormes custos fiscais
•
Os referidos custos e a própria recessão (que reduz a arrecadação tributária
e eleva a
pressão por gastos públicos) explicam a difícil situação fiscal ora em curso na Europa
•
As medidas severas de ajuste fiscal que vem sendo adotadas diminuem
IPEA/ ASTEP- Grupo de Trabalho do IPEA sobre a Crise Internacional
sensivelmente
Texto-síntese
- Versão II
(setembro/2011
)
as possibilidades de aceleração do crescimento econômico
•
Piora sensivelmente
o clima político nestas economias, tendo em vista que os cortes
de gastos públicos afetam sensivelmente
•
o bem estar das populações afetadas
A crise fiscal de alguns países europeus é particularmente
preocupante,
porque pode
dar origem a uma nova crise bancária de grandes proporções
o
Os ativos dos bancos europeus são, em grande medida, compostos
por títulos
de dívidas soberanas emitidos pelos países em questão (e pela Espanha e Itália
em particular)
o
Uma moratória
na dívida pública destes países - e nas dívidas espanhola e/ou
italiana em particular - levaria a novas e significativas
perdas de capital para
os bancos europeus e, portanto, teria o potencial de causar uma crise financeira de proporções parecidas à de 2008
•
Contudo, não tem sido fácil, em particular para a chanceler Angela Merkel, convencer
a opinião pública alemã de que o país tem de se sacrificar para beneficiar outros integrantes da União Europeia
•
A possibilidade
de uma grave crise bancária europeia em virtude da moratória
ses europeus sobre-endividados
ta crise - é real e provavelmente
ceira internacional
1.3
de paí-
- e do contágio do sistema financeiro dos EUA por esredundaria em forte recrudescimento
da crise finan-
com graves consequências econômicas, (geo) políticas e sociais
China
•
China foi abalada pela crise de 2008 numa dimensão muito menor que a economia
americana
o
O mecanismo de transmissão da crise ocorreu de forma indireta,
por meio da
queda da demanda externa por produtos chineses
o
•
Demissão de empregados nas Zonas Econômicas Especiais (ZEE)
Mediante o cenário de crise, o governo chinês:
o
Redirecionou seu foco de atuação da contenção da inflaçãopara
a manutenção
do crescimento econômico: reduziu os juros, aumentou o crédito
o
Lançou um pacote de 4 trilhões de RMB (US$ 586 bilhões), dos quais 54,3%
desse valor foram destinados aos investimentos
IPEAI ASTEP - Grupo de Trabalho
em infraestrutura
do IPEA sobre a Crise Internacional
- Versão II (setembro/2011
Texto-síntese
o
Manteve
a política cambial de atrelamento
câmbio iuanejdólar),
•
)
de sua moeda ao dólar (taxa de
que permaneceu praticamente
Os estímulos fiscais, monetários
e cambiais recolocaram
estável
a economia chinesa na rota
do crescimento
•
A preocupação
atual do governo chinês diz respeito aos efeitos gerados pela forte e
rápida recuperação econômica, sobretudo
rios (alimentos,
o
matérias-primas
no que diz respeito aos impactos inflacioná-
e imóveis)
O governo tem praticado elevações contínuas e graduais das taxas de juros básica desde outubro de 2010 e da taxa de compulsório
dos bancos (19,5%)
•
Os dados sugerem um "pouso suave" da economia chinesa
•
Mesmo com medidas restritivas, a inflação tem se elevado de forma significativa
o
•
O item que mais tem afetado
a inflação chinesa é alimentos
Caso o governo chinês resolva realizar um pouso forçado de sua economia, a economia
mundial irá sofrer forte impacto negativo e a economia brasileira sofrerá pelo lado das
exportações
2
e, provavelmente,
pela mudança dos seus termos de troca
A crise e a economia brasileira: o que esperar?
•
Os dados da economia brasileira indicam certa "acomodação"
do produto, investimen-
to e emprego em relação ao ano de 2010
o
Segundo trimestre
ao mesmo trimestre
o
de 2011 apresentou crescimento do PIB de 3,1% em relação
do ano anterior
Taxa do número de ocupados vem crescendo cerca de 2% desde o início de
2011
•
Para analisar os impactos da crise sobre a economia brasileira, parece sensato se trabalhar com dois cenários
2.1
Primeiro cenário
•
Hipótese
(mais provável):
a recessão nas economias
centrais ocidentais
continuará,
mas não haverá uma nova crise bancária de grandes proporções nestas economias
•
"Fuga para a qualidade"
fará com que um grande volume de capitais venha para o Bra-
sil
IPEAI ASTEP - Grupo de Trabalho
do IPEA sobre a Crise Internacional
•
Texto-síntese
•
- Versão 11 (setembro/2011
ea
)
Pressão pela valorização do Real continuará exacerbando algumas das tendências mais
negativas do atual modelo brasileiro de crescimento
o
Perda de competitividade
internacional
do nosso setor de bens transacionáveis
com o exterior em um contexto em que estamos crescendo mais rapidamente
do que a média mundial (o que pressiona forte e negativamente
a conta cor-
rente do balanço de pagamentos e nosso passivo externo)
•
No entanto,
em termos gerais, as condições do Brasil frente aos desdobramentos
centes da crise internacional
o
A turbulência
re-
são mais favoráveis do que em 2008
externa está coincidindo
com uma desaceleração da economia
brasileira - o que abre espaço para reduções nas taxas de juros
o
O processo de queda do preço das commodities
tem se refletido sobre a redu-
ção do processo inflacionário
o
Os bancos parecem estar funcionando
em bases mais sólidas, sem interrupção
dos canais de crédito
o
O Banco Central já tomou uma série de medidas para contenção da especulação no mercado de derivativos
•
o
As contas públicas do país continuam apresentando
bons resultados
o
As reservas brasileiras continuam em patamares altos
Neste caso, a crise atual poderá ser vista como uma oportunidade
para reformas im-
portantes no modelo econômico
2.2
Segundo cenário
•
A repetição do ocorrido em 2008
o
Crise bancária nos países centrais com fuga de capitais do Brasil
o
Grande desvalorização do real
o
Poderiam ser utilizados os instrumentos
encontram-se
•
utilizados na crise de 2008 que ainda
disponíveis
Neste caso, todos os instrumentos
utilizados na crise de 2008 poderão novamente
utilizados, pois:
o
O dinamismo do mercado interno continua grande
IPEA/ ASTEP - Grupo de Trabalho
do IPEA sobre a Crise Internacional
ser
Texto-síntese - Versão 11 (setembro/2011
)
o
O salário mínimo aumentará de novo em 2012
o
O Plano Brasil Maior (PBM), lançado recentemente,
significará
indústria e é uma sinalização positiva
IPEA/ ASTEP- Grupo de Trabalho do IPEA sobre a Crise Internacional
um reforço à
.•
:."\l+
~Dé;1JC
--~
~~ctr
* \VI "
\Í
\j
9- ']
h~àJ
W\ tiA
-
cG
",~J, =, ~CL<':;Yy'9-~ko
1 ~
c-~ ~~ ~fr-'t c. (\.o
r
'" (l;.. "'vi M\\l'C -:=- ~ S ""
J- C'.- N ':1
~Jb[) ",1 l,
(;;~, ~ G< 6.- J
\ c, ,.-"w- "-'"
r
J
(t)
-;;C
C<.cl
N (7,
Download