ECONOMIA E MERCADO MICROECONOMIA

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ECONOMIA E MERCADO
MICROECONOMIA
Professora: Karina Cabrini Zampronio
Micro e Macroeconomia
Microeconomia – é o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento do mercado de
um determinado produto ou grupo de produtos, ou seja, o comportamento dos compradores
(consumidores) e vendedores (produtores) de tais bens.
Preocupa-se com a determinação dos preços e quantidades em mercados específicos.
Macroeconomia – é o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento como um
todo, procurando identificar e medir as variáveis (agregadas) que determinam o volume da
produção total ( crescimento econômico ), o nível de emprego e o nível geral de preços
(Inflação) do sistema econômico, bem como a inserção do mesmo na economia mundial.
Fundamentos de Microeconomia


Analisar um mercado isoladamente
Supor todos os demais mercados constantes
O mercado em estudo não afeta e não é afetado pelos demais.
Verifica o efeito de variáveis isoladas, independentemente dos efeitos de outras variáveis.
Ex. Variação do Preço sobre a procura de determinado bem  independente  outras
variáveis: renda do consumidor, gostos, preferências, etc.
Análise da Demanda
Demanda (ou procura) é a quantidade de determinado bem ou serviço que os consumidores
desejam adquirir, num dado período.
A Demanda não representa a compra efetiva, mas a intenção de comprar, a dados preços.
A escala de demanda indica quanto (quantidade) o consumidor pode adquirir, dadas várias
alternativas de preços de um bem ou serviço.
Variáveis que afetam a Demanda:
 Riqueza (e sua distribuição)
 Renda (e sua distribuição)
 Preço do bem
 Preço dos outros bens
 Fatores climáticos e sazonais
 Propaganda
 Hábitos, gostos, preferências dos consumidores
 Expectativas sobre o futuro
 Facilidades de crédito (disponibilidade, taxa de juros, prazos)
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Função Geral da Demanda qdi = f( pi , ps , pc , R, G)
qdi = quantidade procurada (demandada) do bem i
pi = preço do bem i
ps = preço dos bens substitutos ou concorrentes
pc = preço dos bens complementares
R = renda do consumidor
G = gostos, hábitos e preferências do consumidor
Função Convencional  qdi = f( pi ) - supondo ps , pc , R e G constantes
Obs.: Para estudar o efeito de cada uma das variáveis, deve-se recorrer à hipótese ceteris
paribus
Relação entre a quantidade demandada e o preço do próprio bem:
O bem fica mais barato relativamente aos
concorrentes, fazendo com que a qtd. demandada
aumente.
Com a queda do preço, o poder aquisitivo do
consumidor aumenta, e a qtd. demandada do
bem deve aumentar.
Ex: Gráfico - Curva de Demanda – Função Linear
Representa o efeito do preço de um bem sobre a quantidade do bem que os consumidores
estão dispostos a comprar e não a compra efetiva (ceteris paribus). Como o preço e a quantidade
demandada têm relação negativa, a curva de demanda se inclina para baixo.
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Deslocamento da Curva de Demanda
Variações na Quantidade Demandada:
Preço do próprio bem
 movimento ao longo da curva de demanda
Variações na Demanda
 Renda
 Preços de bens relacionados
 Gostos
 Expectativas
 Número de compradores
 desloca a curva de demanda
 deslocam a curva de demanda
 deslocam a curva de demanda
 deslocam a curva de demanda
 desloca a curva de demanda
Variação na quantidade demandada  movimento ao longo da curva de demanda
Variação da Demanda  deslocamento da curva
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1) Relação entre a quantidade demandada e preços de outros bens e serviços
Bem substituto = o consumo de um bem substitui o consumo ou concorrente do outro
qdi = f( ps ) - Supondo pi , pc , R e G constantes
Ex.:
1. Carne de vaca, frango e peixe.
2. Cerveja Antarctica e Brahma.
3. Coca-cola e Guaraná.
Bens complementares = são bens consumidos em conjunto
qdi = f( pc ) - Supondo pi , ps , R e G constantes
Ex.:
1.
2.
3.
4.
5.
Camisa social e gravata
Pneu e câmara
Pão e manteiga
Sapato e meia
Litro de gasolina e automóvel
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2) Relação entre a demanda de um bem e renda do consumidor (R)
qdi = f( R ) - Supondo pi , ps , pc e G constantes
Em relação à renda dos consumidores, há três situações distintas:
Bem Normal = tudo o mais constante, um aumento na renda provoca um aumento na
quantidade demandada do bem.
Bem Inferior = tudo o mais constante, um aumento na renda provoca uma diminuição na
quantidade demandada do bem.
Ex.: Passagem de ônibus, carne de segunda.
Bem de consumo saciado = se aumentar a renda do consumidor, não aumentará a demanda
do bem. Caso da demanda de alimentos básicos, como o açúcar, sal, arroz.
BEM NORMAL
BEM INFERIOR
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3) Relação entre a demanda de um bem e hábitos dos consumidores (G)
qdi = f(G ) - Supondo pi , ps , pc e R constantes
Hábitos, preferências ou gostos (G) podem ser alterados, “manipulados” por propaganda e
campanhas promocionais, incentivando ou reduzindo o consumo de bens.
Campanha do tipo “beba mais leite”  desloca para a direita
Análise da Oferta
Oferta é a quantidade de determinado bem ou serviço que os produtores desejam vender, em
função dos preços, em um determinado período.
Considera-se que os produtores são racionais, já que estão produzindo com o lucro máximo,
dentro da restrição de custos de produção.
Variáveis que afetam a Oferta de um bem ou serviço:
qoi = f( pi , pfp , pn , T, M)
qoi = quantidade ofertada do bem i
pi = preço do bem i
Pfp = preço dos fatores e insumos de produção m (matéria-prima, mão-de-obra, etc.)
pn = preço de outros n bens, substitutos na produção
T = tecnologia
M = objetivos e metas de empresário
Função Geral da Oferta - qsi = f( pi)
Tudo o mais constante (ceteris paribus), se o preço do bem aumenta, estimula as empresas a
produzirem mais. Para produzir mais, os custos serão maiores, e o preço do bem deve ser
aumentado.
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Como os empresários reagem, quando se altera o preço do bem ou serviço, ceteris
paribus.  aumentando a qtd. ofertada
Deslocamento da Oferta
Variação da Oferta = Deslocamento da curva de oferta, em virtude de alterações em pfp , pn ,
T, M (ou seja, mudança na condição ceteris paribus).
Variações na quantidade ofertada = refere-se ao movimento ao longo da própria curva de
oferta, em virtude da variação do preço do próprio bem pi , mantendo-se as demais variáveis
constantes (ceteris paribus).
Variações na quantidade ofertada
Preço
 movimento ao longo da curva de oferta
Variações na oferta
Preços dos Insumos
Preços dos Bens Subst.
Tecnologia
Objetivo do empresário
Número de Vendedores
 desloca a curva de oferta
 desloca a curva de oferta
 desloca a curva de oferta
 desloca a curva de oferta
 desloca a curva de oferta
Relação entre a oferta de um bem e preço do fator (Insumo) de produção (Pfp)
qsi = f(Pfp ) - Supondo pi , pn , T, M constantes
Preço do Fator de produção (Pfp). Se o preço do fator mão-de-obra aumenta, diminui a
oferta do bem, ceteris paribus, (haverá um deslocamento). O mesmo vale para os demais fatores
de produção, como terra, matérias-primas, etc.
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a) Aumento do preço do fator de produção, ceteris paribus, há uma redução na oferta do bem.
b) Redução do preço do fator de produção, ceteris paribus, há um aumento na oferta do bem.
Relação entre a oferta de um bem e tecnologia (T)
qsi = f(T) - Supondo pi , pfp , pn , M constantes
Tecnologia (T). Um aumento na tecnologia, ceteris paribus, aumenta a oferta do bem.
a) Aumento da tecnologia, ceteris paribus, há um aumento na oferta do bem.
b) Redução da tecnologia, ceteris paribus, há uma redução na oferta do bem.
Equilíbrio de Mercado
O preço em uma economia de mercado é determinado tanto pela oferta como pela demanda.
O equilíbrio se encontra onde as curvas de oferta e de demanda se cruzam. Ao preço de
equilíbrio, a quantidade oferecida é igual a quantidade demandada (quantidade de equilíbrio).
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Lei da Oferta e da Demanda  O preço de qualquer bem se ajusta de forma a equilibrar a
oferta e a demanda desse bem (Mecanismo de Preço  Não há excesso de oferta, nem excesso
de demanda (qde que os consumidores querem comprar = qde que os produtores desejam
vender).
O Excesso de Oferta / Demanda / O Equilíbrio
Exercício de Equilíbrio
1 – Dados D = 22 – 3p (função demanda) S = 10 + 1p (função oferta)
a) Determinar o preço de equilíbrio e a respectiva quantidade.
b) Se o preço for R$ 4,00, existe excesso de oferta ou de demanda ? Qual é a magnitude desse
excesso?
2 – Num dado mercado, a oferta e a procura de um produto são dadas, respectivamente, pelas
seguintes equações:
Qo = 48 + 10.P
Qd = 300 – 8.P
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Onde Qo, Qd e P são respectivamente, quantidade ofertada, quantidade demandada e o preço
do produto. Qual será a quantidade transacionada nesse mercado, quando ele estiver em
equilíbrio ?
Elasticidade
Conceito: é a alteração percentual em uma variável, dada uma variação percentual em outra,
ceteris paribus. Sinônimo de sensibilidade, resposta, reação de uma variável, em face de
mudanças em outras variáveis.
1) Elasticidade-Preço da Demanda
Variação percentual na quantidade demandada, dada uma variação percentual no preço do
bem, ceteris paribus.
Mede a sensibilidade, a resposta dos consumidores, quando ocorre uma variação no preço de
um bem ou serviço.
A Elasticidade-preço da demanda é sempre negativa.
Seu valor é expresso em módulo (|Epd | = 1,5 que equivale a Epd
=
-1,5 ).
Exemplo: Calcule a Elasticidade-preço da demanda em um ponto específico.
P0 = preço inicial = R$ 20,00
P1 = preço final = R$ 16,00
Q0 = quantidade demandada, ao preço p0 = 30
Q1 = quantidade demandada, ao preço p1 = 39
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Cálculo da Epd:
Para uma queda de 20% no preço, a quantidade demandada aumenta em 1,5 vezes os 20%, ou
seja, 30%.
Elasticidade-Preço da Demanda - classificação:
Demanda Elástica:
| Epd | > 1 Isso revela que a quantidade demandada é bastante sensível à variação de seu
preço.
Demanda Inelástica:
| Epd | < 1 Neste caso, os consumidores são pouco sensíveis a variações de preço
Demanda de elasticidade unitária:
| Epd | = 1
Se o preço aumenta em 10%, a quantidade cai também em 10%, ceteris paribus.
2) Elasticidade-Cruzada da Demanda
Variação percentual na quantidade demandada, dada a variação percentual no preço de outro
bem, ceteris paribus.
Epd AB > 0 => A e B são substitutos (o aumento do preço de y aumenta o consumo de x,
ceteris paribus).
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Epd AB < 0 => A e B são complementares (o aumento do preço de y diminui o consumo de x,
ceteris paribus).
3) Elasticidade-Renda da Demanda
Variação percentual na quantidade demandada, dada uma variação percentual na renda do
consumidor, ceteris paribus.
ERd > 1 => Bem superior (ou bem de luxo) : dada uma variação da renda, o consumo varia
mais que proporcionalmente.
ERd > 0 => Bem normal : o consumo aumenta quando a renda aumenta.
ERd < 0 => Bem inferior : a demanda cai quando a renda aumenta.
ERd = 0 => Bem de consumo saciado: variações na renda não alteram o consumo do bem.
2) Elasticidade-Preço da Oferta
Variação percentual na quantidade ofertada, dada uma variação percentual no preço do bem,
ceteris paribus.
Epo > 1 => Bem de oferta elástica.
Epo < 1 => Bem de oferta inelástica.
Epo = 1 => elasticidade-preço de oferta unitária.
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Estruturas de Mercado
1) Concorrência Perfeita
Mercado atomizado: mercado com infinitos vendedores e compradores (como “átomos”), de
forma que um agente isolado não tem condições de afetar o preço de mercado. Assim, o preço
de mercado é um dado fixado para empresas e consumidores (são price-takers, isto é, tomadores
de preços pelo mercado)
Produtos Homogêneos: todas as firmas oferecem um produto semelhante, homogêneo.
Não há diferenças de embalagem, qualidade nesse mercado.
Racionalidade: os empresários sempre maximizam lucro e os consumidores maximizam
satisfação ou utilidade derivada do consumo de um bem, ou seja, os agentes agem
racionalmente.
Transparência do mercado: consumidores e vendedores têm acesso a toda informação
relevante, sem custos, isto é, conhecem os preços, qualidade, os custos , as receitas e os lucros
dos concorrentes;
Mobilidade de firmas: não há barreiras para o ingresso de empresas no mercado.
2) Monopólio
 uma única empresa produtora do bem ou serviço;
 não há produtos substitutos próximos;
 existem barreiras à entrada de firmas concorrentes.
As barreiras de acesso podem ocorrer de várias formas:
Monopólio puro ou natural = devido à alta escala de produção requerida, exigindo um
elevado montante de investimento. A empresa monopolística já está estabelecida em grandes
dimensões e tem condições de operar com baixos custos. Torna-se muito difícil alguma
empresa conseguir oferecer a um preço equivalente à firma monopolista;
Patentes = direito único de produzir o bem.
Controle de matérias-primas chaves = Exemplo: o controle das minas de bauxita pelas
empresas produtoras de alumínio.
Monopólio estatal ou institucional = protegido pela legislação, normalmente em setores
estratégicos ou de infra-estrutura.
3) Oligopólio
 pequeno nº de empresas no setor. Ex. Indústria automobilística.
 ou um pequeno nº de empresas domina um setor com muitas empresas.
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Devido à existência de empresas dominantes, elas têm o poder de fixar os preços de venda em
seus termos, defrontando-se normalmente com demandas relativamente inelásticas, em que os
consumidores têm baixo poder de reação a alterações de preços.
No oligopólio, assim como no monopólio, há barreiras para a entrada de novas empresas no
setor.
Existem Oligopólios com produtos homogêneos (Ex:alumínio) e com produtos diferenciados
(Ex: automóveis)
4) Concorrência Monopolística
 muitas empresas, produzindo um dado bem ou serviço;
 cada empresa produz um produto diferenciado, mas com substitutos próximos;
 cada empresa tem um certo poder sobre os preços, dado que os produtos são
diferenciados, e o consumidor tem opções de escolha, de acordo com sua preferência.
Características
Concorrência
Perfeita
nº de empresas
Produto
Controle de preços
Ingresso
Muito grande
Homogêneo
Rigidez
Sem barreiras
Empresa com
poder
Há barreiras p/ as
novas
Monopólio
Só há uma
empresa
Oligopólio
Pequeno
Concorrência
Monopolística
Grande
Não há
substitutos
próximos
Pode ser
homogêneo ou
diferenciado
Diferenciado
Poder
Há barreiras p/ as
c/interdependência novas
Pouca margem de
manobra
Sem barreiras
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