PRODUTOS CAPILARES: UMA VISÃO CRÍTICA SOBRE O APELO DE MARKETING PONTEL, Debora1; WOTTRICH, Vanessa1; HELLER, Vanessa1; BERNARDI, Janete1; ARRUDA, Gabriele1; NAGEL, Andréia S. 2; FACCO, Marileides3; IEGGLI, Carine V.S.4; HANSEN, Dinara5 O cabelo é um apêndice filamentoso da pele, rico em queratina, composto por três camadas: a cutícula, o córtex e a medula, localizada na região central do pêlo. A cutícula é a principal responsável pela aparência do cabelo, e também a mais danificada por agentes externos. Os produtos capilares mais utilizados são os xampus, que têm a função de limpar e os condicionadores que têm a função de melhorar a maleabilidade dos fios. Muitos fabricantes utilizam como apelo de marketing a ausência de cloreto de sódio, espessante muito utilizado na formulação de xampus, porque este já foi apontado como responsável pela desidratação do fio. Outro fator importante é o índice de acidez ou alcalinidade destes produtos, também chamado potencial hidrogeniônico (pH), desde que uma alteração neste parâmetro pode provocar danos à cutícula capilar. Este trabalho objetivou fazer um levantamento a cerca de quais espessantes estão sendo utilizados em formulações de xampus disponíveis no mercado, determinar o pH de xampus e condicionadores; fazer uma análise crítica sobre estes parâmetros e a propaganda destes cosméticos. Os espessantes em formulações de xampus têm o simples papel de tornar a formulação mais espessa, para facilitar sua aplicação no cabelo. O cloreto de sódio é o agente espessante mais usado em xampus, quando este não está presente é substituído por espessantes orgânicos ou por espessantes inorgânicos. Foram analisadas 13 amostras de condicionadores e 30 amostras de xampus, sendo que destas 6 constavam no rótulo a informação quanto a ausência de cloreto de sódio. Existe uma forte propaganda negativa sobre o cloreto de sódio, porém na quantidade ideal para espessar a formulação, não é provável que ofereça risco à saúde dos fios. Nas formulações que optam por não usar este sal como espessante os mais frequentes são o PEG150, o cloreto de hidroxipropiltrimonio guar e os polímeros do ácido acrílico (carbômeros). Estes substituintes do cloreto de sódio, apesar de serem mais caros podem oferecer vantagens adicionais de apresentarem menor sensibilidade e natureza catiônica que proporciona efeito condicionante aos fios. O pH natural dos cabelos é de 4,5 a 6,0 (levemente ácido), portanto os produtos capilares devem estar nesta faixa. Produtos com pH alcalinos (acima de 7,0) provocam nos cabelos abertura das cutículas, ocorrendo desidratação, perda de nutrientes e emborrachamento da fibra capilar. O pH dos produtos foi determinado potenciometricamente, sendo que os resultados variaram: de 4,11 a 6,14 nos condicionadores, de 5,28 à 7,47 nos xampus sem sal e 4,50 à 7,38 nos xampus contendo cloreto de sódio. Tanto o pH dos xampus quanto dos condicionadores estavam dentro do adequado para a integridade dos fios. Analisando as formulações conclui-se que a ausência de cloreto de sódio é um apelo de marketing usado por diversos fabricantes de xampus, porém o pH que é um fator mais importante é esquecido pelos mesmos. Quanto a agressão causada pelo cloreto de sódio aos fios, ainda requer mais pesquisas, pois são poucos os dados científicos sobre este assunto. No entanto, existem hoje espessantes importantes no mercado que reúnem não só propriedades espessantes, mas condicionantes aos cabelos provendo uma vantagem adicional. Quanto ao pH, todos os produtos encontraram-se na faixa ideal para integridade dos fios. 1 Acadêmica do Curso de Estética e Cosmética da Universidade Cruz Alta-UNICRUZ Acadêmica do Curso de Farmácia da Universidade Cruz Alta-UNICRUZ 3 Técnica da Unicruz – Laboratório Controle de Qualidade de Medicamentos 4 Professora Dra. da Universidade de Cruz Alta-UNICRUZ, Orientadora 5 Professora M. Sc da Universidade de Cruz Alta-UNICRUZ, Co-Orientadora do grupo 2