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2016-01-19 14:34:28
http://justnews.pt/noticias/capacidade-diagnostica-da-capsula-endoscopica-pode-melhorar-extraordinariamente
Capacidade diagnóstica da cápsula endoscópica pode melhorar
«extraordinariamente»
De acordo com José Cotter, presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG), prevê-se que, no
futuro, a cápsula endoscópica, que é hoje um exame de primeira linha para o diagnóstico das doenças do
intestino delgado, possa vir a melhorar “extraordinariamente” a sua capacidade de diagnóstico.
O diretor do Serviço de Gastrenterologia do Hospital da Senhora da Oliveira - Guimarães , e professor na Escola de
Ciências da Saúde da Universidade do Minho, falava no âmbito da XIV Reunião Ibérica de Cápsula Endoscópica
(RICE 2016), que teve lugar em Guimarães no último fim de semana, na sequência da X Reunião Ibérica de
Enteroscopia, ambas organizadas pela SPG e por uma das suas secções especializadas, o Grupo de Estudos
Português do Intestino Delgado (GEPID).
José Cotter sublinhou que tanto a cápsula endoscópica como a enteroscopia introduziram um elemento novo na
Gastrenterologia e na endoscopia digestiva: a acessibilidade ao intestino delgado. “As doenças do intestino
delgado eram diagnosticadas apenas por métodos radiológicos que têm muito pouca sensibilidade. Com o
aparecimento da cápsula endoscópica, o diagnóstico dessas doenças melhorou muito”, referiu.
Apesar de ser um exame de primeira linha para o diagnóstico das doenças do intestino delgado, atualmente, a
cápsula diagnóstica ainda não tem uma vertente terapêutica, ao contrário da enteroscopia que, além de permitir
aceder ao intestino delgado, possibilita também fazer o tratamento de muitas lesões (retirar pólipos, tratar
hemorragias digestivas, colocar próteses, fazer dilatações de segmentos do intestino delgado que estejam mais
apertados).
No entanto, referiu, “a cápsula endoscópica tem a grande vantagem de ser um exame não invasivo,
contrariamente à enteroscopia, que é um exame complexo, demorado e substancialmente mais invasivo”.
Ainda que considere que a evolução destas técnicas seja completamente imprevisível, José Cotter considera ser
expectável que haja uma evolução maior das cápsulas endoscópicas, nomeadamente, que estas venham a ter
capacidade de melhorar a sua qualidade de imagem, de retirar fragmentos de biópsia e que possam vir a ter
algum efeito terapêutico através da libertação seletiva de fármacos em alguns segmentos do intestino delgado
que estejam doentes.
Adicionalmente, a curto prazo, “espera-se que haja a possibilidade de comandar as cápsulas, o que melhoraria
extraordinariamente a capacidade de diagnóstico, porque passariam a ser também um método de visualização,
por exemplo, do estômago”.
Ambos os exames são feitos nos serviços de Gastrenterologia diferenciados dos hospitais portugueses públicos e
privados. Contudo, segundo José Cotter, há uma carência que é preciso colmatar, sobretudo no que diz respeito à
cápsula endoscópica que, apesar de ser um exame absolutamente corrente e de primeira linha para o estudo do
intestino delgado, “é comparticipado apenas por um ou dois subsistemas de saúde”.
No seu entender, embora seja para ser usado seletivamente, “em nome da mais elementar justiça que tem de
haver no acesso aos cuidados de saúde por parte dos cidadãos”, é absolutamente necessário que esteja
comparticipado pela generalidade das seguradoras e susbsistemas de saúde, nomeadamente a ADSE, porque é
um exame fundamental para o diagnóstico deste tipo de lesões.
Guimarães acolheu mais de meia centena de gastrenterologistas espanhóis
A Reunião Ibérica de Enteroscopia e Cápsula Digestiva é um evento anual que se realiza alternadamente em
Portugal e Espanha. Este ano, estiveram reunidos em Guimarães uma centena e meia de gastrenterologistas,
sendo que mais de 50 eram espanhóis.
“Trata-se de um momento excelente para a troca de experiências, a discussão de casos clínicos e o levantamento
do estado da arte entre os gastrenterologistas portugueses e espanhóis, o que nos permite manter uma
atualização contínua e, simultaneamente, que haja repercussão na atividade assistencial para com os nossos
doentes, de acordo com os últimos avanços”, indicou José Cotter.
“Apraz-nos registar que, a cada ano que passa, estas reuniões têm tido uma audiência cada vez maior e com
muita juventude, o que, para a SPG, que tem uma grande responsabilidade na formação e no estímulo à
formação, nos dá um grande contentamento, porque os jovens gastrenterologistas ou internos da especialidade
serão os especialistas que amanhã estarão no terreno. É muito bom que eles se interessem e estejam
perfeitamente a par de tudo o que se relaciona com estas técnicas, que são relativamente novas e sofisticadas, e
que façam a sua aprendizagem também para estarem aptos para executá-las.”
O RICE 2017 terá lugar em Pamplona, no dia 14 de janeiro, e será presidido por Miguel Muñoz Navas, que este fim
de semana apresentou a reunião aos presentes em Guimarães.
Distinguidos trabalhos nacionais sobre cápsula endoscópica
Como habitualmente, foi apresentado, por uma “grande autoridade mundial nesta área”, Marco Pennazio, de
Torino, uma revisão do que de mais importante foi publicado no ano transato sobre cápsula endoscópica a nível
mundial. O especialista selecionou quatro trabalhos portugueses, todos do Hospital Nossa Senhora da Oliveira,
em Guimarães, que foram publicados em prestigiadas revistas internacionais.
Podem ser consultadas mais fotos na Galeria de imagens da Just News, aqui.
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