Área: CV ( X ) CHSA ( ) ECET ( ) MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI PRÓ-REITORIA DE PESQUISA Coordenadoria de Pesquisa – CPES Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, Bloco 06 – Bairro Ininga Cep: 64049-550 – Teresina-PI – Brasil – Fone (86) 215-5564 E-mail: [email protected] Correlação de parâmetros intestinais de suínos com diferentes doses de extrato etanólico de própolis apícola José Luiz Leonardo de Araujo Pimenta (bolsista do PIBIC/CNPq), Leonardo Atta Farias (Orientador, Coordenação do curso de Bacharelado em Zootecnia– CPCE/ UFPI) Resumo: Este presente estudo teve como objetivo de correlacionar parâmetros intestinais de suínos na fase de creche com diferentes doses de extrato etanólico de própolis apícola por via oral. Foram utilizados 24 suínos desmamados, machos, castrados, mestiços comerciais da linhagem Agroceres PIC x Piau, com aproximadamente 35 dias de vida e 10 quilogramas de peso vivo, alojados em quatro baias com seis suínos cada. Os resultados mostram que não existe correlação estatística entre as doses de própolis apícola trabalhadas neste estudo com o desenvolvimento do aparelho digestório de suínos na fase de creche. As análises foram realizadas por meio de testes de homogeneidades de variância do resíduo, com posterior aplicação de testes estatísticos de correlação de Pearson ente as variáveis coletadas. Todas as análises foram realizadas pelo assistente estatístico BIOESTAT 5.0. Palavras-chave: extrato, parâmetros intestinais, produção, suíno. Introdução O mercado consumidor está cada vez mais exigente quanto à qualidade da carne que consome, isso pelo fato de substâncias residuais do processo produtivo poder estar presentes no produto final, como é o caso de antibióticos promotores de crescimento utilizados como aditivo para prevenir desordens diversas no animal e que podem ser residuais nas carcaças dos suínos, podendo influenciar na resistência de microrganismos patogênicos no consumidor final. Nesse sentido, o estudo da utilização de própolis ganha importância, uma vez que poderá diagnosticar a possibilidade de avaliar a utilização de um produto natural que possa substituir o uso de quimioterápicos como aditivo nutricional para suínos. Mediante o exposto, este trabalho foi conduzido com o objetivo de correlacionar parâmetros intestinais de suínos na fase de creche com diferentes doses de extrato etanólico de própolis apícola por via oral. Metodologia O trabalho foi desenvolvido no setor de suínos do Colégio Técnico de Bom Jesus (CTBJ), da Universidade Federal do Piauí (UFPI) Campus Professora Cinobelina Elvas (CPCE). O presente trabalho foi aprovado pelo comitê de ética em experimentação animal da UFPI, com o número de protocolo 058/14. Foram utilizados 24 suínos desmamados, machos, castrados, mestiços comerciais da linhagem Agroceres PIC x Piau, com aproximadamente 35 dias de vida e 10 quilogramas de peso vivo provenientes do módulo didático-produtivo de suinocultura do Colégio Técnico de Bom Jesus (CTBJ). O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado com quatro tratamento e seis repetições, as quais foram constituídas por seis animais, alojados em baias experimentais de 08 metros quadrados equipadas com bebedouros do tipo chupeta e comedouros de alvenaria. Os tratamentos foram constituídos da seguinte forma: Tratamento 01 (controle) sem fornecimento do extrato etanólico de própolis (EEP);Tratamento 02 com fornecimento de 2.000 ppm (2mg + 700mL de álcool cereal + 300ml de água destilada) do (EEP); Tratamento 03 com fornecimento de 4.000 ppm (4mg + 700mL de álcool cereal + 300mL de água destilada) do (EEP); Tratamento 04 com fornecimento de 6.000 ppm (6mg + 700mL de álcool cereal + 300mL de água destilada) do (EEP). A preparação da solução do Extrato Etanólico de Própolis (EEP) foi realizada de acordo com ametodologia proposta por Sforcin (1996). O fornecimento do extrato aos animais foi diariamente em um período de 35 dias, sendo uma vez ao dia, por meio de uma seringa de 3,0 ml por via oral. O volume a ser administrado aos animais será de 2,0 ml. Os estômagos e as porções intestinais do duodeno jejuno e íleo foram coletadas, medidas e pesadas para as análises de correlação. Foram aplicados testes de homogeneidades de variância do resíduo para avaliar se os dados apresentam normalidade, com posterior aplicação de testes estatísticos de correlação de Pearson ente as variáveis coletadas. Para toda a análise foi utilizado o programa computacional BIOESTAT 5.0. Resultado e Discussão Os Coeficientes de Correlação de Pearson (CCP) entre as doses do extrato etanólico de própolis apícola e o rendimento do peso de porções do aparelho digestório em relação ao peso de abate estão apresentados na tabela 01. Tabela 01. Coeficientes de Correlação de Pearson entre as doses do extrato etanólico de própolis apícola e o rendimento do peso de porções do aparelho digestório em relação ao peso de abate Porção do aparelho digestório 1 CCP 2 Estômago Duodeno Jejuno Íleo Ceco Cólon -0,1917 -0,4606 0,1876 -0,1196 0,3775 -0,0510 0,456 0,636 0,149 0,862 p 0,461 0,072 Coeficiente de Correlação de Pearson 2 Probabilidade 1 Não existe correlação estatística entre as doses de própolis apícola trabalhadas neste estudo com o desenvolvimento do aparelho digestório de suínos na fase de creche. Todos os Coeficientes de Correção de Pearson, foram, inclusive maiores que -0,5 e menores que 0,5. Apesar de probabilidade do CCP para o estômago ter sido baixa, ainda sim não implicou em coeficiente de CCP significativo. Em trabalho realizado por Junqueira et.al. (2009) não houve diferença nos parâmetros de morfometria intestinal avaliados. Chiquieri et al. (2006) também não verificaram efeito do uso de probiótico (Saccharomyces cerevisiae) e/ou prebiótico (MOS) sobre a altura de vilosidades do duodeno de suínos aos 120 dias de idade. Segundo Oetting et al. (2006) outros autores também avaliaram o efeito de extratos vegetais e antimicrobianos sobre a morfometria intestinal de leitões aos 56 dias de idade e não observaram efeito dos aditivos sobre a profundidade de cripta e altura de vilosidades do duodeno e do jejuno. Em contrapartida Coloni et.al. (2007) em estudo realizado com extrato etanólico de própolis sobre o ganho de peso, parâmetros de carcaça e pH cecal de coelhos em crescimento, observou que existiu diferenças significativas (P < 0,05) para peso do aparelho gástrico, em que os animais submetidos aos tratamentos que receberam o extrato de própolis com os que não receberam o extrato, que se apresentaram menores pesos. Conclusão O extrato etanólico de própolis não influenciou o desenvolvimento do estômago e porções intestinais de suínos na fase de creche. Apoio Colégio Técnico de Bom Jesus- CTBJ/UFPI Referências CHIQUIERI, J.M.S.; SOUSA, J.C.D.; VENTURA, B.G. Probiotico y prebiotico em la alimentation de cerdos em crescimento y terminacyon. Archivo Zootecnico, v.55, p.305308, 2006. COLONI, R.D.; LUI, J.F.; SANTOS, E.; NETO, A.C.; ZANATO, J.A.F.; SILVA, L.P.G.; MALHEIROS, E.B. Extrato etanólico de própolis sobre o ganho de peso, parâmetros de carcaça e pH cecal de coelhos em crescimento. Biotemas, v.20, n.2, p. 59-64, 2007. JUNQUEIRA, O.M.; BARBOSA, L.C.G.S.; PEREIRA, A.A.; ARAÚJO, L.F.; GARCIA NETO, M.; PINTO, M.F.Uso de aditivos em rações para suínos nas fases de creche, crescimento e terminação. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.12, p.2394-2400, 2009. OETTING, L.L.; UTIYAMA, C.E.; GIANI, P.A. et al. Efeitos de extratos vegetais e antimicrobianos sobre a digestibilidade aparente, o desempenho, a morfometria dos órgãos e a histologia intestinal de leitões recém- desmamados. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, n.4, p.1389-1397, 2006.