Otosclerose e seu tratamento. Dr. Adolfo E

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ARTIGO
que pode acontecer em alguns casos. Qualquer dúvida pergunte ao seu médico que ele
lhe explicará com detalhes.
Tratamento
Existem alguns tratamentos médicos (remédios) que podem fazer a doença estacionar ou ter evolução mais lenta. Consulte seu
médico otorrinolaringologista. O remédio não
faz a audição melhorar. Aparelho auditivo
pode ser usado para qualquer tipo de otosclerose. Quando a doença se dá no estribo existe
a possibilidade de cirurgia ela se chama estapedectomia. A cirurgia consiste na troca do
estribo por uma prótese artificial. Esta cirurgia tem o objetivo de substituir um pequeno
osso do ouvido que se chama estribo por uma
prótese de plástico ou metal. Esta cirurgia é
realizada com um microscópio através do canal externo do ouvido. Pode-se também ser
feito um pequeno corte junto ao orifício do
conduto auditivo externo. A cirurgia pode ser
feita com anestesia geral ou anestesia local
e sedação. Em toda cirurgia existem riscos e
complicações que são raras mas podem acontecer e todos os pacientes devem ter conhecimento. Nesta cirurgia estamos explicando o
Como é o ouvido e como escutamos
O ouvido é dividido basicamente em ouvido externo, médio e interno. O externo compreende a orelha e o canal externo do ouvido e
termina no tímpano (membrana do tímpano).
O médio compreende o tímpano, os ossinhos
do ouvido (martelo, bigorna e estribo e a parte chamada mastoide, que são pequenas cavidades ósseas cheias de ar como um “queijo
suíço”. Todo este espaço é fechado tendo uma
única comunicação com o fundo do nariz que
se abre periodicamente, que é a tuba auditiva
ou trompa de Eustáquio, por isso que quando assoamos o nariz às vezes sentimos o ar ir
para o ouvido e ele fica um tempo tampado.
O tímpano é uma membrana de pele muito
fina, que fecha o fundo do canal externo do
ouvido e divide este canal do ouvido médio.
Esta membrana é muito móvel é como se fosse uma membrana de um tambor.
O ouvido interno corresponde à cóclea, labirinto e canal auditivo interno. Da cóclea sai
o nervo auditivo que vai pelo canal auditivo
Riscos e complicações da cirurgia
1. Tontura
Tontura leve pode ocorrer nos primeiros
dias da cirurgia, podendo permanecer por
algumas semanas. Muito raramente temos
tontura que persiste por muito tempo. Se isto
acontecer existem medicamentos que controlam esta tontura.
2. Distúrbio de gosto
Alguns pacientes sentem gosto ruim na
boca por alguns dias após a cirurgia muito raramente pode ficar permanente.
3. Perda da audição
Toda cirurgia no ouvido pode haver alguma perda da audição, sendo raro (menos de
2%) os casos de perda auditiva importante.
Em alguns casos pode não haver melhora da
audição de como estava antes da cirurgia.
4. Zumbido
Zumbido quer dizer barulho no ouvido.
Em casos raros ele pode aparecer após a cirurgia.
5. Perfuração no tímpano
É muito difícil que uma perfuração no tímpano aconteça na cirurgia. Quando isto acontece normalmente o tímpano cicatriza sozinho
ou o médico faz uma cirurgia para fechar a
perfuração.
6- Fraqueza na face
Outra complicação rara é a fraqueza na
face, que quando acontece após esta cirurgia
normalmente dura poucos dias.
interno até o cérebro. Neste canal interno que
é de osso também passa o nervo facial (responsável pela movimentação de músculos da
face) e o nervo vestibular (responsável pelo
equilíbrio). Este canal tem ligação direta com
a cavidade dentro de nossa cabeça onde está
o cérebro.
O som se espalha através de uma vibração
pelo ar. Esta vibração é captada pela orelha
externa (pavilhão auditivo e canal externo do
ouvido). Esta vibração atinge a membrana
do tímpano que funciona como se fosse uma
membrana de um tambor super sensível. Estas vibrações fazem a membrana timpânica
vibrar. Na membrana do tímpano encontra-se
fixado um pequeno osso chamado martelo.
O martelo está articulado em um outro osso
chamado bigorna que pôr sua vez articula-se
no estribo. Este conjunto de pequenos ossos
se movimenta com a vibração da membrana
do tímpano e amplificam esta vibração como
um sistema de “roldanas” transmitindo esta
vibração a uma pequena membrana que se encontra encostada no estribo e oclui o canal da
cóclea. O canal da cóclea é cheio de um líquido e tem a forma em espiral como de um caracol. Com a vibração da cadeia de ossinhos
que consequentemente faz vibrar a membrana
da cóclea, este líquido se movimenta dentro
da espiral coclear.
A espiral é revestida internamente de células que tem cílios, que ficam embebidos neste
líquido e se movimentam com a movimentação do líquido. Para melhor compreensão é
como uma plantação de trigo que se movimenta com o vento em várias direções. Esta
movimentação gera uma pequena energia elétrica que é transmitida ao cérebro pelo nervo
da audição onde será descodificada e gerar a
compreensão dos sons.
Foto Arquivo Pessoal
A otosclerose ou otospongiose é uma causa comum de surdez e é hereditária. Normalmente alguém em sua família já teve este problema, algum de seus descendentes também
podem vir a ter este problema.
Na otosclerose, o que acontece, é que
ocorre alterações no osso chamado estribo
que fazem com que ele se imobilize e transmita menos o som para a cóclea. Estas alterações também podem ocorrer em regiões da
cóclea levando a surdez da cóclea. Para que
você entenda melhor no final deste texto temos uma explicação de como nós escutamos.
A otosclerose normalmente é mais comum em mulheres do que em homens, é rara
na raça negra, aparece normalmente na faixa etária entre 20 e 30 anos, piora quando a
portadora fica gravida. Na maioria dos casos
(70%) ela afeta um só ouvido. Alguns casos
podem ser acompanhados de zumbido (barulho no ouvido).
A surdez é progressiva, isto é vai piorando com o tempo, lentamente ou rapidamente.
Quando a pessoa atinge uma faixa etária acima de 50 anos piora muito e pode chegar até
a surdez total.
Otosclerose do estribo, usualmente as alterações no osso se espalham no estribo e impedem ou diminuem sua movimentação. Isto
impede a transmissão da vibração sonora para
a cóclea. Este tipo de otosclerose é corrigível
com cirurgia.
Otosclerose da cóclea- quando as alterações no osso se espalham pela cóclea afetam
as células que transformam a energia mecânica do som em energia elétrica que será transmitida para o cérebro. Esta forma de otosclerose não tem tratamento cirúrgico.
Para saber qual o tipo de otosclerose o seu
médico otorrinolaringologista vai pedir alguns exames entre eles audiometria.
Dr. Adolfo Egídio Lovadino Crocomo
Otorrinolaringologista
CRM 74639
Abril 2016 - APM - Regional Piracicaba
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