7º ano - 3º bimestre

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Língua Portuguesa
e Literatura
Aluno
Caderno de Atividades
Pedagógicas de
Aprendizagem
Autorregulada - 03
7º Ano | 3º Bimestre
Disciplina
Curso
Bimestre
Ano
Língua Portuguesa
Ensino Fundamental
3º
7º
Habilidades Associadas
1. Reconhecer e identificar os elementos básicos da narrativa: tempo, espaço, enredo,
personagens, narrador.
2. Diferenciar as narrativas em questão.
3. Diferenciar os efeitos decorrentes do uso do pretérito perfeito e do imperfeito.
4. Identificar o uso do modo subjuntivo e distingui-lo do indicativo.
Apresentação
A Secretaria de Estado de Educação elaborou o presente material com o intuito de estimular o
envolvimento do estudante com situações concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem
colaborativa e construções coletivas entre os próprios estudantes e respectivos tutores – docentes
preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado.
A proposta de desenvolver atividades pedagógicas de aprendizagem autorregulada é mais uma
estratégia pedagógica para se contribuir para a formação de cidadãos do século XXI, capazes de explorar
suas competências cognitivas e não cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma
autônoma, por meio dos diversos recursos bibliográficos e tecnológicos, de modo a encontrar soluções
para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional.
Estas atividades pedagógicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das
habilidades e competências nucleares previstas no currículo mínimo, por meio de atividades
roteirizadas. Nesse contexto, o tutor será visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem é
efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem.
Destarte, as atividades pedagógicas pautadas no princípio da autorregulação objetivam,
também, equipar os alunos, ajudá-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o
a tomar consciência dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prática.
Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observação e autoanálise, ele passa ater maior
domínio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno já domina, será possível contribuir para
o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as
ferramentas da autorregulação.
Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princípio da autorregulação, contribui-se
para o desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais para o aprender-a-aprender, o
aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser.
A elaboração destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulação Curricular, da
Superintendência Pedagógica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede
estadual. Este documento encontra-se disponível em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim
de que os professores de nossa rede também possam utilizá-lo como contribuição e complementação às
suas aulas.
Estamos à disposição através do e-mail [email protected] para quaisquer
esclarecimentos necessários e críticas construtivas que contribuam com a elaboração deste material.
Secretaria de Estado de Educação
2
Caro aluno,
Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas
habilidades e competências do 3º Bimestre do Currículo Mínimo de Língua Portuguesa
do 7º Ano do Ensino Fundamental. Estas atividades correspondem aos estudos durante
o período de um mês.
A nossa proposta é que você, aluno, desenvolva estas atividades de forma
autônoma, com o suporte pedagógico eventual de um professor, que mediará as trocas
de conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir no
percurso. Esta é uma ótima oportunidade para você desenvolver a disciplina e
independência indispensáveis ao sucesso na vida pessoal e profissional no mundo do
conhecimento do século XXI.
Neste Caderno de Atividades, você vai aprender a reconhecer e a trabalhar com
o texto narrativo, desmembrando seu estudo entre as narrativas de aventura,
suspense e terror. Além disso, também irá aprimorar seu conhecimento sobre língua
portuguesa ao estudar as formas de pretérito perfeito e imperfeito e os modos
indicativo e subjuntivo como recursos linguísticos.
Este documento apresenta 08 (oito) aulas. As aulas podem são compostas por
uma explicação base, para que você seja capaz de compreender as principais ideias
relacionadas às habilidades e competências principais do bimestre em questão, e
atividades respectivas. Leia o texto e, em seguida, resolva as atividades propostas. As
atividades são referentes a um tempo de aula. Para reforçar a aprendizagem, propõe-se,
ainda, uma avaliação e uma pesquisa sobre o assunto.
Um abraço e bom trabalho!
Equipe de Elaboração
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Sumário
Introdução...........................................................................................................3
Aula 1: O Texto Narrativo ..................................................................................... 5
Aula 2: A Narrativa de Aventura ........................................................................ 11
Aula 3: A narrativa de Suspense......................................................................... 16
Aula 4: A Narrativa de Terror ............................................................................. 21
Aula 5: O Uso dos Verbos nas Narrativas ........................................................... 28
Aula 6: Diferenciando os Modos Indicativo e Subjuntivo ................................. 33
Avaliação ............................................................................................................ 37
Pesquisa ............................................................................................................. 41
Referências ......................................................................................................... 42
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Aula 1: O Texto Narrativo
Você já leu muitas histórias, não é mesmo? Com certeza, já respondeu a
muitas perguntas sobre elas também em atividades de interpretação de textos. Seus
professores perguntavam coisas sobre os personagens, quando aconteceram os fatos,
o lugar onde aconteceu a história etc. Essas perguntas são importantes porque podem
ajudá-lo a entender quais são os elementos de uma história. Você fica sabendo como
é uma história “por dentro”.
É bom você saber, porém, que “história”, nas aulas de português, recebe o
nome de narrativa. Um texto narrativo é um texto que relata um acontecimento, um
fato, ou seja, que conta uma história real ou não.
Quais são, então, os elementos importantes de uma história, ou melhor, de
uma narrativa? O que todo texto narrativo precisa ter? Vejamos:
1. Indicação do tempo: toda narrativa se passa em algum tempo, em algum
momento. O tempo é a época em que a história se passa. Por exemplo: no
passado, no futuro, em 2003, em 1500, na Idade Média etc. Ele pode ser
apresentado de forma indeterminada: Certa vez...
Ainda há narrativas que não apresentam o tempo em que se passa a
história.
Ex.: Uma gota de chuva foi o suficiente para desesperar Mariza. Tinha
acabado de sair do salão com uma escova linda para ir a sua formatura. O
sol deu lugar a uma tempestade fora e dentro do coração da menina...
Neste exemplo, não há indicação de tempo (cronológico).
2. Indicação do lugar: toda história se passa em algum lugar, por exemplo: no
Rio de Janeiro, em Guapimirim, no bairro do Limoeiro, na sala de aula, na
montanha etc. Pode-se deduzir o lugar pelas ações das personagens.
Ex.: Um agricultor que colhia suas alfaces uma vez por semana para vender
na feira, encontrou, certa vez, no momento da colheita, uma lagarta
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comendo um de seus pés de alface. Quando se preparava para matá-la, ela
exclamou...
Lugar onde se passa a história: uma horta.
3. Personagens: você já viu uma história sem personagens? Impossível, não é
mesmo? São eles que fazem as coisas acontecerem na história. Um
personagem pode ser um animal, uma pessoa e até mesmo um objeto! Há
uma história em que uma agulha e uma linha conversam. Nessa narrativa, a
agulha e a linha são as personagens.
4. Narrador: o narrador é o responsável por nos contar os fatos. Ele pode ou
não ser um personagem.
Quando ele não é um dos personagens, é
chamado de narrador observador. Quando é personagem, é chamado de
narrador-personagem.
5. Enredo: Esta é a parte mais importante. São os fatos da narrativa.
Vamos ler um texto narrativo para observar esses elementos?
O Amor
Um pescador certa vez pescou um salmão. Quando viu seu extraordinário
tamanho, exclamou: "Que peixe maravilhoso! Vou levá-lo ao Barão! Ele adora salmão
fresco."
O pobre peixe consolou-se, pensando: "Ainda posso ter alguma esperança."
O pescador levou o peixe à propriedade do nobre, e o guarda na entrada
perguntou: "O que tem aí?"
"Um salmão", respondeu o pescador, orgulhoso.
"Ótimo", disse o guarda. "O Barão adora salmão fresco."
O peixe deduziu que havia motivos para ter esperança. O pescador entrou no
palácio, e embora o peixe mal pudesse respirar, ainda estava otimista. Afinal, o Barão
adora salmão, pensou ele.
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O peixe foi levado à cozinha, e todos os cozinheiros comentaram o quanto o
Barão gostava de salmão. O peixe foi colocado sobre a mesa e quando o Barão entrou,
ordenou: "Cortem fora a cauda, a cabeça, e abram o salmão."
Com seu último sopro de vida, o peixe gritou em desespero: "Por que você
mente? Se realmente me ama, cuide de mim, deixe-me viver. Você não gosta de
salmão, gosta de si mesmo!"
Fonte: sem autoria informada. Disponível em:
http://www.chabad.org.br/biblioteca/historias/hist194.html
Elementos da narrativa “O Amor”:
1. Indicação do tempo: o tempo na história “O Amor” não é definido com
certeza. O narrador, aquele que nos conta o fato, apenas diz “certa vez”.
Essa é a marca da narrativa: aconteceu certa vez, em um tempo não
determinado.
2. Indicação do lugar: A história começa em uma pescaria no mar e termina na
mansão do Barão.
3. Personagens: pescador, salmão, Barão, guarda e cozinheiros.
A
personagem principal é o Salmão.
4. Narrador: não é um personagem da história. Neste caso, o chamamos de
“Narrador observador”
5. Enredo: A narrativa conta a história de um salmão que foi pescado e levado
para a casa de um homem importante. Lá, ele, mantendo as esperanças
por ouvir que o homem amava salmão, achou que seria poupado por causa
desse amor, o que não aconteceu. O amor interpretado pelo salmão era
diferente do expresso pelo barão e pelos demais personagens humanos.
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Atividade 1
Chapeuzinho Amarelo
Era a Chapeuzinho amarelo
Amarelada de medo.
Tinha medo de tudo, aquela Chapeuzinho.
Já não ria.
Em festa não aparecia.
Não subia escada nem descia.
Não estava resfriada, mas tossia.
Ouvia conto de fada e estremecia.
Não brincava mais de nada, nem amarelinha.
Tinha medo de trovão.
Minhoca, pra ela, era cobra.
E nunca apanhava sol, porque tinha medo de sombra.
Não ia pra fora pra não se sujar.
Não tomava banho pra não descolar.
Não falava nada pra não engasgar.
Não ficava em pé com medo de cair.
Então vivia parada,
Deitada, mas sem dormir,
Com medo de pesadelo.
HOLLANDA, Chico Buarque de. In: Literatura comentada. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
1. (Prova Brasil) O texto trata de uma menina que
A) brincava de amarelinha.
B) gostava de festas.
C) subia e descia escadas.
D) tinha medo de tudo.
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2. De acordo com o que foi estudado, que tipo de narrador temos na história de
Chapeuzinho Amarelo?
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Leia o texto a seguir para as questões 3, 4 e 5.
O rato do mato e o rato da cidade
Um ratinho da cidade foi uma vez convidado para ir à casa de um rato do
campo. Vendo que seu companheiro vivia pobremente de raízes e ervas, o rato da
cidade convidou-o a ir morar com ele:
— Tenho muita pena da pobreza em que você vive — disse. — Venha morar
comigo na cidade e você verá como lá a vida é mais fácil.
Lá se foram os dois para a cidade, onde se acomodaram numa casa rica e
bonita. Foram logo à despensa e estavam muito bem, se empanturrando de comidas
fartas e gostosas, quando entrou uma pessoa com dois gatos, que pareceram enormes
ao ratinho do campo. Os dois ratos correram espavoridos para se esconder.
— Eu vou para o meu campo — disse o rato do campo quando o perigo passou.
— Prefiro minhas raízes e ervas na calma, às suas comidas gostosas com todo esse
susto. Mais vale magro no mato que gordo na boca do gato.
Alfabetização: livro do aluno 2ª ed. rev. e atual. / Ana Rosa Abreu... [et al.] Brasília:
FUNDESCOLA/SEF-MEC, 2001. 4v. : p. 60 v. 3
2. (Prova Brasil) O problema do rato do mato terminou quando ele
A) descobriu a despensa da casa.
B) se empanturrou de comida.
C) se escondeu dos ratos.
D) decidiu voltar para o mato.
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4. Qual lição o rato do mato quis ensinar para o rato da cidade quando disse: “Mais
vale magro no mato que gordo na boca do gato.”
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5. Aponte os elementos da narrativa da história “O rato do mato e o rato da cidade”:
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Aula 2: A Narrativa de Aventura
A narrativa de aventura é rica em detalhes e a descrição deve apresentar as
características das personagens e dos lugares onde se passa a história. A riqueza de
detalhes será responsável por ajudar o leitor a “entrar no clima” de aventura. O
enredo de uma narrativa de aventura é composto das ações extraordinárias das
personagens, organizadas em uma sequência de situações de perigo. São ações nem
sempre possíveis no mundo real.
Geralmente, possui um (ou mais de um) personagem principal, chamado na
narrativa de protagonista. É ele quem vivencia muitas aventuras e precisa enfrentar
conflitos. As características principais das personagens de narrativas de aventura são:
coragem, inteligência, força, habilidade e determinação.
Conheça, agora, a estrutura de uma narrativa de aventura:
• Apresentação ou situação inicial: os espaços e as personagens são apresentados em
um dado momento da história.
•Complicação ou Conflito: início e descrição dos problemas que as personagens
principais serão envolvidas.
• Ações das personagens: são as ações comportamentais das personagens diante dos
momentos de conflito e tomadas de decisão. São motivadas pela complicação e pelos
objetivos das personagens.
• Desfecho ou resolução: ocorre quando a complicação é solucionada.
Neste
momento, decide-se qual será a resolução do conflito e como termina a história.
Vamos mergulhar em uma aventura? Convido você para ler o texto abaixo. Ele
traz a história de um garoto que passa por mil e uma situações incríveis para
chegarmos a um final inesperado...
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A criatura
A tempestade tornava a noite ainda mais escura e assustadora. Raios riscavam o
céu de chumbo e a luz azulada dos relâmpagos iluminava o vale solitário, penetrando
entre as árvores da floresta espessa. [...]
Alimentadas pela chuva insistente, as águas do rio começavam a subir e a
invadir as margens, carregando tudo o que encontravam no caminho. Barrancos
despencavam e árvores eram arrancadas pela força da correnteza, enquanto o rio se
misturava ao resto como se tudo fosse uma coisa só. Mas algo... ou alguém... ainda
resistia.
Agarrado desesperadamente a um tronco grosso que as águas levavam rio
abaixo, um garoto exausto e ferido lutava para se manter consciente e ter alguma
chance de sobreviver. [...]
De repente, no período de silêncio que se seguia a cada trovão, ele começou a
ouvir um barulho inquietante, que ficava mais e mais próximo. Uma fumaça esquisita
se erguia à frente, e ele então compreendeu: era uma cachoeira! [...]
Num pulo desesperado, agarrou o ramo de uma árvore que ainda se mantinha
de pé perto da margem e soltou o tronco flutuante, que seguiu seu caminho até a
beira do precipício e nele mergulhou descontrolado.
A tempestade prosseguia e cegava o garoto, o rio continuava seu curso feroz e a
cachoeira rosnava bem perto de onde ele estava. De repente, percebeu que a distância
entre uma das margens e o galho em que se pendurava talvez pudesse ser vencida
com um pulo. Deu um jeito de se livrar da camisa molhada, que colava em seu corpo e
tolhia seus movimentos. Respirou fundo para tomar coragem.
Se errasse o pulo, seria engolido pela queda d’água... mas, se acertasse, estaria
a salvo. Viu que não tinha outra saída e resolveu tentar. Tomou impulso e [...]
conseguiu alcançar a margem. [...]
Ficou de pé meio vacilante e examinou o lugar em torno, tentando decidir para
que lado ir. Foi quando ouviu um rugido horrível, que parecia vir de bem perto. Correu
para o lado oposto, mas não foi longe. Logo se viu encurralado em frente a um
penhasco gigantesco, que barrava sua passagem. O rugido se aproximava cada vez
mais.
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[...] Então, viu um buraco no paredão de pedra e se meteu dentro dele com
rapidez. A fera o seguiu até a entrada da caverna, mas foi surpreendida. Com uma
pedra grande que achou na porta da gruta, o garoto golpeou a cabeça do animal com
toda a força que pôde e a fera cambaleou até cair, desacordada.
Já fora da caverna, ele examinou o penhasco que teria que atravessar antes que
o bicho voltasse a si. [...]
Foi quando uma águia enorme passou voando bem baixo e o garoto a agarrou
pelos pés, alçando vôo com ela. [...] Segurou com firmeza as compridas garras do
pássaro e atravessou para o outro lado do penhasco.
O outro lado tinha um cenário muito diferente. Para começar, era dia, e o sol
brilhava num céu sem nuvens sobre uma pista de corrida cheia de obstáculos, onde se
posicionavam motocicletas devidamente montadas por pilotos de macacão e
capacete, em posição de largada. Apenas em uma das motos não havia ninguém.
A águia deu um voo rasante sobre a pista, e o garoto se soltou quando ela
passava bem em cima da moto desocupada. Assim que ele caiu montado, foi dado o
sinal de largada.
As motos aceleraram ruidosamente e partiram em disparada, enfrentando
obstáculos como rampas, buracos e lamaçais. O páreo era duro, mas a motocicleta do
garoto era uma das mais velozes. Logo tomou a dianteira, seguida de perto por uma
moto preta reluzente, conduzida por um piloto de aparência soturna. [...]
Inclinando o corpo um pouco mais, o garoto conseguiu acelerar sua moto e aumentou
a distância entre ele e o segundo colocado. Mas o piloto misterioso tinha uma carta na
manga: num golpe rápido, fez sua moto chegar por trás e, com um movimento preciso,
deu uma espécie de rasteira na moto do garoto.
A motocicleta derrapou e caiu, rolando estrondosamente pelo chão da pista e
levantando uma nuvem de poeira. O garoto rolou com ela e ambos se chocaram com
violência contra uma montanha de terra, um dos últimos obstáculos antes da chegada.
A moto negra ganhou a corrida, sob os aplausos da multidão excitada7, e o garoto
ficou desmaiado no chão.
Com um sorriso vitorioso, Eugênio viu aparecer na tela as palavras FIM DE
JOGO. Soltou o joystick e limpou na bermuda o suor da mão. [...]
Laura Bergallo. A criatura. São Paulo: SM, 2005. p. 37-44.
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Vocabulário:
Páreo: competição, disputa.
Rasante: vôo muito próximo ao solo.
Ruidosamente: de modo barulhento.
Vacilante: desequilibrado.
Atividade 2
1. Depois do que você estudou sobre a narrativa de aventura, aponte a personagem
que é protagonista do texto, ou seja, quem vivencia as aventuras da história e precisa
resolver os conflitos? Justifique sua escolha.
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2. Na história do jogo, o menino passa por dois cenários diferentes. Descreva cada um
deles:
a) primeiro cenário:
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b) segundo cenário:
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3. Há momentos na história de aventura que deixam o leitor apreensivo, nervoso.
Parece que o protagonista não escapará a salvo do conflito. A curiosidade pelo final
daquele momento não deixa os olhos desgrudarem da leitura...
Retire do texto dois momentos que exemplifiquem o que foi dito acima:
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4. A história de aventura lida por você é, na verdade, um jogo de videogame do
menino Eugênio. Ao final desse jogo, Eugênio “limpou na bermuda o suor da mão”.
Por que o menino teve essa reação?
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5. Substitua as palavras destacadas por sinônimos:
a) O páreo era duro, mas a motocicleta do garoto era uma das mais velozes.
b) A águia deu um voo rasante sobre a pista, e o garoto se soltou (...)
c) As motos aceleraram ruidosamente e partiram em disparada, (...).
d) Ficou de pé meio vacilante e examinou o lugar em torno.
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Aula 3: A narrativa de Suspense
Você já leu uma narrativa de suspense?
Narrativas de suspense, também chamadas de narrativas de enigmas, são
histórias baseadas em algum fato ocorrido misteriosamente e que deve ser
desvendado para que a normalidade e o equilíbrio voltem à vida dos personagens
envolvidos. Geralmente, trata-se de um crime: um roubo, um sequestro, um “sumiço”
de algo ou alguém, um assassinato etc. O mistério é o que marca este tipo de narrativa
que provoca os leitores, deixando-os apreensivos a cada pista encontrada. O escritor
de uma narrativa de suspense deixa o leitor acompanhar o encontro das pistas, mas,
surpreende-o ao final da história com a lógica formulada pelo detetive na conclusão do
caso. Pode-se fornecer pistas falsas para confundir ainda mais o caminho rumo à
solução do mistério.
A investigação é o traço comum da narrativa de suspense e é aí que as pistas
aparecem como caminho para a solução do mistério.
O desenvolvimento da história envolve sempre a mesma lógica:
1º Apresenta-se um fato ocorrido e que desencadeou o crime, o problema;
2º Começa-se o jogo de raciocínio para observar se há pistas que levem a
solução do caso. Buscam-se vestígios produzidos no dia do crime. São feitas perguntas
às pessoas possivelmente envolvidas, são examinados lugares, objetos etc;
3º Analisam-se os fatos anteriores ao crime, juntamente com as informações
coletadas até então e chega-se à solução do mistério.
Os contos de enigma apresentam algumas personagens clássicas:
o criminoso
a vítima
os suspeitos
o detetive
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Quer se envolver em um mistério? Então, leia o trecho, a seguir, retirado do
conto “A mulher de vermelho II” de Agatha Cristhie”
“*...+ o detetive recomeçou a examinar o cadáver. “A resposta só posso
encontrar em você!” – Pensou. [...]
Uma mulher caída em frente à porta de sua casa. Lily era o nome gravado na
chave encontrada em sua bolsa de cetim preto. Além da chave, um frasco de perfume
sem rótulo e um batom vermelho. Não havia documentos e nem dinheiro. Apenas isto.
Ela trajava um vestido vermelho bem decotado. Estava bem maquiada. Um
casaco cinza bastante pesado para a estação. Não fazia tanto frio assim. Não possuía
marcas visíveis e, para ser sincero, nem parecia estar morta!
***
No necrotério, John esperava o resultado da autópsia.
– Morreu entre 22:10 e 22:40! Motivo: parada cardiorrespiratória! Mas não sei
o que escrever no atestado de óbito dessa aí! Parece que ela sofreu um tipo de
falência nos pulmões e no coração ao mesmo tempo! Mas não consigo encontrar a
causa! Não há sinais de violência nem fora, nem dentro da casa e muito menos no
cadáver! Esse presunto é de tirar do sério! [...]
– Bem, pelo menos a faixa de horário cabe exatamente no depoimento daquela
senhora… Mas, e as marcas de pneus…? Um carro parou na frente da casa, alguém a
viu morrer ou a matou e depois foi embora.
[...]
– Parece que os dois nunca viram um caso de envenenamento antes!
O detetive e o legista viraram-se assustados com a voz repentina atrás deles.
Era Melissa Harven, a “especialista” como era conhecida entre os policiais. Chegara de
repente, como era seu costume e também como de costume solucionaria o caso sem
pestanejar.
– Envenenamento?! Como? Se não há indícios de que nada tenha sido ingerido
pela morta!
– Mike, querido, se fizer uma autópsia mais detalhada, descobrirá que ela
morreu de infarto, causado pela alteração de íons potássio em seu metabolismo, o que
pode ocorrer naturalmente…
– [...] Preciso analisar o frasco de perfume. Pode me dar licença?
– Á vontade! – Resmungou entre dentes, dando-lhe passagem.
Melissa calçou as luvas e pôs-se a analisar o frasco e seu conteúdo. Cinco
minutos depois, ia falar com o detetive. Todos os policiais se reuniram à volta dela,
com rostos apreensivos.
– Um frasco sem rótulo, o aroma é característico de fabricação artesanal. A
julgar pelos gostos da morta, não era uma garota acostumada a luxos, e por isso, não
poderia distinguir um perfume original de um fabricado no quintal de casa.
Provavelmente, e de acordo com os testes preliminares, vários sais de potássio,
incluindo o cianeto, foram misturados em concentrações diferentes que não causam
lesões a pele, mas que ao penetrá-la e cair na corrente sanguínea, fazem um grande
estrago. Ela passou o perfume no andar de cima, no quarto, e quando desceu os
últimos degraus, começou a sentir frio e suar intensamente, para disfarçar pôs o
casaco. Mas, o casaco também tinha outra finalidade. Não era interessante chamar
atenção para si, vestida daquele jeito, pois morava num local discreto e suas roupas de
amante não combinavam com o cenário.
[...] O homem com quem ela ia se encontrar é casado, e ele, querendo livrar-se
da amante, que começava a exigir muito dele, resolve matá-la sem deixar pistas,
porém, a maior pista que ele pôde deixar foi este perfume.
[...]
– Quem nesta região poderia manipular sais tão caros e perigosos? Quem teria
aparelhagens delicadas o suficiente para destilar este perfume? Quem poderia, enfim,
fabricar este perfume sem levantar suspeitas sobre si?
Um pesado silêncio de segundos recaiu entre os dois. John a fitava com
desespero até que a luz veio à sua mente:
– Oras! Mas isto é… O chefe do laboratório da universidade! – Bradou John,
dando um salto da cadeira.
– Mas como pode ter certeza que é ele? – Perguntou Mike subitamente.
– Elementar, meu caro Mike! É o único homem casado que trabalha lá. – Melissa
respondeu sorrindo, triunfante.”
Disponível em: http://www.recantodasletras.com.br/contospoliciais/595485.
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Atividade 3
1. O assassinato da mulher de vermelho não foi cometido à toa.
Ele é o
desdobramento de uma situação anterior, que propiciou o surgimento do motivo para
o crime. Qual foi a situação que motivou o assassinato?
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2. Os contos de suspense ou enigma apresentam algumas personagens clássicas: o
criminoso, a vítima, o(s) suspeito(s), e o detetive. Além desses, pode haver mais
personagens importantes na trama: um policial investigador, um especialista etc. O
conto lido apresenta todas essas personagens? Identifique quem corresponde a cada
uma delas.
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3. Enumere em sequência (frases curtas) os fatos envolvidos desde o início até o final
da ação criminosa do assassino.
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4. Existe, na trama, algum objeto relatado que não tenha sido aproveitado como pista
útil para a solução do problema? Aponte.
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5. Quais foram as pistas úteis e como chegou-se à conclusão de que o chefe do
laboratório da universidade seria o culpado do assassinato?
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Aula 4: A Narrativa de Terror
Que medo!!! O objetivo principal das narrativas de terror é trazer aquela
sensação de medo ao nos envolvermos em suas histórias.
É importante observarmos que as histórias de terror são criadas para diversas
faixas etárias e que devemos observar esta sugestão para assistir a um filme ou ler um
livro desta categoria. Assim, evitamos problemas de nos assustarmos mais do que
deveríamos e transportarmos para a realidade coisas do imaginário do terror. Veja o
que diz o Ministério da Justiça sobre a classificação de filmes de qualquer gênero para
crianças abaixo de 10 anos. As três situações podem ser encontradas em filmes de
terror:
Não recomendado para menores de 10 anos :
1. PRESENÇA DE ARMAS COM VIOLÊNCIA: Utilização de armas com o intuito de
praticar violência, sem que haja consumação do ato. EXEMPLO: Personagem ouve um
barulho em casa e apanha uma faca para defender-se.
2. MEDO/TENSÃO: Enquadramentos, jogos de câmera, iluminação, direção de
arte, sonorização, comportamento dos personagens, recursos de edição ou qualquer
outro elemento da linguagem audiovisual que crie uma ambientação tensa que pode
causar medo ou susto no espectador. EXEMPLO: Em uma casa escura, personagem
ouve barulhos estranhos. De repente, uma pessoa mascarada surge do nada,
acompanhada por um alto efeito sonoro, provocando susto no espectador.
3. ANGÚSTIA; Conteúdos que possam provocar desconforto no espectador, tais
como a apresentação de discussões ríspidas, personagens em depressão ou tristeza
intensa, acidentes e destruições, morte de pais ou de pessoas ou animais com vínculos
fortes com o personagem. EXEMPLO: Criança morre, acompanhada pela família, que
chora.
ADAPTADO, Classificação Indicativa – Guia Prático – Secretaria Nacional de Justiça/MJ, 2ª
edição, Brasília, 2012. Disponível em www.mj.gov.br/classificacao
A narrativa de terror tem o objetivo de causar sensações de medo e horror
diante de assuntos que geralmente são naturalmente assustadores: a morte, a
21
loucura, o inconsciente, o sobrenatural. É deste último, do sobrenatural, que retira
grande parte de seus elementos para a construção das histórias, gerando personagens
assombradas por monstros e fantasmas. Muitas vezes, o terror é construído na mente
doentia do próprio personagem que vê e vivencia coisas que são fruto de seu próprio
pensamento.
Nota-se que em relação ao tempo, na maior parte das histórias, exploram-se as
noites, pois elas dão o toque obscuro ao cenário ao espaço da trama, que é
caracterizado pelo sombrio, pelo tortuoso, pelo confuso e obscuro. Todo este quadro
soma-se ao suspense que também é utilizado nas histórias de terror. A reação das
personagens é sempre inesperada. O leitor tenta descobrir o que acontecerá após
cada ação, como se quisesse desvendar um mistério. Este mistério, porém, não vem
sozinho. Vem acompanhado de muito medo, horror e tensão.
Quer arrepiar os cabelos? Então, leia o conto popular de terror “Maria Angula”.
Ele é um conto bastante difundido no Equador e de autoria não informada:
MARIA ANGULA
Maria Angula era uma menina alegre e viva, filha de um fazendeiro de
Cayambe. Era louca por uma fofoca e vivia fazendo intrigas com os amigos para jogálos uns contra os outros. Por isso, tinha fama de leva-e-traz, linguaruda e era chamada
de moleca fofoqueira.
Assim viveu Maria Angula até os dezesseis anos, decidida a armar confusão
entre os vizinhos, sem ter tempo para aprender a preparar pratos saborosos.
Quando Maria Angula se casou, começaram seus problemas. No primeiro dia, o
marido pediu-lhe que fizesse uma sopa de pão com miúdos, mas ela não tinha a menor
idéia de como prepará-la.
Queimando a mão com uma mecha embebida em gordura, acendeu o carvão e
levou ao fogo um caldeirão com água, sal e colorau, mas não conseguiu sair disso: não
fazia idéia de como continuar.
Maria lembrou-se então de que na casa vizinha morava dona Mercedes,
cozinheira de mão-cheia, e, sem pensar duas vezes, correu até lá.
- Minha cara vizinha, por acaso a senhora sabe fazer sopa de pão com miúdos?
22
- Claro, dona Maria. É assim: primeiro coloca-se o pão de molho em uma xícara
de leite, depois despeja-se este pão no caldo e, antes que ferva, acrescentam-se os
miúdos.
- Só isso?
- Só, vizinha.
- Ah – disse Maria Angula – mas isso eu já sabia!
E voou para a sua cozinha a fim de não esquecer a receita.
No dia seguinte, como o marido lhe pediu que fizesse um ensopado de batatas
com toicinho, a história se repetiu:
- Dona Mercedes, a senhora sabe como se faz o ensopado de batatas com
toicinho?
E como da outra vez, tão logo sua boa amiga lhe deu todas as explicações,
Maria Angula exclamou:
- Ah! É só? Mas isso eu já sabia! – E correu imediatamente para casa a fim de
prepará-lo.
Como isso acontecia todas as manhãs, dona Mercedes acabou se enfezando.
Maria Angula vinha sempre com a mesma história: “Ah, é assim que se faz o arroz com
carneiro? Mas isso eu já sabia! Ah, é assim que se prepara a dobradinha? Mas isso eu
já sabia!”. Por isso, a mulher decidiu dar-lhe uma lição e, no dia seguinte...
- Dona Mercedinha!
- O que deseja, dona Maria?
- Nada, querida, só que meu marido quer comer no jantar um caldo de tripas e
bucho e eu...
- Ah, mas isso é fácil demais – disse dona Mercedes. E antes que Maria Angula a
interrompesse, continuou:
- Veja: vá ao cemitério levando um facão bem afiado. Depois, espere chegar o
último defunto do dia e, sem que ninguém a veja, retire as tripas e o estômago dele.
Ao chegar em casa, lave-os muito bem e cozinhe-os com água, sal e cebolas. Depois de
ferver uns dez minutos, acrescente alguns grãos de amendoim e está pronto. É o prato
mais saboroso que existe.
-Ah! – disse como sempre Maria Angula – É só? Mas isso eu já sabia!
23
E, num piscar de olhos, estava ela no cemitério, esperando pela chegada do
defunto mais fresquinho. Quando já não havia mais ninguém por perto, dirigiu-se em
silêncio à tumba escolhida. Tirou a terra que cobria o caixão, levantou a tampa e...Ali
estava o pavoroso semblante do defunto! Teve ímpetos de fugir, mas o próprio medo
a deteve ali. Tremendo dos pés à cabeça, pegou o facão e cravou-o uma, duas, três
vezes na barriga do finado e, com desespero, arrancou-lhe as tripas e o estômago.
Então voltou correndo para casa. Logo que conseguiu recuperar a calma, preparou a
janta macabra que, sem saber, o marido comeu lambendo os beiços.
Nessa mesma noite, enquanto Maria Angula e o marido dormiam, escutaramse uns gemidos nas redondezas. Ela acordou sobressaltada. O vento zumbia
misteriosamente nas janelas, sacudindo-as, e de fora vinham uns ruídos muito
estranhos, de meter medo em qualquer um.
De súbito, Maria Angula começou a ouvir um rangido nas escadas. Eram os
passos de alguém que subia em direção ao seu quarto, com um andar dificultoso e
retumbante, e que se deteve diante da porta. Fez-se um minuto de silêncio e logo
depois Maria Angula viu o resplendor fosforescente de um fantasma. Um grito surdo e
prolongado paralisou:
- Maria Angula, devolva as minhas tripas e o meu estômago, que você roubou
de minha santa sepultura!
Aterrorizada, Maria Angula escondeu-se debaixo das cobertas para não vê-lo,
mas imediatamente sentiu umas mãos frias e ossudas puxarem-na pelas pernas e
arrastarem-na gritando:
- Maria Angula, devolva as minhas tripas e o meu estômago, que você roubou
de minha santa sepultura!
Quando Manuel acordou, não encontrou mais a esposa e, muito embora tenha
procurado por ela em toda parte, jamais soube do seu paradeiro.
Conto popular do Equador, sem autoria definida, disponível em:
http://www.recantodasletras.com.br/contosdeterror/1494893
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Atividade 4
1. Esse conto pode ser dividido em dois momentos da vida de Maria Angula. Quais são
eles?
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2. Como se comporta a personagem em cada um desses dois momentos apresentados
na questão anterior?
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3. Qual fato inesperado inicia realmente o relato do terror na narrativa?
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4. Quais foram as demais ações anormais e aterrorizantes da história? Cite em frases
curtas.
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Releia o trecho abaixo e faça o que se pede:
“Como isso acontecia todas as manhãs, dona Mercedes acabou se enfezando.
Maria Angula vinha sempre com a mesma história: “Ah, é assim que se faz o arroz com
carneiro? Mas isso eu já sabia! Ah, é assim que se prepara a dobradinha? Mas isso eu
já sabia!”. Por isso, a mulher decidiu dar-lhe uma lição e, no dia seguinte...
- Dona Mercedinha!
- O que deseja, dona Maria?
- Nada, querida, só que meu marido quer comer no jantar um caldo de tripas e
bucho e eu...
- Ah, mas isso é fácil demais – disse dona Mercedes. E antes que Maria Angula a
interrompesse, continuou:
- Veja: vá ao cemitério levando um facão bem afiado. Depois, espere chegar o
último defunto do dia e, sem que ninguém a veja, retire as tripas e o estômago dele.
Ao chegar em casa, lave-os muito bem e cozinhe-os com água, sal e cebolas. Depois de
ferver uns dez minutos, acrescente alguns grãos de amendoim e está pronto. É o prato
mais saboroso que existe.
-Ah! – disse como sempre Maria Angula – É só? Mas isso eu já sabia!
E, num piscar de olhos, estava ela no cemitério, esperando pela chegada do
defunto mais fresquinho.”
5. Dona Mercedes já estava se sentindo incomodada por Maria Angula e lhe dá uma
resposta malcriada, mandando-lhe ir ao cemitério para “recolher os ingredientes” para
o caldo de tripas e bucho.
a) Observando o desfecho dessa conversa, podemos considerar que Maria
Angula uma pessoa “normal”? Por quê?
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b) Qual seria a reação de uma pessoa considerada “normal” diante da
resposta de Dona Mercedes?
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Aula 5: O Uso dos Verbos nas Narrativas
Caro aluno, nesta aula, você verá o uso dos verbos no passado e seu sentido
dentro do texto. É bom relembrar que a gramática dá o nome de pretérito ao verbo
no passado, dividindo a classificação desse pretérito de várias formas. Nesta aula,
falaremos sobre o pretérito perfeito e o pretérito imperfeito. Para isso, leia o texto a
seguir:
O Urso e as Abelhas
Um urso topou com uma árvore caída que servia de depósito de mel para um
enxame de abelhas. Começou a farejar o tronco quando uma das abelhas do enxame
voltou do campo de trevos. Adivinhando o que ele queria, deu uma picada daquelas no
urso e depois desapareceu no buraco do tronco. O urso ficou louco de raiva e se pôs a
arranhar o tronco com as garras na esperança de destruir o ninho. A única coisa que
conseguiu foi fazer o enxame inteiro sair atrás dele. O urso fugiu a toda velocidade e só
se salvou porque mergulhou de cabeça num lago.
Moral: Mais vale suportar um só ferimento em silêncio que perder o controle e
acabar todo machucado.
Fábulas de Esopo. Tradução Heloisa Jahn, Companhia das Letrinhas, 1994, p. 24.
Ao contarmos uma história, geralmente, usamos o verbo no passado, uma vez
que o acontecimento ocorreu no passado. Em Língua Portuguesa, como foi dito no
início desta aula, há várias formas de representarmos o verbo no passado, mas, aqui,
apenas analisaremos o pretérito perfeito e o pretérito imperfeito. Veja esses tempos
nos verbos retirados da fábula:
Verbos no pretérito perfeito
Verbos no pretérito imperfeito
topou
servia
começou
queria
voltou
deu
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desapareceu
ficou
pôs
conseguiu
fugiu
salvou
mergulhou
Na primeira coluna, temos os verbos que indicam ações feitas e acabadas
(terminadas) em um curto momento. Na segunda coluna, temos, também, verbos no
passado, porém, dando-nos a ideia de que as ações (servir e querer) duraram mais
tempo. Essas duas situações são expressas então pelos dois tipos de pretérito:
Pretérito Perfeito: expressa uma ação ocorrida no passado, feita e concluída
em um único momento.
Pretérito Imperfeito: expressa uma ação ocorrida no passado, com tempo de
duração indeterminado ou que ocorria várias vezes. Ex: Ele caminhava todas as
manhãs.
Atividade 5
Leia o texto abaixo e responda as questões:
A VELHA CONTRABANDISTA
Diz que era uma velha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela
fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da
Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega a
mandou parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim para ela:
- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí
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atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que
ela adquirira no dentista, e respondeu:
- É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a
velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou
o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou que a velhinha fosse em
frente. Ela montou na lambreta e foi embora com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no
outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou
na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou que é que
ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo.
Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela
levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
- Olha vovozinha, eu sou fiscal da Alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa
coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é
contrabandista.
- Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando
o fiscal propôs:
- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não vou dar parte, não
apreendo não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o
contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
- O senhor promete que não “espaia”? – quis saber a velhinha.
- Juro – respondeu o fiscal.
- É lambreta.
Disponível em: http://pensador.uol.com.br/a_velha_contrabandista/
1. Sobre a expressão “tudo malandro velho”, se referindo aos funcionários que
trabalhavam na alfândega, é correto afirmar que eles eram idosos como a velha
contrabandista?
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2. “A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela
adquirira no dentista, (...).”
O que são os dentes “adquiridos no dentista”?
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3. A velha contrabandista era uma senhora de origem simples, o que é visível a partir
da observação de sua linguagem. Retire do texto um trecho que possa comprovar essa
afirmação.
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4. Distribua os verbos sublinhados no texto “A Velha Contrabandista” na tabela abaixo,
como o que foi feito com o texto “O Urso e as Abelhas”.
Verbos no pretérito perfeito
Verbos no pretérito imperfeito
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5. Leia o texto abaixo e responda às perguntas:
“Reinaldo não foi um alpinista qualquer. Outros alpinistas sobem e descem
penhascos enquanto Reinaldo resolveu ir além: subiu e desceu o teto de um ginásio
em 50 metros de altura, conheceu tetos e telhados das mais diversas alturas e
formatos, em shoppings, prédios, ginásios universidades etc. Buscou especializar-se
até tornar-se alpinista industrial, profissão em largo crescimento. Reinaldo fez o que
amou, transformando seu hobby em profissão.”
a) Ao ler o texto, você percebe que os acontecimentos da vida de Reinaldo estão
concluídos ou ainda ocorrem no presente?
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b) Em que tempo do indicativo encontram-se conjugados os verbos destacados no
texto?
_______________________________________________________________________
c) Que tempo verbal devemos utilizar para expressar um fato que acontecia no
passado com frequência, de forma contínua?
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d) Reescreva o texto alterando os verbos sublinhados para o tempo apontado por
você como resposta à letra c.
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Aula 6: Diferenciando os Modos Indicativo e Subjuntivo
Você já deve ter ouvido falar sobre os modos verbais. Eles são três: indicativo,
subjuntivo e imperativo. Cada um deles possui um grupo de verbos conjugados. No
caso do indicativo e do subjuntivo, os verbos estão no passado (pretérito), no presente
e no futuro. Já no imperativo, os verbos encontram-se no imperativo afirmativo
(quando alguém dá ordem ou pede para se fazer algo) e no imperativo negativo
(quando alguém dá ordem ou pede para não se fazer algo).
Nesta aula, nós
estudaremos a diferença de sentido e de uso dos verbos nos modos indicativo e
subjuntivo.
O Modo Indicativo
Os verbos conjugados no modo indicativo, de modo geral, expressam certeza,
convicção. Veja:
“Eu corri no calçadão com meu amigo.” (dá a certeza de que a ação foi realizada, no
passado).
“Eu corro no calçadão com meu amigo todos os dias.” (dá a certeza de que algo é
realizado, no presente).
“Eu correrei no calçadão com você hoje à noite.” (dá a certeza de que a ação ocorrerá,
no futuro).
O Modo Subjuntivo
Os verbos conjugados no modo subjuntivo, de modo geral, expressam dúvida,
possibilidade, incerteza ou condição. Veja:
“Se eu corresse no calçadão, com certeza emagreceria.” (traz uma condição expressa
em um verbo no passado).
“Quando nós corrermos no calçadão, certamente emagreceremos.” (traz uma
condição expressa, agora, em um verbo apontando para a ação no futuro).
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“O médico pede sempre para que eu corra no calçadão, mas eu tenho preguiça...
Prefiro a esteira.” (o tempo é presente e representa uma ação que deve ser feita, mas
não é. Trazendo a ideia de ação incerta).
Como você pode notar, a diferença de sentido e de uso dos modos indicativo e
subjuntivo está no fato de um modo expressar certeza, convicção das ações, enquanto
o outro reúne os verbos que expressam dúvida, possibilidade, incerteza. Nem sempre
é fácil fazer esta análise. Vamos treinar um pouco nas atividades a seguir?
Atividade 6
1. Classifique os verbos das frases a seguir em:
(1) Indicativo
(2) Subjuntivo
( ) Choveu muito ontem.
( ) Se chovesse no sertão, seria bom.
( ) Não arrumamos o quarto.
( ) Talvez eu experimente esse sorvete.
( ) Resolvemos as atividades após o jantar.
( ) Gritamos muito no show de ontem
( ) Ah! se meu time vencesse...
2. Complete as frases abaixo com o verbo indicado entre parênteses, adequando-o a
cada parte do período:
a) Nosso exercício já ____________ pronto. Esperamos que o seu também
______________. (estar)
b) Aqui ________________ todo tipo de material escolar. Esperamos que lá eles
também ______________. (encontrar)
c) Esses exercícios não ______________ toda a turma cansada, mas a pesquisa talvez
______________. (deixar)
34
d) Eu ______________ as ideias alheias, por isso, faz-se necessário que ela também as
_____________.(respeitar)
e) As bagagens pequenas _______________ no porta-malas do seu carro, mas é
pouco provável que as grandes ______________ no carro dela. (caber)
3. Separe, nas colunas a seguir, de acordo com a classificação apresentada, as formas
verbais utilizadas por você para completar os espaços nas frases do exercício anterior:
Modo Indicativo
Modo subjuntivo
4. Leia o poema abaixo:
Uma estrela
Namoradeira
Piscou
Só pra mim
Talvez quisesse
Que eu subisse ao céu
Pra gente viver
Um amor sem fim.
Almir Correia. Poeminhas malandrinhos. São Paulo: Atual, 1991. P. 15.
O poema acima se divide em dois momentos: no primeiro, a personagem narra
o que fez a estrela, no segundo momento, o personagem sugere uma hipótese para o
fato. Identifique a parte em que o autor utiliza o modo subjuntivo e a parte em que
ele utiliza o modo indicativo.
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_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
5.
“Que eu subisse ao céu
Pra gente viver
Um amor sem fim.”
O verbo destacado está no pretérito do subjuntivo. Como seria este verso se o
verbo estivesse no pretérito do indicativo? Complete o poema considerando esta
modificação.
“Uma estrela
Namoradeira
Piscou
Só pra mim
E
Eu____________ ao céu
Pra gente viver
Um amor sem fim.”
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Avaliação
Caro aluno, agora é chegado o momento de avaliar os conhecimentos
construídos ao longo das aulas deste caderno. Vamos lá?
Texto para a questão 1
Urubus e Sabiás
Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... Os
urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram
que, mesmo contra a natureza eles haveriam de se tornar grandes cantores. E para isto
fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram do-ré-mi-fá, mandaram
imprimir diplomas e fizeram competições entre si, para ver quais deles seriam os mais
importantes e teriam a permissão para mandar nos outros. Foi assim que eles
organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho,
instrutor em início de carreira, era se tornar um respeitável urubu titular, a quem
todos chamam por Vossa Excelência. Tudo ia muito bem até que a doce tranquilidade
da hierarquia dos urubus foi estremecida. A floresta foi invadida por bandos de
pintassilgos, tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas com os
sabiás...Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa, e eles
convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito. “Onde estão os
documentos de seus concursos?” E as pobres aves se olharam perplexas, porque
nunca haviam imaginado que tais coisas houvesse. Não haviam passado por escolas de
canto, porque o canto nascera com elas. E nunca apresentaram um diploma para
provar que sabiam cantar, mas cantavam, simplesmente...
- Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à
ordem. E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam
sem alvarás...
MORAL: EM TERRA DE URUBUS DIPLOMADOS NÃO SE OUVE CANTO DE SABIÁ.
ALVES, Rubem. Estórias de Quem gosta de Ensinar. São Paulo: Ars Poética, 1985.
1. No contexto, o que gera o conflito é:
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A) a competição para eleger o melhor urubu.
B) a escola para formar aves cantoras.
C) o concurso de canto para conferir diplomas.
D) o desejo dos urubus de aprender a cantar.
Texto para a questão 2
A raposa e as uvas
Uma raposa passou por baixo de uma parreira carregada de lindas uvas. Ficou
logo com muita vontade de apanhar as uvas para comer. Deu muitos saltos, tentou
subir na parreira, mas não conseguiu. Depois de muito tentar foi-se embora, dizendo:
— Eu nem estou ligando para as uvas. Elas estão verdes mesmo...
ROCHA, Ruth. Fábula de Esopo. São Paulo, FTD, 1992.
2. O motivo por que a raposa não conseguiu apanhar as uvas foi que:
A) as uvas ainda estavam verdes.
B) a parreira era muito alta.
C) a raposa não quis subir na parreira.
D) as uvas eram poucas.
Texto para as questões 3, 4, 5 e 6
Você vai ler um comovente depoimento de uma menina de rua. Observe a fala
simples da garota.
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MENINOS DE RUA
Eu até acho que nasci na rua. Quando era bebê minha mãe pedia esmola
comigo no colo e eu fiquei com ela até uns cinco anos. Daí fui com meu irmão para a
praça João Mendes e a gente ficava por lá, pela Catedral e rua Direita. Quando eu fui
ficando maior, meu irmão começou a me encher e querer mandar em mim. Eu conheci
um carinha que ficava na av. São João, lá onde tem aquelas farmácias que ficam
abertas a noite toda. A gente ficou por lá um bom tempo e era muito legal. Até que
uns garotos mataram o cara da farmácia. Você viu? Você lembra? Saiu até no jornal.
Foi uma loucura. Todo mundo se mandou. A polícia caiu matando. Achavam que eram
gente nossa, mas não era não. Mas a gente não podia voltar. Então fomos para a praça
Roosevelt, mas deu azar porque assaltaram uma joalheria ali e logo acharam que a
gente tava no meio. Um garoto “marcou bobeira” e caiu na mão da polícia. Aí a gente
deu sumiço, depois andou um pouco lá perto do Hilton e agora estamos por aqui.
(Depoimento de C., 14 anos, menor que vive nas ruas de São Paulo. In: FERREIRA, Rosa Maria Fischer.
Meninos de rua. São Paulo, Comissão de Justiça e Paz/CEDEC/Ibrex. P. 105.)
3. No texto temos:
a) Mais verbos no presente do que no pretérito por se tratar de uma
narrativa.
b) Mais verbos no pretérito do que no presente por se tratar de uma
narrativa.
c) Mais verbos no futuro do que no presente por se tratar de uma narrativa.
d) Mais verbos no futuro do que no pretérito por se tratar de uma narrativa.
4. A frase que melhor demonstra o preconceito da sociedade com os moradores de rua
é:
a) Quando eu era bebê, minha mãe pedia esmola comigo no colo (...).
b) Quando eu fui ficando maior, meu irmão começou a me encher e querer
mandar em mim.
c) (...) assaltaram uma joalheria ali e logo acharam que a gente tava no meio.
d) Aí a gente deu sumiço, depois andou um pouco lá perto do Hilton e agora
estamos por aqui.
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5. Marque:
(PP) Pretérito Perfeito
(PI) Pretérito Imperfeito
( ) Quando eu era bebê, minha mãe pedia esmola comigo no colo (...).
( ) Quando eu era bebê, minha mãe pedia esmola comigo no colo (...).
( ) (...) e eu fiquei com ela até uns cinco anos.
( ) Daí fui com meu irmão para a praça João Mendes (...)
( ) (...) e a gente ficava por lá, pela Catedral e rua Direita.
( ) Eu conheci um carinha que ficava na av. São João, (...)
( ) Eu conheci um carinha que ficava na av. São João, (...)
( ) A gente ficou por lá um bom tempo e era muito legal.
( ) A gente ficou por lá um bom tempo e era muito legal.
( ) Achavam que eram gente nossa, mas não era não.
6. Recorde o que estudamos sobre Modo Indicativo e Modo Subjuntivo:
Os verbos conjugados no modo indicativo, de modo geral, expressam
certeza, convicção.
Os verbos conjugados no modo subjuntivo, de modo geral, expressam
dúvida, possibilidade, incerteza, condição.
Agora, marque:
(MI) Modo Indicativo
(MS) Modo Subjuntivo
( ) Se eu comprasse o livro, poderia fazer os exercícios.
( ) Eu comprei o livro e poderei fazer os exercícios.
( ) Nós conseguiremos o dinheiro e compraremos o livro.
( ) Quando nós conseguirmos o dinheiro poderemos, então, comprar o livro.
( ) Querem que eu empreste o livro, mas, acho que não irei emprestá-lo, não.
( ) Eu emprestarei o livro para vocês.
( ) Eles não irão ao cinema comigo porque terão aula à noite.
( )Eles iriam ao cinema comigo se não tivessem aula à noite.
40
Pesquisa
Siga as instruções para a realização da atividade
Você poderá realizar esta atividade em grupo de até quatro colegas ou
individualmente;
Vá à biblioteca e peça um dicionário. Ele o ajudará a escrever corretamente
uma palavra ou a encontrar um termo semelhante para evitar repetições em
seu texto.
O texto final de sua atividade deverá ser feito à caneta, com letra legível, e
será uma de suas avaliações.
Você deverá, em grupo ou individualmente:
Reler a aula 2, “A Narrativa de Aventura”, para observar as
características de uma narrativa deste gênero;
Depois da releitura, sua tarefa será a de criar uma história de aventura,
considerando o que foi estudado;
Você viu que o tempo verbal mais utilizado na narrativa é o pretérito
(passado). No caso de nossa aula, estudamos os pretéritos perfeito e
imperfeito.
Faça o uso adequado dos verbos em sua história de
aventura.
Para motivar o seu trabalho criativo, siga as seguintes dicas:
Você pode usar o narrador do tipo observador ou personagem, mas o
fundamental é que você e seus colegas de grupo estejam na história;
Boa parte da narrativa deve se passar na escola;
Crie situações de perigo para que você e seus amigos, por meio da
inteligência e coragem consigam superá-las;
Pense em um final interessante e surpreendente.
Ótimo trabalho!
41
Referências
[1] COSTA, Cibele Lopresti, MARCHETTI, Greta, SOARES, Jairo, J. Batista. Para Viver
Junto. (6ª, 7ª, 8ª e 9ª séries) 3ª edição. São Paulo: SM Editora, 2012.
[2] DIONISIO, Angela e outros (org). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna,
2002.
[3] FIORI, José Luiz, SAVIOLI, Francisco Platão. Para Entender o Texto: Leitura e
Redação, 16ª edição, São Paulo, 2003.
[4] TERRA, Ernani, CAVALLETE, Floriana Toscano. Projeto Radix: português, 8º ano, 1ª
edição, São Paulo, 2012.
42
Equipe de Elaboração
COORDENADORES DO PROJETO
Diretoria de Articulação Curricular
Adriana Tavares Maurício Lessa
Coordenação de Áreas do Conhecimento
Bianca Neuberger Leda
Raquel Costa da Silva Nascimento
Fabiano Farias de Souza
Peterson Soares da Silva
Marília Silva
PROFESSORES ELABORADORES
Andréia Alves Monteiro de Castro
Aline Barcellos Lopes Plácido
Flávia dos Santos Silva
Gisele Heffner
Leandro Nascimento Cristino
Lívia Cristina Pereira de Souza
Tatiana Jardim Gonçalves
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