motivação nas empresas: um estudo no arranjo

Propaganda
ISSN 1984-9354
MOTIVAÇÃO NAS EMPRESAS: UM ESTUDO NO
ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DE ROCHAS
ORNAMENTAIS DO ESPÍRITO SANTO
Antonio Carlos Andrade Batista, Alex da Silva Santos, Gessica Viana Bayerl
(Faculdade do Espírito Santo (UNES))
Resumo: O presente estudo relata sobre algumas variáveis inerentes sobre a motivação dos
indivíduos dentro do seu ambiente de trabalho. A metodologia utilizada foi a de estudo de caso,
após a realização das pesquisas e análises das entrevistas, verificou-se que a motivação nas
empresas em questão, apresentavam algumas satisfações e insatisfações em relação aos métodos
de motivação apresentado neste artigo. Algumas sugestões feitas se referem a estimular metas
dentro da empresa, promoções, elogios em realização de um bom trabalho, e qual é a motivação
de trabalhar no arranjo produtivo local de rochas ornamentais do Espírito Santo. A maior parte
dos funcionários estão satisfeitos com a sua empresa, pois recebem promoções, são bem tratados
e tem oportunidade de conseguir o autodesenvolvimento profissional. A intenção, no entanto, foi
deixar bem claro para as empresas que várias oportunidades para os seus funcionários podem
aparecer, caso estes sejam corretamente medidos e apropriados para a empresa. Sendo assim,
uma importante ferramenta de apoio à gestão.
Palavras-chaves: Motivação, trabalho, funcionários, satisfação
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
08 e 09 de agosto de 2014
1. Introdução
Para Chiavenato (2001) a motivação no ambiente de trabalho, não é estimulada apenas por
remunerações justas e generosas, existem outros fatores que são importantes para que um
indivíduo possa se sentir motivado na empresa onde trabalha. Recompensas sociais, simbólicas e
não materiais podem fazer com que a pessoa produza mais e melhor.
Para Dejours, Abdoucheli e Jayet (2009) os conceitos de motivação apresentados pelos autores
não explicam comportamentos, sua extinção, ou seu esforço. Por se estranha, ainda, tanto para a
teoria, quanto para a clínica, não pode ser considerado um conceito psicanalítico.
Segundo Lacombe e Heilborn (2008) as necessidades insatisfeitas das pessoas que as tornam
motivadas, nascendo assim o sentimento se suprir essas necessidades, então o indivíduo busca
formas e adquirir comportamentos que possam levar a conseguir o que tanto almeja.
Spector (2005) diz que o conceito de motivação ainda é de difícil definição, apesar de ser um
assunto que tem causado muita discursão entre os especialistas. É um sentimento que induz o
indivíduo assumir certos tipos de comportamento. A motivação está relacionada a perspectiva de
adquirir algo ou alcançar algum objetivo, seja na escola, em casa ou no trabalho.
Segundo Maximiliano (2007), motivação é um processo composto basicamente por três fatores:
intensidade; tempo; direção. Que explica-se, força dos motivos, permanência da motivação e o
objetivo do comportamento motivado, respectivamente. Diz ainda que a motivação é específica,
não existe um estudo que diga que a motivação faça com que um indivíduo venha a se entusiasmar
com tudo.
Para Montana e Charnov (2007) motivo, comportamento e necessidade humana, são os três fatores
que compõem o processo de motivação. O desejo de prosperar é o motivo do entusiasmo; a
vontade de aprender através do empenho no estudo está relacionada à atividade que será realizada,
ou seja, o comportamento adotado para a tarefa; e a autorrealização totalmente ligada a
necessidade humana.
Para Minicucci (1995) a palavra motivação é originária de “ação de mover”, que leva o indivíduo
a agir em direção ao objetivo que deseja. A direção inicia o comportamento e a persistência
mantem esse comportamento. A motivação pode levar a pessoa a uma direção, de forma que ela
esteja interessada em atingi-la, é a força impulcionadora do indivíduo para um objetivo.
Segundo Megginson, Mosley e Pietri (1998), motivação está relaciona da a compreensão do
“porque” do comportamento humano, por se tratar de um sentimento individual como a
2
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
08 e 09 de agosto de 2014
personalidade de cada pessoa, enfatizando a importância desse estudo para cada vez mais,
compreender, prever e influenciar nesse comportamento.
Aguiar (2002) destaca que os principais padrões organizacionais de motivação também são
instrumentos psicológicos que procuram tornar um indivíduo um meio para busca dos fins
definidos pela organização. Esses padrões tende a induzir esse indivíduo a adotar comportamentos
individuais exigidos para atingir a eficiência e o funcionamento das organizações.
Para Fraisse e Piaget (1969) motivação é denominada como um projeto e um esforço para realizar
ou atingir um objetivo, uma reação elementar do reflexo de uma necessidade carente de uma
pessoa, que aplica seu esforço para atingir alguma coisa que se encontra em graus muito variável.
O trabalho dentro das organizações tem variáveis demandas, novos ambientes de produção e uma
grande competitividade no mundo dos negócios, e tem como a necessidade de valorizar os
empregados e de criar ou inovar condições favoráveis para diminuir o desempenho dos
trabalhadores e a satisfação no trabalho para eles.
O artigo presente tem como objetivo propor e analisar um novo modelo de motivação no trabalho,
além de identificar se os colaboradores do setor de mármore e granito estão ou não motivados, e
ainda saber qual é o grau dessa motivação entre os funcionários, observando sempre o perfil
motivacional do trabalhador. O comportamento das pessoas dentro de uma organização é muito
importante e deve-se ter muita atenção, a motivação não depende só da empresa os indivíduos que
nela trabalham, também precisam estar motivados está sempre buscando algo para se motivar
dentro da organização.
O ser humano busca a motivação em fatores motivadores, como os exemplos, realização
profissional e reconhecimento pelo trabalho, pois esses fatores são sistemas de necessidades que o
homem busca para atender o seu desenvolvimento pessoal e amadurecimento.
2. Referencial Teórico
2.1 Importância e Significado da Motivação
Como Glasser (1994) diz que o problema do comportamento humano nas organizações sempre
existiu, porém no momento em que as empresas já não precisam se preocupar tanto com
dificuldades tecnológicas por causa das máquinas inteligentes, tampouco com os recursos
financeiros devido a uma economia relativamente estável é que se reconhece que o sucesso
esperado não tem sido possível atingir. As empresas também se veem diante do desafio de utilizar
3
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
08 e 09 de agosto de 2014
o potencial produtivo e criativo existente dentro de cada pessoa, transformando em
comportamento naturalmente espontâneo, oportunamente construtivo e eficazmente inovador.
Para Levy-Leboyer (1994), o verbo motivar não pode existir sem complemento, os responsáveis
por empresas cometem o erro de solicitar pessoal “motivado” dentro do mesmo espírito, como se
isso significasse uma qualidade permanente e distribuída de forma homogênea, não existe
pequeno gênio de motivação que transforma cada um de nos em trabalhador zeloso ou nos ou
condena a ser o defeito de uma geração, nem uma qualidade pessoal, pois ela esta ligada a
situação especifica.
Weiner (1992 apud Salgado, 2005) diz que grande a finalidade da motivação é o de servir de um
linguajar preciso, capaz de elucidar todo um conjunto de descobertas aplicáveis a muitos domínios
do comportamento humano.
Para Megginson, Mosley e Pietri (1998) a motivação é a melhor fonte potencial de maior
produtividade, porque dessa forma a capacidade dos colaboradores serão usadas com mais
eficiência, levando assim uma melhor satisfação no trabalho e consequentemente aumentando a
produtividade e a lucratividade da organização.
2.2 A Motivação Beneficia a Adaptação
Para Reeve a motivação beneficia a adaptação para que haja constantes mudanças, pois o estado
motivacional permite ás pessoas serem sistemas adaptativos complexos no sentido de que, sempre
que ocorrem discrepâncias entre as demandas momentâneas e o nosso bem-estar experimentamos
estados motivacionais que prontamente nos levam a tomar ações corretivas.
Segundo Peterson (1993 apud Reeve, 2006) quando a motivação diminui, a adaptação pessoal fica
prejudicada. As pessoas que se sentem impotentes ao tentarem controlar seu próprio destino
tendem a desistir rapidamente quando desafiadas. A sensação de desamparo destrói a capacidade
que as pessoas têm de enfrentar os desafios da vida.
Deci (1995 apud Reeve, 2006) destaca que os indivíduos que costumam ser controlados pelos
outros tendem a se tornar emocionalmente postados e insensíveis ás esperanças e aspirações
próprias de suas necessidades psicológicas internas. O fato de ser controlado por outros destrói a
capacidades do individuo de gerar motivação dentro de si mesmo.
2.3 Fontes de Motivação
4
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
08 e 09 de agosto de 2014
Murray (1971 apud Bergamini, 2006) propõe, que a reação típica de muitos psicólogos a
semelhante teoria cognitiva é que, embora ela apresente uma perfeita análise do processo de
decisão, as variáveis motivacionais permanecem ocultas. Aqueles que defendem a teoria dos
instintos vão lidar com uma dimensão menos evidente do comportamento motivacional, que é
aquela constituída pelas necessidades ou impulsos.
Lorenz (1988 apud Bergamini, 2006) acredita que entre as causas de toda transformação orgânica,
a seleção desempenha o papel mais importante, ao lado dos processos de mutação e
recombinações de genes. Ela produz aquilo que chamamos de adaptação, um legítimo processo
cognitivo pelo qual o organismo incorpora informações que estão no meio ambiente e são de
importância para sua sobrevivência, ou seja, pelo qual adquire conhecimento sobre o meio
ambiente.
Assim explica Gustav Bally (1964 apud Bergamini, 2006) esse aspecto contingencial do ato
instintivo: “Procuramos descrever o sujeito no seu meio, dentro do possível como uma unidade
dinâmica. A culminação dessa dinâmica é a realização do ato instintivo. Os traços característicos e
a conduta de apetência são dos aspectos de um só acontecimento. Certos traços liberam
determinadas apetências e o aparecimento de certas apetências faz ressaltar os grupos de traços
que lhes correspondem.” Desaparece, assim, a denominação genérica de instinto, para dar lugar á
noção de ato instintivo, que representa a unidade básica da conduta instintiva.
2.4 Necessidades humanas
Segundo Maximiliano (2007) o comportamento humano é motivado por estímulos interiores que
são chamados de necessidades, ou seja, as pessoas para satisfazerem esse estado de carência, agem
de forma a sanar essas necessidades. Quanto mais intensa for essa carência maior será o empenho
empregado pelo indivíduo para acabar com o sentimento de insatisfação.
Para Maximiliano (2007) a motivação para o poder não provoca saciedade, entretanto pode ficar
mais forte a cada momento, essa é uma necessidade que pode ter um ciclo de satisfação mais
longo, pois não é atendida pontualmente.
Maximiliano (2007) diz que as teorias sobre necessidades humanas estão ligadas diretamente com
a satisfação de carências, que por sua vez é o que motiva as pessoas a realizar seus objetivos e
melhorar seu desempenho, na certeza que seus objetivos serão alcançados, e suas necessidades
serão supridas através de seu esforço.
5
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
08 e 09 de agosto de 2014
Segundo Chiavenato (2001) destaca que a motivação é um comportamento resultante de
necessidades dentro do indivíduo, que são direcionadas para suas metas e objetivos, afim de
diminuir ou zerar essa necessidade. Esses comportamentos escapam ao próprio entendimento do
controle humano. Necessidades que se sucedem ou se alternam de forma conjunta ou isolada não
características dos seres humanos.
Arantes (1998) destaca que as empresas brasileiras ainda consideram a remuneração o principal
instrumento de motivação. Entretanto a capacidade de atender essa necessidade humana tem sido
muito questionada quando se fala apenas em dinheiro, que por sua vez tem a capacidade de apenas
atender as necessidades básicas.
Para Spector (2005) a teoria das necessidades tem a preocupação com as carências dos indivíduos
ao longo do tempo. As necessidades, e podem ser sanadas com varias formas e com
comportamentos diferentes. Por não conseguir relacionar seguramente relações das necessidades
com o desempenho no trabalho o interesse pelas teorias teve uma queda considerável.
Spector (2005) diz que a teoria das necessidades nunca foram conclusivas, e que a teoria de
Maslow é relativamente vaga, dificultando a elaboração de bons testes sobre ela. Entretanto
mesmo com essa desconfiança sobre a teoria, ela continua sendo utilizada para formação de novos
gerentes, ajudando a enfatizar a relevância de satisfazer as necessidades dos colaboradores no
ambiente de trabalho.
2.5 A Teoria de Maslow
Para Maximiliano (2007) a hierarquia das necessidades de Maslow segue cinco categorias:
necessidades básicas; segurança; sociais; estima e auto-realização. As necessidades fisiológicas
ficam na base da pirâmide. A necessidade anterior precisa ser atendida para que a seguinte possa
se manifestar, ficando assim estacionada, se a carência não for sanada. O desenvolvimento
contínuo é o fluxo natural do ser humano, a pessoa procura atender uma necessidade atrás da outra
em busca da auto-realização.
Lacombe e Heilborn (2008) apontam que há uma tendência que a maioria os indivíduos preferem,
primeiro, satisfazer as necessidades básicas. Logo após dessas necessidades serem atendidas, outro
nível de carência é apresentado pelo ser humano, e assim sucessivamente até chegar à autorealização. As necessidades variam com o tempo em cada pessoa, não só em função da variação
da hierarquia e sua satisfação. Essa hierarquia não deve ser vista como regra e sim como uma
tendência média.
6
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
08 e 09 de agosto de 2014
Para Montana e Charnov (2007) a teoria de Maslow fontes de motivação são apenas as
necessidades insatisfeitas. Os indivíduos são motivados de forma natural de uma forma ascendente
a favor de acabar com cada ausência. Comparando assim essa hierarquia como subir degraus de
uma escada, passar por cada etapa se caracteriza uma superação em busca do ponto mais alto que
é á auto-realização.
Spector (2005) diz que para considerar um desejo motivador, ele não pode ser satisfeito, porque as
pessoas se motivam sempre, primeiro, pelo nível mais baixo das necessidades não satisfeitas.
Logo se dois níveis não obtiverem satisfação o mais baixo sempre irá se sobressair.
Megginson, Mosley e Pietri (1998) destacam que a teoria de Maslow em primeiro lugar as
necessidades humanas postas em uma hierarquia de importância, progredindo dos níveis mais
baixos para os mais elevados. E em segundo lugar uma necessidade satisfeita não pode ser
utilizada como motivador primordial de comportamento, ou seja, a medida que o indivíduo vai
sanando suas necessidades respeitando a hierarquia da carências ele passa de nível e a necessidade
anterior deixa de ser prioridade.
2.6 A Teoria do reforço
Para Spector (2005) a teoria de reforço é entendida como uma resposta ao meio ambiente, o
comportamento seria a função de experiências recompensadoras anteriores. A probabilidade de
acontecer um comportamento aumenta se vier seguida de uma recompensa, situação contrária
quando acontece uma punição, ou seja, os desempenhos aumentarão em frequência, se forem
devidamente recompensados.
Megginson, Mosley e Pietri (1998) enfatizam que essa teoria que se o comportamento obtenha
consequências satisfatórias tende a ser repetido, ao contrario das consequências insatisfatórias que
a probabilidade de ser repetidas é mais reduzida.
Segundo Spector (2005) recompensas podem ser tangíveis ou intangíveis, dinheiro e
reconhecimento respectivamente, provenientes a organização ou derivadas das suas tarefas. O
desempenho contínuo pode ser estimulado pela empresa, ou o sentimento que de está realizando
um excelente trabalho pode ser o gerador de motivação para esse indivíduo.
Montana e Charnov (2007) destacam que o comportamento reforçado será repedido, e o
comportamento que obtiver menos esforço será repetido menos vezes, ou seja, se o indivíduo é
bom em vendas, ele tende a se especializar cada dia mais para alcançar o cargo de gerencia. Ele
7
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
08 e 09 de agosto de 2014
deixa suas outras atribuições em segundo plano para focar na área em que realmente tem
qualidades, e que possa chegar a uma promoção.
2.7 A Teoria da Expectativa
Nessa teoria Montana e Charnov (2007) destacam que o indivíduo determina uma estimativa
realista das metas que almeja alcançar na empresa, que por sua vez associam recompensas diretas
ao desempenho, e garante que essas recompensas sejam destinadas a quem realmente merece
recebe-las. Dessa forma essa teoria permite diferenças individuais e que cada pessoa seja motivada
por expectativas particulares de sua preferencia.
Para Maximiliano (2007) a teoria da expectativa procura esclarecer como as crenças e expectativas
combinam com os estímulos, para produzir algum tipo de força motivacional. Essa teoria retrata a
ideia intuitiva de que os esforços dependem do resultado que se deseja alcançar. O desempenho é
proporcional ao esforço, o esforço é proporcional à importância do resultado do desempenho e se
o resultado for muito importante à motivação para o esforço será intensa.
Segundo Spector (2005) explicar como as recompensas levam a determinados comportamentos,
focando os estados cognitivos interiores que provocam a motivação, é o que busca essa teoria.
Spector diz que as pessoas são motivadas quando acreditam que seu comportamento irá lhe
resultará em uma recompensa ou outros resultados que almeja. A expectativa é a probabilidade
subjetiva que uma pessoa tem sobre sua capacidade de adotar um tipo de comportamento.
2.8 A Teoria dos dois fatores
Para Montana e Charnov (2010) essa teoria desenvolvida por Frederick I. Herzeberg tem como
foco somente as fontes de motivação que pareciam pertinentes ao ambiente de trabalho. Ele
descobriu que apenas duas necessidades dentro da teoria de Maslow são fontes diretas de
motivação para se trabalhar com eficácia: auto-realização e estima. As necessidades básicas da
hierarquia de Maslow foram chamadas de frustradoras por Herzeberg, porque mesmo se essas
carências forem sanadas, não significa que a pessoa terá um bom rendimento no trabalho, por se
tratarem de necessidades que naturalmente serão atendidas, sem que o indivíduo faça qualquer
esforço.
Segundo Maximiliano (2007) motivos internos interage com motivos externos, que estão presentes
nas situações de trabalho e que influenciam no desempenho e podem ser dividida em duas
categorias: o próprio trabalho e as condições de trabalho respectivamente. Fatores intrínsecos
8
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
08 e 09 de agosto de 2014
produzem satisfação no trabalho, está relacionado à realização de algo importante, exercício da
responsabilidade, possibilidade de crescimento e aprendizagem. Já os fatores extrínsecos, não
fazem as pessoas sentir-se satisfeitos com o trabalho, influencia apenas no estado de satisfação
com as condições dentro das quais o trabalho é realizado.
Megginson, Mosley e Pietri (1998) destacam que essa teoria é transitória entre as descrições das
necessidades e a compreensão da maneira pela qual o comportamento pode ser influenciado. Esses
fatores não são necessidades, más condições de trabalho que podem ser alteradas pela
administração para possibilitar mais ou menos satisfação.
2.9 A Indústria Brasileira de Granito e o aglomerado de Cachoeiro de Itapemirim
Segundo Chueke e Avrichir (2011) o Brasil, em 2007, no segmento de rochas ornamentais
movimentou 4,1 bilhões de dólares em transações comerciais, onde 1,1 bilhões de dólares foram
de exportações, isso significa que o setor contribuiu em termos de porcentagem no PIB com
relação a vendas externas se aproximou de 0,5%. Nesse mesmo ano o país foi o 4° maior produtor
mundial de rochas ornamentais. O setor gerou cerca de 130 mil empregos diretos, distribuídas em
11 mil empresas, sendo 1.800 empresas pedreiras e 7.000 marmorarias. Apesar da crise
imobiliária nos Estados Unidos em 2009, onde são destinadas 50% das exportações feitas pelo
país, o setor de rochas não foi consideravelmente afetado em relação ao PIB brasileiro.
Chueke e Avrichir (2011) apontam que a extração e a exportação de rochas se encontram no
estado do Espirito Santo, no sudeste do Brasil, embora o estado tenha uma área inferior a 1% da
superfície nacional e representar apenas 2% da população do país, é desse estado 50% da
produção brasileira de rochas, além de empregar mais de 130 mil pessoas direta e indiretamente
em aproximadamente 1.250 empresas do setor.
Chueke e Avrichir (2011) afirmam que Cachoeiro de Itapemirim o município do sul do estado que
conta com um grande potencial produtivo, com mais de 800 empresas desse segmento, e gera mais
de 17.000 empregos diretos e 80.000 empregos indiretos. Dessa forma a região sul apresenta
características de distritos industriais, conhecidos como arranjos produtivos locais, onde podem
ser alojadas empresas prestadoras de serviços, produtoras de máquinas e equipamentos e insumos
em geral.
Autores como Villaschi Filho e Sabadini (2000) e Fernandes (2006) destacam a importância do
apoio de instituições governamentais e da iniciativa dos próprios empresários para o
desenvolvimento do aglomerado de Cachoeiro de Itapemirim. Apontando como essencial a
9
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
08 e 09 de agosto de 2014
colaboração de entidades como a Associação de Fabricantes de Máquinas e Equipamentos do
Espírito Santo (Maqrochas), o Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais do Espírito Santo
(Sindirochas), Centro Tecnológico do Mármore e Granito (CETEMAG), o Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e pequenas Empresas (SEBRAE) e o Programa para Desenvolvimento em Rede
do Setor de Rochas Ornamentais do Espírito Santo (Rede Rochas). Entre as iniciativas dessas
instituições, duas que alcançam grande visibilidade são: (i) a feira Cachoeiro Stone Fair, que
acontece há duas décadas no município e a (II) Vitoria Stone fair, realizada desde 2003 em Vitória
– a mesma recebeu, em 2010, 23 mil visitantes de mais de 65 países. (CHUEKE E AVRICHIR,
2011, p.11).
O exotismo é uma característica das rochas oriundas do Estado do Espírito Santo que impulsiona
suas exportações. Pedras com desenhos movimentados, de cores diversas e texturas diferenciadas,
não são bem aceitas pelo mercado nacional, todavia, são valorizadas no mercado internacional,
principalmente nos países norte-americanos. Enquanto o granito clássico alcança preços entre R$
120,00 e R$ 150,00 o metro quadrado, o granito exótico pode ser vendido por 6 ou até 10 vezes
esses valores. (CHUEKE E AVRICHIR, 2011, p.11).
3. Metodologia de Pesquisa
Através de pesquisa bibliográfica buscada em livros, principalmente, e de artigos publicados, o
estudo sobre motivação nas empresas de mármore e granito teve início.
Logo após a fundamentação teórica, foi realizada uma pesquisa de campo para apontar a real
situação da motivação dos colaboradores que trabalham no setor de rochas ornamentais. Nesta
etapa do trabalho, foi aplicado um questionário elaborado de acordo com o contexto da pesquisa,
visando á obtenção das respostas para serem confrontadas com o que foi exposto no referencial
teórico desse artigo.
A seleção das pessoas que poderiam contribuir respondendo o questionário e participar da
pesquisa foi muito simples, bastaria apenas que esses trabalhadores estivessem inseridos no
mercado de rochas ornamentais, independente de qual cargo, salário ou prestígio que esse
indivíduo venha ter na organização.
Foi feito o contato por telefone, e-mail e pessoalmente com gestores de empresas do setor de
mármore e granito para confirmar a aplicação do questionário sobre motivação com os
funcionários.
Após essas fases a pesquisa foi selecionada da seguinte forma:
10
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
08 e 09 de agosto de 2014
 10 empresas foram sondadas para aplicação do questionário;
 3 empresas não se pronunciaram após o contato;
 3 empresas se recusaram a aplicar o questionário por motivos não esclarecidos;
 4 empresas se prontificaram em aplicar o questionário.
 O questionário foi respondido por 60 colaboradores de diversos setores das empresas do
setor de rochas ornamentais de 4 empresas do município de Cachoeiro de Itapemirim/ES.
As coletas dos dados da pesquisa foram através de correio eletrônico, e de feitas também in loco,
pelos responsáveis pela pesquisa.
Para obtermos números mais fidedignos a essa pesquisa, foi garantido o direito de sigilo, não
podendo conter nas respostas dos questionários qualquer tipo de identificação, da empresa, e
principalmente do funcionário.
Questões objetivas e de simples entendimento foram elaboradas, para proporcionar mais facilidade
e segurança nas respostas, visando á obtenção de dados confiáveis para a elaboração dos
resultados.
4. Apresentação dos resultados
De acordo com a pesquisa, 45% dos 60 colaboradores do setor de rochas ornamentais de todos os
setores das organizações, veem como principal fonte de motivação a “oportunidade de promoção”,
seguida da “oportunidade de fazer um trabalho interessante” que teve um percentual de 21,67%
dos entrevistados. Em terceiro lugar apontado pelos participantes da pesquisa está o “ótimo
salário” que atingiu o percentual de 11,67%.
Esse estudo conclui que a motivação não é estimulada apenas pelo retorno financeiro, em se
tratando de dinheiro, esse fator de motivação tem o poder de suprir apenas as necessidades básicas
dos indivíduos. Existem outros fatores importantes, que fazem com que esses indivíduos possam
se sentir mais completos e motivados dentro das organizações.
Na teoria do reforço que diz que a probabilidade de um funcionário realizar tarefas com sucesso
de forma motivada é maior, se esse bom trabalho tiver como recompensa um prêmio. Apenas 25%
dos funcionários entrevistados receberam algum tipo de prêmio ou recompensas tangíveis. Desse
percentual 100% dos funcionários premiados trabalharam mais motivados e mantiveram ou
aumentaram seu poder produtivo dentro da empresa, por já terem desfrutado dos prêmios ganhos
com o esforço aplicado no trabalho, visando recompensas futuras.
11
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
08 e 09 de agosto de 2014
A quantidade de recompensas intangíveis é maior, em comparação com as tangíveis, 81,66% dos
participantes já ouviram elogios de seus gestores, embora esse não seja um dos principais fatores
que motivam funcionários (com apenas 5% dos entrevistados), esse fator também se adequa a essa
teoria, e é importante no processo de motivação em um ambiente de trabalho.
Foi perguntado aos participantes se em algum período em que esteve trabalhando na empresa já
tiveram alguma expectativa de ser promovido, ou ocupar um cargo de mais expressão dentro da
organização: 53,33% disseram que sim, 46,67% disseram que não.
Estipular metas na empresa faz parte da teoria das expectativas, associadas a recompensas
destinadas a quem estipulou e atingiu de fato a meta, proporcionando assim particularidades na
motivação de cada indivíduo. 90% das pessoas que participaram da pesquisa dizem estipularem
metas em suas funções.
Frustração no ambiente de trabalho pode atrapalhar no processo de motivação dos colaboradores,
as pessoas que passam por essa situação tendem a se sentir, fraca, impotente, pouco produtiva ou
inútil dentro da organização, deixam de realizar tarefas que costumava fazer rotineiramente com
qualidade e consequentemente há uma queda considerável em seu rendimento. 43,33% dos
funcionários das 4 empresas utilizadas nessa pesquisa já sofreram algum tipo de frustração em seu
ambiente de trabalho.
Foram questionados se a motivação é importante no ambiente de trabalho: 100% responderam que
sim, sentir que suas necessidades estão sendo supridas é importante, dessa forma cada pessoa
deixará aflorar seus instintos interiores para que sejam sanadas essas carências particulares. Desse
percentual, 61,66% se dizem motivados na empresa onde trabalha, os outros 38,44% não se
sentem motivados para trabalhar.
Apenas 31,67% dos questionados conseguem identificar algum grau de motivação em seus
colegas de trabalho.
O grau de motivação pode ser associado à teoria de Maslow, que diz que o indivíduo tem cinco
fases de necessidades: básica, segurança, sociais, estima e auto-realização. Pode ser comparado
também à teoria de Herzeberg que diz que apenas estima e auto-realização são eficaz no processo
de motivação nas empresas. Diante desses fatos 5% responderam que seu grau de motivação é
muito baixo, 11,67% marcaram que seu grau de motivação é baixo, 58,33% dos questionados
responderam que sua motivação na empresa é normal, 16,67% dizem que sua motivação para o
trabalho é alta, e 8,33% dizem ser muito alto seu grau de motivação.
12
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
08 e 09 de agosto de 2014
Figura 1 - Gráfico de Motivação
Nessa questão fica evidente que 58,33% dos entrevistados em se tratando de motivação nas
empresas onde trabalham, satisfizeram apenas suas necessidades básicas na hierarquia de Maslow,
reforçando ainda mais a teoria de Herzeberg. Um total de 25% dos questionados responderam
entre “alto” e “muito alto” como grau de motivação, podendo ser associado com a estima e a autorealização dentro da empresa.
Nesse estudo foi identificado que mais de 61,66% dos trabalhadores do setor de mármore e granito
estão motivados trabalhando em empresas da Cachoeiro de Itapemirim/Es, esse resultado pode ser
associado ao crescente desenvolvimento tecnológico do setor de rochas ornamentais, que está
passando por uma transição. As empresas a cada ano que passa, adquirem novos equipamentos de
ultima geração, lançados exclusivamente para atender essa demanda das empresas. Esses
investimentos feitos pelas organizações desse setor tem o objetivo de melhorar o processo
produtivo, diminuindo os gargalos de produção para melhor atender a demanda do mercado e
aumentar a segurança dos colaboradores que utilizam essas máquinas e equipamentos. A gestão do
futuro, voltada para a valorização do capital humano nas organizações, também está presente
nesse setor, os gestores das empresas estão cada vez mais conscientes que seus colaboradores tem
participação fundamental no sucesso da organização, e que sua valorização deve ser efetiva para o
desenvolvimento da empresa e também para o autodesenvolvimento do trabalhador.
5. Conclusão
13
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
08 e 09 de agosto de 2014
Este estudo procurou mostrar qual o novo modelo de motivação, podemos dizer que ao longo da
história da nossa civilização o homem vem sendo esquecido em favor da ciência, da técnica, dos
modelos de sociedade e das organizações. Cada indivíduo, para se realizar completamente como
pessoa, deve procurar conhecer-se, profundamente afim de que possa, conhecendo suas reais
necessidades, desejos e insatisfações.
As organizações são importantes, pois o ser humano é um ser gregário, precisa e deseja viver em
grupo. O que se propõe é que se deve romper abruptamente com modelos de sociedade e
organizações. É preciso aceitar o caráter individual da motivação e ter a consciência que jamais
conseguiremos estar completamente satisfeitos, existirá sempre uma necessidade não atendida que
dirigirá novas condutas motivacionais.
Assim, podemos perceber que o reducionismo a que a teoria da administração sujeita o homem e a
motivação humana é uma consequência do fundamento epistemológico no qual a civilização
ocidental se baseou.
Com isso os resultados das pesquisas feitas, os empregados sentem-se relativamente satisfeitos em
trabalhar na empresa pesquisada, e mais de 50% admitem até um certo grau de realização com o
trabalho que desenvolvem. Além disso, eles reconhecem o prestigio da empresa e compreendem a
importância da organização para a sua cidade.
Observa-se, no entanto, que os entrevistados não acham justo o salário que recebem, não só
comparativamente com os outros funcionários do mesmo ramo, sobretudo, relativamente ás
funções executadas na própria empresa.
Assim, ainda que seja positivo o grau de satisfação em trabalhar na empresa e da avaliação
positiva da imagem da organização, o tratamento que é dado á variável salário, acaba se tornando
uma fonte de ineficiência. É necessário que a empresa reconheça e valorize o aporte de
conhecimento dos seus funcionários, faz-se necessário criar condições para que todos
independente do nível contribuam para o desenvolvimento da empresa, com isso a empresa terá
que fazer um plano de cargos, salários e reconhecimento dos funcionários por parte da empresa.
Referências:
SPECTOR, P. E. Psicologia nas organizações. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 2005.
DEJOURS, C.; ABDOUCHELI, E.; e JAYET, C. Psicodinâmica do trabalho. O Estado de S.
Paulo, São Paulo, 2009.
CHIAVENATO, I. Teoria Geral da Administração. Estado do R. de Janeiro, Campus, 2001.
14
X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
08 e 09 de agosto de 2014
LACOMBE, F.; HEILBONR, G. Administração, Princípios e Tendências. O Estado de S. Paulo,
São Paulo, 2008.
MONTANA, P. J.; CHARNOV, B. H. Administração. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 2007.
MAXIMILIANO, A. Introdução à Administração. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 2007.
AGUIAR, M. A. F. Psicologia aplicada à administração: teoria crítica e a questão ética nas
organizações. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 1992.
FRAISSE, P.; PIAGET, J. A motivação. Estado do R. de Janeiro, Rio de Janeiro, 1969.
MINICUCCI, A. Psicologia aplicada à administração. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 1995.
MEGGINSON, L. C.; MOSLEY, D. C.; PIETRI, P. H. J. Administração- conceitos e Aplicações.
O Estado de S. Paulo, São Paulo, 1998.
ARANTES, N. Sistemas de Gestão Empresarial, conceitos permanentes na administração de
empresas válidas. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 1998.
AVRICHIR, I.; CHUEKE, G. V. Comportamento explorador de empresas brasileiras do setor de
rochas ornamentais: um estudo de caso múltiplo envolvendo fatores organizacionais, gerenciais e
ambientais. 2011. Disponível em:
http://www.revista.ufpe.br/gestaoorg/index.php/gestao/article/viewFile/304/228
Acesso dia 25 de setembro de 2013.
SALGADO, L. Motivação no Trabalho. O Estado do R. de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005.
CURY, A. Organização e Métodos: Uma visão holística/Antonio Cury. O Estado de S. Paulo,
São Paulo, 1994.
BERGAMINI, C. W. Motivação nas Organizações/Cecilia Whitaker Bergamini. O Estado de S.
Paulo, São Paulo, 2006.
REEVE, J. Motivação e Emoção/Jhonmarshall Reeve O Estado do R. de Janeiro, Rio de Janeiro,
2006.
GLASSER, W. Administração de Liderança. O Estado de São Paulo, São Paulo, 1994.
LÉVY –LEBOYER, C. A crise das motivações. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 1994.
15
Download