Nota Técnica - Ebola

Propaganda
Nota Técnica Chikungunya nº 01/2014 - CIEVS/GEEPI/GVSI/SMSA
Assunto: Febre de Chikungunya
A Febre de Chikungunya (CHIK) é uma doença causada por um vírus do gênero Alphavirus,
transmitida por mosquitos do gênero Aedes, sendo o Aedes aegypti e o Aedes albopictus os
principais vetores. O nome Chikungunya significa "tornar-se dobrado ou contorcido", em
referência à aparência curvada dos pacientes, motivada pelas intensas dores articulares e
musculares, características da doença.
A doença tem transmissão autóctone, antes era restrita a países da África e Ásia, porém
desde o final de 2013 foi registrada a transmissão autóctone da doença em vários países do
Caribe.
Até a semana epidemiológica 31 de 2014, foram notificados para a Organização Mundial de
Saúde (OMS) 508.122 casos suspeitos com 4.736 casos autóctones confirmados de Chikungunya
nas Américas. Até a presente atualização foram registrados 32 óbitos relacionados. A distribuição
da maioria dos casos está nos seguintes territórios das Américas: El Salvador, República
Dominicana, Guiana Francesa, Guadalupe, Haiti, Martinica, Porto Rico, São Bartolomeu, São
Martinho (parte francesa), Anguilla, Dominica, Guiana, Saint Kitts and Nevis, Santa Lúcia, São
Vicente e Granadinas, São Martinho/Holanda, Suriname, Turks and Caicos Islands, Ilhas
Virgens/Reino Unido.
No Brasil, até a semana epidemiológica 31 de 2014, foram importados 26 casos confirmados
de Chikungunya, residentes dos estados do Ceará, Goiás, Maranhão, Paraná, Rio de Janeiro, Rio
Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal.
A infecção pelo vírus Chikungunya provoca febre alta, dor de cabeça, dores articulares e
dores musculares. Pode manifestar-se clinicamente de três formas: aguda, subaguda e crônica. Na
fase aguda os sintomas aparecem de forma brusca e compreendem febre alta, cefaléia, mialgia e
artralgia (predominantemente nas extremidades e nas grandes articulações), podendo ou não
estar associado à exantema maculopapular. Os sintomas costumam persistir por 7 a 10 dias,
porém algumas pessoas persistem com intensas dores articulares e musculares incapacitantes,
com duração de meses ou anos (formas subaguda ou crônica).
O período médio de incubação da doença é de três a sete dias (podendo variar de 1 a 12
dias). Não existe tratamento específico nem vacina disponível para prevenir a infecção por esse
vírus. O tratamento sintomático é o indicado, sendo o Paracetamol a droga de escolha. Deve–se
evitar o uso de anti-inflamatórios.
Conforme Anexo II da Portaria MS Nº104 de 25 de Janeiro de 2011, os casos suspeitos de
Chikungunya devem ser comunicados/notificados em até 24 horas a partir da suspeita inicial.
Caso suspeito: paciente com febre de início súbito acima de 38,5°C e artralgia ou artrite intensa
com início agudo, não explicada por outras condições. O paciente deverá ser residente ou ter
visitado áreas endêmicas ou epidêmicas até duas semanas antes do início dos sintomas;
Caso confirmado: caso suspeito com um dos seguintes testes específicos para diagnóstico de
CHIK:

Isolamento viral;

Detecção de RNA viral por RT-PCR;

Detecção de IgM em uma única amostra de soro (coletada durante a fase aguda ou
convalescente);

Aumento de quatro vezes no título de anticorpos específicos anti-CHIKV (amostras
coletadas com pelo menos 2-3 semanas de intervalo);
O diagnóstico deverá ser feito a partir da coleta de soro para realização de ELISA (IgM e IgG) e
PCR entre 1º e 8º dia de início dos sintomas. A partir do 9º dia, a amostra deve ser encaminhada
apenas para sorologia. Nas amostras negativas, recomenda-se nova coleta a partir do 14º dia de
sintomas para repetição do ELISA (IgM e IgG).
Referências Bibliográficas

http://www.paho.org/hq/ - Resources on the Chikungunya virus

http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/noticiassvs/9545-svs-informa-procedimentos-a-serem-adotados-para-a-vigilancia-da-febre-dochikungunya-no-brasil
Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde – CIEVS/BH
Gerência de Epidemiologia e Informação - GEEPI / Gerência de Vigilância em Saúde e Informação – GVSI
Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte - SMSA
Belo Horizonte, 13 de agosto de 2014.
Download